O poder pelo avesso (Barcarolla, 416 pp., R$ 39), da colunista Dora Kramer, reúne nove anos de crônicas diárias publicadas entre 2001 e 2009 no Jornal do Brasil e no O Estado de S. Paulo, além de vários outros jornais do país para os quais a Agência Estado distribui. Sua leitura nos conduz pelos caminhos da política brasileira e seus protagonistas, oficiais e não oficiais, como uma ficção, cujos capítulos se complementam e alinhavam uma história única. Neste caso, a História do Brasil desde os primórdios da campanha presidencial de 2002, ainda sob o governo de Fernando Henrique Cardoso, até o final do ano passado. Na próxima semana o livro será lançado em São Paulo e no Rio de Janeiro. No dia 5 de abril, a partir das 19h30, o lançamento acontece na Livraria da Vila (Alameda Lorena, 1.731 – Jardins. São Paulo/SP) e no dia 7, também às 19h30, na Livraria Argumento (Rua Dias Ferreira, 417 - Leblon. Rio de Janeiro/RJ).
Já na primeira crônica a colunista antecipa, com sua visão aguda, o Desejo de Mudar dos brasileiros, exatos 13 meses antes da eleição que conduziu Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. No ano seguinte, mesmo antes da posse, antevê A tentação do aparelhismo e, ainda no início do novo governo, profetiza, Em linha direta com a rua, a estratégia que Lula usaria durante os dois mandados.
Na série de 2002, chama De parafusos todos soltos os sucessivos erros da equipe coordenadora da campanha tucana derrotada, e de Aprendiz de Bem-amado o então candidato Ciro Gomes, remetendo-se ao personagem de Odorico Paraguassu, criado e imortalizado por Dias Gomes.
Mais à frente ataca de A Excelência da inconveniência para criticar o apetite de poder do PMDB, e não deixa pedra sobre pedra em Cadáveres insepultos, quando expõe o conluio de políticos e jornalistas que acabaram na equivocada cassação do deputado Ibsen Pinheiro.