Entrada franca. Corredor para organizar a entrada das multidões. Mulheres de um lado, homens de outro. Ansiedade sob o sol úmido de Belém, implacável, demolidor, grudento. Mochilas devidamente revistadas, corpos apalpados, detector de metais e, finalmente, sua majestade o leitor consegue desfrutar do ar condicionado do Hangar, como é conhecido o Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, onde aconteceu a XX Feira Pan-Amazônica do Livro entre 27/05 e 05/06. Trata-se, aliás, de um notável projeto arquitetônico da equipe que tem a frente Paulo Chaves, atual Secretário de Cultura do Estado do Pará. É assim que Bernardo Gurbanov descreve o grande evento belenense do livro, o qual elogia com o coração sem deixar de criticar suas falhas com a mente. E o PublishNews tem estado tão satisfeito com os textos deste argentino mais brasileiro que o Fernando Meligeni, que resolvemos criar uma coluna para publicar seus textos. Clique no Leia Mais para ler todas as impressões de Gurbanov no maior evento literário da Amazônia.

No catálogo da Faro Editorial, Rodrigo de Oliveira fez bonito com a série de suspense Crônicas dos mortos, que transportou para cenários bem brasileiros as histórias de zumbis, tradicionalmente ambientadas no exterior. Agora, acreditando no potencial desse tipo de livros, a editora de Pedro Almeida acaba de fechar contrato para publicação de mais três obras de terror e de suspense. A primeira novidade vem do exterior. Do novato Matthew Fitzsimmons, a Faro prepara para 2017 o livro The short drop. Lançado nos EUA em dezembro do ano passado, o título foi eleito como livro do mês da Amazon americana e já esteve no topo das listas de mais vendidos de terror. A outra aquisição foi de um brasileiro: Marcus Vinicius Barcelos (foto), autor de Horror na Colina de Darrington, que já teve quase um milhão de leituras em menos de um ano no Wattpad e já foi editado em papel pelo selo Novos Talentos da Novo Século. Para a edição, que sai até o fim do ano, a Faro prepara nova capa e projeto gráfico e o livro vem com extras e ilustrações exclusivas feitas por Thomaz Magno. A editora anunciou ainda que adquiriu os direitos da continuação de Horror na Colina de Darrington, previsto para 2017. Clique no "Leia Mais" pra saber como a editora chegou até o autor.

O Grupo Livrarias Curitiba acaba de abrir sua primeira loja em Foz do Iguaçu, no Shopping Catuaí Palladium. A unidade – 26ª da rede – tem 600 metros quadrados e gera 30 empregos diretos. Entre as negociações do espaço, instalações e acervo foram investidos R$ 3 milhões. O mix de produtos tem cerca de 100 mil itens entre livros, CDs, DVDs, games, blu-ray, material de papelaria, informática, eletrônicos e presentes. Ao mesmo tempo, é um ponto de encontro com espaço infantil e tem um espaço destinado à eventos culturais gratuitos. Dentro do novo conceito de loja, o local agrega nichos de produtos, formato que privilegia todos os departamentos, mesas de leituras com poltronas e abajures criando espaços de conforto para oferecer um ambiente intimista e show cases – pequenas torres internas com luz especial que destaca os produtos de maior valor dentro de suas áreas.

A Companhia das Letras está realizando um concurso com as livrarias de todo o país que irá premiar a loja que fizer a melhor vitrine com o livro Tá todo mundo mal (Companhia das Letras, R$29,90, 200pp.), da youtuber Jout Jout. A loja vencedora, que será escolhida por uma comissão julgadora, receberá um evento com a autora. Para participar, basta fazer inscrição no site e mandar fotos da vitrine. Tá todo mundo mal foi lançado há duas semanas e já figura em 6º lugar na lista de mais vendidos do PublishNews.

O escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo acaba de enveredar pelo universo digital com o lançamento, na rede, de O sétimo gato, seu primeiro livro para a primeira infância, e exclusivo para celulares. A obra, ilustrada pelo paranaense Wilian Santiago, utiliza o recém-lançado Facebook Canvas, formato de anúncio full-screen interativo para smartphones que permite aos pais, a partir de suas timelines na rede social, ler as histórias com sons e animações para seus filhos. O sétimo gato é o segundo da série que foi lançada em abril com O menino e o foguete, de Marcelo Rubens Paiva, ilustrado por Alexandre Rampazo. Os títulos fazem parte da coleção Livros na Timeline, do programa Itaú Criança da Fundação Itaú Social, que acaba de ganhar dois prêmios na quinta edição do Facebook Awards América Latina, nas categorias “Melhor uso da plataforma” e “Inovação”, e concorre, agora, na seleção global que acontece em Nova York neste mês de junho.

