Durante o encontro, o autor irá debater a ficção brasileira mais recente e como ela tem demonstrado uma sintonia com os dramas contemporâneos. Para Terron, vivemos com a constante sensação de um possível fim do mundo, ainda que isso ocorra desde o início do período modernista na literatura.
O diálogo entre as raízes históricas da literatura brasileira e a ficção distópica contemporânea revela um intricado tecido de reflexão e antecipação. À medida que as raízes culturais originárias incorporam elementos utópicos, como a exaltação da natureza e a concepção do paraíso na Terra, Joca Terron observa que a "literatura da seca" serve como precursora dos movimentos distópicos presentes na ficção contemporânea.
Esta reflexão propõe uma análise profunda sobre como a literatura aborda artisticamente a atual crise ambiental e humanitária, tecendo uma narrativa que transcende as fronteiras temporais.
Após a Conversa de Ateliê, Terron lançará o livro Onde pastam os minotauros (Todavia), ambientado no Mato Grosso. A obra recebeu o Prêmio APCA de romance 2023 e reúne mitologia, poesia e tragédias recentes do país na trama. O livro dá sequência aos romances anteriores de Joca Reiners Terron, nos quais a diagnose selvagem da realidade social se expressa por meio de uma fabulação alucinante.