Depois de quase trinta anos de guerra, Moçambique vive agora um período de paz. Em Estórias abensonhadas (Companhia das Letras, 160 pp., R$ 35), o escritor Mia Couto capta um país em transição. Numa prosa poética e carregada das tradições orais africanas, o autor tece pequenas fábulas e registros que, sem irromper em grandes acontecimentos, capturam os movimentos íntimos dessa passagem. Frequentemente comparada à de Guimarães Rosa e Gabriel Garcia Márquez, a escrita de Couto transforma o falar das ruas em poesia, e carrega de magia a dura realidade de seu país.