A Feira do Livro passa a receber nesta quarta-feira (7) na Praça Charles Miller, no Pacaembu, em São Paulo, 154 expositores – entre editoras, livrarias e outras instituições ligadas ao mundo do livro – e pelo menos 60 convidados na programação principal. Chegando ao seu segundo ano, a Feira se adensa: ocupa o mesmo espaço na Praça do que em 2022, mas são mais autores e expositores, mais parceiros e uma estrutura de alimentação melhor equipada. Segundo a produção, a demanda para montar estandes no espaço foi maior do que a Feira conseguiu atender. Uma novidade deste ano é que a Feira isentou a taxa de participação de editoras que tenham proprietários negros, quilombolas, periféricos e indígenas, bem como de organizações sem fins lucrativos, numa tentativa, de acordo com a organização, de garantir a bibliodiversidade entre os estandes. Em parceria com a Rede LEQT (grupo de instituições voltadas para a discussão e desenvolvimento democrático da cultura de leitura e escrita), a Feira fechou de última hora uma programação de conversas sobre escrita, leitura, mercado editorial, periferia, formação de leitores e políticas públicas, com importantes nomes da área. A agenda é divulgada agora em primeira mão pelo PublishNews. Na programação principal, houve um cancelamento: o escritor Davi Kopenawa Yanomami não vai poder participar da cerimônia de abertura da Feira nesta quarta (7), às 19h. A antropóloga Manuela Carneiro da Cunha passa a compor a mesa com o jornalista britânico Tom Phillips. Entre os nomes que participam da programação, estão Patricia Hill Collins, Sueli Carneiro, Ana Maria Gonçalves, Milton Hatoum, Jericho Brown, Itamar Vieira Junior, Luiz Antonio Simas, Abdellah Taïa, Geovani Martins, Luiza Romão, Txai Suruí, Richard Zenith, Eugênio Bucci, Pablo Katchadjian, Laerte. Além da programação principal, os expositores também vão promover eventos em seus estandes, como sessões de autógrafos, palestras, leituras mediadas, contação de histórias para crianças e vendas de livros. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

Depois de três semanas consecutivas sendo o destaque da Lista dos Mais Vendidos do PublishNews, Rita Lee garantiu seu lugar também na Lista Nielsen PublishNews, que apura os autores brasileiros mais vendidos em livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento no país. Na apuração referente ao período de 24 de abril a 21 de maio, a obra Rita Lee – Uma autobiografia (Globo Livros) retornou para a lista de Não Ficção garantindo o segundo lugar. Lançada em outubro de 2016, o livro no qual a rainha do rock conta sua própria história entrou pela primeira vez na Lista Nielsen em dezembro do mesmo ano, também na segunda posição. Completam o pódio: Café com Deus pai (Vida), de Junior Rostirola e O poder da autorresponsabilidade (Gente), de Paulo Vieira. Além disso, a única estreia do mês foi o Kit Álbum do Enaldinho – A lenda da internet (Pixel), do youtuber Enaldinho. O álbum traz 50 figurinhas, fotos exclusivas e curiosidades para o leitor entrar no universo do criador de conteúdo. Em Ficção, Carla Madeira continua no topo da lista com Tudo é rio (Record), seguida por Itamar Vieira Junior e seus dois romances: Salvar o fogo e Torto arado, ambos publicados pela Todavia. As estreias do mês são O vilarejo (Suma), livro com histórias de suspense escrito por Raphael Montes, na 16ª posição; e Diário de Pilar na Grécia (Pequena Zahar), de Flávia Lins e Silva, na 18ª posição. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Nielsen Book e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) divulgaram nesta terça (6) os resultados do 5º Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2023, referente ao período de 24 de abril a 21 de maio. Depois de apresentar uma desaceleração no mês anterior, o varejo de livros volta a subir, influenciado pelo Dia das Mães, com estabilidade e números positivos em volume e em valor, respectivamente. Neste quinto período, a variação no volume de obras vendidas foi de 0,1%, saindo de 3,97 milhões em 2022 para 3,98 milhões em 2023. Já no faturamento, o mercado alcançou a marca de R$ 177 milhões, performance 5,13% superior ao mesmo período do ano passado. O preço médio do livro também apresentou aumento de 5,03%, saindo de R$ 42,53 em 2022 para R$ 44,67 em 2023. Segundo Dante Cid, presidente do SNEL, "os números deste último período se destacaram, principalmente, por causa do bom resultado de vendas dos Dias das Mães, que trazem um empenho promocional extra das livrarias. Neste sentido, considero o Painel estável em relação ao ano anterior, permitindo uma breve pausa na queda real que vinha se acumulando”, explica, em nota. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O Radar de Licitações, seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais, tem nesta semana dois editais. O primeiro tem como objeto a contratação de serviços de produção gráfica, em condições especiais de segurança e sigilo, envolvendo a disponibilização de ambiente seguro e sigiloso com capacidade produtiva adequada, para a realização de uma prova de avaliação nacional. O valor ultrapassa os R$ 50 milhões. O segundo edital visa o registro de preços para futura e eventual contratação de empresa especializada na produção e confecção de material gráfico para a rede municipal de ensino de uma capital no nordeste. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

