O top 4 livros da Lista de Mais Vendidos do PublishNews divulgada na última sexta-feira (11) é brasileiro, e com uma novidade na ponta: A arte de falar e fazer (Gente), de Geronimo Theml, estreou na liderança, superando o segundo lugar, 7+1 passos para conquistar o que mais sonhou (Gente), de Luiz Hota, e o terceiro, Café com Deus pai (Vida), de Junior Rostirola, que permanece entre os lugares mais altos do ranking desde o fim de 2022. O quarto lugar nesta semana é Nunca foi segredo (Petra), do padre Reginaldo Manzotti. Em A arte de falar e fazer, Geronimo Theml, autor best-seller e especialista em produtividade, busca apresentar a chave para entender e superar o desafio da procrastinação. Outro autor brasileiro que emplacou uma nova obra na Lista desta semana é Raphael Montes, com A mágica mortal (Seguinte), na categoria Infantojuvenil. Recomendado para leitores a partir de 10 anos, o livro conta a história de Pedro, que reúne amigos da escola para formar o Esquadrão Zero – e juntos desvendarem um mistério. A Galera Record – selo que empurra o Grupo Editorial Record para o topo do ranking das editoras – emplacou como novidade o livro Beyond The Story – Uma história dos 10 anos de BTS, de Myeongseok Kang, sobre a trajetória de um dos grupos musicais mais populares do mundo na última década. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

Este episódio especial do Podcast do PublishNews tem duas partes. Na primeira, conversamos com Ângelo Xavier, presidente da Abrelivros, sobre como as editoras envolvidas no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) devem sentir os efeitos – financeiros, de planejamento e de pessoal – da decisão do Governo do Estado de São Paulo de se retirar do Programa. Em seguida, o ouvinte vai conferir a íntegra do painel "O poder de transformação do livro: como o mercado editorial pode ser agente de incentivo à leitura, educação e mudança social". A mesa do Encontro de Editores, Livreiros, Distribuidores e Gráficos, realizado em Atibaia no início de agosto, reuniu os participantes: Paulo César Marciano, Fabíola Farias e Laura Daviña, com a mediação de Amara Moira. O Podcast do PublishNews é um oferecimento da MVB, a empresa que torna os seus livros visíveis com serviços como Metabooks e Pubnet; da UmLivro, novo modelo de negócios para o mercado editorial: mais livros e mais vendas; e da Câmara Brasileira do Livro (CBL), a entidade que representa editores, livreiros, distribuidores e demais profissionais do setor. Você também pode ouvir o programa pelo Spotify, iTunes; Google Podcasts, Overcast e YouTube.

A reação contra a decisão aparentemente intempestiva do secretário de Educação de São Paulo – de retirar o estado do PNLD para as séries do ensino fundamental 2 – segue com força nos jornais. Neste fim de semana, a Folha de S. Paulo publicou um artigo intitulado "Os inimigos do livro", referindo-se ao secretário e ao governador. O jornal também apontou como uma empresa ligada a Renato Feder firmou três novos contratos com a gestão Tarcísio. A Folha também mostrou como a Secretaria diz que serão os livros utilizados a partir do ano que vem. No Estadão, o historiador Jaime Pinsky se manifestou contra a medida. No Repórter Diário, uma matéria destaca a rejeição dos especialistas em relação à iniciativa do governo. Em entrevista à Folha, o ilustrador que processou a Patuá afirma que seu objetivo não era tirar os livros de circulação. No Estadão, uma tradução de um artigo no Washington Post dá dicas de turismo literário nos EUA, e o jornal traz também uma entrevista com Jessica Au, escritora australiana autora de Frio o bastante para nevar (Fósforo). O Globo noticiou a iniciativa da Amazon de retirar alguns livros escritos por inteligência artificial da plataforma, e também deu destaque para os 60 anos da Mônica, personagem de Mauricio de Sousa. O jornal também publicou uma entrevista com o escritor turco Orhan Pamuk. O Diário do Comércio registrou a abertura de uma nova Livraria Leitura em São Paulo, no Shopping Market Place. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

