A Miolo(s), feira de cultura gráfica promovida pela Biblioteca Mário de Andrade (Rua da Consolação, 94 – São Paulo / SP) e pela editora Lote 42, chega aos 10 anos se colocando como um dos principais espaços para exposições de diferentes artistas e editoras de quadrinhos e produções visuais independentes do Brasil. O PublishNews conversou nesta semana com autores, editoras e a organização do evento para compreender mais sobre o estado atual e o funcionamento da feira de publicações. A Miolo(s) ocorre nos dias 4 e 5 de novembro, das 11h às 19h, e a entrada é gratuita. A existência de eventos como este permite um contato mais direto entre produtores e o público, e que "novas redes sejam tecidas e o conhecimento se torne colaborativo e horizontal", define Carlos Ríos, da Oficina Perambulante, editora argentina que participa pela primeira vez da Miolo(s). Para Fabricio Max, da livraria Nigra Kora Distro, o feedback em tempo real é bastante relevante dentro do espaço da feira. "Estabelecer relações sólidas com leitores entusiastas e expandir o alcance de obras que, de outra forma, poderiam permanecer na obscuridade", aponta como pontos positivos Fabricio, que terá seu trabalho exposto no hall do 1˚ andar. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

Questões como o fenômeno dos álbuns de figurinhas da Copa e a ausência dos números da Livraria Saraiva fizeram o 10º Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2023 apresentar uma grande queda do período 10 em relação a 2022: foram 3,33 milhões de livros vendidos, contra os 4,03 milhões no mesmo período do ano passado, registrando uma variação de -17,21%. A pesquisa é realizada pela Nielsen Book e divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livro (SNEL). Mesmo com um preço médio superior, o faturamento de 2023 também não conseguiu alcançar a performance do período de 2022, registrando R$ 153,67 milhões contra R$ 173,36 milhões, uma variação de -11,36%. “Neste período, a ausência de grandes lançamentos esperados pelo público e a espera pelos descontos da black friday que se aproxima, podem ajudar a explicar a continuidade da queda do faturamento. Por isso é sempre importante destacar a necessidade de uma maior bibliodiversidade no mercado, com novas apostas que atraiam o público às livrarias”, lembrou Dante Cid, presidente do SNEL, em nota. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

O jornalista e escritor Fernando Scheller está relançando o seu romance O amor segundo Buenos Aires em uma nova edição de luxo da HarperCollins Brasil, com capa dura e ilustrações de Amanda Pinho. O romance já havia vendido mais de 10 mil exemplares no país com a edição de 2016, da Intrínseca, mas agora retorna às livrarias com cinco capítulos inéditos. O evento de lançamento da nova edição do livro será na próxima terça-feira (7/11), às 19h, na Livraria Drummond do Conjunto Nacional (Avenida Paulista, 2.073, São Paulo / SP). Fernando Scheller respondeu a três perguntas do PublishNews. "A mudança de editora foi fundamental para que O amor segundo Buenos Aires tivesse uma nova vida. A versão original, lançada em 2016, não ganhou uma reimpressão e estava esgotada desde 2019 – apesar de a tiragem inicial ter sido de 10 mil exemplares. Com isso, a editora anterior perdeu os direitos do livro", conta. Clique no Leia Mais para ler a entrevista na íntegra.

O Ministério da Educação (MEC) vai promover uma audiência pública nesta quarta-feira (1º), às 15h, a fim de discutir as especificações técnicas do Edital de Convocação para o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) da educação de jovens e adultos (EJA). A audiência pública, aberta a todos os interessados, será realizada exclusivamente de forma on-line, pelo canal do FNDE no YouTube, às 15h. O objetivo do edital é a aquisição de obras didáticas destinadas aos estudantes e professores dos anos iniciais e finais do ensino fundamental das escolas da educação básica pública — das redes federal, estaduais, municipais e distrital. Na semana passada, editoras e entidades do livro manifestaram publicamente preocupação porque o edital deixa de fora obras literárias. Um ofício foi enviado ao Ministério sobre o assunto. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

