Depois de 25 anos à frente da Edusp, o professor Plínio Martins Filho deixa a casa. Em carta (que pode ser lida clicando aqu), Plínio agradece aos seus colaboradores e ressalta os feitos que levaram a Edusp a ser “uma editora consolidada, produtiva e reconhecida no Brasil e no mundo”. Ao PublishNews, a Edusp informou, via assessoria de imprensa, que ainda não foi definido o sucessor de Plínio. Nesse período de transição, a professora Valéria De Marco, do Departamento de Letras Modernas e membro da Comissão Editorial da Edusp, está respondendo temporariamente pelo expediente. Está marcada para tarde desta segunda-feira (07) uma reunião da comissão editorial em que o assunto deverá ser debatido, no entanto, a assessoria de imprensa da editora ressaltou que a decisão e nomeação de novo diretor-presidente é uma prerrogativa do reitor.

A autora norte-americana Mindy McGinnis será traduzida no Brasil pela primeira vez. Seu terceiro romance, Madness so discreet, teve os direitos de publicação no país comprados pela V&R. O livro conta a história de Grace Mae, uma mulher que é enviada para um asilo por sua família e lá conhece um médico estudioso de psicologia criminal. Juntos, em algumas noites, irão ter conversas com um assassino, que trará de volta os maiores fantasmas que a assombraram no passado.

A Panini lançou a coleção de minilivros Star Wars Jedi Master, reunindo informações sobre os sete episódios da saga cinematográfica e acompanhados de miniaturas Abatons (com cerca de 3 cm e que reproduzem as feições dos personagens). Ao todo, são nove minilivros de cada episódio, totalizando 63 volumes com informações sobre os filmes, os personagens, curiosidades, dados dos planetas, naves, seres, guerras, lordes Sith e cavaleiros e mestres Jedi que fizeram história pela galáxia. Os envelopes custam R$ 5,90, trazem um minilivro de 16 páginas e um Abaton grátis. Os Abatons, uma novidade no Brasil, possuem 60 modelos diferentes, sendo 40 coloridos e 20 especiais em dourado, transparente azul e transparente branco.

Se, no ano passado, os livros de colorir ajudaram a segurar as vendas do mercado editorial em um contexto de recessão no país, cortes nas compras governamentais e forte aumento de custos, a aposta das editoras para 2016 são as obras relacionadas ao universo de Minecraft. O jogo é um fenômeno mundial e foi o mais vendido no Brasil no ano passado. A Galera, selo jovem do Grupo Editorial Record, foi a primeira editora brasileira a investir em títulos baseados no jogo. A editora comprou os direitos da trilogia Uma aventura não oficial de Minecraft, de Mark Cheverton, antes mesmo da publicação nos EUA. O terceiro livro da série, Enfrentando o dragão, foi lançado em dezembro. Somados, os três livros venderam 160 mil exemplares. Entre as obras do gênero que chegam às livrarias neste ano está o recém-lançado Crônicas de Elementia: Missão Justiça, pela Rocco Jovens Leitores. É o primeiro volume de uma trilogia que o americano Sean Fay Wolfe começou a publicar de forma independente em 2013, aos 16 anos, e logo foi comprada pela gigante Harper Collins. Já a Sextante lançou cinco dos nove títulos da série Diário de um zumbi do Minecraft, da Herobrine Books.

A coluna Babel noticiou o fim a história do charmoso Festival da Mantiqueira, que, desde 2008, promove o encontro de escritores com os moradores de São Francisco Xavier. Isso, se nenhuma instituição privada abraçar a causa agora que a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo avaliou que o evento “cumpriu sua missão de lá disseminar o incentivo à leitura, assim como de fomentar o turismo cultural local”, de acordo com nota enviada à coluna. O dinheiro que seria destinado ao festival – este ano, a proposta orçamentária da Associação Paulista dos Amigos da Arte, que organizava o evento, era de R$ 300 mil – será dividido entre o Festival de Literatura Infantil de Monteiro Lobato e o Festival Literário de Iguape – que já garantiu R$ 116 mil no edital do Ministério da Cultura que apoia feiras literárias.

