Entre os dias 25 de novembro e 3 de dezembro, o mundo "hispanohablante" se reuniu no México para mais uma edição da Feira do Livro de Guadalajara (FIL Guadalajara), um dos principais palcos de negócios do setor no mundo. E para lá embarcaram 14 editores brasileiros interessados em vender não só direitos autorais, mas também livros físicos. Segundo o Brazilian Publishers (BP), projeto setorial resultado da parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), esses 14 editores participaram de 228 reuniões e um matchmaking com 15 editoras da Argentina, Chile, Colômbia, Espanha e México. Como resultado, o BP estima que os editores brasileiros devem movimentar US$ 314 mil em exportações fechadas durante o evento e previstas para os próximos 12 meses. Essa cifra é US$ 14 mil maior do que a apurada no ano passado. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta notícia.

O quadrinista brasileiro Marcello Quintanilha foi o vencedor de duas categorias do prêmio alemão Rudolph Dirks Award. Com mais de 30 categorias, a premiação destaca os principais artistas e publicações do universo de literatura gráfica lançados no mercado de língua alemã. A obra Tungstênio, que na Alemanha é publicado pela avant-verlag e que já havia dado ao autor o prêmio Polar SNCF, como melhor história policial, no Festival de Angoulême em 2016, foi agraciada nas categorias Melhor Roteiro/América do Sul e Melhor Desenho/América do Sul. Quintanilha também era finalista em outras duas categorias, Melhor Arte/América do Sul, ao lado do também brasileiro Mateus Santolouco, que concorria com a obra Teenage Mutant Ninja Turtles (Panini), e Melhor Publicação de Crime/Thriller/ Spy. O quadrinista foi representado na entrega do prêmio pela tradutora Lea Hübner. No Brasil, a obra Tungstênio foi publicada pela Veneta em 2014.

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) convidou o jornalista Rui Nogueira e o advogado João Carlos Lima para conduzirem a palestra Cenário Brasil: o preço do descalabro e o canto das sereias em 2018. No encontro, que acontece nesta quarta-feira (13), a partir das 9h, na Biblioteca Mário de Andrade (Rua da Consolação, 94 - São Paulo / SP), eles vão trazer um panorama da situação política e econômica no Brasil de 2017 e o que esperar de 2018. A participação é gratuita, mas é preciso confirmar presença clicando aqui. Para mais informações é só mandar e-mail para projetos@cbl.org.br.

A nova diretoria da Academia Brasileira de Letras (ABL) tomará posse, em solenidade no Salão Nobre do Petit Trianon (Av. Pres. Wilson, 203 – Rio de Janeiro / RJ), nesta quinta-feira, às 17h. Foram eleitos Marco Lucchesi (presidente), Alberto da Costa e Silva (secretário-geral), Ana Maria Machado (primeira-secretária), Merval Pereira (segundo-secretário) e Edmar Rocha (tesoureiro). A solenidade seguirá o seguinte roteiro: abertura da sessão pelo presidente da ABL, acadêmico Domício Proença Filho. A seguir, a mesa será composta pelos integrantes da diretoria atual: Domício Proença Filho (presidente); Nélida Piñon (secretária-geral); Ana Maria Machado (primeira-secretária); Merval Pereira (segundo secretário); e Marco Lucchesi (tesoureiro). A secretária-geral apresentará o relatório de 2017, em seguida Domício fará seu discurso de despedida e convidará Lucchesi para sua primeira fala como presidente.

Em um jantar na noite desta segunda-feira (11), a Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL) comemorou seus 30 anos. No evento, Leandro Carvalho, que preside a entidade que congrega os vendedores de livros porta a porta no Brasil, homenageou seus predecessores dando a eles um troféu em reconhecimento ao seu trabalho em favor da entidade e da classe que ela representa. O presidente aproveitou para anunciar que a associação passa a realizar suas assembleias e reuniões de diretoria com transmissão ao vivo via teleconferência, facilitando a participação de diretores que estão longe de São Paulo, onde a entidade é sediada. A ABDL é, de longe, a entidade mais festeira do mercado editorial. Prova disso são os tradicionais jantares a caráter que realiza anualmente dentro da programação do seu Salão de Negócios cuja edição de 2018 está marcada para acontecer entre os dias 26 de fevereiro e 03 de março, em Foz do Iguaçu (PR). Foi durante esse jantar, por exemplo, que, no ano passado, Leandro se casou com Carolina Nascimento (ele fantasiado de príncipe e ela de princesa, claro). Para a edição de 2018, os profissionais que forem ao Salão terão que tirar do armário aquela fantasia de astro de Hollywood. É que a festa terá como tema personagens de cinema.

O Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (CELLOS-MG) abriu as inscrições para o concurso literário Famílias Invisíveis - Coletânea de Contos e Poemas LGBT. O objetivo é selecionar contos e poemas que farão parte de um livro que será lançado no dia 17 de maio de 2018, quando é celebrado o Dia Mundial de Combate à Homofobia. Podem participar escritores iniciantes ou profissionais, residentes no estado de Minas Gerais há mais de um ano. O prazo para submeter os textos encerra no próximo dia 17. Para inscrições e acesso ao edital, clique aqui.