O PublishNews publica regularmente a Área Indie, espaço publieditorial que reúne informações sobre livros lançados de forma independente ou autopublicados. Nesta semana, são duas novas obras. Um dos destaques é o trabalho de Elcio Gomes, um profissional renomado na área de Copywriting, autor e tradutor. Ele é o criador do projeto Grand Mastery Copywriting no Brasil, que se destaca por entregar facilmente conteúdos de copy do exterior. Além de sua atuação no mundo corporativo, Elcio também possui interesse na liturgia católica. Elcio lança agora o livro intitulado Grand Mastery Copywriting – O swipe file de US$ 5 bilhões de dólares!. Nessa obra, ele compilou as 100 cartas de vendas mais lucrativas do passado. Outro destaque do mês é que a Colli Books Editora anuncia o lançamento do livro O jardim da amizade, da escritora Isa Colli. Com temas ligados à sustentabilidade, respeito à natureza e cidadania, a fábula infantil desperta o interesse pela educação ambiental de maneira lúdica e divertida. O jardim da amizade fala de Jô, uma jovem minhoca, e Beatriz, uma lagarta que se transformou em uma borboleta colorida e cheia de charme. Em um desfecho surpreendente, que ocorre em Floriano, o jardim onde vivem, as amigas aprendem a importância de cada ser vivo para o equilíbrio da natureza. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

As inscrições para o Prêmio Literário da Biblioteca Nacional abrem no dia 12 de junho e poderão ser feitas gratuitamente, no site da instituição, até 28 de julho de 2023. Concedido anualmente desde 1994, o prêmio é um dos mais conceituados do País e tem por objetivo reconhecer a qualidade intelectual das obras publicadas no Brasil. A premiação é dividida em dez categorias e os vencedores receberão R$ 30 mil cada. Podem concorrer ao prêmio pessoas físicas com nacionalidade brasileira, com obras inéditas (1ª edição) redigidas em língua portuguesa e publicadas por editoras nacionais entre 1º de maio de 2022 e 30 de abril de 2023. O concurso será aberto também a autores independentes, desde que a obra esteja em Depósito Legal e traga impresso o número do ISBN (International Standard Book Number). O link com o edital completo estará no site da Biblioteca Nacional (BN), a partir de 12/06. A novidade deste ano é a criação do Prêmio Akuli, anunciado na cerimônia de posse do novo presidente da FBN, Marco Lucchesi. A nova categoria objetiva a fixação de cantos ancestrais e narrativas da oralidade, recolhidas no Brasil, entre povos originários, ribeirinhos e de matrizes culturais. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Educativo Flip – projeto focado em atender as crianças e jovens de Paraty e do entorno – abriu chamado convidando editoras e autores a enviarem suas sugestões de livros e seus autores para a programação da Flipinha e da FlipZona, durante a Flip (22 a 26/11), em Paraty. Até 18 de junho, o Educativo busca obras literárias que ajudem a ampliar o olhar sobre a ecologia e a maneira como nos relacionamos com o universo à nossa volta. Também há interesse em temas já abordados pelo projeto como a escola antirracista; realismo fantástico e literatura nonsense; temas “perturbadores como relações entre vida e morte, preconceitos advindos de classificações binárias, exercício político e identidade de gênero; e novidades do universo editorial no que diz respeito também a inovações em formato e linguagens". Todos os livros recebidos farão parte do processo participativo de curadoria, que acontece nos próximos meses e durante o qual a organização promoverá leituras e análises das obras por educadores de Paraty e jovens participantes da FlipZona, sob coordenação de Denise Col (Flipinha) e Lúcia Caetano (FlipZona). Para participar, além de selecionar os títulos que abordem os temas sugeridos, é preciso enviar três exemplares de cada título para o endereço informado no fim da nota. Para cada livro sugerido, também é preciso preencher o formulário clicando aqui. Clique no Leia mais para acessar a íntegra da nota.