A Rocco está à procura de um assistente comercial para trabalhar presencialmente no seu escritório em São Paulo. É preciso ter nível universitário completo ou cursando; domínio do pacote Office, principalmente em Excel; possuir boa habilidade de comunicação verbal e escrita; e ser proativo e ter facilidade de trabalhar em equipe. É desejável ter experiência anterior na área. As principais funções do cargo incluem atuar em rotinas administrativas e comerciais; dar suporte aos vendedores; atendimento aos clientes; administração de vendas (acompanhamento de pedidos, NFs, controle e acertos de consignações); e elaboração de propostas comerciais e relatórios. Vaga em regime CLT, vale transporte e refeição e plano de saúde estão entre os benefícios oferecidos. Interessados devem encaminhar currículos com pretensão salarial para departamentopessoal@rocco.com.br.

A HarperCollins Brasil está em busca de um vendedor e de um assistente de cobrança. Para a primeira vaga, para São Paulo, é esperado que candidato tenha um perfil criativo, analítico, comunicativo e dinâmico, pois será uma figura fundamental para a relação do grupo com seus clientes, além de disponibilidade para deslocamento e viagens. Também é desejável que o candidato tenha experiência prévia no mercado e conhecimento de pacote Office intermediário. O vendedor ficará responsável pela gestão de consignações, visitas presenciais a clientes, além de análise do desempenho deles, elaboração de ações comerciais e de divulgação, realização de treinamentos em livrarias e distribuidores e prospecção de novos canais. Os interessados podem se inscrever clicando aqui. Já a vaga para assistente de cobrança é para atuação no Rio de Janeiro. É necessário ter Excel avançado, experiência anterior em cobrança ou tesouraria, além de formação em Administração, Ciências Contábeis ou áreas semelhantes. O assistente ficará responsável por cadastro de clientes no sistema, atendimento a clientes, cobrança ativa, baixas manuais, fechamento de câmbio, conciliação bancária e renovação de seguros. Interessados devem se inscrever clicando aqui.

A jornalista Tatiany Leite usou seu espaço nas redes sociais do PublishNews para falar sobre a Bienal do Livro Rio, que este ano celebra 40 anos, e o primeiro computador da primeira edição, realizada em 1983. Em sua coluna mais recente – em vídeo, nas redes sociais – Taty comentou sobre a primeira edição, com a participação de nomes como Gilberto Freyre e Caio Fernando Abreu. Outro destaque daquela edição foi justamente o único computador da Bienal. O contraste é que, neste ano, o tema do evento vai, segundo a organização, na contramão da dominância de assuntos como a inteligência artificial, tendo como foco criar algo que evidencie o que “nos torna humanos”. Taty comenta ainda os primeiros contos de ficção científica publicados no Brasil, ainda no século 19, suas relações com o Império brasileiro e viagens no tempo. Clique no Leia Mais para ver a coluna na íntegra.

Conceição Evaristo e Martinho da Vila estão entre os finalistas do Troféu Juca Pato 2023 de Intelectual do Ano, concedido pela União Brasileira dos Escritores. Maria Vilani, Marilene Felinto e Pedro Bandeira completam a lista. O vencedor ou vencedora será anunciado no dia 22 de setembro. Entre esta segunda-feira (14) e o dia 15 de setembro, os associados da UBE poderão votar para eleger a/o Intelectual do Ano – o prêmio é concedido à personalidade que tenha publicado livro no Brasil, no ano anterior, e se destacado, pelo conjunto da obra, em qualquer área do conhecimento, valorizando e representando os ideais democráticos. O nome da premiação advém do personagem criado pelo jornalista Lélis Vieira e imortalizado pelo ilustrador e chargista Benedito Carneiro Bastos Barreto, ou Belmonte (1896-1947). O prêmio, um dos mais tradicionais do país, foi criado em 1962 por iniciativa do escritor Marcos Rey. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

