Memória da repressão no Cerrado brasileiro
PublishNews, Redação, 02/10/2024
Vó Geralda fala em seu livro sobre casos curiosos, como uma cidade projetada por Oscar Niemeyer, visitas de guerrilheiros e perseguição pela ditadura militar

No Noroeste de Minas, nas margens com Bahia e Goiás, vive uma senhora que emana força por todo o cerrado. Moradora da antiga sede da Fazenda Menino desde 1968, local de histórias e mistérios, foi administradora da fazenda, professora e parteira. Sua casa não tem televisão, a sala é cheia de camas e em uma das paredes o olhar do quadro de um boi questiona a humanidade. O número de pessoas que passam por lá em apenas 24 horas é incontável, e, todo ano, no mês de julho, mais de 80 caminhantes pousam uma noite única no quintal dessa senhora, a Vó Geralda, para ouvir as histórias de um recorte de sua vida. A porta aberta do sertão – Histórias da Vó Geralda (Relicário, 244 pp, R$ 59,90) nasceu a partir de um processo de escuta e transcrição dos relatos da Vó Geralda, que há 10 anos recebe na Fazenda Menino os Caminhantes do Sertão, que realizam a travessia inspirada em Grande Sertão: Veredas, livro de Guimarães Rosa. Isla Nakano e Renata Ribeiro são caminhantes que fazem o papel de interlocutoras de Vó Geralda e coautoras do livro.

[02/10/2024 07:00:00]