Esta semana, o livro O mundo de Sofia (R$ 54,90, 568pp. - Trad.: Leonardo Pinto Silva), lançado em 1991, comemora 25 anos. Na época, a obra do norueguês Jostein Gaarder enfrentou o olhar cético dos críticos por seu tema "pesado demais para jovens leitores", mas acabou vendendo mais de 50 milhões de exemplares em mais de 60 idiomas, sendo mais de um milhão no Brasil. Coincidentemente, como se quisesse comemorar a data, a Companhia das Letras acaba de assinar o contrato de publicação do mais recente livro de Gaarder. Trata-se do romance para adultos Dukkeføreren, que poderia ser traduzido como "Marionetista". Este será o 18º livro do escandinavo publicado no Brasil, todos pela Companhia. Os direitos foram negociados pela Vikings of Brazil em cooperação com a Aschehoug Agency.

Seguem abertas até o dia 20 de junho as inscrições para o prêmio Oceanos, realizado em parceria com o Itaú Cultural e criado com o objetivo de promover um intercâmbio literário entre as produções de língua portuguesa. Em sua 2ª edição, a premiação vai selecionar as melhores obras de escritores lusófonos publicadas em primeira edição no Brasil em 2015. O primeiro colocado será contemplado com 100 mil reais, o segundo, com 60 mil reais, o terceiro lugar com 40 mil reais e o quarto contemplado, com 30 mil reais. Para mais informações, acesse o site da premiação aqui.

Um ciclo de debates sobre o segmento de livros nacionais será realizado nos dias 4 e 22 de julho, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). A iniciativa é do selo editorial Lima Barreto (SELB). O evento Mercado editorial: inserção, atuação e análise é voltado principalmente para alunos de Letras, mas também a interessados em ingressar e atuar no setor. As inscrições são gratuitas e estão abertas. Entre os temas que serão tratados ao longo do ciclo estão autopublicação, construção de carreira literária, política do livro no país, edição de texto e produção editorial, design gráfico, atuação de editoras comerciais e independentes, livros digitais, tradução, blogueiros e booktubers, transmídia para mercado editorial e literatura marginal. Para mais informações sobre a programação e os horários dos debates, clique aqui.

A Fundação Dorina Nowill para Cegos, em comemoração aos seus 70 anos, realiza nesta sexta-feira (17) o Seminário de Educação Inclusiva: Avanços e Possibilidades. Além de discutir o papel das escolas, família, pessoa com deficiência, governo e instituições nos caminhos futuros da educação inclusiva, os participantes terão informações atualizadas sobre a realidade do tema no Beasil. Ika Fleury, presidente do Conselho da instituição, abre o encontro e promove um debate com convidados sobre a importância da educação inclusiva no país. A programação acontece no auditório da Federação das Indústrias do Estado de SP (Fiesp) (Avenida Paulista, 1313, São Paulo /SP), das 8h às 18h, com investimento de R$ 60. As inscrições podem ser feitas aqui.

Depois de passar por Belo Horizonte, o projeto Literaturas do Centro Cultural Banco o Brasil chega a São Paulo (Rua Álvares Penteado, 112, Centro). Numa série de sete oficinas literárias seguidas de debate, o ciclo reúne os novos nomes da literatura brasileira contemporânea. O encontro na capital paulista está marcado para o dia 27 de junho, a partir das 16h30, e terá participação do escritor João Paulo Cuenca. O debate terá mediação do jornalista Manuel da Costa Pinto e terá a presença do ator Ariclenes Barroso, que lerá trechos de obras de Cuenca. As oficinas literárias são gratuitas e os interessados devem se inscrever através do email texto@textointermidia.com.br. No corpo do e-mail devem constar o nome completo do interessado, idade, ocupação, R.G. e, em anexo, currículo de no máximo 20 linhas e carta de intenção, defendendo sua participação na oficina, com até 20 linhas. A programação tem entrada franca.

A Casa das Rosas (Av. Paulista, 37, Bela Vista, São Paulo / SP) realiza nos dias 6, 13, 20 e 27 de julho a oficina para Guias, Agentes e Estudantes de Turismo - As caras da Casa. O objetivo é mostrar como os diferentes setores da Casa desenvolvem suas atividades, como trabalhar a literatura e poesia, e contemplar e problematizar o patrimônio histórico-arquitetônico. Os encontros acontecerão às 19h30. As inscrições podem ser realizadas através do e-mail educativo@casadasrosas.org.br ou presencialmente na recepção da Casa a partir de 15 de junho.

Nesta quinta-feira (16), às 16h, o Centro Universitário Maria Antonia (Rua Maria Antonia, 258 / 294, Vila Buarque, São Paulo / SP) realiza a palestra Shakespeare, um clássico entre nós, da série Ensaios Abertos, com John Milton. O convidado vai abordar o complexo mundo “shakespeariano” a partir de cinco adaptações de Othello, mostrando as maneiras nas quais os temas centrais de sua produção foram mantidos ou não. As palestras da série reúnem intelectuais e artistas para apresentar ao público trabalhos que introduziram visões singulares em seus campos de atuação e para discutir a pertinência e os desdobramentos de suas contribuições. Para participar, confirme sua presença aqui. A entrada é franca.

