Ações afirmativas, discussão de gênero, empoderamento, afetividade e combate à discriminação se tornaram palavras de ordem para quem milita em favor dos direitos humanos. Lázaro Ramos debate cada um desses assuntos em seu novo livro Na minha pele (Objetiva / Companhia das Letras), que acaba de ser lançado e chega bravamente ao terceiro lugar da Lista Geral dos Mais Vendidos, com 2.883 cópias vendidas já na primeira semana de livrarias. O sucesso desbancou O poder da ação (Gente), de Paulo Vieira, que vinha se mantendo na terceira posição da lista. Batalha espiritual (Petra / Ediouro) continua no topo da lista da semana, com 3.785 exemplares vendidos – e no da anual, com 91.525. O mundo de Larissa Manoela (HarperCollins) permanece na segunda posição, com 3.388. As vendas de Na minha pele ajudaram a impulsionar os números da lista de Não Ficção, que fechou a semana com aumento de 5% nos números gerais de venda. Isso numa semana de estabilidade. Em comparação com a passada, os números apresentaram um discreto aumento de 1%. Por falar em Não Ficção, a lista ganhou outro reforço nessa semana. É que a Melhoramentos relançou o clássico A cozinha maravilhosa de Ofélia, de Ofélia Anunciato, a Julia Child brasileira. O livro chega à lista na 18ª posição, com 321 exemplares vendidos. O topo Ranking Geral das Editoras continua sendo ocupado pela Sextante, que emplacou 19 títulos nessa semana. O Grupo Companhia das Letras ocupa a segunda posição, com 14, e a Intrínseca, a terceira, com dez. Na corrida pelo Prêmio Avena PublishNews de Editora do Ano, a Sextante continua na frente, com 59 títulos. Treze títulos à frente das segundas colocadas: Grupo Companhia das Letras e Intrínseca, que aparecem com 46 títulos cada. Clique no Leia Mais e veja outros destaques da lista de mais vendidos dessa semana.

Na escola, sempre aprendemos a respeito da configuração de “pré-condições” para surgimento de novo fenômeno, como, por exemplo, a Revolução Industrial e a 1ª Grande Guerra. Hoje, os ciclos sociais são mais curtos. O novo ciclo, que penso estar se configurando nesse ano de 2017, resulta da recente conjugação de alguns aspectos da tecnologia com os sentidos da fala e da audição, como instrumentos transmissores de conhecimento. Antes da difusão da escrita, o conhecimento se transmitia basicamente pela oralidade. Gutenberg inventa os tipos moveis no século XV e durante 500 anos o livro, o suporte físico, se torna o maior instrumento de armazenamento e transmissão de informações. A introdução do computador no cotidiano social potencializa essa capacidade de guarda e troca de informações. Surge agora novo componente que introduz na sociedade, de forma que se supõe estável por algum tempo, em determinadas camadas da população; os aparelhos denominados “assistentes”, comandados pela voz! No mesmo patamar do surgimento de aparelhos suscetíveis a comando de voz, destaco a recente assinatura de termo de ajustamento de conduta entre o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e o Ministério Público Federal (MPF) através do qual as editoras do país vão se adequar paulatinamente a tecnologia de conversão de textos de livros em voz, principalmente para facilitar o acesso de deficientes visuais a obras literárias. Assim, o simples ato de leitura, ato eminentemente visual pode variar para o processo de escuta do texto. É o pêndulo da história, que parece reintroduzir na sociedade a transmissão de conhecimento por meio da oralidade, da escuta. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta coluna.

Por mais que se comente sobre a tal crise da leitura, parece que há mais do que situações pontuais de mercado do que querem nos fazer crer. Um algo para além dos números e das perspectivas e possibilidades do livro e da leitura. No Brasil, em particular, temos esta instabilidade política fruto de um golpe de estado, à socapa da maioria da população que exerceu democraticamente seu voto e deu maioria ao governo deposto. A ausência de um ministro da Cultura, para ficarmos num humilde exemplo do descalabro, ainda não tem qualquer perspectiva de ser resolvida com um nome competente. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra do artigo.