No dia 15 de fevereiro, o escritor americano Pat Conroy, 70 anos, desabafou no seu Facebook que estava com câncer no pâncreas, e que “pretendia lutar bravamente contra isso”. Na noite da última sexta-feira (4), no entanto, o autor não resistiu e morreu em decorrência de complicações da doença, em casa, em Beaufort, na Carolina do Sul. Ele já sofria de diabetes e pressão alta. “Um dos melhores presentes que você pode receber sendo um escritor é ter nascido numa família infeliz. Eu não poderia nascer numa melhor”, costumava dizer Conroy autor de O príncipe das marés, das suas obras mais conhecidas, romance que foi adaptado aos cinemas e indicado ao Oscar, em 1992, estrelado por Nick Nolte e Barbra Streisand. Não seria a primeira vez de Conroy concorrendo à estatueta: em 1979, o livro O grande Santini também foi adaptado para s telas, com Robert Duvall no papel do protagonista, um pai violento.

A Operação Aletheia, como ficou conhecida a 24ª fase da Operação Lava-Jato comandada pela Polícia Federal, cumpriu mandato de busca e apreensão na Editora Gol, no Rio de Janeiro, observou Mauricio Meireles em sua coluna Painel das Letras da Folha de S.Paulo do último sábado. Jonas Suassuna, alvo da operação Lava-Jato, é sócio da Gol e também do sítio de Atibaia, que está no centro das investigações. A Gol é dona da marca Nuvem de Livros, biblioteca digital que oferece serviço de subscrição de e-books.

Hoje, 7, às 19h, na Fnac Paulista (Av Paulista 901, Jardins, São Paulo/SP), um debate marca a abertura da exposição Vidas Refugiadas, que retrata a vida de mulheres refugiadas ou que pedem refúgio ao Brasil. O debate, aberto ao público, contará com as presenças do Secretário Nacional de Justiça, Beto Vasconcelos, o representante da Agência da ONU para Refugiados, Agni Castro Pita, a refugiada nigeriana Nkechinyere Jonathan e a realizadora do projeto, Gabriela Cunha Ferraz. O conjunto de fotografias feitas pelo fotógrafo Victor Moriyama mostra o cotidiano de oito mulheres de diferentes nacionalidades no Brasil. O sentimento de perda de seus laços sociais, a nostalgia e as incertezas experimentadas por estas mulheres evidenciam o não-pertencimento ao novo local. Em meio aos seus dilemas individuais, a exposição tem o intuito de auxiliar na integração das mulheres refugiadas no Brasil, possibilitando uma abertura de reconhecimento e empoderamento de seus papéis no contexto sociocultural. A exposição ficará aberta ao público durante todo o mês de março, com entrada gratuita.

Depois de contratar Thalita Rebouças, a Arqueiro, selo de ficção da Sextante que investia, até então apenas em autores estrangeiros, acertou com Samanta Holtz o lançamento, na Bienal de SP, do seu quarto romance, ainda sem título – os outros saíram pela Novo Século. A obra narra a busca de uma escritora pelo significado do amor, adianta a coluna Babel.

Acessar sites jornalísticos e redes sociais e ser impactado por notícias envolvendo atos de corrupção, de intolerância e de desrespeito tem sido algo recorrente. Diante disso, é aceitável se perguntar: será que estamos vivendo uma época de absoluta ausência de padrões básicos de moralidade? Esse questionamento é o mote da palestra que o professor da Unicamp Mauro Simões realizará na quarta-feira, dia 9, às 19h15, no auditório da Livraria da Vila do Shopping Pátio Batel (Avenida do Batel, 1868, Batel, Curitiba/PR). Durante a palestra, o professor fará uma análise das bases teóricas que fundamentam os debates éticos na atualidade. Na ocasião, será lançado do terceiro livro de Simões, Os caminhos da reflexão metafísica: fundamentação e crítica, da editora InterSaberes. O evento é aberto ao público e as inscrições devem ser feitas aqui. Serão emitidos certificados de participação aos presentes.

Ex-Companhia das Letras e Cosac Naify, a editora Heloisa Jahn assume a curadoria da Fingimento, seção de poesia da revista digital Pessoa – que acaba de ser totalmente reformulada após apoio do investidor “anjo” Nicholas Reade, um britânico-brasileiro apaixonado por literatura. As informações são da coluna Babel.

