O US Census Bureau, uma espécie de IBGE dos EUA, acaba de divulgar os resultados de junho da sua pesquisa mensal de comércio e a linha dedicada ao negócio de livrarias aponta crescimento de 5,3% no faturamento desse segmento do varejo. Em números absolutos, as vendas de junho totalizaram US$ 699 milhões. Em igual período do ano passado, essa cifra era de US$ 664. O bom desempenho de junho, no entanto, ainda não foi suficiente para minimizar a queda ocorrida em janeiro, quando as livrarias perderam 9,1% do seu faturamento. No acumulado do ano, as vendas caíram 1% e fecharam o semestre em US$ 4,71 bilhões.

Nesse ano, a brasileira radicada em Londres Nara Vidal esteve no Brasil para divulgar o seu livro Sorte (Moinhos). Agora, os direitos do livro que conta a história da opressão religiosa na Irlanda e no Brasil foram vendidos para a holandesa Uitgeverij Nobelman. A trama mistura ficção e história e toca em temas difíceis e perturbadores como o trabalho escravo em conventos, racismo e repressão feminina. O editor Gerrit Brand, que tem grande familiaridade com o português e publicará João Almino pelo mesmo selo, prevê a publicação de Sorte na Holanda na primavera do ano que vem.

O curso Estratégias de Vendas para o Mercado Editorial, realizado pela Casa Educação e ministrado por Gerson Ramos, diretor comercial da Planeta começa este mês. No curso, Gerson pretende trazer para a sala de aula suas experiências e métodos utilizados em sua trajetória de 36 anos no mercado editorial e os alunos saberão outros pontos importantes como qual é o papel da área comercial em uma editora, como fazer um diagnóstico de Causa e Efeito, como montar sua equipe e estratégias e até entender a importância dos metadados. O curso contará ainda com convidados de peso como Bruno Mendes e André Palme (#coisadelivreiro), Ismael Borges (Nielsen), Simei Junior (Metabooks), Olegário Araújo (Inteligência 360), e Bia Alves (HarperCollins International). As aulas em formato EaD ao vivo começam no dia 28 de agosto e seguem até 4 de outubro. Para mais informações é só clicar aqui.

A 4ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura começa oficialmente neste sábado (18) e segue até o dia 26 de agosto. Durante esse tempo, o evento trará pela primeira vez, nomes como o premiado nigeriano Chigozie Obioma, autor do romance Os pescadores; a britânica Alice Oseman sucesso da literatura para jovens e adolescentes; a jovem autora uruguaia Inés Bortagaray celebrada já por seu livro de estreia, o romance Um, dois e já; a chilena Lina Meruane recomendada por Bolaño, dentre vários outros. Além dos autores, a Bienal terá feira de livros e uma programação com palestras, debates, sessões de autógrafos apresentações musicais, artísticas e cinematográficas, exposições de arte e fotografia, espaços infantil e juvenil, espaço especial para HQs e praça de alimentação. O evento acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães (St. de Divulgação Cultural 05 Eixo Monumental - Brasília / DF), das 10h às 21h30.

O Sesc Avenida Paulista (Av. Paulista, 119 – São Paulo / SP) realiza a partir deste mês encontros mensais para o debate e leitura de escritos produzidos por mulheres, em diferentes momentos da história e nacionalidades distintas. Hoje, às 19h, a série Mulheres que escrevem: para o mundo e para a história será inaugurada pelas historiadoras Romilda Motta e Ivania P. Motta que trazem para apreciação o livro Reivindicação dos direitos da mulher (Edipro), da inglesa Mary Wollstonecraft. A obra, pioneira nos debates feministas, traz uma reflexão sobre o papel social da mulher e os desdobramentos dessa marginalidade. Apesar da presença das especialistas, a ideia é de que o público seja ator principal nos encontros, e que o professor envolvido seja apenas um mediador, um instigador do debate. Os encontros abertos acontecem uma vez por mês na biblioteca da Unidade e a leitura prévia dos escritos não é condição para a participação.

