A Academia Brasileira de Letras (ABL) está de volta à Bienal do Livro Rio após 26 anos. Para marcar o retorno, a instituição preparou uma programação com agenda de conversas entre acadêmicos, jornalistas, cientistas sociais e políticos. Entre os nomes confirmados, estão Fernanda Montenegro, Ana Maria Machado, Antonio Carlos Secchin, Carlos Nejar, Ruy Castro, Geraldo Carneiro e Gilberto Gil e outros. Os visitantes do estande da ABL serão recebidos por um holograma de Machado de Assis, primeiro presidente da Casa. De acordo com a ABL, a ideia é fazer de seu estande na Bienal um espaço de discussão e debates de temas que impactam a vida dos brasileiros em diversas áreas. A presença na Bienal é uma parceria ABL com a 8ª Feira Literária Internacional de Maricá. O estande e a comunicação visual na Bienal são criações das agências Santafé Ideias e In.Pacto. O rito tradicional da ABL conhecido como Chá das Cinco, que remete à origem da instituição, será reproduzido em todos os dias da Bienal, às 15h. Clique no Leia Mais para ler a matéria na íntegra.

A Justiça de São Paulo decidiu nesta quarta-feira (16), em caráter liminar, suspender a decisão do governo do Estado de se retirar do PNLD 2024. Em comunicado, a Secretaria de Educação de São Paulo informou que vai aderir ao Programa. "O ofício de adesão ao PNLD 2024 foi enviado ao MEC na tarde desta quarta-feira", diz a nota da Secretaria. Na liminar, o juiz alegou urgência na medida por conta do prazo de escolha dos livros didáticos para o próximo ciclo, que se encerra no dia 23 de agosto. O juiz também menciona "patente violação ao princípio constitucional da gestão democrática que deve pautar o sistema de educação pública". "A decisão de permanecer no programa no próximo ano se deu a partir da escuta e do diálogo com a sociedade, que resultou no entendimento de que mais esclarecimentos precisam ser prestados antes de que a mudança seja efetivada", segue o comunicado. Na semana passada, parlamentares de oposição entraram com uma ação popular para obrigar o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) a oferecer os livros didáticos físicos do PNLD nas escolas públicas. A ação pedia a suspensão dos efeitos do ato administrativo que deixou o estado de fora do Programa – pedido que foi atendido nesta quarta. Clique no Leia Mais para ler a matéria na íntegra.

A leitura está para a educação como os fundamentos técnicos e físicos para uma atividade esportiva. Ler é exercitar a capacidade compreensiva, fortalecendo a musculatura crítica necessária para o desenvolvimento individual e a formação de uma sociedade amadurecida. Se os primeiros passos na educação estão ligados à alfabetização, a continuidade no processo pede cada vez mais leitura, com participação dos professores e familiares, dentro de um círculo virtuoso de aprendizado e descoberta do mundo, que inclui o apreço pelos livros como uma necessidade elementar que não deve ser menosprezada. O Brasil não possui poucos leitores, como se repete. O país conta com milhões de apaixonados por literatura, muitos dos quais estudantes, a maioria sem o acesso desejado aos livros. Faltam bibliotecas adequadas nas escolas, com acervos renovados e conservados. Falta uma política de incentivo ao mercado editorial que favoreça editoras e livrarias, valorizando o trabalho de escritoras e escritores num ambiente de negócios propício a um dos mais importantes ofícios criativos da humanidade: o trabalho de assimilação, tradução e exposição de saberes e pensamentos, na contínua reformulação cultural trazida pela literatura.

A livraria virtual Dois Pontos e o clube de assinaturas de livros TAG anunciaram nesta quarta-feira (16) a fusão de suas operações. Segundo as empresas, as negociações tiveram início em 2023 e resultaram em uma nova companhia – com receita de R$ 38 milhões, mais de 200 mil clientes (entre assinantes e compradores) e estimativa de faturar entre R$ 45 milhões e R$ 50 milhões anualmente a partir de 2024. Tanto a marca TAG como Dois Pontos serão mantidas na nova empresa, que terá um modelo de gestão integrada. Gustavo Lembert atuará como CEO, Ciça Pinheiro como diretora de Marketing e Comunicação, e Ana Paula Rocha como diretora de Operações. "Nosso objetivo com essa união é fortalecer o ecossistema em torno da nossa comunidade de leitores, desde o início das conversas vimos como nossas operações são complementares e trarão benefícios imediatos para os clientes das duas empresas", diz Lembert ao PublishNews. "Quanto ao mercado, tanto a TAG quanto a Dois Pontos têm uma relação muito próxima com as editoras e certamente esse movimento só nos aproximará ainda mais dos nossos parceiros, numa relação que precisa ser saudável para toda a cadeia do livro". O negócio entre as empresas busca melhorar a experiência dos associados TAG e oferecer vantagens exclusivas aos clientes Dois Pontos. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

