Neste episódio do Podcast do PublishNews, conversamos com a jornalista e empresária Lilian Cardoso. Ela se especializou em divulgação de livros desde 2010, quando fundou a LC – Agência de Comunicação, empresa 100% voltada para marketing editorial e consultoria para editores e autores. Agora, Lilian lança O livro secreto do escritor (Citadel), em que fala sobre os bastidores do mercado, detalha estratégias de produção, lançamento e divulgação de livros, desmistifica as listas de mais vendidos, entre diversas outras dicas para escritores e editores iniciantes, ou simplesmente aqueles em busca de novas informações. O Podcast do PublishNews é um oferecimento da MVB, a empresa que torna os seus livros visíveis com serviços como Metabooks e Pubnet; da UmLivro, novo modelo de negócios para o mercado editorial: mais livros e mais vendas; e da Câmara Brasileira do Livro (CBL), a entidade que representa editores, livreiros, distribuidores e demais profissionais do setor. Você também pode ouvir o programa pelo Spotify, iTunes; Google Podcasts, Overcast e YouTube. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

No início deste ano, a NIQ e a GfK – instituto de pesquisa que já chegou a ter parceria com a ANL para analisar o varejo no Brasil – fundiram-se para se tornarem a "empresa de inteligência do consumidor mais proeminente do mundo". Como resultado, os dados da GfK Entertainment, uma subsidiária da GfK, e da Nielsen BookData, uma subsidiária da NIQ, foram combinados para fornecer uma visão abrangente do mercado global de livros. O último relatório sobre o mercado do livro mostra, em 16 países – incluindo o Brasil –, um aumento no volume de negócios para a maioria. Segundo o relatório, o mercado global do livro registrou um aumento nas receitas em muitos mercados nos primeiros oito meses de 2023, acompanhado pelo aumento do preço do livro. De acordo com a análise dos 16 países, os ganhos variam em territórios de vendas considerados economicamente fortes, como a França (+1,3%) e o Reino Unido (+1,8%), até aumentos consideráveis nos mercados emergentes de livros da Índia (+8,7%), México (+10%) e Brasil (+2%). As receitas caíram apenas em quatro países: Austrália (-1,9%), Bélgica (-2%), África do Sul (-0,2%) e Nova Zelândia (-1,4%). Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A imprensa brasileira vem dando atenção ao vácuo deixado pelas grandes redes de livrarias e preenchido, ao menos em parte, pelas livrarias de rua e independentes. Uma percepção parece se cristalizar: a de que o atendimento personalizado e o ambiente diferenciado das lojas físicas devem ser os grandes objetivos desses varejistas na busca por melhores faturamentos. Essa é uma impressão registrada numa matéria do portal Metrópoles, neste fim de semana, que consultou especialistas do varejo e a proprietária da nova Aigo Livros, no Bom Retiro, Agatha Kim. Já na Folha de S. Paulo, o destaque do fim de semana foi o box com a obra completa de Machado de Assis, lançada pela Todavia em parceria com o Itaú Cultural. A Revista Piauí narrou o embate de Renato Feder, secretário de Educação de São Paulo, com o mercado editorial e o setor da educação no caso em que decidiu retirar o estado do PNLD. O Estadão destacou o lançamento de livros sobre Patrícia Galvão, a Pagu, homenageada da próxima edição da Flip, a ser realizada entre 22 e 26 de novembro em Paraty. Já O Globo entrevistou Bernardo Carvalho. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

A 25ª edição da Festa do Livro da USP (Universidade de São Paulo) será realizada nesta semana, entre os dias 8 e 12 de novembro, e contará com 212 editoras oferecendo descontos mínimos de 50% no preço de capa das obras. O evento será na avenida Professor Mello Moraes, Travessa C, na Cidade Universitária, em São Paulo. Em 2023, para comemorar os 25 anos da Festa, ela foi estendida também para o domingo. O horário da Festa será de quarta a sexta das 9h às 21h, e no sábado e no domingo das 9h às 19h. Já é possível consultar listas de livros das editoras participantes pelo endereço eletrônico: https://festadolivro.edusp.com.... Organizada anualmente pela Edusp desde 1999, a Festa do Livro da USP permite ao leitor o contato com editoras que têm pouca divulgação no mercado editorial, muitas das quais de pequeno porte, ao lado de editoras conhecidas e de grande expressão no mercado. Nesta edição, outra novidade será a presença de algumas editoras pela primeira vez: no segmento acadêmico, a Editora UnB e a Entre Saberes, a Mostarda entre as infantis, a NewPOP no segmento de HQs, e as editoras Carambaia, Diadorim, Mnema e Revista Cult. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

