Do que me lembro dos desenhos japoneses da minha infância, os ninjas (que naquele tempo não eram tartarugas!) dominavam a arte do combate. Eram os caras! Mas era muito difícil saber quem eram. Eles entravam e saiam e a vítima nem percebia… Cuidar dos metadados dos seus livros (manter as informações corretas e completas) pode ser uma dessas coisas que não aparecem (e não é lá muito sexy, convenhamos). Pelo menos não no início. Com o tempo, os resultados vão colocar o seu trabalho sob os holofotes, mas talvez nessa altura da história você já esteja em outro desafio. Neste artigo especialmente escrito para o PublishNews, Ricardo Costa dá dicas práticas de como se tornar o "ninja dos metadados". Clique no Leia Mais e confira.

A Ubu Editora já tem preparado alguns lançamentos para este ano e divulgou algumas de suas apostas. Entre elas está a obra Recusa do lugar, de Juliano Garcia Pessanha, que mistura filosofia, literatura e testemunho e está prevista para março. Em abril, a editora deve lançar o Breve dicionário hipocondríaco, de Adolfo Montejo Navas, com verbetes literários e em maio, o clássico da antropologia, Os argonautas do pacífico Ocidental, de Bronislaw Malinowksi. No mês seguinte é a vez de Arte e agência, de Alfred Gell, um ensaio sobre arte e cultura. Em julho será a vez das obras Dentro do nevoeiro, de Guilherme Wisnik, um ensaio lírico sobre arquitetura, urbanismo e arte; e a versão de A Odisseia, originalmente publicada pela Cosac Naify. Em agosto é a vez da versão especial ilustrada de Popol Vuh, livro sobre a mitologia maia; e em setembro a editora lançará um volume com cinco textos fundamentais em traduções inéditas, de Jean-Jacques Rousseau. A Ubu prepara ainda as reedições de Metafísicas canibais, de Eduardo Viveiros de Castro; Elementos do estilo tipográfico, de Robert Bringhurst; e O que é o cinema?, de André Bazin.

A Editora Todavia está recebendo currículos de candidatos à vaga de auxiliar de vendas para atuar em São Paulo. Entre as funções do cargo estão atendimento comercial interno a livrarias e distribuidores e administração de vendas. A editora dará preferência para candidatos com experiência de pelo menos um ano em função similar e formação superior em Administração de Empresas, Marketing ou Letras. Os currículos devem ser enviados para o e-mail contato@todavialivros.com.br com o assunto "Equipe de vendas".

Ao longo de 25 anos de carreira como consultor literário, os originais mais avaliados por Marcio Vassallo são os de literatura infantil, poesia e literatura erótica, gêneros que aumentaram bastante nos últimos cinco anos. Em comum, o que os autores dessas obras têm, de acordo com o consultor, é a impressão inicial de que é fácil escrever diálogos e histórias sensuais e cenas de sexo. “Já nos primeiros encontros, eles acabam comprovando que isso é tão complexo quanto qualquer boa construção de história”, diz ele. E para quem pretende criar textos “cheios de frestas e vendas, com cada vez mais autenticidade, verdade íntima e senso crítico”, Márcio Vassallo conduz a oficina Contos de Eros, com início no dia 25, no Espaço Cultural Lago de Histórias (Rua Marechal Cantuária, 18 – Rio de Janeiro / RJ). Os encontros acontecerão sempre as quintas, das 19h às 21h, até o dia 5 de abril, com intervalo na semana do Carnaval. Para mais informações e inscrições é só mandar e-mail para contato@lagodehistorias.com.br. O investimento é de R$ 1.500 podendo ser dividido em até três vezes.

A Casa Guilherme de Almeida (Rua Macapá, 187 – São Paulo / SP) organizou três cursos literários para os meses de janeiro e fevereiro. Durante as aulas, a literatura será abordada no contexto do jornalismo, do jazz e da tradução. Abrindo a programação, nos dias 23 e 24 de janeiro, das 19h às 21h, haverá o curso Alcântara Machado: Literatura e Jornalismo, que analisará a relação indissociável entre a vida e a obra do escritor do modernismo paulista. As aulas serão ministradas pelo sociólogo, antropólogo e psicanalista Eduardo Benzatti, que tem uma série de estudos sobre o escritor. Em fevereiro, o público poderá aproveitar o curso Panorama do Jornalismo Literário, nos dias 5, 6 e 7, das 19h às 21h. A proposta é oferecer uma visão ampla sobre jornalismo literário, conhecido também como literatura da realidade e literatura criativa de não ficção. O escritor e jornalista Edvaldo Pereira Lima ministrará as aulas. Geração Beat: valor literário, traduções e jazz fecha o ciclo de cursos voltados aos estudos literários, nos dias 20, 21, 27 e 28 de fevereiro, das 19h às 21h. A chamada Geração Beat foi composta por um grupo de poetas, prosadores e artistas norte-americanos da década de 1950, que tiveram grande impacto e circulação pela ousadia e caráter inovador de suas obras, e serão lembrados no curso por meio de suas obras originais e das traduções. Será dada uma atenção especial à interação da poesia com a música. As aulas serão ministradas pelo ensaísta, tradutor e escritor Cláudio Willer.