É no seu estado natal – Goiás – em que André de Leones ambienta o seu mais recente romance, Vento de queimada (Record), definido como um faroeste à brasileira. "Estamos nos estertores da ditadura", explica a editora, "e bandidos de todos os tipos circulam pelos porões da cena política nacional. Vento de queimada é sobre o custo-Brasil: cadáveres e mais cadáveres se amontoam, e às vezes o único jeito de alcançar a saída é atirando. Uma narrativa amoral sobre criaturas imorais". Escritor experimentado do cenário contemporâneo, vencedor do Prêmio Sesc e finalista do Prêmio São Paulo, de Leones verá o livro adaptado para as telas pela Conspiração Filmes. O PublishNews perguntou a André de Leones o que ele está lendo, e esta foi a resposta: "Estou lendo Onde pastam os minotauros (Todavia), de Joca Reiners Terron, e Veludo rouco (Companhia das Letras), de Bruna Beber. (...) Por fim, a Antologia pessoal (Record) de Dalton Trevisan é um presente que mantenho por perto. Dalton, o maior contista brasileiro, oferece esse volume como algo mais do que uma "última cortesia" — seus contos arranham o papel, afiadíssimos". Clique no Leia Mais para ler a resposta completa.

O Radar de Licitações - seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais - divulga mais dois editais. O primeiro deles diz respeito a livros técnicos para uma cidade mineira, no valor de R$ 1 milhão e pregão marcado para 28 de agosto. O segundo, de valor expressivo (R$ 34 milhões), prevê o registro de preços para a confecção de material editorial voltado para escolas de uma rede municipal de ensino de uma cidade no ABC paulista. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias em 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Nessa semana, o Próximo Capítulo traz as novidades que chegarão às livrarias entre 24 a 30 de setembro de 2023. Estão entre as novidades as novas edições das obras de Maurice Sendak, pela Companhia das Letrinhas, incluindo Onde vivem os monstros. Bernardo Carvalho chega também com seu novo romance Os substitutos (Companhia das Letras), que acompanha seus protagonistas em viagem à Amazônia. Elisama Santos – autora de sucessos como Conversas corajosas, Educação não violenta e Por que gritamos – reúne em Vamos conversar (Paz e Terra) tópicos importantes que as pessoas interessadas em viver a comunicação não violenta precisam saber. Confira todas as novidades clicando aqui. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

Carlos Henrique Escobar morreu em Aveiro, Portugal, no dia 2 de agosto, aos 89 anos de idade. O escritor e professor nasceu 1933 e ingressou cedo na militância política, enfrentando sua primeira prisão aos 15 anos. Com 17 anos escreveu sua primeira peça, Antígona América, produzida por Ruth Escobar, dirigida por Antônio Abujamra e com atuações de Sérgio Mamberti e Dina Sfat. Tendo participado da fundação da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense, além de professor das Faculdades Integradas Hélio Alonso e da PUC-RJ, o nome de Escobar marcou o cenário intelectual brasileiro a partir da segunda metade dos anos 1960. Considerado autodidata, recebeu o título de Notório Saber, concedido pela UFRJ, em janeiro de 1986. Autor de diversos livros, entre filosofia, poesia e ensaios, Escobar se aposentou em 2000, mudando-se para Portugal. Em fevereiro de 2013, foi tema de documentário, dirigido pela filha Maria Clara Escobar, Os dias com ele – eleito melhor filme pela crítica na 16ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Isabelle Reis, jornalista reconhecida no cenário de podcasts, vai lançar o podcast literário Mexerica Mecânica, com estreia marcada para a próxima terça-feira (22), às 19h. A primeira temporada abordará o universo de jovens autores brasileiros, explorando suas histórias, inspirações e perspectivas únicas. Cada episódio terá a duração de uma hora. A gravação do podcast Mexerica Mecânica ocorre nos estúdios Creative, em São Paulo. Os episódios em videocast serão distribuídos no canal oficial do podcast no YouTube. Com sua experiência e paixão pela narrativa, Isabelle promete oferecer aos ouvintes uma "jornada envolvente e emocionante através das palavras dos jovens autores brasileiros". Isabelle também é autora do podcast Cena do Crime, que acumulou mais de meio milhão de plays.