Depois de três dias com centenas de editores do mundo inteiro comprando e vendendo direitos, a Feira Internacional do Livro de Sharjah inicia oficialmente sua 42ª edição nesta quarta (1º). Durante 12 dias, editores, distribuidores, tradutores e bibliófilos, rodeados por mais de 1,5 milhões de títulos de sete continentes estarão reunidos no Expo Centre Sharjah. Com o tema We Speak Book (Nós falamos livros) a Feira de Sharjah – organizada pela Sharjah Book Authority – pretende oferecer aos visitantes uma oportunidade única de viajar no tempo e no espaço. Este ano, o evento também celebra a Coreia do Sul como Convidada de Honra, apresentando o seu patrimônio cultural e contribuições contemporâneas ao lado de 2.033 editoras que representam as suas respetivas nações, apresentando os seus trabalhos em Sharjah. Os números da Feira são grandes: serão 1.043 editoras árabes e 990 internacionais apresentando mais de 1,5 milhão de títulos, incluindo 800 mil em árabe e 700 mil em outros idiomas. A SIBF 2023 também será palco de mais de 1.700 atividades lideradas por 215 convidados de 69 países. Isto inclui 460 atividades culturais lideradas por 127 convidados árabes e internacionais, incluindo escritores, pensadores, intelectuais e artistas renomados. Além disso, serão realizados 900 workshops em seis espaços interativos liderados por 31 convidados de 12 países. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Existe a ideia de que os brasileiros não gostam de ler. Mas a mais recente edição da Bienal do Livro do Rio de Janeiro contradiz essa tese. Seus números impressionam: com mais de 600 mil visitantes, 5,5 milhões de livros vendidos, em uma área de 90 mil metros quadrados e mais de 380 autores em sua programação oficial, o evento se mostra um sucesso. O que atrai o público para a Bienal é, em parte, a possibilidade de comprar obras com desconto e estar perto dos autores. Mas, além disso, é preciso considerar que sim, os brasileiros gostam de ler e há uma grande influência das redes sociais para incentivar a leitura – valeu, tik tokers – com destaque para o público jovem. Existem hoje muitos influenciadores, em diferentes plataformas, que compartilham suas leituras, analisam obras e falam sobre o prazer de ter em mãos um livro. E sim, falo dos livros físicos. Clique no Leia Mais para ler o artigo na íntegra.

Nesta quarta-feira véspera de feriado (1º), a partir das 18h30, a Ria Livraria (Rua Marinho Falcão, 58 – São Paulo / SP), na Vila Madalena, celebra seu aniversário de dois anos. Para comemorar a data, a livraria promove uma programação que vai desde apresentações musicais a performance literária. Farão parte do evento: Marcelo Rubens Paiva e banda Lost in Translation, A Baderna Baila, Vila Monstro Jazz, conduzida pelo escritor Paulo Scott e o músico Mauro Dahmer, com participação do poeta Marcelo Ariel. A entrada é gratuita e a livraria fica do lado da estação do metrô da Vila Madalena (linha verde). Para Marcos Benuthe, fundador e proprietário da Ria, “celebrar dois anos de uma livraria de rua é uma enorme honra. Estamos na luta em abraçar e expandir a literatura”. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Prêmio Reflexo Literário 2023 está com inscrições abertas até o dia 23 de dezembro. A premiação é uma iniciativa independente de jovens escritores da Zona Oeste do Rio de Janeiro para celebrar e incentivar a Literatura, a Arte e a Cultura nacionais. Na terceira edição do evento, podem se inscrever autores, músicos, editoras, profissionais da área editorial, produtores culturais, influenciadores e artistas em geral. O evento reúne categorias, como: Melhor Autor Nacional, Melhor Livro de diversos gêneros, Melhor Iniciativa Cultural, Melhor Podcast, Melhor Bookstagram, Melhor E-book, entre outras. O objetivo é abranger as diversas formas de publicação e fazer artístico, sem esquecer o trabalho de artistas independentes, impulsionando quem resiste fazendo arte no Brasil. Apesar de ser originada na Zona Oeste do Rio, a premiação recebe inscrições de diversas partes do país, permitindo que os autores e artistas conheçam outros trabalhos e compartilhem suas experiências. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A publicação de Um Boxeur na arena: Oswald de Andrade e as artes visuais no Brasil (1915-1945) (Sesc, 480 pp, R$ 75), de Thiago Gil de Oliveira Virava, vem preencher uma lacuna importante dentro da bibliografia sobre o Modernismo em São Paulo: o quanto as artes visuais foram elementos constitutivos do pensamento crítico e literário de Oswald de Andrade, posição até este estudo eclipsada pelo interesse (aliás muito justo) que as outras facetas de Oswald exerciam sobre seus exegetas. Neste livro, Virava produz uma espécie de biografia intelectual de Oswald de Andrade, tendo como eixo o interesse do intelectual pelas artes visuais, demonstrando aspectos até então inéditos ou pouco divulgados sobre a obra do modernista. Interessa uma crítica bem estruturada sobre o processo de absorção, por parte de Oswald, das questões relativas às diversas vertentes da arte moderna. Absorção que, inicialmente tímida, na sequência passa a ser acometida de uma sofreguidão quase impensável, contaminando não apenas seus textos sobre arte e cultura, mas também a própria estruturação de seus poemas e romances. De fato, Um Boxeur na Arena interessa não apenas por demonstrar o quanto as artes visuais foram fundamentais para que Oswald de Andrade estruturasse seu pensamento enquanto crítico, poeta e romancista, mas também por inserir nessa reflexão o papel que os trabalhos de sua esposa, Tarsila do Amaral, tiveram para sua efetiva realização.