Por ocasião da reedição da obra completa de Antonio Candido pela Todavia, o Sesc-SP e a editora celebram a vida e a obra do professor e crítico literário no próximo dia 13 de junho, às 19h30, no Sesc Vila Mariana. O evento gratuito contará com a abertura do escritor Ricardo Aleixo, debate sobre o legado de Candido entre a crítica literária Walnice Nogueira Galvão e as escritoras Conceição Evaristo e Joselia Aguiar, com mediação da jornalista Adriana Couto. O público ainda poderá conferir leituras de trechos da obra de Antonio Candido pela atriz Letícia Sabatella e pelas escritoras Amara Moira e Roberta Estrela D'Alva. A direção artística é de Dinho Lima Flor e Rodrigo Mercadante. A retirada gratuita de ingressos já está disponível no aplicativo Credencial Sesc SP ou no Portal Sesc SP. Desde março de 2023, a obra completa de Antonio Candido passou a ser publicada pela Todavia. Ao todo, serão reeditados 17 livros, muitos deles clássicos da crítica literária e do pensamento social brasileiro. Todos eles estão ganhando, pela primeira vez, versões digitais em e-book. Cinco títulos já estão nas livrarias: Formação da literatura brasileira (1959), Os parceiros do Rio Bonito (1964), Literatura e sociedade (1965), O discurso e a cidade (1993) e Iniciação à literatura brasileira (1997). Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Que não é de hoje que uma mulher é ferozmente julgada quanto à sua aparência, todos sabemos. O que poucos sabem é que para além da criação das suas personagens mais célebres, imortalizadas em romances incontornáveis como Mrs. Dalloway, O quarto de Jacob, Ao farol e As ondas, Virginia Woolf também se debruçou sobre essa questão só aparentemente fútil. Em O vestido novo (Nós, 49 pp, R$ 46 – Trad.: Ana Carolina Mesquita), conto escrito durante a criação de Mrs. Dalloway, Virginia ajusta a sua lente para fazer o leitor olhar mais de perto, e por ângulos nunca vistos, a dramaticidade que existe no pensamento de uma mulher que tem que escolher um vestido novo para ir a uma festa. Reverberando o incômodo que a própria Virginia passou em vida, quase sempre se sentindo inadequada e malvestida para as festas às quais era convidada, vemos aqui a pobre Mabel sentir-se “como uma manequim de modista, ali parada para que as jovens lhe espetassem alfinetes”, sofrendo profundamente com o julgamento e o desprezo daqueles que reprovam não a sua constituição intelectual ou moral, mas a sua roupa. O vestido novo é daquelas preciosidades que ganham uma grandeza insuspeita quando lido assim, em separado, num volume único que lhe dá o valor que tem em si e que tantas vezes passa despercebido, como uma jovem bela e inteligente é tantas vezes subestimada por uma escolha equivocada da roupa que veste.

Primeira pessoa do singular (Alfaguara, 168 pp, R$ 59,90 – Trad.: Rita Kohl) é uma coletânea inédita que reúne oito histórias de Haruki Murakami, um dos mais prestigiados nomes da literatura japonesa contemporânea. As histórias desta coletânea são narradas em primeira pessoa por um escritor que personifica o próprio Haruki Murakami. Mistos de memórias e reflexões, os oito contos reunidos neste volume são ora filosóficos, ora misteriosos, mas sempre singulares, em sintonia com o estilo único que consagrou Murakami como um dos escritores mais importantes da atualidade. Múltiplas obsessões, o jazz, a música clássica, os Beatles, beisebol, memórias desconcertantes e até um macaco falante percorrem estas páginas para abordar, de forma poética e delicada, sentimentos como o amor, a melancolia e a solidão.

Aclamada pelo público brasileiro por O homem de giz — seu livro de —, C. J. Tudor faz agora sua primeira incursão no universo dos contos. Onze portas para a escuridão (Intrínseca, 288 pp, R$ 49,90 - Trad.: Carolina Candido, Fernanda Cosenza, Mariana Moura e Thiago Peniche) é uma coletânea de histórias com enredos sombrios e cheios de reviravoltas. Tudor dá um toque pessoal aos escritos ao expor suas ideias para cada uma das 11 narrativas, com introduções que servem como ponto de partida para o leitor adentrar no universo de suspense e terror criado pela autora. A edição brasileira ainda é arrematada por ilustrações exclusivas da premiada ilustradora Amanda Miranda, que dão o tom das tramas e instigam a percepção de quem lê. Ao navegar entre a estranheza e o horror, os contos apresentam uma série de realidades perturbadoras. Um homem parte em uma missão implacável que beira o fim do mundo. Uma garota com um estranho dom faz amizade com uma assassina sem coração. Quatro amigos resolvem explorar um prédio abandonado com segredos monstruosos. Fendas no espaço-tempo, apocalipses e crianças macabras: nas tramas de Onze portas para a escuridão, nada é o que parece.

João Anzanello Carrascoza é um escritor das miudezas cotidianas, das pequenas ternuras e angústias que são ao fim do dia as grandes formadoras das subjetividades. Esse olhar perspicaz permite esmiuçar a intimidade com uma prosa lírica, mas precisa. Os instantes simples da memória infantil, dos laços familiares, dos silêncios doces ou das ausências amargas são fonte para narrativas que deságuam em epifanias e transfigurações. Esta Seleta (José Olympio, 272 pp, R$ 44,90) reúne contos de livros premiados como O vaso azul, Aquela água toda, Tempo justo e Catálogo de perdas, além de fragmentos de romances como o Caderno de um ausente, Menina escrevendo com o pai e A pele da terra, da recente e elogiada Trilogia do Adeus. A seleção foi feita pelo próprio autor, a pedido da editora. O que para Carrascoza foi um minucioso exercício de visitação, para os leitores é uma forma resumida de acesso a grandes histórias de um dos nossos maiores prosadores.