Durante o mês de agosto, a atriz Fernanda Montenegro irá participar de eventos de lançamento de seu livro Fernanda Montenegro: itinerário fotobiográfico (500 pp, R$ 160), publicado pelas Edições Sesc São Paulo. São 500 páginas, divididas em 11 capítulos, para contar a trajetória pessoal e profissional, de mais de sete décadas de carreira da atriz. O material, organizado pela própria Fernanda, inclui fotos inéditas de seu acervo pessoal, cartas e registros raros de atuação ao lado de outros grandes do palco, como Nathália Timberg, Paulo Autran e Sérgio Britto. O lançamento da obra no Rio de Janeiro acontece nesta sexta-feira (17), às 19h30, no Sesc Copacabana (Rua Domingos Ferreira, 160). Na ocasião, ela vai fazer uma leitura comentada de alguns trechos da obra, tratando sobre momentos de sua carreira no teatro, na TV, no cinema e também como conciliou essa trilha criativa com a família. A atriz também fez a adaptação para o teatro do livro Nelson Rodrigues por ele mesmo, de Sônia Rodrigues, e fará apresentações ao público, no palco do Sesc Copacabana, nos dias 18 e 19 de agosto. O projeto celebra uma ação de acessibilidade, pois trata-se de um projeto cultural, educacional e social que será realizado nas capitais e no interior do Brasil.

As teorias bizarras sobre Jesus Cristo e as histórias não (ou mal) contadas sobre períodos históricos do Brasil e do mundo serão tema de bate-papos entre os autores Paulo Schmidt e Rodrigo Trespach. Os dois encontros serão realizados pela HarperCollins Brasil nas cidades de São Paulo e Porto Alegre. O primeiro acontece em São Paulo nesta quinta (16), às 19h na Saraiva Morumbi Shopping (Av. Roque Petroni Júnior, 1089). E no dia 23, os autores se encontram na Saraiva Praias de Belas (Av. Praia de Belas, 1181) em Porto Alegre, às 19h. A editora lança neste mês o livro Cogumelo Jesus e outras teorias bizarras sobre Cristo, de Paulo Schmidt, no qual o autor conta as teorias mais sensacionalistas e absurdas criadas ao longo dos anos a respeito da vida de Cristo. Rodrigo Trespach já lançou três obras da série Histórias não (ou mal) contadas, que relatam curiosidades em diferentes momentos históricos. O primeiro teve como foco a Segunda Guerra Mundial; o segundo, as revoltas, golpes e revoluções da história do Brasil; e o mais recente abordou a escravidão.

A partir do sucesso da primeira edição do curso Filosofia para vida, a Casa do Saber (Rua Dr. Mario Ferraz, 414 – São Paulo / SP) resolveu fazer mais uma edição. Dividido em três encontros, as aulas apresentam novas reflexões inspiradas no seriado catalão Merlí, exibido no Brasil pela Netflix, e tratam de problemas e questões da vida cotidiana – vendo como alguns filósofos, dos pré-socráticos aos contemporâneos, podem ajudar a compreender e transformar a realidade. Merlí, personagem humano - inclusive em seus defeitos -, faz da filosofia a referência na formação de seus alunos como seres livres e curiosos. Os encontros buscam responder como ele faz isso e o que é possível aprender com essa maneira de se relacionar com o mundo e com os outros. Ministrado por Renato Janine Ribeiro, as aulas acontecem no dia 30 de agosto e nos dias 6 e 13 de setembro, sempre às 19h. O investimento é de R$ 388,50 e a versão on-line R$ 409,50.

Num frutífero diálogo com diversos campos de conhecimento e expressões de nossa cultura — o cinema, o teatro, a política, a história, a medicina, a psicologia, o direito, a literatura, as artes plásticas etc. —, João Silvério Trevisan constrói o mais completo estudo sobre a homoafetividade no Brasil. Considerado um clássico, Devassos no paraíso (Objetiva, 552 pp, R$ 74,90) passou por mais de uma geração, provocou intensa interlocução com a comunidade LGBT e influenciou desde ações emancipatórias até novos estudos e abordagens sobre gênero e sexualidade. Agora, esse trabalho chega à sua quarta edição trazendo mais capítulos, imagens e texto atualizado sobre as lutas e conquistas dos direitos LGBT ocorridas no século XXI. O tabu da homossexualidade é um dos mais sólidos entraves morais de nossa sociedade, acredita o autor. Ativista pioneiro do movimento LGBT, Trevisan produziu uma obra apaixonada e engajada porque acredita que, assim como cada discurso homofóbico alimenta a violência e a intolerância, toda consciência que se movimenta em busca da emancipação inspira outras consciências.