O historiador e cientista político mineiro José Murilo de Carvalho – que morreu neste domingo (13), aos 83 anos – se tornou um dos grandes pensadores do Brasil contemporâneo ao centrar sua investigação acadêmica na construção do Império Brasileiro. Ele estava internado com covid-19. O velório será nesta segunda-feira (14), a partir das 9 horas na Academia Brasileira de Letras, e o enterro, às 13hs no Mausoléu da ABL no Cemitério São João Batista, ambos no Rio. A partir do seu interesse inicial sobre o Império, o historiador expandiu sua investigação para as relações cidadãs no Brasil, o que resultou, entre inúmeras publicações relevantes, em Cidadania no Brasil, publicada pela Civilização Brasileira e que conquistou o prêmio Casa de las Americas em 2004. Em função dos 20 anos da premiação, o Grupo Editorial Record prepara uma edição comemorativa com nova capa que será publicada ainda este ano. Companhia das Letras, Todavia e Bazar do Tempo também têm livros do autor em seus catálogos. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

As receitas globais da HarperCollins tiveram um decréscimo de 10% no ano fiscal de 2023, concluído em 30 de junho, com o lucro 45% menor – de acordo com o balanço divulgado pela empresa News Corp, que controla a editora. As receitas globais com publicações ficaram em US$ 1,98 bilhão, contra os US$ 2,19 bilhões de 2022. O relatório diz que o decréscimo foi "principalmente impulsionado pela queda nas vendas de livros devido à redução da demanda do consumidor em toda a indústria, desempenho fraco dos lançamentos editoriais e reajuste da Amazon nos níveis de estoque e otimização do espaço de seus armazéns, o que foi em grande parte evidenciado no primeiro semestre". As vendas digitais caíram 5% comparadas com o ano anterior, e representaram 22% do consumo. As vendas de catálogo foram 60% das receitas totais do ano. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

O Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141 – São Paulo / SP) recebe na quarta-feira (16) Auritha Tabajara e Geni Núñes, para um bate-papo sobre “Indígenas na literatura de cordel e a arte de versar a vida”. O encontro faz parte do Sempre um Papo, projeto que apresenta uma série de eventos com escritores e escritoras indígenas e artistas envolvidos com as lutas dos povos originários, para conversar sobre temas que convergem para uma visão mais ampla sobre cultura, natureza, ancestralidade e sustentabilidade, entre outros assuntos. O evento é gratuito com retirada de ingresso a partir do dia 15 de agosto às 17h em qualquer bilheteria da rede Sesc. O tema que norteia a conversa é Interculturalidade e Diálogo, que abordará a questão do diálogo intercultural entre escritores indígenas e não indígenas como uma forma de construir pontes e promover a compreensão de diferentes contextos sociais.

Um homem chega aos sessenta anos, confinado em casa e distante das pessoas que ama. Pai tardio, sente que não será capaz de acompanhar as conquistas dos filhos, e pela primeira vez encara a solidão na velhice. O resultado é um livro tocante sobre a experiência do viver: O céu implacável (Alfaguara, 384 pp, R$ 84,90), de João Anzanello Carrascoza. Com uma prosa que transita entre momentos de leveza e de perda, de amor e de aflição, Carrascoza retorna aos personagens de Inventário do azul para tratar da história de distanciamento e solidão de um homem que, ao completar sessenta anos, se vê diante da possibilidade do fim. Se, no livro anterior, o narrador acompanhava os filhos crescerem e lidava com o passado, em O céu implacável a situação se alterou de forma radical. Confinado em casa por conta da pandemia, ele encontra os filhos somente pelas conversas online. Sozinho, ao se deparar com os pequenos objetos que eles deixaram para trás – um chinelo, uma escova de dentes, uma toalha com estampa da Cinderela – uma nova angústia ganha contornos reais: ele está envelhecendo, e o tempo de convivência com os dois se encurta a cada dia.

