Começa na próxima quinta-feira (27) a 43ª edição da Feira do Livro de Buenos Aires. Uma das maiores feiras em duração do mundo, o evento segue até o dia 15 de maio, no Prédio de Feiras La Rural, em Buenos Aires. Antes da abertura oficial, no entanto, dez mil profissionais – entre editores, livreiros, distribuidores, autores, tradutores, agentes literários e outros players do mercado editorial – são esperados para as Jornadas Profissionais da Feira do Livro de Buenos Aires, que começa nesta terça-feira, com a cobertura do PublishNews. Palco de negócios e capacitação, as Jornadas terão, pela primeira vez, um espaço dedicado à compra e venda de direitos autorais. "O principal objetivo das Jornadas é facilitar e estimular contatos comerciais através de rodadas de negócios; promover intercâmbios que permitam fechar acordos e oferecer propostas de capacitação que abordem temas que afetam todo o setor", explica Gabriel Waldhuter, presidente da Comissão de Profissionais da Fundação El Libro, que organiza a feira. Clique no Leia Mais e veja alguns destaques das Jornadas Profissionais da Feira do Livro de Buenos Aires.

A Verus, editora que compõe o Grupo Editorial Record, foi às compras e saiu com os direitos de cinco livros escritos por autores suecos. A editora bateu o martelo e ficou com a trilogia Intrigo, de Håkan Nesser (na foto ao lado). Os livros do autor - thrillers, policiais e ficção literária - já venderam mais de 20 milhões em mais de 20 idiomas. As obras intituladas Death of an author, Dear Agnes e Samaria tratam dos problemas da fuga, de segredos ocultos, da culpa, da vingança e da expiação. O outro negócio fechado foram dois livros da autora Elisabeth Norebäck, In my blood e Nadia. Estreante, Elisabeth fez barulho na última Feira do Livro de Londres, como noticiou o The Bookseller. O primeiro conta a história da psicoterapeuta Stella. Um dia, uma jovem entra em sua clínica para começar a terapia. Após a reunião, Stella sofre de um ataque de pânico e se convence de que Isabelle é sua filha, Alice, que desapareceu 21 anos atrás em uma praia durante umas férias em família. In my blood é um thriller psicológico contado a partir da perspectiva de três mulheres. É um conto emocionante da perda dolorosa mais imaginável, a de uma criança, sobre tristeza e culpa, sobre insanidade e obsessão violenta. O negócio foi intermediado pela Vikings of Brazil.

Em uma longa matéria sobre Margaret Atwood, A Profetisa da Distopia, escrita por Rebecca Mead para a The New Yorker, traduz um excelente testemunho sobre uma das maiores escritoras vivas, que mereceria não apenas o Nobel, mas todos os prêmios possíveis, mais além do Booker Prize que ganhou uma vez e foi finalista em cinco outras ocasiões. Maria José, eu e o Márcio Souza (que a conheceu no Harbourfront Book Festival em Toronto, e trouxe seus livros) temos o enorme orgulho da Marco Zero ter sido a primeira editora a publicá-la em tradução. Margaret Atwood já era muito conhecida no Canadá, nos EUA e na Inglaterra, mas nunca havia sido traduzida para o português (nem, pelo que sabemos, para outros idiomas). Só deixamos de traduzi-la quando, forçados, tivemos que vender nossa participação na Marco Zero para a Nobel. A Rocco, que acabou ficando com a autora (a Vivian Wyler não dormia no ponto), republicou alguns dos livros que havíamos publicado, com novas traduções, e continuou publicando os que se seguiram. No início deste ano, Margaret Atwood recebeu o “Lifetime Award” do National Book Critics Circle, por seu trabalho como crítica e resenhista. Foi pouco depois da posse do laranja, no dia em que ele anunciou sua primeira tentativa de barrar imigrantes. Logo no começo de seu discurso, Atwood brincou: “Ainda bem que não me barraram na fronteira” e, no final, assinalou, depois de jocosamente comentar a sensibilidade dos autores sobre qualquer coisa que pareça desmerecedora do talento de cada um, esquecendo os elogios. Nem nós. Nem os autores de verdade. Lá, como aqui, vivemos uma democracia ameaçada pela truculência. E o mínimo dos mínimos que podemos fazer é deixar nosso protesto e nosso testemunho. Por escrito. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta coluna.