O livro Conversa de jardim (Moinhos, 108 pp, R$ 40) transpõe para o papel as conversas que a escritora Maria Valéria Rezende e o professor paraibano Roberto Menezes tiveram (e gravaram) desde 2014. Nem eles sabem quantas vezes se encontraram. Ele trazia um bolo, ela preparava o café e a conversa fluía sem pauta, sem pausa. Horas e horas de conversa fiada. “O que tem aqui é só o papo informal entre dois amigos, dois escritores, uma 'véia' e um novinho”, explicou bem-humorada a escritora santista que se radicou na Paraíba. A ideia de transcrever surgiu muito depois. Não é uma biografia, nem é uma entrevista e Conversa de Jardim está longe de ser uma mera transcrição. Não existe verdades e vez ou outra, as vozes se confundem, se contradizem. Um escambo de personalidades. É tudo calculado. Tudo posto ao acaso. Distorcer opiniões, trocar palavras só de pirraça, furtar frases na cara de pau. Valéria e Roberto só começaram essa conversa porque sabiam que em nenhum momento a levariam a sério. E é aí é que está a graça.

Em um lugar de mil encantos, vivem o Leão e a Leoa e sua filha Leona. Leona é muito bela e encanta a todos que enxergam sua beleza, mas é triste e há muito tempo que não fala nada, nem ri. Um dia, seus pais viajam para um reino distante e, ao retornarem, trazem um vestido de noiva e decretam que aquele que conseguisse fazer Leona falar, a levaria ao altar. O que ninguém sabe é que Leona já está apaixonada e espera a volta do seu amado. Será que algum dia seu amor vai retornar e ela vai voltar a falar e a rir? Nono volume da série Contos de Moçambique, Leona, filha do silêncio (Kapulana, 28 pp, R$ 39,90), foi escrito por Marcelo Panguana e contém ilustrações a aquarela de Luís Cardoso.

Prestes a completar 46 anos de vida e 20 de literatura, Fabricio Carpinejar decidiu fazer uma homenagem ao seu pai e à sua mãe em forma de livro: Cuide dos pais antes que seja tarde (Bertrand, 112 pp, R$ 29,90) traz textos comoventes e inspirados sobre o tempo, a perda, o amor, o carinho e o cuidado que os filhos devem ter. “Acreditamos que os pais são eternos, imutáveis, que estarão próximos quando surgir a necessidade. Mas eles adoecem e morrem. É uma fatalidade inevitável, não há como parar a idade, recuar o fim. Se é certo que os pais um dia vão adoecer e partir, por que não organizamos a nossa vida para acolhê-los? Por que não assumimos sua gestação? Por que não reduzimos o ritmo da carreira para darmos sentido para os seus últimos dias?”, escreve o autor, na apresentação da obra. Ao falar dos pais, ele dedica também alguns textos aos avós, dizendo que o respeito e a amizade pelos mais velhos é o primeiro passo para nos tornarmos bons filhos. Como sempre, o poeta traz para o livro suas experiências pessoais e pílulas de pensamentos inspiradas em algumas metáforas, como quando compara a história dos mais velhos aos objetos retrô que tanto valorizamos.

Furio Lonza transborda ironia e comemora 40 anos de literatura lançando um livro de histórias no qual a mulher ocupa o lugar central. Nos 18 contos que compõem Contos de amor, ódio e sacanagem (Penalux, 292 pp, R$ 45), a mulher está presente e atua de maneira orgânica e autônoma. É ela quem dá as cartas e estipula os limites. Mesmo levando em conta que um relacionamento afetivo é sempre balizado por arbitrariedades, caprichos ou mal-entendidos, não há nas narrativas nem vencedores nem vítimas. Tem um pouco de tudo: uma atriz que não se conforma com sua estonteante beleza e quer ter uma cicatriz no rosto; um marido que pretende envenenar a esposa por ela ser dócil e cordata em excesso; um senhor que dá em cima da filha de 14 anos do amigo e tem uma surpresa; uma senhora casada que não consegue dormir; um estudante negro que sofre um bullying cruel de uma colega de olhos verdes. Há adultérios, misoginia, ciúmes, bruxaria, suspeitas, crimes, o cardápio todo.