Em uma ação que visa agregar livrarias de todo o país e alcançar leitores fora da cidade de São Paulo, a editora Boitempo prepara uma promoção exclusiva durante o período da tradicional Festa do Livro da USP, marcada para ocorrer de 8 a 12 de novembro. Livrarias de Norte a Sul do Brasil terão em suas vitrines obras da Boitempo e Boitatá com 40% de desconto. Respeitando a proposta da Lei Cortez, a editora não levará nem para a Festa da USP, nem às livrarias, os últimos lançamentos. “Leitores de todo o país pedem ações similares à feira da USP em outros estados. Com o objetivo de levar nossos leitores às livrarias, optamos este ano em inverter a lógica e levar o desconto não para nossa loja virtual e sim direto para os nossos parceiros”, conta Ivam Oliveira, diretor comercial da Boitempo. Entre as livrarias participantes estão a Livraria Vozes, LDM, Xingu, Hamor, Prazer de Ler, entre outras. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

O Radar de Licitações – seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais – traz mais dois editais. O primeiro visa a contratação de serviços editoriais de impressão e acabamentos, para atender as necessidades de um órgão público em Brasília (DF). O valor chega a R$ 3,7 milhões. O segundo edital visa a aquisição de livros técnicos para a biblioteca de uma universidade no sul do país, com valor de R$ 235 mil. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

Wesley Barbosa, autor das obras Viela ensanguentada e Pode me chamar de Fernando, anunciou na semana passada a criação da editora Barraco Editorial, que vai publicar autores independentes das periferias do Brasil. Barbosa, que já vendeu mais de 10 mil exemplares de seus livros de forma independente, acredita que a editora é uma forma de amplificar a cultura negra periférica e disseminar a luta antirracista. O primeiro lançamento da editora é o livro O rebento do ódio. "Acreditamos que cada livro publicado por um favelado é um sonho que se realiza. A gente sendo lido vence um pouco o sistema e menos sangue é derramado no chão da rua", disse Barbosa, em nota. O primeiro livro da editora, O rebento do ódio, agora com prefácio de Xico Sá, já está disponível para compra. É um conto publicado pela revista Piauí em julho de 2023. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

“Sou metade mulher, metade humana”. A frase de Alice Sheldon, repetida por Raquel Menezes (Oficina da Raquel) durante a mesa “Mulheres de todos os tempos” abriu a conversa na Primavera dos Livros, no final de outubro, no Rio, sobre as “dores e delícias” de ser mulher no mercado editorial e poder editar livros feitos por outras mulheres. A questão sobre ser mulher no mercado editorial me persegue desde os primeiros convites para qualquer conversa sobre a minha profissão. Algumas vezes me questionei: se a conversa é sobre a minha profissão, porque estamos falando do meu gênero biológico e identidade? Essa pergunta também é feita para profissionais homens? Dialogar a literatura feminina (e dar nome à ela) de forma separada contribui ou não para manter a divisão e consequente subalternidade da literatura e dos livros (escritos e publicados) por mulheres? Junto com colegas de profissão, Raquel Menezes (Oficina Raquel), Lizandra Magon (Jandaíra) e Carla Cardoso (Imã Editorial), falamos abertamente nos jardins do Museu da República sobre essas questões, sobre literatura, editar, traduzir, comunicar livros, sobretudo de mulheres. Clique no Leia mais para acessar a íntegra deste artigo.

Criado em 2015 por Daniel Lameira, ex-diretor da Aleph e um dos fundadores da Antofágica, o curso online Vida do Livro está com inscrições abertas. Direcionado para quem quer entender o mercado editorial, o curso terá início em 14 de novembro e tem como objetivo detalhar todas as etapas da produção de um livro e ainda debater o universo que o orbita, da concepção à comercialização, além de horizontes para o futuro. Desde que o curso foi criado, a Vida do Livro já teve mais de dez turmas (online, em São Paulo e no Rio de Janeiro) e formou mais de 1.500 alunos, sempre com o intuito de desmistificar os bastidores da indústria livreira e impulsionar uma forma atenciosa, com foco no leitor, de pensar o processo de produção editorial, divulgação e comercialização. Com o objetivo de democratizar o acesso ao mercado editorial e compartilhar os bastidores da área, este ano, o curso abriu 200 bolsas 100% gratuitas exclusivas para pessoas pretas e indígenas. Para concorrer a uma vaga, o candidato precisa preencher este formulário até o dia 06 de novembro. O conteúdo é voltado para aqueles que já atuam no mercado, para os que querem se inserir nesse meio e, ainda, para autores que desejam entender melhor as engrenagens editoriais, se autopublicar ou submeter seus livros a editores e agentes. O curso também é útil para profissionais que queiram construir suas editoras ou projetos relacionados, pessoas que desejem criar conteúdo sobre livros e para leitores apaixonados pelo universo literário. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Homens de fortuna (Tordesilhas, 360 pp, R$ 88,90 – Trad.: Marina Vargas), da somali Nadifa Mohamed – também autora de Menino mamba-negra –, é uma obra finalista do Booker Prize que recria a história de Mahmood Mattan. Ele foi injustamente condenado por homicídio na década de 1950 e apenas em 2022 a polícia britânica fez um pedido oficial de desculpas. O cenário desta narrativa é Cardiff, País de Gales, 1952. O jovem marinheiro sofre com a acusação de um crime que não cometeu: o assassinato brutal da comerciante Violet Volacki. Pai de três filhos, ele assegura a própria inocência e acredita fielmente na justiça britânica. Na trama criada pela autora, Mahmood pensa que consegue ignorar o fato de todos os dedos estarem apontados para si, afinal, sabe que é apostador, um ladrãozinho, mas não assassino. No entanto, conforme o julgamento se aproxima, as perspectivas de Mattan diminuem e ele se vê diante de uma investigação deficiente, um sistema judicial implacável e do preconceito racial arraigado que permeia o processo. Com uma escrita que mergulha na humanidade, Nadifa Mohamed transporta o leitor para as sensações dos personagens, desde as roupas usadas, até o jeito de caminhar pelas ruas e as emoções vivenciadas. De forma contundente, ela utiliza a narrativa ficcional para retratar temas reais como o racismo e a injustiça.