Robert M. Pirsig morreu na última segunda-feira (24), aos 88 anos. O autor se tornou um fenômeno editorial em 1974, quando lançou Zen e a arte da manutenção de motocicletas, publicado no Brasil pela WMF Martins Fontes. O livro é uma epopeia moderna que narra a viagem de moto feita por um homem e seu filho durante as férias de verão. A aventura serve de pano de fundo para uma odisseia pessoal e filosófica ao tratar de questões fundamentais do nosso modo de viver. William Morrow, editor de Pirsig, anunciou que o autor já estava com a sua saúde debilitada.

Para comemorar o Dia Nacional do Livro Infantil, celebrado na semana passada, em iniciativa inédita, os famosos personagens da Turma da Mônica chegam ao McDonald’s no formato de seis livros especiais na nova campanha do McLanche Feliz. “Temos mais uma vez a oportunidade de incentivar a leitura e apresentar a importância dessa atividade para a construção da imaginação e a criatividade. Seguindo esse objetivo, fechamos essa parceria com a Mauricio de Sousa Produções. Seus personagens icônicos e que marcaram várias gerações vão estimular ainda mais a interação entre toda família”, afirma Roberto Gnypek, vice-presidente de Marketing do McDonald’s. A rede disponibilizará seis títulos da Turma da Mônica, formada pelos personagens do Bairro do Limoeiro, memória afetiva de seu criador. Cada um terá duas histórias: O Papãozinho e o Filhote do Bidu; Magalancia e Anjinho: a auréola; O Porcão e Caçando Rã; Um amor de ratinho e a Turma do Penadinho: um amigo do outro mundo; A máquina que copiava e Astronauta: o Bichinho Comilão, e A varinha mágica e a Turma do Horácio: mamãe Canguru, além de sugestões de atividades lúdicas a serem feitas pelas crianças.

Pensando naquele livro que você já leu e não quer deixar guardado, a Livraria Cultura lançou recentemente o Sebinho, uma loja virtual de livros seminovos nacionais e importados. Para revender livros usados para a rede, é preciso ter cadastro no programa de fidelidade da empresa, o +Cultura, e ter adquirido o título há no máximo seis meses na própria Cultura. Depois disso, o livro passa por uma avaliação de suas condições e o valor da recompra é revertido em créditos para compras. Os descontos vão de 30% a 60%, se comparados com os preços dos produtos novos.

A Escola do Livro (Rua Cristiano Viana, 91, Pinheiros – São Paulo / SP) está com inscrições abertas para o curso de Estratégias de sucesso para distribuição de livros. Ministrado por Corina Campos, gerente nacional de vendas da Editora Rocco e uma das finalistas do Prêmio Avena PublishNews na categoria Profissional de Marketing e Vendas do Ano, o workshop tem como objetivo mostrar como fazer uma marca consagrada sem lançamento há muitos anos alcançar o patamar de best-seller mais vendido na primeira semana. O curso que começará no dia 4 de maio é voltado para autores independentes, profissionais e estudantes da área comercial e de marketing. O investimento é gratuito para associados da CBL. Estudantes e professores pagam R$ 50 e profissionais do mercado R$ 100. As aulas começam às 19h30 e vão até às 21h30.

A partir do dia 2 de maio, em Porto Alegre, acontece a 4ª edição do TXT, workshop de literatura contemporânea da Perestroika (Av. Cel. Lucas de Oliveira, 894 – Porto Alegre / RS). O evento pretende reunir novamente nomes da nossa literatura como Cristovão Tezza (na foto ao lado), Daniel Galera, Marcelino Freire e Veronica Stigger. Serão cinco semanas mesclando os encontros com os convidados com workshop de escrita comandado por Cristiano Baldi, Reginaldo Pujol Filho e Rodrigo Rosp. A ideia é ter um espaço criativo livre para todos que querem aprender ou aprimorar sua técnica. As aulas acontecem as terças e quintas, do dia 2 de maio a 1º de junho, sempre das 20h às 22h30 e misturam exercícios, debates, leituras e a escrita de um conto por cada um dos participantes, além da troca de experiências com os convidados. O investimento é de R$ 2250, podendo ser dividido em 6x de R$ 375.