A Vestígio, editora do Grupo Autêntica, segue apostando na publicação de livros ligados a grandes obras do cinema. O objetivo da editora é ampliar o catálogo, reconhecido por oferecer literatura policial de qualidade com autores europeus reconhecidos por romances dos gêneros thriller, scandi crime e suspense histórico. Agora, os títulos Vertigo – Um corpo que cai (Vestígio / Autêntica; 192 pp.; R$ 44,90 – Trad.: Fernando Scheibe), de Pierre Bouileau e Thomas Narcejac, e A dama oculta (Vestígio / Autêntica; 272 pp.; R$ 44,90 – Trad.: Rogério Bettoni), de Ethel Lina White, inauguram a Coleção Hitchcock, que traz edições em capa dura e acabamento de luxo das obras que deram origem aos consagrados filmes de Alfred Hitchcock.

Coleção de ficções 1 (Numa Editora; 144 pp; R$30 - Trad.: Ismar Tirelli Neto) trazem as histórias que fazem parte do primeiro livro de Gordon Lish. Conhecido por seu trabalho como editor de alguns dos ícones da vanguarda literária dos EUA, como Raymond Carver e Barry Hannah, a publicação reúne seus quatro livros de contos, revistos por ele próprio. A coleção apresenta os textos de What I know so far, publicado em 1984, do qual fazem parte os dois contos que envolveram Lish em polêmicas com o escritor J.D. Salinger. Entre eles, Para Rupert – sem promessas, uma paródia do conto de Para Esmé – com amor e sordidez, do próprio Salinger. O texto foi escrito em forma de uma carta na qual o pai de Salinger pede para ele manter contato. O estilo e a menção ao conto fizeram parecer que Salinger, que não publicava nada há dez anos, retornava com um novo texto. A polêmica fez as vendas da revista Esquire chegarem ao seu ápice e irritou o recluso autor de O apanhador no campo de centeio. O conto de Lish foi o ganhador do Henry Award de 1984.

Em Maestra (Fábrica23 / Rocco; 320 pp.; : R$ 34,50 – Trad. Júlio De Andrade Filho), L.S. Hilton mostra que o mundo da arte não se restringe a dinheiro e glamour. Os bastidores sujos, violentos e, acima de tudo, sensuais das grandes galerias da Europa são o centro da trama. A história é guiada por Judith Rashleigh, que leva uma vida dupla. Das 08h às 17h, se dedica a uma carreira aparentemente promissora – mas, na realidade, um bocado frustrante – como assistente em uma das mais elitizadas lojas de arte do planeta, em Londres. Em paralelo, nas noites de quinta e sexta, trabalha na boate Gstaad, onde sua função é seduzir os clientes até convencê-los a consumir o máximo de champanhe superfaturado que forem capazes. Mas essa rotina vira de ponta-cabeça quando Judith é demitida de seu emprego diurno ao sugerir, com conhecimento de causa, que uma obra recém-adquirida pela casa de leilões – aparentemente um George Stubbs, um dos mais rentáveis pintores ingleses do século XVIII – seria falsa.

Nova York, 1976. O sonho hippie acabou e dos escombros surge uma nova cultura urbana. Saem as mensagens de paz e amor e as camisetas tingidas, entram as guitarras desafinadas, os acordes raivosos e os coturnos caindo aos pedaços. Por toda a cidade brotam galerias de arte e casas de show esfumaçadas. É nesse cenário que Garth Risk Hallberg situa Cidade em chamas (Companhia das Letras; 1048 pp.; R$ 69,90; e-book 39,90 – Trad.: Caetano Waldrigues Galindo). Na trama, Regan e William são irmãos e herdeiros de uma grande fortuna. Ela, uma legítima Hamilton-Sweeney e eternamente preocupada com o futuro da família, vê seu casamento desmoronar em meio às infidelidades do marido. Ele, a ovelha negra, fundador de uma mitológica banda punk, artista plástico recluso e figura lendária das artes nova-iorquinas. Ao redor dos dois gira uma constelação

Nova York é vista como a "terra das oportunidades". Moderna e cosmopolita, a cidade reúne pessoas de diferentes culturas e funciona como o maior centro de negócios do mundo. Mas, por trás do sonho americano, há desigualdade e desamparo. É o que mostram os textos do livro Histórias de duas cidades (Bertrand Brasil; 320 pp.; R$ 59,90 – Trad.: Paulo Afonso). Organizada pelo escritor e crítico literário John Freeman, a obra reúne contos, crônicas, memórias, relatos, um poema, reportagens e ensaios que destacam as tensões existentes hoje em Nova York e convidam à reflexão aprofundada do tema. Ao todo, 27 autores colaboraram com a obra. Entre eles estão Teju Cole, que redescobre pequenas e singulares notícias em jornais de 1912; e Junot Díaz, com as lembranças de sua infância de imigrante em uma vizinhança pobre de Nova Jersey.