Uma das gigantes do varejo no Brasil – as Lojas Americanas – viu suas ações despencarem em uma semana caótica. A crise veio a público com o anúncio da renúncia do presidente da companhia, Sergio Rial, que justificou sua saída após encontrar um rombo de (supostamente) R$ 20 bilhões nas contas da empresa. Isso aconteceu no dia 11 de janeiro. Oito dias depois, toda a cadeia produtiva ligada ao negócio – dos acionistas e investidores aos pequenos fornecedores – ainda espera por notícias mais definitivas, sinalizações, dados e números. Inclusive no mercado editorial. Fontes ouvidas pelo PublishNews nos últimos dias avaliam que o impacto nos negócios será consideravelmente menor do que o que ocorreu com as crises de Saraiva e Cultura, mas existe, sim, preocupação. O impacto pode ser menor porque o modelo de venda de livros das Lojas Americanas (a parcela física do negócio) é fortemente baseado no catálogo das editoras. A estimativa é que as Lojas trabalhem com um catálogo de 500 a mil títulos, considerado reduzido comparado ao universo total, e nem todas as editoras do país trabalham com as Americanas. Clique no Leia Mais para ler a matéria completa.

O Ministério da Cultura anunciou na quarta-feira (18) que vai liberar quase R$ 1 bilhão para a realização de mais de 1,8 mil projetos que estavam paralisados pela gestão anterior no processo de fomento da Lei Rouanet. A norma permite que empresas e cidadãos apoiem ações culturais e deduzam o valor, total ou parcialmente, do Imposto de Renda. A liberação tem impacto direto em diversos projetos relacionados ao livro e leitura. O secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes, afirmou em nota que não havia motivos técnicos para o bloqueio destes recursos. Entre os projetos relacionados ao livro que agora podem captar os recursos estão: o projeto "Histórias no Baú", que consiste na realização de apresentações de contação de história para o público infantil em Campinas (SP); a editora Baderna na FLIP 2023, que pretende levar a Paraty a literatura periférica, com slams, workshops, rodas de conversa e livros. Clique no Leia Mais para ler a íntegra da matéria.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias em 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Nessa semana, o Próximo Capítulo traz as novidades que chegarão às livrarias entre 5 e 11 de março de 2023. Entre as novidades: volumes da autobiografia de Deborah Levy pela Autêntica Contemporânea, novas edições de livros de Fabricio Carpinejar pela Bertrand Brasil, Morda meu coração na esquina: Poesia reunida (Companhia das Letras), a primeira reunião de poemas de Roberto Piva e o romance Feitiço para coisas perdidas (Intrínseca), de Jenna Evans Welch. Confira todas as novidades clicando aqui. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

A Companhia das Letras, maior grupo editorial do Brasil, em conjunto com a empresa mexicana Softtek, adotou uma solução SAP customizada e específica para seu negócio. Focando nas principais cadeias do mercado editorial, a solução, um sistema tailor-made, ou seja, feito especialmente para a empresa, busca oferecer uma visão mais clara e possibilitar mais expansões. O SAP é o sistema de gestão empresarial mais utilizado no mundo e se destaca como a principal solução em softwares para o planejamento de recursos empresariais (ERP). Desde junho de 2022, a editora passou a operar a nova plataforma de gestão. O Grupo optou por implementar o SAP ERP em suas operações no Brasil, utilizando o padrão SAP o máximo possível e, idealmente, trazendo para o Brasil as customizações existentes da Penguin Random House para processos editoriais já desenvolvidas para outros países. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

