Marcas do amadurecimento
PublishNews, Redação, 05/09/2022
'A menina que queria ter rugas' fala sobre o tabu do envelhecimento sob o olhar de uma criança

Vó Anita, uma mulher que sempre esteve muito à frente da sua geração; Beatriz, vivendo a crise dos 40 e poucos anos; e Sofia, aos dez, tentando entender o mundo feminino à sua volta. Em comum, o entendimento sobre o quanto as linhas desenhadas por Sofia no seu rosto, como uma homenagem às rugas da experiência da avó Anita, representam na vida de uma mulher. Por outro lado, o surgimento dessas mesmas rugas causa pânico em Beatriz, 45 anos, a geração que está no meio da hierarquia da família. A menina que queria ter rugas (Citadel, 192 pp, R$ 54,90) surgiu em uma redação de escola, quando Fernanda Moro, com dez anos na época – e que hoje se encontra na mesma faixa etária de Beatriz –, escreveu sobre a vontade de desenhar rugas em seu rosto para ficar parecida com a avó que tanto admirava. Baseada em vivências e constatações das mulheres do mundo atual, essa história faz o leitor refletir sobre o sistema que pressiona as mulheres num circuito de obrigações de serem boas profissionais, lindas, felizes, boas mães – um rosário de exigências criado pela sociedade que passou a aprisionar o sexo feminino. Por meio do singelo olhar de Sofia, que desenha as rugas no rosto, é possível fazer uma reflexão sobre onde todas as mulheres podem e querem chegar.

Tags: Citadel, ficção
[05/09/2022 07:00:00]