Os impactos da guerra na vida das crianças
PublishNews, Redação, 06/06/2025
Em 'Meu nome', Marilda Castanha propõe uma reflexão delicada sobre identidade, memória e a infância em meio a cenários de guerra

Neste livro ilustrado, a premiada Marilda Castanha propõe uma reflexão delicada sobre identidade, memória e a infância. Meu nome (Companhia das Letrinhas, 48 pp, R$ 64,90) começa lúdico, num convite àquela filosofia infantil que é a mais pura produção de sentido: um menino divagando em pensamentos sobre a importância dos nomes para pessoas e coisas, afinal, tudo é nomeado, mesmo o que está preso. Nesse momento, em que texto e imagem falam de prisão, compreendemos que a divagação sobre o nome tem outro sentido. Rapidamente as imagens se impõem na narrativa e percebemos que se trata de uma guerra não nomeada. Conforme a história avança, outras crianças surgem e seus nomes ganham as páginas, numa homenagem avassaladora às crianças em situação de guerra e, muito especificamente, àquelas sobre as quais ela soube numa notícia de jornal: crianças palestinas que, diante da brutalidade desumanizadora da invasão que sofrem, anotavam seus nomes no corpo para não serem enterrados anonimamente em caso de ataque a caminho de casa ou da escola. O livro se coloca como um convite para refletirmos sobre os impactos da guerra na vida das crianças, a esperança que nutrimos por um mundo de paz e a importância de não abrirmos mão de nossa identidade e de nossas origens.

[06/06/2025 07:00:00]