A última tramitação do Projeto de Lei 49 de 2015, que institui a política nacional de fixação do preço do livro – a conhecida Lei do Preço Fixo – foi em fevereiro de 2016, quando o senador José Maranhão (PMDB / PB), que na época presidia a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), designou o também senador Lindbergh Farias (PT / RJ) como relator do projeto na comissão. A indicação de Farias vinha depois do senador Ricardo Ferraço (PSDB / ES) desistir da relatoria por não acreditar no projeto. De lá para cá, o projeto ficou estacionado, sem nenhuma movimentação. Nessa quarta-feira (22), novamente, o projeto ficou órfão, sem relator. É que desde o último dia 21, o senador que liderou os caras-pintadas no impeachment de Collor, deixou a CCJ. Clique no Leia Mais, conheça a proposta do PL 49 / 2015 e saiba qual o caminho que ele deverá percorrer até ser posto em prática.

O que os anos de 1927, 1937, 1977 e 1987 têm em comum? Foram anos que marcaram, de uma forma ou de outra, a história literária brasileira. Em 1927, nascia Ariano Suassuna; em 1937, Moacyr Scliar; em 1977, morria Clarice Lispector e em 1987, era a vez de Carlos Drummond de Andrade nos deixar. Essas efemérides vão marcar a programação da 16ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo que acontecerá entre os dias 2 e 6 de outubro. Cancelada, com grande comoção da comunidade literária nacional, na sua última edição que era prevista para 2015, a Jornada volta à cena com uma nova curadora. A professora Fabiane Burlamaque (na foto ao lado) substituiu a também professora Tânia Rösing, que idealizou a Jornada em 1981. "Com essas homenagens, queremos mostrar que precisamos trabalhar na escola não só os autores convidados, mas também esses autores canônicos, como é o caso de Clarice, Suassuna e Drummond e autores que são muito caros para a Jornada, como é o caso de Scliar”, defendeu Fabiane. Em 1981, o escritor gaúcho foi um dos autores convidados da primeiríssima Jornada. Em evento acontecido na última terça-feira (21), em Porto Alegre, a nova curadora apresentou alguns destaques da programação. Entre os autores que já confirmaram presença estão Conceição Evaristo, Marina Colasanti, Affonso Romano de Sant´Anna, Laerte, Michel Laub, Julián Fuks, Daniel Kondo, Lúcia Hiratsuka, Heloísa Prieto e Ondjaki. O Prêmio Passo Fundo de Literatura – instituído e concedido pela Prefeitura de Passo Fundo e patrocinado pela rede de shopping centers e de supermercados gaúchos – está com o futuro incerto. Segundo a professora Fabiane, a prefeitura ainda estuda formas de manter a entrega do prêmio durante a Jornada, como acontece desde a sua primeira edição, em 1999. O concurso de contos Josué Guimarães, que homenageia um dos fundadores da Jornada e é organizado e mantido pela própria Jornada, está mantido. Clique no Leia Mais e veja outras novidades prometidas por Burlamaque.

É a ficção que sustenta o mundo. A boa ficção é que, a contragosto dos que pregam a não funcionalidade da arte, resolve os verdadeiros dilemas da humanidade. É ela que hoje impede que vivamos num mundo somente de radicais, onde qualquer tipo de sectarismo, em qualquer esfera tenha, sempre, quem combata, quem resista às radicalizações e às perigosas generalizações. A boa ficção salva o homem do horror em se acreditar em interpretações apressadas e que se apegam, exclusivamente, ao que seus olhos desejosos encontram. A sociedade é salva da idiota e da barbárie absoluta quando se lembra d´Os Irmãos Karamázov, Os demônios e muito de Crime e castigo, porque nesses romances incríveis de Dostoiévski nada é absolutamente horrível que não se encontre seu oposto, ou seja, a paz de espírito e a comunhão. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta coluna.