A Almedina Brasil está procurando uma pessoa para a vaga de editor(a) de desenvolvimento. Entre os requisitos estão: formação em Letras, Editoração ou Jornalismo; domínio avançado de inglês; experiência no mercado editorial (área de produção editorial); boa comunicação escrita e verbal; domínio do pacote Office, e-mail e Internet; e proatividade e organização. Algumas das atribuições do cargo são dar suporte ao editor na área de Edições Gerais (ciências sociais e humanas, administração e economia e literatura) nas atividades de prospecção e contratação de novos autores; relacionamento com autores já contratados; negociação de contratos; acompanhamento dos projetos editoriais em todas as fases (do autor à publicação); verificação de originais; contato com editoras estrangeiras para negociação de contratos e afins; apoio ao departamento de marketing para a realização de eventos de lançamentos; controle de qualidade de originais (autores nacionais e traduções); interface com a produção editorial para avaliação e aprovação de projetos de miolo e capa de livros. O modelo de trabalho é híbrido e os candidatos devem ter disponibilidade para expediente presencial em São Paulo. Interessados devem enviar currículos para mpace@almedina.com.br

A plaquete O corpo de Laura (Mocho Edições), da poeta e jornalista paulistana Laura Redfern Navarro, será lançado na Casa Meio do Céu (Rua dos Franceses, 258 – São Paulo / SP) nesta quarta-feira (19) a partir das 19h. O livro é fruto de um exercício experimental que, junto de um livro, compõe o projeto homônimo premiado pelo edital ProAC 2022, promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. O evento, que contará também com a presença da pesquisadora Gabriela Vescovi (com a tradução de Eu sou memória, obra poética da escritora nigeriana Jumoke Verissimo) e das escritoras Layla de Guadalupe (com a reedição de seu livro de estreia, A história do Gozo e outros canibalismos), Michelle Soares (que estreia com A mulher ao avesso, trabalho em que explora texto e colagem) e Priscilla Menezes (com o livro de poemas e experimentações em desenho A fera ao meio), compõe um lançamento coletivo das autoras da Mocho Edições. Segundo o material de divulgação da obra, o projeto foi pensado a partir do tensionamento do nome da autora com o da personagem Laura Palmer do seriado Twin Peaks, e se coloca desde o título enquanto uma exploração de fronteiras como ficção versus autoficção. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

O escritor Itamar Vieira Junior, baiano dono de sucessos como Torto arado, vencedor do Oceanos e do Jabuti, ministrará a oficina ‘Escrever é Estar Vivo: Introdução à escrita criativa (conto e romance)’ pela Balada Literária. Serão oito encontros, via plataforma Zoom, nos dias 6, 13, 16, 20, 23, 27, 30 de março, e 3 de abril, das 19h30 às 21h30. As vagas são limitadas e as inscrições começam dia 20 de janeiro. O valor da oficina será de R$1350,00 podendo ser parcelado em 3x no cartão de crédito. Outras formas de pagamento são boleto bancário, pix e débito. As gravações das aulas estarão disponíveis para as pessoas inscritas (caso perca o encontro ao vivo).

Estão abertas até o dia 31 de janeiro as inscrições para a nova turma do Curso Técnico em Celulose e Papel, formação oferecida pela CMPC e que agora conta com a parceria do Senai-RS. Com 2 anos de duração, o curso é realizado por completo nas dependências da companhia em Guaíba (RS) e ocorre de forma gratuita. O objetivo da iniciativa é estimular o desenvolvimento profissional e a empregabilidade de moradores da região, valorizando as comunidades no entorno da unidade da CMPC. Os interessados devem ter no mínimo 18 anos e possuir Ensino Médio completo. Após o período de inscrições, em fevereiro os candidatos participam de provas de matemática e português na plataforma do Senai-RS. A listagem com o nome dos 25 selecionados será divulgada ainda em fevereiro e as aulas iniciam em março. Os interessados podem realizar as inscrições clicando aqui. Para mais informações, entrar em contato pelo e-mail: programatalento@cmpcrs.com.br. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