No livro Os segredos das palavras (Unesp, 118 pp, R$ 49 – Trad.: Gabriel de Ávila Othero e Sergio de Moura Menuzzi), por meio de diálogos, são abordados tópicos como linguagem, linguística, história da ciência e a relação entre linguagem e cérebro. O autor Andrea Moro questiona Chomsky sobre a crescente empolgação com a inteligência artificial – a qual este percebe como amplamente exagerada pelo Vale do Silício –, os recentes avanços na neurociência e o porquê das descobertas dos anos 1950 não terem sido integradas à psicologia da época, bem como sobre a aquisição de linguagem pelas crianças. Em contrapartida, Chomsky pede a Moro para elucidar seus experimentos, os quais revelam a existência de línguas antes pensadas como impossíveis para o cérebro humano, desvendando assim segredos profundos da mente. “O que restará da linguística contemporânea daqui a quinhentos anos?”, pergunta-se Moro. “Podemos não ter uma resposta clara, mas, se estamos em posição de formular novas questões para o futuro, para a essência da ciência, certamente devemos isso à visão revolucionária de Noam Chomsky sobre a linguagem.” Visão à qual, agora, os leitores lusófonos podem ter acesso sob uma perspectiva atual e intensa.

Repensar a cultura brasileira a partir da produção dos povos negros, entender as profundezas que a historiografia do Brasil fez questão de esconder para validar as estruturas do racismo, aplicar às manifestações de origem banto o que a crítica literária considerava apenas na arte influenciada pelos princípios europeus. É em busca dessa nova perspectiva que a Fósforo lança a reedição revista de A saliva da fala: notas sobre a poética banto-católica no Brasil (Fósforo, 336 pp, R$ 89,90), um ensaio contundente sobre a importância cultural e literária dos cantopoemas banto-católicos do Congado mineiro. Partindo da premissa de Antonio Candido de que, para um texto ter tratamento literário, é preciso que se sustente no tripé autor-obra-público, Edimilson de Almeida Pereira, faz uma incursão pelo interior de Minas Gerais para provar que as manifestações festivas do Congado, existentes no Brasil desde o século 16, podem e devem ser consideradas obras literárias uma vez que os cantopoetas são os autores, os cantopoemas, as obras, e os devotos, o público. Em uma análise profunda, resultado de viagens e pesquisas ao longo de quase quatro décadas, o autor extrai dessas obras a tensão que sempre permeou a convivência entre brancos e negros nas antigas colônias, tensão essa que possibilitou a fundamentação de uma cultura regida por influências tanto banto quanto católicas. A saliva da fala é, portanto, um tratado a respeito das diversas possibilidades que a cultura brasileira pode e deve abarcar, sobre o que precisa urgentemente ser aceito para que o Brasil possa enfim se entender como diverso e plural. Cada pedaço deste país tem uma preciosidade que necessita ser reconhecida e difundida. Além da teoria, o livro traz uma antologia de cantopoemas para completar nossa compreensão sobre o que é verdadeiramente brasileiro.

"Escrevi Dicas para escritoras de não ficção (Artêra, 124 pp, R$ 46) para ajudar mulheres (e homens) a escreverem bem", diz o autor José Augusto Drummond na apresentação deste livro. O manual se baseia nos erros e problemas encontrados durante a leitura de mais de 1.700 textos inéditos, escritos por 700 pessoas, ao longo de 22 anos. Ele pretende ser útil para quem escreve regularmente – ou está escrevendo no momento – com a finalidade de ser lido ou publicado. Dá sugestões sobre como evitar e corrigir dezenas de obstáculos e armadilhas que dificultam a escrita e a argumentação. Aponta, ainda, maneiras de usar bem o tempo disponível para escrever. Não se trata de um manual contendo as regras ortográficas, gramaticais ou sintáticas vigentes. Por isso, pode ser consultado pontualmente ou lido de capa a capa, conforme for o desejo dos leitores. Embora não seja um livro para “ensinar a escrever”, a obra pode ajudar a preencher um pouco das lacunas criadas pela ausência no Brasil de uma cultura favorável ao ensino sistemático da escrita em língua portuguesa. Escrever bem não é um dom privativo dos “iluminados”, mas sim uma habilidade que pode ser ensinada e aprendida. Ninguém deve acreditar que seja impossível melhorar a sua escrita.