Quando se fala em mercado editorial japonês, comumente, se pensa em mangás. Mas isso está mudando, segundo contou Hoshino Wataru, editor-chefe da BunkaNews que representa o Japão no PubMagNet, rede de jornalistas e analistas da indústria editorial global que se reuniu em Oslo no fim de janeiro. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa para Publicações e Livros, o faturamento da indústria de publicações no País do Sol Nascente caiu 6,9% em 2017. Em volume, a queda é de 9,7%. Pela metodologia do Instituto, estão nessa conta as vendas de livros e de revistas. Observando apenas as vendas de livros, a queda foi de 3% em valor e de 4,2% em volume. E esse movimento para baixo, acreditem ou não, tem muito a ver com os mangás. Esse tipo de publicação (encarada pela metodologia do Instituto como revista e não como livro) teve uma queda de 13% na comparação com 2016. E essa é uma tendência que vem sendo notada, segundo disse Hoshino, há três anos. O mercado de publicações digitais no Japão ainda é pequeno, estimado em 2,2 bilhões de yens, versus os 13,7 bilhões apurados com a venda de publicações impressas. Apesar disso, o digital vem crescendo. Na comparação com 2016, 2017 apresentou crescimento de 16% nos números gerais (incluindo as revistas digitais, além de e-books). Olhando especificamente para os e-books, o crescimento foi de 12,4%. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta matéria.

Ícone da moda nos anos 1990 e novamente alçado ao estrelato mais recentemente graças ao seu retumbante sucesso com o seu próprio reality show, o ator, apresentador, modelo e estrela RuPaul terá a sua autobiografia lançada no Brasil pela HarperCollins. Em Arrase – O guia para a felicidade, a liberdade e a busca por estilo, RuPaul conta como foi sua infância e adolescência, quando se sentia deslocado, até atingir o sucesso e ganhar o seu próprio reality show, o RuPaul's Drag Race. Ele dá ainda diversas dicas para os leitores e conta como enxerga a vida. “Para realmente criar a melhor versão da sua vida, você precisa começar de dentro para fora. Precisa se libertar dos velhos hábitos mentais que a impedem de seguir em frente. O estilo é uma forma de celebração de sua força vital. Você precisa olhar para ele com joie de vivre. Abra-se para todas as possibilidades! E lembre-se de amar a si mesma, porque se você não consegue se amar, como é que vai amar outra pessoa? Can I get an amem?”, recomenda Mama Ru com um dos seus mais sonoros (e cacofônicos) bordões. O livro, que chega às livrarias em março, conta ainda com diversas fotos de RuPaul, um dialeto descontraído e próprio do autor e frases impactantes.

Artistas, editores e autores têm até 2 de março de 2018 para participar do 30º Troféu HQMIX. Este ano, o “Oscar dos quadrinhos” completa 30 anos e promete uma grande festa. As obras podem ser inscritas dentre mais de 40 categorias e depois serão julgadas por um júri formado por 10 especialistas e jornalistas da área de quadrinhos. Após esta primeira fase, serão selecionados 10 finalistas, em cada categoria, para o maior troféu de HQ da América Latina que será votado em segundo turno por mais de mil profissionais do setor. O evento, que acontece todo ano desde que foi criado por Gualberto Costa e o cartunista JAL, no Programa TV MIX, da TV Gazeta, em 1988, tem como padrinho o apresentador Serginho Groisman. As inscrições podem ser feitas pelo site oficial do prêmio. Será cobrada uma taxa de R$ 15 por publicação inscrita.

Começa nesta sexta (23), na ESPM Rio (Rua do Rosário, 90, Centro - Rio de Janeiro / RJ), o curso de extensão O livro passo a passo, ministrado pelos jornalistas Michelle Strzoda e Dhaniel Cohen. Nas aulas os alunos terão conhecimento sobre o preço, o risco, a vocação e as tendências em diferentes nichos de negócios editoriais. Saberão o começo, o meio e o fim do processo de edição de livros, além do seu destino final: o leitor. Da concepção do projeto ao público-alvo, terão conhecimentos de marketing, inovação, empreendedorismo e sobre o mercado de publicações nas esferas editorial e comercial. As aulas acontecem na próxima sexta-feira (23), das 18h30 às 21h30, e no sábado (24), das 10h às 17h e o investimento é de R$ 540, podendo ser dividido em até seis vezes.

