Numa semana de vários livros novos, o grande destaque foi o livro Paraíso perdido – Filhos do Éden vol.3 (Verus), de Eduardo Spohr. O título foi direto para o segundo lugar na lista de ficção com 2.572 exemplares vendidos. Só ficou atrás de Grey (Intrínseca), que vendeu 9.157. Outro livro que chegou com poder foi o Diários da presidência (Companhia das Letras), do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que vendeu 3.091 e alcançou o quinto lugar na lista de não ficção. Bela Gil parece ter descoberto uma grande receita de sucesso. Após vários meses na lista com seu primeiro livro, agora emplaca o Bela cozinha 2 (Globo), vendendo 1.015 na sua estreia. Nesse caso, as vendas não foram substituídas por linhaça. Clique no Leia Mais e veja outros destaques da lista de mais vendidos dessa semana.

O Fórum das Letras de Ouro Preto que segue com sua programação até o próximo domingo (8) homenageia Graciliano Ramos. Elizabeth e Ricardo Ramos, netos do autor, participaram do evento e aproveitaram para fechar com a Record, casa que publica os livros de Graciliano no Brasil, uma edição especial de Memórias do cárcere. Além do texto deixado pelo avô, Elizabeth reuniu, ao longo dos anos, a fortuna crítica do livro que será organizada por ela e publicada na edição especial que chegará às livrarias com capa dura. Não está acertado ainda se o título será publicado em um ou em dois volumes (a última edição do livro é um catatau de 728 páginas), mas está certo que sairá no segundo semestre de 2016, ano em que completa 80 anos da prisão arbitrária de Graciliano ocorrida em 1936. Ele foi liberto em 37 e Memórias do cárcere é o relato desse período. O livro foi escrito dez anos depois e só publicado depois de sua morte. A propósito, está em cartaz, dentro da programação do Fórum das Letras, a exposição A palavra foi feita para dizer , que reúne vídeos, capas e manuscritos que contam a história e as memórias do autor de Vidas secas. A curadoria da exposição é de Selma Caetano.

O GloboAlt, selo da Globo Livros projetado pelas vencedoras do Prêmio Jovens Talentos da Indústria do Livro Jessica Ferrara e Veronica Gonzalez, venceu um leilão disputado e comprou os direitos de publicação no Brasil de We were never here, livro de estreia da australiana Kristal Sutherland. O romance já teve direitos vendidos para mais de 14 países, entre eles os EUA, Reino Unido, França, Itália e Espanha. A previsão de lançamento no Brasil é outubro de 2016.

Há três meses, Volnei Canônica trocou de lado no balcão: deixou a coordenação do programa Prazer em Ler, do Instituto C&A, onde estava desde 2010, para assumir a Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura (DLLLB/MinC). Especialista em literatura infantil e juvenil, ele é o terceiro nome a ocupar o posto em um ano. Apesar de reconhecer o encolhimento do orçamento — no passado, ultrapassou R$ 100 milhões com o reforço de emendas parlamentares e hoje só tem R$ 4 milhões garantidos até o momento —, Canônica diz que a orientação do ministro Juca Ferreira é pensar planos “audaciosos e sustentáveis, que contribuam para mudanças de cenário”. Isso não significa grandes programas de compras de livro.

Acontece nesse sábado (7) a Feira Miolo(s). Idealizada pela Lote 42 (editora de João Varella, um dos vencedores do Prêmio Jovens Talentos da Indústria do Livro), a Feira vai reunir a produção de 113 editoras e artistas independentes (clique aqui para ver a lista completa de participantes). A edição de 2015 vai homenagear o artista Fabio Zimbres com uma mostra de zines, livros e arte gráfica desde o começo da sua carreira, nos anos 1980 até os dias de hoje. Zimbres foi um dos fundadores da revista de HQ underground Animal, que circulou entre 1987 e 1991. O evento será palco também do lançamento do zine Mó Loucura (Lote 42, R$ 10). A publicação, que ganhou traços de Zimbes, traz textos de autores mortos, como Joyce, Cervantes e Shakespeare. Clique no Leia Mais e veja outros destaques da programação.

