Na tarde da última quinta-feira (18/01), a chapa encabeçada pela Gláucia Gonçalves, da Uni Duni Editora, foi escolhida para comandar a Câmara Mineira do Livro (CML) durante o biênio 2019/2020, substituindo a diretoria que tinha como presidente Rosana de Mont’Alverne, da Aletria. Além dela, fazem parte da equipe eleita Leida Reis, da Páginas Editora; Joana Mello, da Editora Voo; Maria Mazarello, da Mazza Edições; Angela Barcelos, da Autêntica e Magia dos Livros; Marcus Teles, da Livraria Leitura; Alexandre Machado, da Miguilim, e a própria Rosana. Gláucia Gonçalves salientou que vai focar na valorização do livro e em pensar o livro como negócio, além de procurar alternativas para a sustentabilidade da CML. Ela quer ampliar a oferta de cursos e encontros voltados para a formação de profissionais e soluções para o mercado editorial. A vice-presidente eleita, Leida Reis lembrou a importância da colaboração entre todos, já que o verdadeiro inimigo não é o concorrente, mas sim a falta de leitores no Brasil. A nova diretoria tomará posse no próximo dia 1º.

O emergente (e promissor) mercado de audiolivros foi alvo de uma matéria na Folha de S.Paulo nesse fim de semana. A matéria, assinada por Carolina Muniz, explica que o custo de produção (em média de R$ 10 mil por obra) é um dos entraves do setor. Ouvido pela reportagem, Marcos Pereira, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e da Sextante, observa: “É um investimento grande, por isso as editoras estão levando mais tempo para construir um catálogo de audiolivros. A crise das livrarias tem um impacto grande nisso, porque diminui bastante o caixa das empresas. No momento em que precisávamos investir em uma nova área, temos uma limitação”. Ainda na Folha, reportagem traz um apanhadão de obras de Monteiro Lobato ou derivadas delas que estão nos prelos das editoras. Mauricio de Sousa é um dos que embarcou na onda. Ele prepara pela Girassol versão em que a boneca Emília ganha contornos da Mônica e a Narizinho incorpora a comilona Magali. O assunto também foi alvo de matéria no Estadão, que dá destaque à adaptação feita por Pedro Bandeira, que promete eliminar expressões racistas na obra de Lobato. Falando ainda de Lobato, a coluna de Lauro Jardim, n'O Globo, adiantou que o acervo do escritor vai inaugurar coleção digital Brasiliana de Literatura Infantojuvenil da Biblioteca Nacional. Em entrevista à Folha, a autora estreante Kristen Roupenian adiantou que será uma das convidadas da 17ª edição a Flip (10 a 14/07). Ela é autora de Cat person, conto publicado em 2017 na revista New Yorker e que viralizou e fez da autora um fenômeno editorial. O conto faz parte da coletânea que acaba de ser lançada pela Companhia das Letras.

Nesse verão, o Rio de Janeiro vai ganhar um novo evento literário voltado para a criançada. É que a Liga Brasileira de Editores (Libre) se associou à Livraria Blooks e ao Estação Net Cinema para levantar o Verãozinho dos Livros. O evento, inspirado na já tradicional Primavera Literária, encampada pela Libre desde 2000, vai ter uma programação cultural com atividades voltadas para o público infantil com contação de histórias, exibição de filmes e oficinas. “O Verãozinho dos Livros vai oferecer literatura infantojuvenil de qualidade e ajudar a formar leitores. O evento mostra também que a ludicidade do livro pode ser combinada com o cinema entre outras atividades. Nosso principal objetivo é estimular o prazer da leitura”, comentou Raquel Menezes, presidente da Libre. No hall do Estação Net Cinema (Rua Voluntários da Pátria, 35 - Botafogo – Rio de Janeiro / RJ) serão montadas 15 mesas em que as editoras associadas à Libre venderão seus livros com descontos. O Verãozinho dos Livros acontece nos dias 9 e 10 de fevereiro, das 10h às 14h.

A literatura infantojuvenil perdeu muito espaço nos principais jornais do País desde o fim dos suplementos literários quase todos descontinuados no início dos anos 2000. Essa lacuna acabou sendo preenchida por blogs hospedados pelos próprios jornais. É o caso do Estante de Letrinhas, do Estadão, que durante cinco anos trouxe resenhas de livros infantis, além de conteúdos relacionados ao mundo da leitura. Quando Bia Reis, titular do blog, foi promovida a editora do caderno Metrópole, o Estante deu uma hibernada, mas começa 2019 em novo formato com a promessa de atualizações semanais. “Fiz alguns testes e adotei um formato de coluna semanal, em que trago lançamentos, falo de escritores, ilustradores, feiras, prêmios, cursos, programação e tudo o que cerca a literatura infantil”, disse ao PublishNews. No último post, com data de 15 de janeiro, a coluna falou sobre o clássico Mary Poppins, de P.L. Travers, que ganha nova versão cinematográfica e edição de luxo pela coleção Clássicos Zahar; sobre o Prêmio Barco a Vapor e o Jornal Joca. Quem quiser falar diretamente com a Bia pode escrever para estante.letrinhas@gmail.com ou seguir a coluna no Instagram e no Facebook.

