Desde o início de fevereiro, a Livraria República encontrava-se com as portas fechadas no hall dos elevadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Não que isso fizesse muita diferença, uma vez que a última aula realizada na tradicional universidade fluminense aconteceu no dia 22/12. O motivo das aulas não voltarem: a total falência do Estado do Rio de Janeiro, que não tem repassado os recursos devidos à universidade, causando a suspensão de serviços básicos e o não pagamento de salários e bolsas. Já a Livraria República estava fechada, segundo um cartaz colado no local, devido a uma dedetização e descupinização. Mas, passado o Carnaval, descobriu-se que os cupins eram outros – e que habitavam muito mais perto do Palácio da Guanabara do que se imaginava ­– e, ainda mais triste, que a livraria nunca mais abriria as suas portas. Em um comunicado em forma de artigo enviado ao PublishNews, Glaucio Pereira, proprietário da Livraria República, comentou as causas do seu fechamento. “A Livraria República não quebrou em função de má gerência, de crise econômica, de irregularidades no mercado livreiro, de concorrência das novas mídias ou das máquinas de fotocópias em cada um dos dez andares da UERJ – ela quebrou pela incompetência do governo [estadual] que agora se afunda na crise e leva inocentes junto”, explicou o livreiro. Clique no Leia Mais para entender como a crise fluminense levou à falência a livraria do Campus da UERJ.

Em artigo para o PublishNews, Luiz Machanoscki, ou Jesus, como preferir, defende os livreiros e faz uma critica poetizada sobre o mercado editorial. "Prazos cáusticos de recall, didáticos malucos, promoções na ponta do lápis do dia para a noite… e corre para fazer embrulho! Se o leitor não sabe dessas questões – não que seja obrigado a saber, como consumidor –, não fique bravo ao saber que o seu atendente não leu as centenas de romances lançados na semana nem pintou os milhares livros que invadiram as lojas em 2015. Vejo muita crítica aos profissionais da área, sejam eles compradores, promotores, vendedores ou gente do SAC. Todo trabalho tem percalços e se calca no sucesso financeiro. São muitas coisas a melhorar e acho que por isso hoje estou contratado. Percebo muita paixão e criatividade para fazer o livro acontecer". Clique no Leia Mais para ter acesso à íntegra desse artigo.

A Disal Distribuidora acaba de inaugurar uma loja em São Caetano do Sul, a segunda no ABC Paulista. A empresa, que completa cinco décadas em 2017, já contava com um espaço de vendas em Santo André, reforçando que a região é importante para seu plano de crescimento. Na nova unidade, estarão disponíveis os lançamentos e títulos mais vendidos, entre livros técnicos, científicos e materiais didáticos para o ensino de idiomas. A loja também poderá receber eventos, cursos e workshops dentro de um programa institucional chamado Disal Tours, que capacita e atualiza gratuitamente professores de inglês e espanhol. Com este perfil, o público alvo são escolas, centros de estudo, professores autônomos, estudantes e autodidatas. Com este novo ponto em São Caetano e o de Campinas, que deve ser inaugurado em março, a Disal soma 18 lojas espalhadas pelo Estado de São Paulo e por capitais importantes como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Porto Alegre.

Estão abertas as inscrições para o curso Como divulgar seu livro na mídia: curso de assessoria de imprensa para escritores e editores. Direcionado para escritores estreantes e pequenos editores, o curso visa oferecer os conhecimentos necessários para uma importante etapa da cadeia produtiva do livro: a divulgação na imprensa. As aulas mostrarão como produzir material de divulgação para a imprensa (jornal, revista, rádio, TV, blogs e sites) e as estratégias de comunicação específicas para a divulgação de livros e escritores. Além de apresentar as tapas da divulgação, as técnicas e os recursos necessários para agregar valor ao nome do autor e ao de sua obra. O curso acontece em duas turmas, uma começando no dia 27 de março, com aulas das 19h às 21h30, ou o módulo intensivo que começa no dia 8 de abril, das 9h às 16h. O curso acontece no Espaço Metamorfose (Av. Getúlio Vargas, 1691, Menino Deus - Porto Alegre / RS). O investimento é de R$ 210 ou duas parcelas de R$ 105.