O Skoob, rede social dos leitores, liberou a lista com os livros mais resenhados no primeiro mês do ano. A primeira surpresa é que com as férias, houve um aumento de 150% nas avaliações chegando a um total de 13.264 livros resenhados. O primeiro lugar ficou com Tartarugas até lá embaixo (Intrínseca), de John Green, com 12.886 leitores, sendo 86% mulheres. O segundo lugar ficou com Extraordinário (Intrínseca), de R. J. Palacio e o terceiro com Origem (Arqueiro), de Dan Brown. Sorrisos quebrados (Valentina), de Sofia Silva e Um beijo à meia-noite (Arqueiro), de Eloisa James ficaram com a quarta e quinta posição respectivamente. Completam o top 10 os livros: Caixa de pássaros (Intrínseca), de Josh Malerman; Corte de espinhos e rosas (Galera Record), de Sarah J. Maas; O conto da Aia (Rocco), de Margaret Atwood; Assassinato no Expresso do Oriente (Nova Fronteira), de Agatha Christie e Mil beijos de garoto (Outro Planeta), de Tillie Cole.

O Clube do Livro Expressão Popular realiza nesta quarta (21), às 19h, na Livraria Expressão Popular (Rua Abolição, 201 – São Paulo / SP) o lançamento da obra Vietnã: a guerrilha vista por dentro (349 pp, R$ 35), de Wilfred G. Burchett com uma palestra do historiador Miguel Trujillo. Em 2018, o Vietnã comemora os 50 anos da decisiva ofensiva do Têt (ano novo lunar): em boa parte do ano de 1968, iniciado em 30 de janeiro, em um ataque surpresa, 80 mil guerrilheiros vietnamitas do Sul e do Norte reconquistaram 100 cidades sob o domínio estadunidense, levando à grande virada na Guerra do Vietnã (1961-1975). E nestes 50 anos de comemoração da Ofensiva do Têt (1968), o Clube do Livro lança o título de fevereiro dedicado à resistência popular vietnamita. No evento gratuito, o leitor poderá conhecer o historiador Miguel, o processo histórico da revolução vietnamita e aprender como os vietnamitas derrotaram o imperialismo estadunidense e construíram a República Socialista do Vietnã.

Amanhã (21) começa, no Instituto Estação das Letras (Rua Marquês de Abrantes, 177 – Rio de Janeiro / RJ), mais uma série de encontros do projeto Degustando Palavras, em que a historiadora Ana Roldão mostra a relação de grandes nomes da cultura universal com a cozinha de seus locais de origem e de sua época. Os protagonistas dos cinco encontros dessa temporada serão: Frida Kahlo, Fernando Pessoa, Simone de Beauvoir, Leonardo da Vinci e Agatha Christie. Os encontros, que têm curadoria da jornalista Michelle Strzoda, acontecem sempre às quartas-feiras, de 21 de fevereiro a 28 de março, das 16h às 18h. O primeiro encontro será sobre Frida Kahlo. Para mais informações e conferir a agenda completa, clique aqui.

Neste sábado (24), a partir das 10h30, acontece no Centro Cultural Fiesp (Av. Paulista, 1.313 – São Paulo / SP), o Sábado Literário, e como parte da programação haverá o lançamento do livro 99 brincadeiras cantadas (Sesi-SP, 144 pp, R$ 54). Ao longo dos anos, numa ampla garimpagem musical, Marlon Chucruts e a Cia. Malas Portam registraram diversas canções populares que fazem parte das brincadeiras infantis. Com ilustrações de Guilherme Lira, o livro não se limita transcrever as letras e possui um QR Code e links específicos que permitem ouvir todas as músicas. O lançamento contará com atividades de contação de histórias conduzidas pelo grupo Cia. Malas Portam.