Um dos grandes temas da literatura, o adultério, recebe em A mulher de Gilles (Carambaia, 168 pp, R$ 89,90 – Trad.: Monica Stahel), de Madeleine Bourdouxhe (1906-1996), um tratamento delicado e pungente, com ponto de vista marcadamente feminino. Inédita no Brasil, a autora belga foi uma militante pelos direitos da mulher e citada por Simone de Beauvoir em sua obra mais célebre, O segundo sexo. Entre as peculiaridades do lançamento estão sua ambientação no enfumaçado meio operário de Liège, às vésperas da Segunda Guerra, e a atitude de aceitação – quase cumplicidade – de Élisa, a protagonista, frente à natureza rude de seu marido. A edição tem tradução da premiada Monica Stahel e posfácio de Michel Thorgal, pseudônimo de Raoul Vaneigen, um dos ideólogos dos protestos de maio de 1968 na França. No simples mas surpreendente enredo, Gilles se aproxima de Victorine, irmã de sua esposa Élisa, enquanto o tempo de Élisa é consumido pelos cuidados com as filhas gêmeas e por uma gravidez adiantada. Movida pela desconfiança, Élisa tem suas suspeitas confirmadas, mas assume uma posição inesperada. Conforme a trama avança, a complexidade das ações e sentimentos dos personagens caracteriza o romance como uma verdadeira obra-prima no tratamento do ciúme, da paixão, do desejo.

Como estrelas no céu, os pixels podem parecer pontos minúsculos e individuais. Mas, quando vistos à distância, podem criar imagens elaboradas. Cada pixel contribui para essa matriz, mas nenhum ponto individual pode criar o todo. As trinta histórias que compõem Pixel (DBA, 176 pp, R$ 64,90 – Trad.: Zsuzsanna Spiry), de Krisztina Tóth, também produzem uma rede interconectada. Através dessa abordagem única, a autora nos convida a examinar cada detalhe minuciosamente, reconhecendo a beleza e a complexidade que reside em momentos aparentemente insignificantes. Dividido em narrativas breves, o livro funciona como um mosaico de ressonâncias múltiplas e tira sua força incomum de recortes arbitrários da vida. Circunstâncias que parecem não estar relacionadas podem convergir em harmonia ou em desgosto, assim como os eventos da vida que parecem mais importantes podem não produzir o resultado desejado. Esses fios muitas vezes determinam o curso de vidas de maneiras imprevisíveis – às vezes cômicas, às vezes trágicas, mas raramente da forma que originalmente prevíamos. O amor, as crises europeias – imigração, fanatismo, xenofobia – e a falência do indivíduo são alguns dos temas da obra.

Com profunda sensibilidade e lirismo, A vida é cruel, Ana Maria (Record, 140 pp, R$ 49,90) apresenta ao leitor um depoimento franco sobre a desconstrução da mãe enquanto modelo idealizado e sobre o luto não só pela perda humana, material, mas também desta própria idealização. Ao reconstituir por meio de um diálogo imaginário a trajetória de humildade e privações de sua mãe e refletir sobre como isso moldou não só a visão de mundo dela, mas também a sua própria, Fábio de Melo escancara com crueza dos sentimentos, mais como filho do que como sacerdote, suas impressões sobre a fé e o amor, o ressentimento e as dores, as alegrias e crueldades de uma vida. É uma reflexão poderosa e comovente sobre a passagem do tempo e a finitude, uma obra capaz de sensibilizar e tocar a todos.