Necessidade e contingência são os temas abordados em lançamento da Barcarolla
Necessidade e contingência na modernidade (Barcarolla, 296 pp., R$ 34), com organização de Luís César Guimarães Oliva, reúne a produção recente de um grupo de pesquisadores sediado no departamento de filosofia da USP, sob coordenação de Marilena Chaui. O núcleo foi estruturado inicialmente para estudar Espinosa e mais tarde ampliou seu foco, para discutir a questão da experiência e da razão na formulação da filosofia e da ciência modernas no século 16. Os artigos reunidos no livro desdobram perguntas formuladas a partir da questão da "necessidade e contingência", explica Oliva. O resultado desses questionamentos é uma série de ensaios que debatem, segundo o organizador, desde a ontologia do necessário em Espinosa à retomada da metafísica do possível por Leibniz, que recupera o que Espinosa havia recusado sem, contudo, readmitir a indeterminação; dos riscos do soberano diante da instabilidade do campo político, segundo Bodin, ainda no século 16, aos desafios da ciência diante de uma natureza mutável e submetida a um Deus voluntarioso, segundo o ponto de vista da filosofia experimental de Locke, no século 17.