A Caixa Cultural Rio de Janeiro (Av. Almirante Barroso, 25, Centro, Rio de Janeiro / RJ) recebe, do dia 2 a 12 de maio, o ciclo de debates Língua Afiada: escritoras tomam a palavra. Durante oito palestras, o projeto reafirma a força e a originalidade da literatura feminina no trato com temas atuais e polêmicos como desejo, prostituição, homossexualidade, amor, maternidade, e violência na ditadura e na cultura patriarcal. O evento abre com Nélida Piñon (foto ao lado), primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras e que fará 80 anos na semana de sua apresentação. Além de Nélida, a escritora e filósofa feminista Marcia Tiburi, a ativista do movimento negro e também escritora Conceição Evaristo, a premiada autora Beatriz Bracher e a curadora Guiomar de Grammont estão entre as palestrantes convidadas. A curadora Clarisse Fukelman, professora da PUC-Rio e uma das precursoras no estudo das primeiras escritoras brasileiras, considera o projeto um ato político. “Traz, do passado, escritoras libertárias, perseguidas e com escrita revolucionária, além de dar voz a nomes contemporâneos” afirma. Os debates acontecem sempre às 18h30, e a entrada é gratuita, com distribuição de senhas uma hora antes de cada bate-papo.

A literatura feita por mulheres tem espaço garantido na 12ª edição do Festival Literário de Poços de Caldas, o Flipoços. No dia 02 de maio às 18h30 acontece na Arena Cultural o bate-papo Escritoras brasileiras fora do país. Londres, Alemanha e Nova York, o que as une?, com as autoras Nara Vidal, Alexandra Zeiner, Kátia Gerlach (foto ao lado) e mediação de Susana Ventura. As três brasileiras vivem em países como Alemanha, Londres e EUA e escrevem sobre diferentes temas. Na mesa, vão falar sobre como é publicar fora do Brasil e também dentro dele. Durante o encontro acontece também o lançamento da obra Os jogos (Ben)ditos e Folias (Mal)ditas, de Kátia Gerlach, publicado pela editora Oito e Meio. A gastronomia é um tema que também não fica de fora do festival. Neste ano o evento traz um bate-papo com a escritora Carolina Montone, que publicou recentemente o livro Pão com poesia (FuturArte Poesia / Multifoco). O encontro ocorre no dia 06 de maio à 10h na Arena Cultural, quando a autora falará sobre a obra que harmoniza gastronomia e poesia. Além do bate-papo com a autora Carolina Montone, o Flipoços terá também na programação um jantar temático, que acontece no dia 30 de abril às 20h no Ollivia Gastronomia (Av. João Pinheiro, 1.135, Centro – Poços de Caldas / MG). Neste ano, o evento homenageia Amazonas e também Moçambique e por isso, o chef Henrique Benedetti vai preparar pratos típicos de cada localidade. As reservadas devem ser feitas pelo telefone (35) 3712-8077.

O II Festival Literário de Ilhéus, que acontece entre os dias 26 e 28 de abril, promete agitar a cidade. Com o tema Caligrafia Sul-Baiana, a programação está voltada para a cultura regional e tem como finalidade o fomento da leitura e a divulgação de escritores regionais. A Editus e a Editora Papirus, parceiras do festival, estarão presentes comercializando livros com descontos especiais. Na quarta-feira (26), acontecerá, a partir das 8h oficinas culturais, feira e lançamento de livros, circuito de letras, entre outras atividades. A abertura oficial do evento será no Teatro Municipal da cidade às 18h e terá como palestrante o escritor Florisvaldo Mattos, homenageado da noite. Ainda no dia 26 ocorrerá a entrega do II Prêmio Sosígenes Costa de Poesia. O livro vencedor será publicado pela Editus e o autor ganhará uma quantia em dinheiro e o troféu. Os finalistas do concurso desse ano são Maria do Carmo Sena do Nascimento, autora de Nua; e Natan José Muniz Barreto, autor de Um quintal e outros cantos. Na primeira edição do Prêmio o vencedor foi o poeta Weslley Almeida, com o livro Memórias fósseis.