Nos últimos anos, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) participou, em parceria com a Editora Senac, de uma casa montada durante a Festa Literária de Paraty (26 a 30/07). Neste ano, a casa foi suspensa, mas representantes da entidade participarão de debates e mesas sediados em outras casas. Na quinta-feira (27), às 10h, Luís Antonio Torelli, presidente da Câmara, participa de um debate com o deputado Rafael Motta e Nilce Costa, secretária-executiva do Consed, sobre a universalização das bibliotecas na Câmara dos Vereadores (Rua Dr. Samuel Costa, 23). Às 11h30, Luiz Alvaro Salles Aguiar de Menezes, gerente de relações internacionais da entidade, representa a CBL na mesa Livros que viagem, sobre a internacionalização da literatura brasileira, na Casa PublishNews (Rua do Comércio, 13). Na sexta (28), também às 10h, Torelli volta à casa legislativa para apresentar, ao lado de Marcos da Veiga Pereira (SNEL), um panorama da Pesquisa Fipe 2016, ressaltando a série histórica dos últimos 10 anos. Ainda na sexta-feira, a CBL apoia a mesa Impactos do setor cultural e criativo na evolução da economia brasileira, que contará com a presença de Mansur Bassitt, secretário de Economia do Minc; Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc SP, e Cristina Maseda, da Secretaria Municipal de Cultural de Paraty. A mesa acontece a partir das 18h, no Sesc Paraty - Unidade Santa Rita (Rua Dona Geralda, 15). No sábado, novamente na Câmara dos Vereadores, Torelli, a senadora Fátima Bezerra (PT / RN) e Cristina Maseda discutem a promoção do livro dentro do âmbito da Lei Castilho, que institui a Política Nacional de Leitura e Escrita, que tramita no Congresso Nacional. Encerrando a participação da CBL na programação paralela da Flip, a CBL apoia a mesa CPCLP - Intercâmbios da Língua Portuguesa, também no SESC Paraty, no domingo (30), a partir das 13h. O debate contará com a participação da professora Rita Chaves, da pesquisadora Damares Barbosa, com mediação de Susana Ramos Ventura.

Na próxima segunda (17) a Casa Educação realiza mais um webinar gratuito, dessa para apresentar o MBA Book Publishing, que chega a sua quinta turma e está com inscrições abertas para São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Com a presença dos coordenadores André Castro e Jiro Takahashi, e da professora Alessandra Ruiz (Sextante), a transmissão vai dar aos interessados em participar do curso a chance de tirar dúvidas, conhecer o programa e saber mais sobre o curso que tem como objetivo impactar a carreira de profissionais que trabalham ou querem trabalhar na indústria do livro. Os que acompanharem o webinar terão um desconto especial na matrícula ao curso. Para acompanhar o webinar é preciso preencher um cadastro aqui.

O Grupo A Página completou 20 anos, e para comemorar, prepara um evento para convidados neste sábado (15), em Curitiba. Com três centros de distribuição, a empresa trabalha atualmente com 251 editoras e atende também livrarias, instituições públicas e privadas, professores, escolas de idiomas e demais empresas do mercado livreiro. Já A Página Livrarias, possui quatro unidades, fixadas nas cidades de Curitiba, Foz do Iguaçu, Joinville e Paranaguá.

A cidade de Serra Talhada, no sertão pernambucano, será palco da Feira do Livro do Vale do Pajeú, que neste ano absorve a programação da Festa Literária de Serra Talhada, já em sua terceira edição. O evento, marcado para acontecer entre os dias 8 e 11 de agosto, quer dar incentivo a novos autores. Para isso, criou uma plataforma de lançamentos, através da qual dará oportunidades a escritores de apresentarem seus trabalhos durante o evento. Os interessados em participar têm até este sábado (15) para inscrever seus trabalhos através deste formulário. Uma vez inscritos, os trabalhos serão avaliados e escolhidos por uma comissão da Academia Serra Talhadense de Letras (ASL). A divulgação dos nomes selecionados será feita até o final do mês.