Com trajetória de mais de 20 anos de poesia, Ricardo Lima publica seu sexto livro, Desconhecer (Ateliê, 104 pp.; R$ 40), que reúne poemas de 2009 a 2012. Quem já frequentou a obra do autor vai reconhecer os motivos que lhe são recorrentes, o cíclico do tempo lastreando o cíclico de certas imagens e pensamentos. Aos 40, Ricardo revisita suas árvores, o apagamento da cidade onde impera o céu, a capina do quintal, a montanha, o grito dos pássaros. Também a lua reaparece, observante, imensa – e, nela, “a pegada que o homem deixou para quem?” –, a presença algo nostálgica da infância, uma obsessão pela finitude, a atenção aos sentidos do corpo e uma solidão cujo tamanho se mede pela sombra. Dos livros do poeta, curiosamente, este é o que se mostra mais solar. Mesmo que “azul do luto” deixe aí sua marca, é o amarelo que fala mais alto, numa acácia, num ipê, numa “lâmpada de canteiro”, na manhã que “nasce clara e grave”.

Enquanto o mercado literário se move com best-sellers e livros em prosa cujo objetivo é contar histórias, outra literatura se produz. Ao longo dos tempos ela é diversa – marginal, experimental, vanguardista, politizada, hermética – mas persiste. Neste início de 2016, dois autores, já maduros, deixam suas marcas. A paranaense Luci Collin e o paulista Nelson de Oliveira têm em comum, em seus novos livros, a provocação, o humor e a certeza de que a literatura é espaço de desestabilização – seja do nome próprio, dos gêneros ou do cânone. Collin, que bebeu das águas de Hilda Hilst, mas também da academia – é professora de Letras na UFPR –, constrói as prosas curtas de A árvore todas (Iluminuras, 96 pp.; R$ 34) misturando discursos e registros, recombinando frases e significantes, numa escritura, sobretudo, cerebral. Oliveira lança, pois, fazendo eco à sua multiplicidade, O ser humano na era de sua reprodutibilidade tática (Patuá (80 pp.; R$ 35). Há poemas que falam sobre o mundo contemporâneo: títulos como SAC e Malditos Parasitas do Poder Público dão a medida dos textos que, felizmente, não incorrem no panfleto.

A tradição seria motivo de orgulho para o escritor britânico Edward St. Aubyn. Nascido em Cornwall, em 1960, sua família remonta aos nobres do século 17. Mas a experiência acumulada nos primeiros anos de vida e que inspirou os cinco volumes que narram a trajetória de seu personagem Patrick Melrose revela Aubyn como um homem que capturou sombras. Escritos entre 1992 e 2011, os cinco livros trazem um grande derramamento de mágoa, raiva, tristeza e dúvida. A Companhia das Letras lança agora os três primeiros – Não importa, Más notícias e Alguma esperança – reunidos em um único tomo, intitulado Romances de Patrick Melrose (488 pp., R$ 59,90 versão impressa, R$ 39,90 e-book - Trad.: Sara Grünhagen. Os dois últimos, O leite da mãe (indicado para o Man Booker Prize de 2006) e Por fim, serão publicados em 2017 e em um único volume.

Apaixonado por fotografias antigas desde a infância, o curador e editor inglês Timothy Prus fundou em 1992 o Archive of Modern Conflict (Arquivo do Conflito Moderno), acervo fotográfico que, como sugere o nome, tinha como objetivo reunir imagens das grandes guerras do século XX. Conforme a coleção crescia, porém, Prus e sua equipe foram expandindo o que entendiam por “conflito” e formaram um dos arquivos visuais mais peculiares do mundo, hoje com cerca de 4 milhões de itens. O arquivo abriga fotografias amadoras e profissionais, encontradas na rua, doadas ou compradas em leilões, além de cartas, manuscritos, livros e objetos inusitados, como uma bomba desativada da Segunda Guerra Mundial. Promove exposições a partir desse acervo — a mais recente foi “Um guia para a proteção do público em tempos de paz”, em 2015, como parte de uma grande retrospectiva de imagens de conflito na Tate Modern. E mantém uma editora, que já publicou 50 fotolivros e revistas em colaboração com artistas de todo o mundo, recebendo alguns dos principais prêmios da área.