Na segunda quinzena de agosto, a Japan House São Paulo (Av. Paulista, 52 – São Paulo / SP) apresenta uma programação gratuita com destaque para o universo ninja, Clube de Leitura JHSP + Quatro Cinco Um, Ciclo de Mangá, oficina de Haicai, além de visitas mediadas às exposições em cartaz. Nos dias 17, 22, 24, 29 e 31, a partir das 15h, o foco são os detalhes e curiosidades da cultura e do cotidiano japonês retratados de maneira lúdica pelas obras do fotógrafo e miniaturista Tatsuya Tanaka nas visitas mediadas pela mostra “Japão em miniaturas”. Atividade mensal da JHSP voltada para o universo dos quadrinhos japoneses, o Ciclo de Mangá deste mês traz para discussão a obra Angelic Layer, do famoso grupo feminino de mangakás CLAMP, e ocorre no dia 20, às 15h. Encerrando o mês, no dia 31, às 19h, o encontro virtual do Clube de Leitura JHSP + Quatro Cinco Um, traz o compilado de três novelas da autora Yoko Ogawa, A piscina, Diário de gravidez e Dormitório para um bate-papo sobre temas fundamentais para a autora: memória e ausência. Cada uma das histórias narradas por Ogawa na obra da editora Estação Liberdade explora a fragilidade das memórias, incertezas e ambiguidades, cativando os leitores em uma jornada literária intrigante e reflexiva. Para participar, é necessário se inscrever previamente no site da JHSP e aguardar o link para a atividade realizada via plataforma Zoom. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Os leitores capturados pelos mistérios da seita secreta de Nossa parte de noite e pelos horrores cotidianos retratados em As coisas que perdemos no fogo terão uma nova chance de se aventurar pelo universo soturno e estranhamente familiar de Mariana Enriquez. Em Os perigos de fumar na cama (Intrínseca, 144 pp, R$ 49,90 – Trad.: Elisa Menezes), a autora argentina traz um vislumbre peculiar dos abismos mais sombrios da alma humana e das correntes ocultas da sexualidade e da obsessão.Uma menina descobre ossos no quintal, e não são de um animal. Uma cena bucólica de verão, garotas se banhando no lago de uma pedreira, transforma-se num inferno motivado por ciúme e inveja. Um homem marginalizado semeia desgraças em um bairro rico após ser maltratado. Barcelona se transforma em um cenário perturbador, marcado pela culpa e do qual é impossível escapar. Uma presença fantasmagórica busca um sacrifício em um balneário. Uma garota que tem fetiche por homens com doenças cardíacas. Uma estrela do rock vítima de uma morte horrível é homenageada por fãs de um jeito inimaginável. Um sujeito que filma clandestinamente casais transando e mulheres de salto alto andando pelas ruas recebe uma proposta que mudará sua vida.

O valor da amizade entre mulheres frente aos desafios de um cotidiano árido, a mãe que para estar com o filho precisa enfrentar um furacão de verdade, a menina cuja boneca de porcelana assiste à perda da sua inocência, o sujeito bonito que cai nas garras de uma guru de meia tigela. Com linguagem descontraída e doses de humor, Carla Mutuano – professora experiente no que diz respeito à nossa língua – estreia na literatura com o livro Lua de mel (Dialética, 120 pp, R$ 52), recheado de histórias saborosas que ora divertem, ora levam à reflexão. Destaque para os diálogos fidedignos e bem construídos. “A lua está intimamente ligada a como nos sentimos e lidamos com emoções”. Com esta frase na apresentação do livro, Carla Mutuano justifica a escolha do título e a divisão dos textos de acordo com as quatro fases da lua: crescente, cheia, minguante e nova, dando a entender que nosso satélite também reflete os ciclos da vida – temas dos seus contos.

A escritora russa Téffi (1872-1952), uma artífice magistral da história curta, formato que a consagrou e suscitou comparações com Anton Tchékov, é publicada agora pela primeira vez no Brasil. O volume Contos (Carambaia, 392 pp, R$ 134,90 – Trad.: Priscila Marques, Letícia Mei e Raquel Toledo) traz um apanhado de 28 textos da autora, escritos entre 1910 e 1952. O livro está dividido nas duas principais fases da vida da autora: Na Rússia e Na imigração, quando a escritora se instala em Paris. Em ambas, Téffi observa com humor sutil – às vezes até feroz e quase sempre com desenlaces ambíguos – os hábitos e costumes da burguesia dos dois lados da fronteira ocidental russa, com um estilo direto e moderno. Admirada tanto por Lênin quanto pelo tsar Alexandre II, tanto pelos patrões como pelos operários, e publicada tanto na imigração quanto na União Soviética, Téffi foi extremamente popular entre os leitores de seu tempo – a ponto de dar nome a vários produtos, de perfumes a doces. O traço humorístico de sua escrita, privilegiado na coletânea, foi o que lhe trouxe o reconhecimento, mesmo sendo uma rara figura entre os satíricos, como explica Raquel Toledo no posfácio: “uma mulher”. Para a professora de literatura, Téffi – pseudônimo de Nadejda Aleksandrovna Lokhvitskaya – foi “uma das muitas autoras que o cânone, acostumado a privilegiar os homens, escondeu”.

Em sete breves relatos, Margarita García Robayo demonstra sua habilidade para mostrar o lado mais difícil das coisas. Seus personagens, expostos em sua complexa humanidade, lutam desesperadamente em um mundo no qual simplesmente não se encaixam. Uma mulher que tenta colocar ordem em sua nova vida de enferma; um homem preso em um enorme hotel; as incertezas de um casal frente a seu filho obeso; uma reunião de família desconcertante. A morbidez, a falta de comunicação e o desencontro são alguns dos temas em torno dos quais giram estes relatos inquietantes em Coisas piores (Moinhos, 104 pp, R$ 54 – Trad.: Silvia Massimini Felix). A escrita rápida e o humor, às vezes brutal e às vezes compassivo, desta jovem escritora são, como na boa literatura, ferramentas poderosas para explorar e confrontar o leitor com as pequenas e grandes misérias da vida cotidiana.