A Universidade do Livro (Praça da Sé, 108, Centro - São Paulo / SP) realiza mais uma vez o curso Gramática para preparadores e revisores de texto. O curso visa discutir os problemas gramaticais mais frequentes na produção, preparação e revisão de textos editoriais de ficção e não ficção e solucioná-los de acordo com a norma, o contexto e o manual de estilo adotado pelas editoras. Ao longo das aulas, a editora executiva Ibraíma Dafonte Tavares discute as etapas da produção editorial, texto e contexto abordando os problemas de comunicação e os níveis de intervenção editorial. Também levanta questões de linguagem, como coesão e coerência, usos especiais do verbo, a formação do imperativo, o emprego do subjuntivo, a flexão do infinitivo pessoal, pronomes retos e oblíquos no português do Brasil, regência verbal e uso dos artigos. Aborda ainda as dúvidas frequentes sobre o emprego dos "porquês", os clichês e outras questões de linguagem.O curso acontece do dia 21 a 24 de março, das 18h30 às 21h30. O investimento é de R$ 499.

Conhecido por suas obras de literatura infantojuvenil, Pedro Bandeira lança o livro infantil A flecha traiçoeira (Moderna). A obra ensina às crianças a partir do sete anos, a questão da tolerância e da diferença por meio de um enredo bem brasileiro. Pedro Bandeira estudou ciências sociais na USP (Universidade de São Paulo), foi professor, ator, diretor, cenógrafo, redator e editor. Em 1972, começou a escrever histórias para crianças vendidas em bancas. O primeiro livro, O dinossauro que fazia au-au, é de 1983. De lá para cá, o autor já lançou mais de 100 títulos que venderam, juntos, 30 milhões de exemplares. Desde 2009, a Editora Moderna passou a deter exclusividade sobre os títulos do autor. A partir daí, nasceu a Biblioteca Pedro Bandeira, projeto que vem reeditando as obras do escritor e lança, com exclusividade, seus enredos inéditos.

Para manter a tradição de encontros com autores portugueses, o Festival Literário de Poços de Caldas, o Flipoços, recebe neste ano o romancista, Afonso Cruz. Pela primeira vez no encontro, ele pretende falar dos dois livros mais recentes O pintor debaixo do lava-loiças e Flores, este último vencedor do Prêmio Literário Fernando Namora, em Portugal. A mesa do escritor acontece no dia 30 de abril às 17h30 no Espaço Cultural da Urca (Praça Getúlio Vargas, s/n, Centro - Poços de Caldas / MG). A vinda do escritor se dá por meio de uma parceria entre o Flipoços e o Instituto Camões. Ao encontro do tema central do festival Minha vida é um romance – Policial, drama, suspense ou aventura? Qual é o seu?, Afonso Cruz pretende abordar as tramas de seus escritos, que contam histórias como a de um pintor judeu foragido do nazismo e a de um homem que perdeu as memórias afetivas e conta com um vizinho para ajudá-lo a recuperá-las, embrenhando-se em facetas do passado, fazendo também um contraponto entre o período português anterior e posterior à Revolução dos Cravos. “Pretendo [no Flipoços] partilhar um pouco do que faço, do que escrevo, cruzar-me com outros autores, perceber onde nos tocamos, bem como o que nos distancia”, disse o escritor.

Sabendo que por ano, no Brasil, são lançados cerca de sete mil livros voltados para o público infantil, a Mestre em educação Denise Guilherme e sua equipe criaram A Taba, empresa especializada em curadoria de livros infantis e juvenis. O projeto consiste numa equipe de especialistas que lê, seleciona e resenha livros, indicando-os por tipo de leitor, de leitura e de experiência leitora. A Taba oferece também um serviço de assinatura de livros infantis, o Clube de Leitores A Taba, que tem uma proposta de curadoria com foco na formação de leitores, eles procuram os melhores títulos disponíveis no mercado, variando autores, gêneros, projetos gráficos e editoras. Além disso, o site é cheio de conteúdos sobre leitura e formação de leitores. Para quem quiser acompanhar, A Taba realiza ainda bate-papos com especialistas em leitura, rodas de leitura e uma agenda mensal de eventos que envolvem livros, leitura e formação de leitores.

Os cartunistas Laerte e Luiz Gê são os próximos convidados da série Encontro com os escritores, iniciativa da Universidade do Livro (Praça da Sé, 108, 7º andar – São Paulo / SP). No evento que acontece no dia 30 de março, das 19h às 21h, os autores falam sobre suas carreiras, seus personagens e seus processos criativos, com mediação de Gual, criador e organizador do troféu HQMIX. A série Encontro com os escritores consiste em um ciclo de conversas com autores renomados nos mais diversos segmentos, de romancistas e poetas a quadrinistas, biógrafos e divulgadores científicos. Os encontros anteriores foram com Luis Fernando Verissimo, Milton Hatoum e Laurentino Gomes. O investimento é de R$ 60.