A Oficina das Letras (Rua Marquês de Abrantes, 177 – Lojas 107/108 – Rio de Janeiro/RJ) realiza, entre os dias 18 de novembro e 16 de dezembro, a Oficina de publicação artesanal – Fanzine, que será conduzida por Tita Nigrí, designer que atua como freelancer para grupos editoriais como Record, Rocco, Objetiva e Ediouro. Nos encontros, além de aprenderem técnicas necessárias para a confecção de um fanzine, os alunos realizarão uma publicação impressa de até 12 páginas e ainda aprenderá a fazer uma encadernação artesanal simples e eficiente. As aulas acontecem sempre às quartas, das 10h às 13h30. Mais informações e inscrições, acesse a página da Oficina das Letras.

O Festival Internacional dos Quadrinhos (FIQ 2015) acontece entre os dias 11 e 15 de novembro, na Serraria Souza Pinto (Av. Assis Chateaubriand, 809 - Centro, Belo Horizonte/MG) Na sua nona edição o evento terá encontros, exposições, oficinas e um grande número de lançamentos. O evento, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, é pioneiro nas discussões sobre representatividade e nesse ano vai discutir temas como a questão de gênero e a diversidade. Afonso Andrade, coordenador de quadrinhos da Fundação Municipal de Cultural, assina a coordenação geral do evento, que tem a curadoria de Daniel Werneck e Ana Koehler, primeira mulher a fazer parte da curadoria do FIQ. Nessa edição o homenageado será o baiano Antonio Cedraz. O evento tem entrada gratuita e você confere a programação no site do Festival.

Acontece entre os dias 16 e 18 de novembro, o curso O livro como produto gráfico, organizado pela Universidade do Livro (Praça da Sé, 108 – Centro – São Paulo/SP). As aulas serão ministradas por Marcia Signorini, arquiteta especializada em tecnologia gráfica e controle de qualidade e diretora da Signorini Produção Gráfica, das 18h30 às 21h30. As inscrições, que podem ser feitas clicando aqui, custam R$ 508.

A Editora Elsevier, em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (CAPES/MEC), realiza, no dia 12 de novembro, a entrega do Prêmio CapesElsevier 2015 a nove pesquisadores de instituições brasileiras. A iniciativa é uma homenagem à produção científica no Brasil e à atuação dos premiados na orientação de novos mestrandos e doutorandos. A cerimônia será realizada em Brasília. Entre os critérios adotados para a seleção dos vencedores, estão pesquisas que causaram impacto na comunidade científica, artigos publicados e indexados na base Scopus e orientações acadêmicas comprovadas pelo Currículo Lattes.

O Liceu Literário Português abre inscrições para o curso gratuito de Especialização em Língua Portuguesa, no primeiro semestre de 2016. Coordenado pelo Prof. Dr. Evanildo Bechara, o curso é promovido pelo Colegiado do Curso de especialização em Língua Portuguesa (CELLP) da instituição em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Os candidatos serão submetidos a prova eliminatória e precisam ser bacharéis ou licenciados em Língua Portuguesa. As inscrições vão até 30 de novembro e devem ser feitas pessoalmente no Centro de Estudos do Liceu Literário Português (Rua Pereira da Silva, 322 – Rio de Janeiro/RJ). Mais informações pelos telefones (21) 2225-0423 ou 2225-1746 ou por e-mail celp-ilp@liceuliterario.org.br.

Acontece nesta sexta-feira, às 20h, no Centro Universitário Maria Antonia USP (Rua Maria Antonia 294 Vila Buarque- São Paulo SP tel: 11 3123 5200), o encontro Escrito em Voz Alta, com Paulo Henriques Britto e Gregorio Duvivier. É a experiência da literatura em conversas entre escritores de diferentes gerações a respeito de seus modos e meios de criação, com a leitura em voz alta de seus escritos publicados ou inéditos. A mediação é de de Francesca Angiolillo, com entrada franca e distribuição de senhas 30 minutos antes do evento. O espaço tem 80 lugares. Mais informações, clique aqui.

Lauka e o guarda-chuva (SESI-SP Editora, 112p, R$34,90), um livro sem texto, apenas com ilustrações de Alexandre Camanho, traz a história de uma menina que é surpreendida por um presente de aniversário inusitado: um guarda-chuva. A frustração e as lágrimas logo dão lugar à fantasia de integrar o novo amigo às situações mais loucas e improváveis. O lançamento do livro acontece dia 08 de novembro às 15h, na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915 – Vila Madalena - SP).