O escritor brasileiro Marco Guimarães será destaque no Salão do Livro de Paris, que acontece de hoje (23) a 26 de março. Marco fará uma apresentação, nesta sexta-feira (24), às 17h20, sobre o Realismo Fantástico na Literatura Brasileira mediada pela escritora Mazé Chotil. O escritor, que domina esse gênero em seus livros, tem obras publicadas no Brasil, Angola e Croácia. Em O estranho espelho do Quartier Latin (Atlântica), seu quarto romance, lançado no Brasil em 2016, o autor, que foi finalista do extinto Portugal Telecom em 2012, passeia pelo universo do fantástico ao contar a história de um jornalista que tem a vida avaliada por três imagens em um espelho antigo.

Os 100 anos da Revolução Russa serão destrinchados por importantes nomes das ciências humanas no Seminário Internacional 1917: o ano que abalou o mundo, que a editora Boitempo e o Sesc São Paulo realizam em setembro deste ano. O evento reunirá mais de 30 conferencistas, nacionais e estrangeiros, durante quatro dias de cursos, palestras, debates, filme e lançamentos de livros. Como aquecimento para o seminário internacional, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc (Rua Dr. Plínio Barreto, 285, 4º andar – São Paulo / SP) realizará um ciclo de palestras entre fevereiro e setembro que tem por objetivo introduzir aspectos históricos, sociais, políticos, culturais e artísticos sobre a Revolução Soviética. A próxima palestra acontece hoje (23), das 19h30 às 21h30. A greve geral de 1917 em São Paulo e a conjuntura insurrecional global apresenta os elementos de tradição e inovação da greve geral de 1917 em São Paulo, à luz do contexto internacional da época. O encontro será mediado pelo professor de história contemporânea da UNIFESP, Luigi Biondi.

No próximo domingo (26), das 15hàs 17h, a Biblioteca Parque Villa-Lobos (Av. Professor Fonseca Rodrigues, 2001, Alto de Pinheiros – São Paulo / SP) realiza o bate-papo literário: Diversidade na Literatura Nacional. O objetivo é trocar ideias, conhecer novos autores e discutir sobre obras que fogem do senso comum. O encontro é organizado por Thiago Assoni, autor dos livros Crazy Mary (Aped, 2012) e Bolhas de sabão (Tribo das Letras, 2016). Para participar é necessário retirar senha com 30 minutos de antecedência.

Está em cartaz no hall térreo da Biblioteca Pública do Paraná (Rua Cândido Lopes, 133, Centro - Curitiba / PR) a mostra Retrato de um Artista, que reúne ilustrações publicadas no jornal literário Cândido, editado pela instituição desde 2011. São 30 desenhos de escritores consagrados da literatura nacional e mundial, produzidos por 20 ilustradores brasileiros de destaque na imprensa e no mercado editorial. Os trabalhos também foram compilados em um livro, editado pelo selo Biblioteca Paraná, da Secretaria de Estado da Cultura. A exposição faz parte da programação especial dos 160 anos da BPP e tem visitação aberta até o dia 12 de maio. Retrato de um Artista resgata trabalhos produzidos originalmente para uma seção homônima do jornal Cândido, em que ilustradores desenhavam escritores com total liberdade, a partir de sua leitura particular. Estão representados no livro e na mostra autores como Miguel de Cervantes, Ernest Hemingway, Dalton Trevisan, Hilda Hilst e J. D. Salinger, entre outros. O horário de visitação é de segunda a sexta, das 8h30 às 20h, e aos sábados, das 8h30 às 13h.

A Livraria NoveSete (Rua França Pinto, 97, Vila Mariana – São Paulo / SP) realiza neste sábado (25), a partir das 15h, o evento de lançamento de três obras da Editora InVerso: Te conto que me contaram, de Gloria Kirinus, com ilustrações de Fernando Cardoso; Aquele garoto e as gemas da virtude, de Marcel Nilo, e Bonezinho verde, de Nina Barreto, com ilustrações de Marcelo Rufato. O evento terá ainda, às 16h, uma contação de histórias com Gloria Kirinus. A atividade é gratuita e acontecerá no Galpão de Eventos da Livraria.

