Esqueça os craques, os lances ensaiados, as bolas geniais. Em Cachorro que jogava na ponta esquerda (Rocco, 80 pp., R$ 24), Luis Fernando Verissimo deixa de lado os estádios, as copas, os passes e os cartolas para contar a história de um time de futebol de várzea dos menos profissionais. O Nosso Time não tinha camisa, hino, nem 11 homens. Mas esse time de pernas de pau vai enfrentar a partida de suas vidas quando desafiam os gêmeos Moreirinha e Moreirão, donos do organizado, uniformizado e profissional Universal Futebol e Regatas. Na preparação daquela partida, conhecemos Roberto Saveiro Trota, o goleiro de penteado inflexível, Cascão; armador que devia a precisão de seus passes à sujeira que se acumulava nas canelas; Orlandinho, o técnico que ninguém ouvia, e Sombra, o único que realmente jogava bola.