Donald Barthelme (1931-1989) viveu pouco, mas intensamente. É provável que sua vida tivesse o prazo de validade prorrogado se não fumasse e bebesse tanto, mas Barthelme, que morreu de um câncer pulmonar, aos 58 anos, nasceu para contestar o pai, um arquiteto bauhausiano que construiu a própria casa. O pai imaginou para o filho um futuro acadêmico, mas teve de engolir suas collages literárias, que marcam o advento da pós-modernidade na literatura norte-americana. Embora fosse ligado à vanguarda da arquitetura em sua época, era um tanto conservador e teve discussões violentas com o filho sobre a desconstrução literária do rebelde Barthelme, que fugia da escola para ouvir Lionel Hampton nos clubes de jazz. Com esse histórico não é de admirar que Barthelme, aos 44 anos, se vingasse ao publicar O pai morto (Rocco, 240 pp., R$ 34,50 - Trad.: Daniel Pellizzari), romance lançado nos EUA em 1975 e só agora traduzido no Brasil. O leitor vai encontrar vários autores num só livro, o que o cínico Barthelme justificou, numa entrevista, como um “approach mercantil” da literatura alheia para descobrir o que outros escritores fazem de melhor e, naturalmente, se apropriar desse tesouro.

A Aleph trouxe para o Brasil o livro A vida e a música de Iggy Pop: Open up and bleed (Aleph; 536 pp.; R$ 69,90 – Trad.Caco Ishak). Escrita por Paul Trynka, a biografia conta a história de uma das figuras mais icônicas do rock e traça um retrato mais fiel possível de James Osterberg Jr. – nome de batismo de Iggy Pop –, que foi, ao lado dos Stooges, um dos precursores do punk. Para escrever o livro, Trynka percorreu os EUA e realizou mais de 250 entrevistas, falando com amigos, familiares, parceiros e o próprio Iggy Pop. O resultado é um perfil completo de um dos maiores provocadores do mundo do rock.

Angela Maria – ícone da Era de Rádio e dono de uma voz que embalou gerações – acaba de ganhar uma biografia. Angela Maria – A eterna cantora do Brasil (Record; 840 pp; R$ 85), é resultado de uma pesquisa realizada pelo jornalista Rodrigo Faour. Ao longo de sua carreira, a Sapoti, como Angela Maria foi apelidada, emplacou mais de 50 músicas nas paradas de sucesso e estampou seu rosto em cerca de 250 capas de revistas. No livro, além de retratar a popularidade da cantora, Rodrigo conta episódios como quando Louis Armstrong tentou tirar uma casquinha da cantora brasileira ou quando a Sapoti ganhou as bênçãos de Carmen Miranda e de Francisco Alves.

A vida do maestro João Carlos Matins já foi alvo de enredo de escola de samba e de uma infinidade de matérias jornalísticas. Agora, o pianista brasileiro que perdeu parte dos movimentos das mãos, é retratado em livro. Na biografia Maestro! (Gutenberg/Autêntica; 304 pp; R$ 34,90), o jornalista Ricardo Carvalho revela a história do músico, mostrando a sua rotina de dedicação, superação, além da sequência de tragédias pessoais que não o impediu de seguir na sua carreira de músico. Ao todo, foram mais de 20 cirurgias para recuperar o pleno movimento das mãos. O artista se viu por seis vezes obrigado a interromper sua carreira, até que, aos 64 anos, para não se afastar da música, decidiu tornar-se maestro.

Racismo e desigualdade social são dois elementos recorrentemente ligados ao rap. O estilo musical que cresceu nas periferias das cidades brasileiras agora é retratado no livro Se liga no som - As transformações do rap no Brasil (Claro Enigma; 184 pp; R$ 29,90). Escrito por Ricardo Teperman, o livro joga luz na ambiguidade do poder público em relação às batalhas de rua, no posicionamento dos rappers no mercado musical e na adesão da indústria fonográfica e de artistas consagrados. Tudo isso para, a partir de uma introdução da história do rap, provocar, questionar, levantar dúvidas sobre essa forma de fazer música.