A Biblioteca Pública do Paraná (Rua do Cândido Lopes, 133 - Curitiba / PR) realiza nos dias 18 e 19 o evento Devorando histórias, uma programação especial de férias voltada para crianças de 3 a 12 anos. As atividades acontecem na Seção Infantil, em vários horários, e incluem contação de histórias, rodas de leitura, brincadeiras, jogos e oficinas de confecção de brinquedos. Segundo Everton Leite, colaborador da BPP e responsável pela programação, todas as atividades têm como tema central a figura do Lobo Mau e suas variações em diferentes histórias. “A ideia é repensar personagens que conhecemos desde criança e pertencem ao nosso imaginário”, diz. A participação é gratuita e a programação completa você confere clicando aqui. A Seção Infantil também realiza, diariamente, o projeto Hora do Conto, seções de contação de histórias que acontecem de segunda a sexta-feira às 11h e às 15h, e aos sábados, às 11h.

Não está mais aqui quem falou (Companhia das Letras, 168 pp, R$ 39,90) contém 40 textos e três epígrafes, nos quais a autora Noemi Jaffe conta todas as histórias do mundo e também o seu contrário. Verdades e mentiras por trás do sacrifício de Abraão, uma lembrança do futuro, encontros históricos que nunca aconteceram, mas que deveriam ter se dado, são alguns dos contrastes que a autora evidencia em sua nova obra. Sua intimidade com a língua e com a própria ideia de linguagem descortina ao leitor sentidos e significados obscurecidos pela repetição, mas que, quando retiradas de seu lugar habitual, revelam-se verdades cabais. É assim com os ditados populares e também com a expressão “eu te amo”, que o leitor é convidado a redescobrir junto com a personagem do livro.

Dando continuidade à coleção Crônicas para jovens, a Global lança o livro Lima Barreto – crônicas para jovens (104 pp, R$ 42), que contém 29 textos escritos para jornais e revistas e que envolvem o leitor não só pela linguagem despojada, combativa e irônica do autor, como também por continuarem extremamente atuais. Estão presentes na antologia desde textos em que Lima Barreto discorre sobre problemas que a República que ele viu nascer não conseguira solucionar, como o racismo e as desigualdades sociais, até o problema da violência que acompanhava as partidas de futebol, num tempo em que o esporte ainda dava seus primeiros passos no Brasil. Sua preocupação com os efeitos perversos das reformas urbanas feitas no Rio de Janeiro nas duas primeiras décadas do século XX também pode ser visto em crônicas como As enchentes, O desastre, Megalomania e O prefeito e o povo e A revolta do mar.

Em O coração da Pauliceia ainda bate (Editora Unesp / Imprensa Oficial de SP, 432 pp, R$ 75), o professor, escritor e membro da Academia Paulista de Letras, José de Souza Martins reúne crônicas inéditas e crônicas baseadas em artigos sobre a cidade de São Paulo e a região metropolitana publicados no caderno Metrópole do jornal O Estado de S. Paulo, durante nove anos, de 2004 a 2013. O autor volta um olhar terno, por vezes bem-humorado, outras vezes nostálgico, sobre cantos e recantos paulistanos. Misturam-se nos textos de José de Souza, o seu olhar historiográfico, o olhar do sociólogo, mas sobretudo o olhar literário. Trata-se de um passeio pela cidade, que descortina ao leitor insuspeitadas histórias que se escondem nas ruas, nos casarões, e nos monumentos de São Paulo. “Quando percorro a cidade trato de ver o invisível, as anomalias do desenho, as coisas foras do lugar e do tempo”, completa o autor.

Levante-se o réu (Tinta da China, 368 pp, R$ 69), de Rui Cardoso Martins, conta histórias dos tribunais portugueses, com pessoas reais e crimes verdadeiros. Há quem pense que os casos são inventados, que os réus, acusadores, testemunhas e magistrados seriam personagens de ficção. Mas não o são nem podiam ser. A realidade - a chamada vida - é que tem muita imaginação. Ao longo de 20 anos, Rui Cardoso Martins assistiu a mais de 700 casos de justiça em sessões públicas de tribunal. Depois, fixou-os numa prosa literária de efeitos ora cômicos, ora comoventes. E sempre com uma capacidade notável para captar com empatia a justiça e a injustiça, o chocante e o caricato. Esse volume reúne uma centena de suas crônicas. O livro ganhou o Prêmio da Crônica, da associação portuguesa de escritores em 2016.