Morar no Rio de Janeiro me trouxe de volta aos espaços de leitura. Não só às livrarias e bibliotecas em si, mas ao hábito de circular por esses ambientes com tempo, com curiosidade e, acima de tudo, com desejo de troca. Voltar a frequentar esses lugares é, para mim, uma forma de conectar com a cidade e com as ideias que nela se movimentam. É também reconhecer a importância de algo que tenho chamado de "cultura circular". Essa noção ganha ainda mais potência quando olhamos para projetos que extrapolam os circuitos tradicionais do mercado editorial. O Favelivros, por exemplo, é um projeto que, em cinco anos, conseguiu implantar bibliotecas em 56 comunidades do Rio de Janeiro. Gostou do tom? Leia a coluna exclusiva de André Palme.

A Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) está com inscrições abertas para um curso de 12 horas dedicado a investigar a trajetória do livro — impacto histórico, força cultural e funcionamento econômico — através da experiência do editor e jornalista Haroldo Ceravolo Sereza, também doutor em Letras pela Universidade São Paulo (USP). O curso, em formato online e ao vivo, será realizado nos dias 24 e 26 de novembro e 1º de dezembro próximos, às 19h, inaugurando a primeira turma da nova linha de cursos da instituição. "São três aulas online que introduzem questões urgentes no mundo de hoje", adianta o professor ao PublishNews. Leia a nota completa para saber preço e como garantir a sua vaga.

A nVersos Editora procura assistente de projetos editoriais. Entre os requisitos para a vaga estão ter experiência em processos de inscrição para Editais de Governo e experiência em Projetos Editoriais Infantis, com foco em editais de governo e rede de escolas particulares. A vaga exige disponibilidade para trabalhar presencialmente todos os dias, em São Paulo, e aceita candidaturas até o final de novembro.

Pela primeira vez em São Paulo, a Companhia Ensaio Aberto apresentará o espetáculo Morte e Vida Severina, obra-prima de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), com músicas compostas por Chico Buarque, direção de Luiz Fernando Lobo e direção musical de Itamar Assiere. A montagem cumprirá duas temporadas no Teatro Paulo Autran – Sesc Pinheiros, em dezembro e em janeiro de 2026. Encenada há duas décadas pela companhia, a obra de 1955 ganha nova potência diante das mudanças sociais do período. “Nesse vinte anos que se passaram entre a primeira montagem e esta atual, saímos do Mapa da Fome e chegamos a ser a sexta economia do mundo. Ao mesmo tempo, as negras manchas demográficas da Geografia da Fome não estão mais localizadas apenas nos sertões do Nordeste, e sim dentro das grandes cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Nova York, Paris e Berlim”, afirma o diretor Luiz Fernando Lobo, ressaltando a atualidade do texto. Leia a nota completa para organizar a agenda!

O multiartista mineiro Andersen Viana lança Histórias cinematográficas (Editora Sinete) com sete contos feitos para dialogar, ao mesmo tempo, com a literatura e com a linguagem do cinema. O livro será apresentado no finald e novembro, no Bar Canto Madalena, em São Paulo, com 119 páginas, ilustrações e uma proposta assumidamente híbrida: narrativas independentes que podem se tornar argumentos para roteiristas e diretores. Em texto apoiado em sete anos de trabalho, Viana explicita, já na abertura, o propósito da obra: “O objetivo não é apenas proporcionar experiências diversas, inusitadas e atemporais aos leitores, mas também oferecer novos e instigantes argumentos para serem desenvolvidos por roteiristas e diretores”. Leia a nota completa para saber tudo do lançamento.

Com sua prosa leve e precisa, Eliana Alves Cruz constrói uma narrativa sobre o processo de ascensão social de uma família negra. Cada personagem — a mãe, o pai, os filhos e a filha — conta a própria história em primeira pessoa. São testemunhos de uma travessia que nunca é igual para ninguém. Ao explorar a pluralidade de vozes, a autora alcança a complexidade que dá ao processo sua fisionomia particular. Em tempos de desigualdades agudas e divisões de toda sorte, é fundamental olhar a realidade sob diferentes ângulos, explorar nuances e identificar caminhos que nos permitam criar um terreno comum de diálogo. Meridiana (Companhia das Letras, 184 pp, R$ 69,90) faz jus ao nome, conecta polos no espaço e no tempo e mostra ao leitor como passar adiante as conquistas acumuladas, garantindo que as gerações futuras não se percam e sigam ancoradas no chão da vida