Com sensibilidade e uma prosa precisa, Menina de fogo (Jandaíra, 160 pp, R$ 66), de Taylane Cruz, é um romance que aborda temas sérios como racismo, abuso sexual e morte. Escrito em formato de diário, o livro traz como protagonista uma adolescente negra, de personalidade forte. Ela questiona o mundo ao seu redor e não mede esforços para defender as pessoas que ama. Ao mesmo tempo, também aprende mais sobre a vida e sobre sua própria história. Ao longo de um ano a protagonista passará por situações como a primeira menstruação, o desabrochar do seu corpo e o enfrentamento do assédio. Criada pelos avós, ela tenta entender o mistério que envolve a ausência de sua mãe. Franciane Conceição da Silva, pesquisadora e intelectual negra, especialista em Literatura e Relações étnico-raciais, fala no prefácio do livro: “Se me pedissem para definir a estética que compõe o terreno ficcional do diário da menina de fogo, eu diria sem titubear que a narrativa de Taylane Cruz é marcada pela ferocidade poética. A infância construída pela autora sergipana nos toca não pelo tema em si, mas pelo modo afetivo, sensível, comprometido e ético como a questão é tratada. Taylane Cruz constrói a sua menina de um jeito terno, doce e mesmo quando a personagem se encontra em um doloroso conflito, somos convocadas a perceber que “a ternura às vezes dói”, contudo, “as coisas bonitas fazem valer a dor do mundo”. O lançamento do livro está marcado para o dia 19 de agosto (primeiro em Aracaju, cidade da autora), a partir das 16h, na Livraria Escariz (Av. Jorge Amado, 960 - Jardins, Aracaju / SE).

A capacidade de fazer rir de uma tragédia, de afligir com uma letargia, de angustiar com o desespero alheio e chocar com o rumo que uma história pode tomar. Talvez essa seja a definição de A estirpe (Moinhos, 128 pp, R$ 56 – Trad.: Sérgio Karam), da escritora argentina Carla Maliandi. Em plena festa de aniversário, um globo espelhado cai do teto sobre a cabeça de Ana. Um tanto cômico, se não fosse trágico. O ocorrido faz com que perca a memória, as palavras, os afetos. Não se lembra do esposo, da mãe, do filho, da empregada. A resposta pode estar em seu escritório, repleto de fotos, caixas e documentos sobre uma campanha militar do fim do século XIX. Materiais para um livro que estava a escrever, mas o vasculhar de objetos a transporta a algo inesperado, incompreensível, para lembranças que não são suas, para palavras que não imaginava conhecer. Originalidade descreve bem a escrita de Carla Maliandi e A estirpe é prova do merecido adjetivo. Ela nos encanta sem floreios, surpreende como um tropeço e nos faz questionar como foi capaz de unir eventos corriqueiros, acontecimentos e reparações históricos, dilemas pessoais e familiares e a agonia e insanidade que tomam conta da protagonista (e ultrapassam as páginas) em uma novela sólida e, ao mesmo tempo, insólita.

Tornou-se corriqueiro falar em crise das democracias, aumento sideral da violência, injustiça a granel. O que Kalash meu amor: A arma infame e outras delicadezas (Gryphus, 128 pp, R$ 49,90), de Marilia Pacheco Fiorillo, propõe de diferente é a conjugação de tais crises com um fenômeno pouco explorado: a apatia de boa parte da população diante do aumento da crueldade, como se isso fosse apenas o novo normal, um novo paradigma que veio para ficar, como a Inteligência Artificial. Para Fiorillo, não adianta apontar o dedo acusatório apenas para políticos e governos e esquecer que o “povo”, ou a massa de pessoas, tem um papel determinante nisso. O tema central deste livro é o embotamento da grande maioria da população diante de disparates de toda sorte e de crimes hediondos. Mais uma bala perdida que mata uma criança numa comunidade carioca? Normal, é todo dia. Mais um tiroteio de um maluco em uma escola? Nada de novo. Mais bombardeios letais, refugiados em campos insalubres, tráfico humano, milhares de civis assassinados mundo afora? Notícia velha. O livro de Marilia Fiorillo se insurge contra esta naturalização da crueldade, insidiosa e sedutora. E – está aí o diferencial – ressalta o papel dos espectadores nesta trivialização passiva da violência.