A série Figuras, do teórico literário Gérard Genette, tornou-se referencial desde o início de sua publicação na França, em 1966. Junto a autores como Roland Barthes e Tzvetan Todorov, Genette foi responsável por ajudar a moldar uma ciência da narrativa e uma crítica literária nas bases do estruturalismo. Em sua abordagem, Genette investiga as maneiras como as diferentes partes do texto literário interagem, identificando e analisando-as. Desta forma, Genette busca os elementos que diferenciam um texto literário de um não-literário, ilumina os métodos pelos quais um texto literário causa seus efeitos e volta suas atenções também para a dimensão performativa da “instância narrativa” e do ato de narrar. Os estudos que compõem o terceiro volume da série, Figuras III (Estação Liberdade, 360 pp, R$ 49 – Trad.: Ana Alencar) se articulam em uma sequência rigorosa: Crítica e poética, Poética e história, A retórica restrita (ou metáfora e metonímia), Metonímia em Proust (ou o nascimento da narrativa), e, por fim, Discurso da narrativa (por uma tecnologia do discurso narrativo), que é um ensaio de método “aplicado” a Em busca do tempo perdido.

Depois da aclamada trilogia biográfica de Getúlio Vargas, Lira Neto se lançou ao desafio de contar a história do samba urbano. Em sua nova empreitada, o escritor cearense pretende retraçar, com sua verve narrativa singular, o percurso completo desse ritmo sincopado que é um dos sinônimos da brasilidade. Em virtude da riqueza e da amplitude do material compilado, recheado de documentos inéditos e registros fotográficos, o projeto será desdobrado em três volumes — neste primeiro, Uma história do Samba – as origens (Companhia das Letras, 368 pp, R$ 64,90) Lira leva o leitor das origens do samba até o desfile inicial das escolas de samba no Rio. O samba carioca nasceu no início do século XX a partir da gradativa adaptação do samba rural do Recôncavo baiano ao ambiente urbano da então capital federal. Descendente das batidas afro-brasileiras, mas igualmente devedor da polca dançante, o gênero encontrou terreno fértil nos festejos do Carnaval de rua. Nas décadas de 1920 e 1930, com o aprimoramento do mercado fonográfico e da radiodifusão, consolidou seu duradouro sucesso popular, simbolizado pelo surgimento das primeiras estrelas do gênero e pela fundação das escolas de samba.

O jornalista e escritor Thomas Harding mergulha novamente nas memórias de sua família durante a Segunda Guerra Mundial em A casa no lago (Anfiteatro / Rocco, 408 pp, R$ 39,50). Finalista de prêmios de prestígio como o Costa Biography Award e o Orwell Prize e aclamado por veículos como Time e Spectator, entre outros, o livro conta a história de uma antiga casa de campo nos arredores de Berlim que é também uma reveladora história da Alemanha durante um século conflituoso. A aconchegante casa às margens de um lago onde os avós do autor viveram dias de alegria e afeto em família teve que ser abandonada nos anos 1930, quando os nazistas chegaram ao poder, sobreviveu a incêndios e tempestades, abrigou cinco famílias que ali buscaram refúgio nos anos seguintes, testemunhou traições e assassinatos, resistiu ao trauma de uma guerra mundial e à divisão de uma nação. Prestes a ser demolida, a casa no lago é revisitada por Harding neste livro minucioso e emocionante.

O século XX abrigou guerras de proporções nunca antes vistas na Terra e gerou embates que reverberam até hoje. Para refletir sobre os efeitos de tantos acontecimentos, Martin Gilbert, um dos principais historiadores mundiais, analisa, ano a ano, os eventos mais importantes no livro A história do século XX (Crítica / Planeta, 856 pp, R$ 99,90). O livro aborda desde o despontar da aviação até o florescimento da era tecnológica; da Primeira Guerra Mundial à posse de Hitler como chanceler da Alemanha; das guerras na Bósnia, China, Coreia, Etiópia, Espanha e Vietnã ao apartheid na África do Sul; da corrida armamentista à aterrissagem na Lua. Didaticamente, o autor vai da Revolução Húngara aos confrontos entre israelenses e palestinos; do colapso do comunismo no leste europeu à dissolução da União Soviética. Gilbert mantém uma característica já conhecida por seus leitores, intercalando influências de arte, literatura, música e religião aos fatos históricos.