Morreste-me (Dublinense, 80 pp, R$ 64,90), livro que revelou o escritor português José Luís Peixoto, é o relato comovente da morte de um pai, uma carta aberta sobre o luto e, ao mesmo tempo, uma homenagem poderosa, uma memória redentora. Agora, 25 anos depois de sua publicação original e uma década após o seu lançamento no Brasil, esta obra-prima ganha edição especial comemorativa, com contextualização da sua importância, para celebrar sua consolidação no cânone da literatura contemporânea. O escritor José Luís Peixoto nasceu em Galveias, em 1974. É um dos autores de maior destaque da literatura portuguesa contemporânea. A sua obra figura em dezenas de antologias, traduzida num vasto número de idiomas, e é estudada em diversas universidades ao redor do mundo. Em 2001, ele recebeu o Prêmio Literário José Saramago pelo seu romance Nenhum olhar.

Em Os 3 desejos de Eugênio (Alt, 336 pp, R$ 59,90), o seu quinto romance, Vitor Martins inaugura uma nova fase de sua trajetória literária, mais madura e voltada aos desejos e desafios da vida adulta. A história acompanha Eugênio, um rapaz de 26 anos que, após uma noite de Réveillon, rabisca uma lista de resoluções ousadas: fazer uma tatuagem, adotar um cachorro e arrumar um namorado. O que começa como uma brincadeira entre amigos logo se transforma em uma jornada de autodescoberta — e em um confuso triângulo amoroso que o obriga a confrontar o que realmente busca no amor e em si mesmo. O que Eugênio não imaginava era que o último item dessa lista envolveria uma escolha que ele parece incapaz de fazer. Com sua escrita, Vitor Martins mais uma vez entrega uma história sobre amor, coragem e amadurecimento — temas que fazem de sua obra um sucesso entre leitores de todas as idades.

Nesta obra de autoria indígena, o escritor e ilustrador Ezequiel Vitor Tuxá recorre à imaginação e à ancestralidade para construir uma narrativa em que a natureza ensina a um rei ganancioso a importância de respeitar as águas, a terra e seus habitantes. Quando criança, Dom Inácio é surpreendido por uma previsão terrível: se ele colocar os pés no chão, uma catástrofe poderá acontecer. A partir de então, o menino passa a ser carregado por súditos para todos os lugares. Mas como será o reinado de um homem que não pode tocar o chão? Anos mais tarde, ao atravessar o oceano em uma expedição colonizadora, o rei encontra seres encantados que têm muito a lhe ensinar. A leitura de Rei-pássaro (FTD, 72 pp, R$ 76) promove reflexões sobre história, cultura, diversidade, memória e meio ambiente, contribuindo para a formação de leitores críticos e empáticos, capazes de encontrar na literatura perguntas e respostas que os ajudem a compreender a si mesmos e o mundo.

Diagnosticado com uma grave condição cardíaca, o protagonista de O livro que me escreveu (Solisluna, 164 pp, R$ 75) decide escrever o Livro (com maiúsculas) de sua vida – e realmente o escreve com o coração. Sempre apoiado por sua esposa, ele leva trinta anos para completar a empreitada, enfrentando fome e dificuldades, vivendo a crédito e esperando pagar suas dívidas quando o Livro for publicado. Ao final, envia as páginas datilografadas para o editor, mas elas nunca são recebidas. O desespero leva o casal, junto com amigos e vizinhos, a uma busca frenética por agências dos correios ao redor do mundo, até que o editor insinua que finalmente recebeu o livro. Mas não era o Livro... Então, livros assinados com o nome do escritor começam a surgir por toda parte, e as pessoas passam a lê-los vorazmente, transformando a leitura em um fenômeno global. O autor do romance é Mário Lúcio Sousa, que nasceu em Tarrafal na Ilha de Santiago, em Cabo Verde, em 1964. Formou-se em Direito pela Universidade de Havana e atuou como membro do Parlamento cabo-verdiano e embaixador cultural de seu país antes de se tornar Ministro da Cultura, cargo que ocupou de 2011 a 2016.