Apesar de famoso por seus contos e ensaios, Jorge Luís Borges sempre foi poeta. Borges, que se julgava poeta, já em 1920 publicara três livros do gênero, cuja importância histórica e estética vai muito além da vanguarda ultraísta de que zombaria mais tarde. Em Poesia (Companhia das Letras, 648 pp., R$ 65 – Trad. Josely Vianna Baptista), a Companhia das Letras publicou os sete últimos livros de poesia do autor, escritos entre 1969 e 1985, fase madura da produção em versos do autor. São poemas conjurados como verdadeiros dons da escuridão, dos sonhos, das alvoradas. O poeta que sempre amou a filosofia e os labirintos da reflexão repassa o vivido e se prepara, com lucidez e calma, para a morte.