Última obra publicada em vida, Distraídos venceremos (Companhia das Letras, 96 pp, R$ 19,90), de Paulo Leminski foi lançado em 1987 e rapidamente se tornou um clássico contemporâneo. Para a poeta Alice Ruiz — a quem o livro é dedicado —, embora o título desta seleta escrita ao longo de quatro anos remeta ao livro anterior, Caprichos e relaxos, “o teor dos poemas aponta para um maior ceticismo”. Estão aqui a experimentação, a coloquialidade e o constante diálogo com as poesias concreta e marginal, além do flerte com a cultura oriental, que marca a parte final do volume. Incluído em Toda poesia, Distraídos venceremos traz Leminski em sua melhor forma: “Tudo o que eu faço/ alguém em mim que eu desprezo/ sempre acha o máximo. // Mal rabisco, / não dá mais pra mudar nada. / Já é um clássico”.

Terceira produção poética de Cecília Meireles a vir a público, Baladas para El-Rei (Global Editora, 80 pp, R$ 49), de 1925, presenteia o leitor com versos que demonstram a rara capacidade de nossa maior poeta para evocar imagens e sentimentos, capitaneada por sua intrínseca musicalidade. Preocupações metafísicas que aparecem sem cessar ao longo de sua vasta obra, tais como a fugacidade do tempo e os mistérios da morte e do amor, já aparecem neste livro. As ilustrações presentes no livro concebidas pelo artista plástico português Fernando Correia Dias, primeiro marido de Cecília, expandem o som e a ressonância dos poemas da autora. Poemas que, ao remeterem nosso espírito a reinos distantes e imaginários, acabam iluminando fronteiras de nossa alma que até então não haviam conhecido claridade. A apresentação desta edição é assinada pelo crítico literário Marcos Pasche, mestre e doutor em Letras pela UFRJ e professor de Literatura Brasileira na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Aos 16 anos, Daniel G. Ducci assistiu ao filme Sociedade dos poetas mortos e foi contaminado. Menos de um ano depois já havia coorganizado, com colegas do Colégio Marista de Brasília, um grupo poesia chamado Nova Plêiade. À semelhança do que acontece no filme, reuniam-se fora do horário escolar em locais inusitados para estudar e produzir variações de estilos poéticos. Logo surgiram os primeiros poemas inspirados em Álvares de Azevedo, e chegaram a publicar um livro. Desde então, o olhar, a percepção e a prática se aprofundaram dando lugar ao poeta que lança agora o seu primeiro livro solo, A alquimia da tempestade (7 Letras, 100 pp, R$ 38). Optando por estruturas e métricas clássicas, ele leva o leitor para um passeio pelo Romantismo, a tradição shakespeariana em forma de sonetos e até experimentos formais, ao mesmo tempo que nos faz refletir sobre temas como o amor e a existência.

Admirado por celebridades e anônimos que compartilham e curtem seus textos nas redes sociais, o escritor e publicitário goiano Lucas Brandão, o Lucão, lança Telegramas (Benvirá, 176 pp, R$ 29,90). No centro de seus poemas, está o amor, um dos temas favoritos de Lucão, que tem mais de 380 mil seguidores em seu perfil no Instagram, mas há também poemas sobre solidão, amizade e reflexões pessoais do autor. O título desse que é o seu segundo livro não foi escolhido ao acaso. Um telegrama, por menor que seja, é portador das mais importantes notícias – sejam elas alegres ou tristes. Assim como os telegramas, são os poemas: mesmo quando pequenos, são capazes de despertar os sentimentos mais profundos em quem os lê. “Ser breve na poesia não é o mesmo que ser pouco. Ser breve é ser simples e fundamental. Só o que é fundamental cabe dentro de uma boa síntese poética. Telegramas é isso, uma busca pela poesia fundamentalmente simples”, defende o autor.