A Casa do Saber (Rua Dr. Mario Ferraz, 414 – São Paulo / SP) oferece este mês o curso O amor e seus mitos – Medeia, Antígona e Helena de Troia. Ministrado por Daniel Perez e dividido em três encontros, o curso falará sobre essas mulheres e suas diferentes formas de amar, com o auxílio de elementos da filosofia e da psicanálise. Medeia foi a que matou os filhos para se vingar do amado; Antígona a que desafiou as leis temporais para enterrar o corpo do irmão, perecendo por isso; Helena, a bela, foi raptada por Páris, o que causou a guerra de Troia. Os encontros fazem uma reflexão sobre os impasses do amor com relação aos filhos, aos irmãos, ao marido e ao amante, questionando acerca da possibilidade do amor como ato feminino. As aulas começam no dia 29, às 20h, e o investimento pode ser dividido em três vezes de R$ 185. O curso também tem versão on-line.

A autora Mary C. Müller (na foto ao lado) lança neste sábado (20), às 16h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2073 – São Paulo / SP), o livro Antes de tudo acabar (Outro Planeta, 256 pp, R$ 36,90). O livro narra a história de Rafael, que nunca foi de se encaixar em padrões. Deslocado e sem muita perspectiva de vida, ele cuida da mãe alcoólatra enquanto precisa lidar com a paixão platônica pela melhor amiga, Anne, e com os percalços causados por um pai ausente. Acostumado desde sempre a fazer tudo com Anne, ele agora tem de aceitar que ela arrumou um namorado... E justo uma das últimas pessoas que ele gostaria de ver com a amiga. Como se não bastasse, também precisa se entender com o pai, que resolveu voltar a procurá-lo com uma surpresa: a filha que teve com a amante. E, em meio a esse turbilhão de acontecimentos, chega Kaori, a nova aluna da turma. Com ela, as coisas começam a mudar na vida de Rafael, e o que era só amizade pode acabar se tornando algo mais. Antes de tudo acabar é a história de um garoto que precisa se encontrar e compreender um mundo que se move mais rápido do que ele consegue acompanhar. A sessão de autógrafos acontece no piso do Teatro Eva Herz.

No dia 21, das 15h às 18h30, a Livraria Martins Fontes (Av. Paulista, 509 – São Paulo / SP) realiza uma tarde de autógrafos com Helena Fraga, autora do livro Ser feliz é uma escolha (Delicatta, 64 pp, R$ 30). A obra reúne uma coletânea de 50 pensamentos da autora descritos em breves poemas abordando temas como amor, amizade e mudanças. Helena Fraga é natural de Santos e desde os 13 anos coleciona uma diversidade de textos e livros independentes. Em 1985, em parceria com a jornalista e amiga Tereza Cristina Tesser, a Tecris, publicou o livro Solua.

O que faz de um poema um poema? Escritos entre 2006 e 2016, os 13 ensaios que compõem A poesia e a crítica (Companhia das Letras, 240 pp, R$ 44,90), de Antonio Cicero, tratam de poesia, crítica e filosofia e procuram pistas para responder a essa pergunta aparentemente simples. Com exceção do último texto, que explora o impacto do romance A montanha mágica em sua própria formação intelectual e emocional, Antonio Cicero esmiúça, com erudição e clareza, temas relacionados à lírica. Ao examinar a obra de Fernando Pessoa, Friedrich Hölderlin, Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar e Armando Freitas Filho, o autor – também ele um dos principais poetas em atividade no Brasil hoje – joga luz sobre a contracultura, a modernidade e a relação da poesia com a música, numa reflexão original e arguta sobre a cultura contemporânea.