Tendo como referência o livro As cidades invisíveis, de Ítalo Calvino, a Fundação Ema Klabin (Rua Portugal, 43, Jardim Europa, São Paulo / SP) realiza, a Oficina de Escrita Criativa - Histórias de Bolso, ministrada pela artista Paloma Durante. A oficina propõe uma experiência de escrita por meio da construção narrativa. “Como se fosse uma investigação arqueológica, pensaremos nas relações e dinâmicas dos espaços de uma cidade como São Paulo. Pesquisaremos in loco os materiais para a construção dessa escrita, por meio do estudo de formas e possibilidades de narração que caibam no bolso. O desafio será dar conta de narrar a rapidez e a densidade do espaço urbano”, explica a artista. Serão nove encontros, sempre às quartas-feiras, de 22 de março a 17 de maio, das 15h às 17h30. O investimento é de R$ 200 e as inscrições podem ser feitas clicando aqui.

O jornalista Fábio Zanini estará logo mais, às 19h30, na Livraria da Vila da Lorena (Al. Lorena 1731 - São Paulo / SP) autografando seu novo livro Euforia e fracasso do Brasil grande – Política externa e multinacionais brasileiras da era Lula (Editora Contexto, 224 pp, R$ 39,90). Movido pelo ímpeto de analisar a maneira como o Brasil procura se inserir no cenário internacional, Fabio Zanini conta a história de euforia e fracasso envolvendo as iniciativas de tentativa de poder no exterior do então presidente Lula.

As referências à cartografia desafiam a ideia do tentar situar-se ou expandir-se. Mapas são um território híbrido da palavra e da imagem. Um mapa não é um objeto científico, é projeção artística, quanto mais científica a intenção do mapa, maior o engano - provocado por ele. Em W (Global Editora, 144 pp, R$ 39), Roger Mello, artista renomado e premiado, faz o leitor embarcar numa jornada embebida por cheiros, cores e inquietudes, num ritmo em que as ações e intenções das personagens são apresentadas num fluxo de consciência. Ao fazer com que os mistérios surjam e sejam captados aos poucos, o escritor tece lentamente sua trama, deixando para os leitores o desafio de buscar as vozes e as pistas ocultas, indizíveis, clandestinas. Neste livro, Roger Mello traz movimento cíclico formado por espera, contato e alumbramento, tão característico dos romances que se tornam perenes na literatura.

Prometida (Verus / Record, 476 pp, R$ 37,90), livro de Carina Rissi, conta a história de Elisa e Lucas. Entre visitas animadas e trocas de cartas, a amizade transformou-se naturalmente em um interesse velado. No baile do 17° aniversário da jovem Clarke, o casal se beija. A cena seria comum se não tivesse acontecido em pleno século XIX, com o agravante de ter sido presenciada por Ian, irmão de Elisa. E, claro, uma donzela não pode ser desonrada publicamente. Pensando na reputação da irmã perante a sociedade da época, Ian força um noivado. Agora prometida, Elisa só gostaria de esquecer tudo o que aconteceu. Certa de que o noivo a despreza, tanto que preferiu viajar para a Europa a fim de aperfeiçoar seus estudos na Medicina, Elisa torce para que o Atlântico permaneça distanciando os dois. Mas Lucas está a caminho do Brasil para cumprir sua promessa de casamento. Destinados a ficar juntos, mas separados por seus corações, eles se envolverão em uma sinuosa dança marcada por segredos, mágoas do passado, intrigas e uma arrebatadora paixão que colocará em perigo não apenas seus sentimentos, mas a vida de ambos.

Um velho docente de matemática, uma empregada doméstica e o pequeno filho de dez anos desta formam a trinca protagonista de A fórmula preferida do Professor (Estação Liberdade, 232 pp, R$ 43 – Trad.: Shintaro Hayashi), romance que fez decolar a carreira internacional da japonesa Yoko Ogawa. A ampla repercussão desencadeada pelo livro é compreensível: a desconstrução do viés amedrontador e academicista da matemática, odiada por tantos estudantes, pelo olhar afetivo de quem trafega pelo universo das fórmulas e dos números com o mesmo entusiasmo de uma criança num parque de diversões. Trata-se do personagem nomeado simplesmente como Professor, um velho idiossincrático que, em função de um peculiar problema de memória, vive recluso em casa, dedicando a maior parte do tempo a resolver desafios matemáticos propostos por revistas especializadas. Por ser um sujeito de trato difícil, nenhuma empregada contratada para limpar a casa e preparar suas refeições perdura no serviço por muito tempo. Ao conhecer o filho de uma delas, um perspicaz garotinho de dez anos de idade, o Professor irá revelar que, tanto quanto pela matemática, ele também é capaz de nutrir outra paixão incondicional: por crianças.