Muitos autores pensam em escrever roteiros para cinema ou transformar seus livros em filme, mas não sabem como entrar no mercado audiovisual. Seja por não conhecer, seja por achar que é um mercado muito longe da realidade de quem escreve livros. Um webinar gratuito transmitido pela LabPub quer acabar com esse mito. O encontro virtual acontece na próxima quinta-feira (24), às 19h30 e será conduzido pelo escritor e cineasta Marcos DeBrito, que vai trazer noções básicas para escrever um roteiro audiovisual, além de uma seção de verdades e mentiras sobre esse mercado. DeBrito aprofundará o tema no curso Fundamentos de roteiro e narrativa: como criar histórias para filmes que a LabPub oferece a partir do dia 11 de fevereiro. Para o Webinar gratuito é necessário fazer inscrição clicando aqui.

A “Cleópatra da África Central” teve petulância o suficiente para enfrentar as impiedosas lutas de poder dominadas pelos homens de seu tempo. Poderosa e destemida, a rainha Jinga não recuou um centímetro para tentar preservar seu território dos colonizadores portugueses na África. No século XVII, essa figura, cuja inteligência tinha o mesmo grau de sua ferocidade, desafiou todas as limitações impostas ao seu gênero. O livro Jinga de Angola (Todavia, 320 pp, R$ 89,90 – Trad.: Pedro Maia Soares) certamente abala as narrativas hegemônicas sobre a história da África. No auge de seu reinado, na década de 1640, Jinga governava quase um quarto do norte de Angola nos dias de hoje. Perto do fim de sua vida, cansada da guerra, fez as pazes com Portugal e se converteu ao cristianismo – embora sua devoção à nova fé fosse questionada. Em um mundo onde as mulheres eram subjugadas pelos homens, Jinga reiteradamente superava seus competidores do sexo masculino e desrespeitava as normas estabelecidas, arrebanhando inclusive um sem-número de amantes de ambos os sexos. Hoje ela é reverenciada em Angola como heroína nacional e homenageada nas religiões populares. Seu complexo legado forma parte crucial da memória coletiva do mundo afro-atlântico.

Agatha Christie é dona de um legado que agrada o público e ultrapassa décadas. Conhecida popularmente como a "Dama do Crime", as obras da autora já foram adaptadas para o cinema, a TV e o teatro. Além disso, foi elencada pelo Guinness World Records como a autora com mais livros vendidos no mundo, somando, ao todo, mais de quatro bilhões de cópias. Em Agatha Christie: uma biografia (BestSeller, 476 pp, R$ 59,90 – Trad.: Patricia Azeredo), a autora Janet Morgan traz detalhes dos bastidores da intensa vida pessoal da Dama do Crime: manipulação de venenos, desaparecimento, investigação por parte do serviço de espionagem britânico durante a Segunda Guerra Mundial, expedições arqueológicas, experiência com fotografia, e muito mais. Uma obra essencial para quem deseja conhecer melhor a espetacular autora de romances policiais e o gênio por trás do emblemático detetive belga, dono de um espesso bigode e cabeça de ovo, Hercule Poirot.

Uma vida que conjuga pensamento e ação. Assim se pode definir a biografia de Bolívar Lamounier, estudioso das dinâmicas da política e da sociedade brasileiras. Em De onde, para onde (Global, 168 pp, R$ 49), o cientista político revisita sua própria história. Os projetos para o Brasil que nos acostumamos a ver Lamounier explanar em seus artigos e participações em programas de TV e rádio têm suas raízes formativas expostas neste seu relato. Os apontamentos acerca de sua trajetória pessoal misturam-se naturalmente com os destinos da nação. A experiência como estudante universitário nos EUA, a vivência de dez anos no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e a atividade docente na PUC-SP foram vividas com a intensidade de quem sempre se inquietou com os rumos que o país tomava. De onde, para onde conduz o leitor a melhor compreender diversos paradigmas de nossa história recente através dos olhos de um fino observador dos caminhos da nação.