Rob Packer, poeta inglês em constante deslocamento geográfico, se desloca por línguas no livro A previsão do tempo para navios (Círculo de poemas, 88 pp, R$ 79,90), escrito originalmente em português. Partindo de boletins meteorológicos para navios transmitidos pela BBC inglesa, Packer faz um cruzamento entre memória e história coletiva. Ao transcrever e traduzir esses boletins, o poeta vai se lembrando de sua infância, de quando os ouvia na rádio, para chegar, pouco a pouco, numa reflexão sobre o colonialismo inglês. Se o Brasil pode parecer distante da questão por não ter feito parte do império britânico, aos poucos o livro opera uma mudança desse ponto de vista, afinal, as tecnologias de navegação, como a que se revela nesses boletins, tiveram um papel determinante no processo de escravização. O autor morou no Rio de Janeiro por oito anos e acompanhou a descoberta arqueológica de um cemitério de escravizados no centro da cidade. De camada em camada de texto, Packer escava a poesia como gênero e, com isso, também a própria língua e a história. Adelaide Ivánova escreve, no texto de orelha, que “o livro de Rob é muito comovente: sendo que comover, do latim commovĕre, significa algo como mover conjuntamente: uma pessoa comovida é alguém que foi retirada do seu estado natural por circunstâncias externas”.

O livro Planta oração (Nós, 288 pp, R$ 55), de Calila das Mercês, é livro-poema-conto que faz a junção da oralidade com a ancestralidade. São as aberturas dos contos, criadas a partir de um som ritmado, que nos lembram de mantras ou ladainhas e vão se apresentando em repetições, que acolhem o ouvido e nos preparam para um novo conto-oração. Cada texto forma um galho desse tronco-texto carregado de memórias-palavras da autora. Pesquisadora dos movimentos e das representações de mulheres negras e grupos invisibilizados, a escritora e jornalista baiana Calila das Mercês estreia nos contos com Planta oração. Ela é poeta, jornalista, pesquisadora e doutora em Literatura pela UnB. Publicou textos literários em publicações brasileiras e internacionais.

Cavalo e caramelo (Quintal, R$ 45) é um livro de poemas feitos durante a pandemia numa tentativa de sair de uma prisão não só física mas da própria sombra, uma vontade de dar vida a um sentimento vago, ambíguo, mas marcado primeiro pelas formas de repressão biopolíticas contra as mulheres, contra os pobres, contra os negros e negras, contra as mães, contra as velhas, contra o meio ambiente e os animais, contra os povos e os corpos da floresta. Foi uma tentativa de dizer algo à luz da ira, da dor, da emoção, da autonomia reprimida, sem retocar sequer um mais, para se filiar formalmente a uma abordagem contra a maquiagem. A partir da ideia de liberdade da linguagem, e da livre associação, de criar poemas de primeira, e deixar que elas viessem a público assim, na forma como foram concebidos, a autora, Roberta Veiga, procurou mulheres para ilustrá-los tentando algumas vezes endereçá-los a elas, outras fazê-los pensando nelas, e outras, simplesmente para oferecer-lhes como matéria de pensamento que se quer imagem. Dessa forma, circulá-los entre essas mulheres – que não são todas artistas de desenho ou ilustração, mas se ligam ou à fotografia, ao cinema, à teoria das imagens, ou que estão de algum modo sempre engajadas na busca por pensar junto e com mulheres as formas de vida, na toada do grupo de pesquisa Poéticas Femininas, Políticas Feministas na UFMG. Nesse sentido, para cada poema escrito a autora entrega, convida, chama, uma ilustração de mulheres queridas, escolhidas por amizade, por sorriso, por doação e "maravilhosidades" que emprestam a vida tornando-a aflitiva, mas de toda forma estética, política e afetiva.

Importante nos poemas são os lugares que eles carregam consigo. Fundam intervenções, desafiam leitores e leitoras a se tornarem caminhos com a leitura. A rota de um poema seria talvez uma consagração de escolhas, o dúbio no ventre que faz gerar o lugar entre ambiguidade e concisão. Aliás, duas características muito presentes neste livro intitulado Viravolta (Folheando, R$ 36,89), do poeta Renan Alvarenga. Fato que não deixa de causar aparente estranhamento, uma vez que seria um tanto contraditória uma obra cuja preponderância seja exatamente a quase antinomia de seus alicerces. Afinal, a ambiguidade invocaria de certa maneira uma predisposição à indecisão, prolixidade, enquanto a concisão sinalizaria a exatidão dos apontamentos. Mas não aqui. Em Viravolta, o paradoxo, o circular, o repentino, comparecem desde o título e se harmonizam na peculiaridade construída pela poética do Renan.