Durante todo este mês, os moradores de Suzano que gostam de ler têm uma boa oportunidade de aumentar a sua estante. É que a Feira do Livro Magic, ficará no Suzano Shopping (Rua Sete de Setembro - Suzano / SP) até o dia 23 de março. São mais de 12 mil títulos literários, destinados a todas as idades, partindo do valor de R$ 5. A feira está montada na praça de eventos do empreendimento que funciona de segunda a sábado, das 10h às 20h.

Um dos documentos mais revolucionários do século XVIII, A origem da desigualdade entre os homens (Penguin / Companhia das Letras, 144 pp, R$ 24,90 - Trad.: Eduardo Brandão), de Jean-Jacques Rousseau, pode ser considerado, ao lado de Do contrato social, a matriz do pensamento moral e político do autor. Para resolver a questão posta pela Academia de Dijon – “Qual é a origem da desigualdade entre os homens, e se ela é legitimada pela lei natural” -, o filósofo responde em primeiro lugar “o que é o homem?”. Segundo Rousseau, o crescimento da civilização corrompe a felicidade natural do homem e sua liberdade ao criar desigualdades artificiais de riqueza, poder e privilégios sociais. Alvo de duras críticas ao longo dos séculos, este discurso se mantém tão atual e polêmico quanto o foi em 1755.

A educação letrada foi uma das grandes protagonistas do Iluminismo. A partir de ideias científicas, históricas e seculares na forma de conceber o mundo, esse movimento intelectual extrapolou fronteiras nacionais e ressoa ainda hoje, quase três séculos depois de tomar forma. A partir da análise do pensamento de três importantes figuras associadas à razão iluminista – os filósofos Condorcet e Rousseau e o estadista Marquês de Pombal –, Carlota Boto elabora uma análise aprofundada de como o ensino público se tornaria, no século XVIII, o veículo responsável por levar a razão, ou o esclarecimento, às massas. Em Introdução pública e projeto civilizador (Editora Unesp, 428 pp, R$ 69) a autora investiga como a concepção iluminista de educação, tal qual formulada por Rousseau, deu origem a projetos de instrução pública distintos, ainda que com o mesmo objetivo: os sistemas de ensino francês e português, formulados, respectivamente, por Condorcet e Pombal.

O modernismo literário brasileiro costuma ser medido em relação à Europa e aos EUA. Mas o que acontece quando olhamos para os nossos vizinhos mais próximos, os argentinos? É essa a pergunta que o sociólogo Sergio Miceli vem respondendo desde o início dos aos 2000, quando começou a se debruçar sobre a produção argentina dos anos 1920 e 1930. Sonhos da periferia (Todavia, 184 pp, R$ 59,90) joga nova luz sobre a questão. A obra é um retrato multifacetado da inteligência argentina na década de 1930, desde os primórdios do contexto de emergência da vanguarda, passando pelo projeto cultural vitorioso da revista SUR, até o registro das experiências de vida e de trabalho de letrados profissionais que sobreviveram à custa de encomendas da indústria editorial.

Autobiografia de Henry D. Thoreau, Walden (Edipro, 288 pp, R$ 45 – Trad.: Alexandre Barbosa de Souza) é a manifestação dos ideais de um dos maiores críticos da civilização industrial na história. Publicada em 1854, a obra passa por temas não superados até hoje pelo homem contemporâneo, como o direito à liberdade e o respeito à natureza. E tudo começa com um intrigante experimento social. Em 1854, buscando apartar-se de uma sociedade cada vez mais complexa, Thoreau retira-se para a propriedade de um amigo às margens do lago Walden. Na pequena cabana na floresta, adapta as suas habitações e constrói seus móveis, planta os alimentos que consome e os prepara, faz descobertas espirituais. Por meio de uma vida simples e autossuficiente, cria sua utopia. Ainda que seja uma crítica à vida urbana do século XIX, Walden ainda é capaz de suscitar importantes reflexões sobre nosso modo de vida. Em mais de um século de existência, tornou-se uma referência para movimentos libertários, ecologistas e todos os que buscam uma vida mais harmônica.