Autora, entre outros, de Os veranistas, Emma Straub coleciona elogios pela forma sensível e bem-humorada com que esquadrinha o cotidiano e as relações amorosas e familiares no mundo atual. Em Amantes modernos (Rocco, 384 pp, R$ 59,90 – Trad.: Ângela Pessoa), Andrew, Elizabeth e Zoe se conhecem desde a faculdade, época em que tinham uma banda e muitos sonhos. De lá pra cá, eles se casaram – Elizabeth com Andrew, Zoe com Jane – e deram início a negócios e famílias, sempre fazendo de tudo para agarrar-se à identidade da juventude. Mas é no verão em que seus filhos estão prestes a entrar na faculdade e decidem ir para a cama juntos que estes amigos de longa data colocam seus próprios passados em perspectiva e se dão conta de que a idade finalmente chegou, e é preciso passar o bastão para a geração seguinte.

Nem sempre é possível etiquetar um personagem: bom moço, anti-herói, engajado, cafajeste. As classificações não são suficientes para resumir o protagonista de Correr com rinocerontes (Não Editora, 288 pp, R$ 39,90). Ao mesmo tempo em que parece fugir dos próprios traumas, ele carrega em si a apatia e a inércia percebidas em toda uma geração de jovens. No início da vida adulta, ele precisa sair de São Paulo e voltar a Porto Alegre para enfrentar as pontas soltas do passado. Inteligente, culto, filho e neto de intelectuais, descobre que, assim como ele, cada membro da família encontrou sua própria forma de fuga. Com humor e uma linguagem superlativa, Cristiano Baldi constrói um personagem que, longe de carregar bandeiras ou proferir discursos, pode ser admirado e odiado numa mesma medida. O autor concretiza, assim, um livro que apresenta uma voz narrativa singular e traz a essência do romance: ser uma grande investigação subjetiva.

Impressionante retrato psicológico do vício destrutivo do jogo, compulsão que o próprio Dostoiévski conhecia intimamente, O jogador (Penguin / Companhia, 232 pp, R$ 29,90 – Trad.: Rubens Figueiredo) retrata com perfeição a busca incessante por uma lógica que norteie o acaso e a necessidade de controle que acometem todo jogador inveterado. Numa estação de águas na sugestiva cidade alemã de Roletemburgo, Aleksei Ivánovitch, jovem professor de origens humildes, vivencia a emoção do jogo e o infortúnio amoroso enquanto tenta entender as confabulações que definirão o seu destino e o de seus próximos. Num ambiente em que fortunas se dilapidam e o futuro se decide ao sabor da sorte, a tentação do risco e a necessidade imperiosa de experimentar o abismo são o motor deste que continua sendo um dos romances mais perturbadores que o século XIX viu nascer.

O Amor e a Morte são velhos conhecidos e vivem em uma batalha eterna, sempre favorável à Morte. Ele acredita que o sentimento verdadeiro pode vencer algum dia, mas ela está pronta para carregar consigo qualquer pobre humano. Em O jogo do Amor e da Morte (Verus, 308 pp, 34,90), livro de Martha Brockenbrough, os dois decidem dar um passo adiante nesta competição. Cada um escolhe um bebê mortal como seu novo representante no jogo. O Amor escolhe Henry e a Morte opta por Flora, duas pessoas tão diferentes quanto seus mentores - e que nem imaginam que farão parte de uma competição tão imprevisível quando completarem 17 anos. Nesta disputa, Amor e Morte podem assumir formas humanas como uma maneira de estar sempre por perto de seus jogadores. Se a Morte ganhar, ela leva a vida de Flora. Mas se o Amor vencer, os jovens permanecem vivos. O Amor tem certeza de que os corações de Flora e Henry foram feitos um para o outro, mas quando seres humanos fazem suas próprias jogadas, ninguém pode prever qual será o próximo passo.

A obra O casamento de Luíza (Charlote, 274 pp, 34), conta a história de Luíza e Frederico, que embora nascidos na Europa, conheceram-se no Brasil, para onde emigraram em busca de melhores oportunidades. Casaram-se no ano de 1867 e tiveram seis filhos. Como tantos outros imigrantes, enfrentaram muitas dificuldades na nova pátria e a maior delas foi manter o casamento, em razão das diferenças que tinham entre si. Esta é uma das muitas histórias de amor vividas pelos homens e mulheres que povoaram os lugares mais inóspitos do Brasil. Muitas tiveram final feliz, outras nem tanto. Mildo Léo Fenner junta ficção e realidade e apresenta personagens que falam de amor, ódio, ingratidão e amizade, em um quadro onde se misturam sentimentos íntimos com a vida difícil do dia a dia dos imigrantes.