As Bibliotecas de São Paulo (Av. Cruzeiro do Sul, 2630 – São Paulo / SP) e Parque Villa-Lobos (Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 2001 – São Paulo / SP) têm diversas atrações gratuitas esta semana. Na quinta-feira (14), o romance Jubiabá, de Jorge Amado, será debatido no Clube de Leitura da Biblioteca de São Paulo. A obra mostra a trajetória de Balduíno, um menino do morro que vira ativista social e participa de lutas trabalhistas em Salvador. A ideia do programa é selecionar uma obra representativa e propor uma discussão de seus detalhes e contextos, falando um pouco da biografia do autor. Já a do Parque Villa-Lobos, o enfoque vai para o incentivo para que pessoas com e sem deficiência convivam e usufruam de um espaço cultural democrático e acessível. No dia 15, será realizada a Visita Sensorial, que proporciona um passeio diferente através dos sentidos. A ação acontece das 14h30 às 15h30. Outra experiência nesse sentido é a ação Cara a Cara Sensorial, que acontece no dia 14, das 14h30 às 15h30. Inspirado no clássico jogo Cara a Cara, os participantes vão criar cartas de personagens em alto relevo para que, com uma venda, seja possível adivinhar quem são.

A Biblioteca Pública do Paraná (BPP - Rua Cândido Lopes, 133 - Curitiba / PR) realiza nesta quarta (13), o lançamento da coleção Roteiro Literário. Idealizada pela BPP, a série traz, a cada título, um ensaio inédito sobre a vida e a obra de um escritor paranaense já falecido e uma relação dos locais que ele frequentava, conteúdo ilustrado por fotografias produzidas para o projeto. O primeiro volume da série é sobre o escritor Jamil Snege (1939 - 2003) cujo perfil foi escrito por Miguel Sanches Neto, que estará na Biblioteca a partir das 16h para autografar o livro.

Depois de mais de dez anos, Carlos Cardoso volta à poesia com a obra Na pureza do sacrilégio (Ateliê Editorial, 136 pp, R$ 58). Além de contar com um prefácio de Silviano Santiago, o livro tem a orelha assinada por Antonio Cicero, que aponta com precisão “uma das grandes qualidades deste livro é que nele se encontram diversos poemas que oferecem ao leitor experiências originais, intensas e verdadeiras”. O livro também é construído em uma atmosfera em que a poesia e as imagens se comunicam de forma harmônica, composto por vários quadros produzidos pela artista plástica Lena Bergstein inspirados nos poemas. O evento de lançamento acontece logo mais, às 18h30, na Livraria da Vila (Al. Lorena, 1731 – São Paulo / SP). Na ocasião, haverá ainda um bate-papo com o autor e Paulo Werneck, com mediação de Manuel da Costa Pinto.

Avaliar o ciclo dos governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff é tarefa complexa e essencial ao mesmo tempo. Abrange aspectos históricos, conjunturais e conceituais, e se insere no contexto internacional. O livro Governos Lula e Dilma: O ciclo golpeado (Fundação Mauricio Grabois / Editora Anita Garibaldi, 300 pp, R$ 45), organizado por Renato Rabelo e Adalberto Monteiro, tem esse espectro, uma contribuição de diferentes olhares que buscam compreender o significado daquela experiência, procurando situar os acontecimentos em seus devidos contextos. A síntese dessa abordagem é um painel que mostra o ciclo Lula-Dilma como acontecimento de grande amplitude, de notável legado ao país e ao povo, resultado do protagonismo da esquerda à frente de governo nacional constituído de construções políticas amplas, embora com limitações ditadas pelas circunstâncias da época — além de erros e insuficiências. O livro segue os esforços do campo político democrático de situar os diagnósticos das causas do golpe que interrompeu esse ciclo, alicerçados em uma ampla constatação de dados sobre os diferentes temas abordados.

Estamos acostumados a utilizar república e democracia como termos quase intercambiáveis. Ambos parecem expressar o arremate a que chegou o Ocidente moderno em termos de organização política desejável, como se a ampliação das liberdades, o avanço dos direitos humanos e a melhoria das condições de vida constituíssem a marcha incontornável da humanidade — e os períodos de retrocesso não passassem de meros desvios. Mas e se esses parênteses da história formos nós? Eis a inquietação que move o filósofo Renato Janine Ribeiro em A boa política (Companhia das Letras, 336 pp, R$ 49,90), reunião de artigos escritos ao longo de mais de vinte anos. Atento aos desafios de uma época em ebulição, o autor discute o valor ético e político da internet e examina grandes problemas de nossa experiência democrática, debatendo, entre outras questões em voga, a ideia de representação, o voto obrigatório, os escândalos de corrupção, a crise de imagem ética do PT, os impeachments, as utopias e os movimentos de protesto.

Durante a recente crise econômica e financeira europeia, foi criado um novo centro de poder: o “governo” da zona do euro. Caracterizado pela informalidade e pela falta de transparência, esse poder se desenvolveu no ponto cego dos controles políticos, numa espécie de buraco negro democrático. Como consequência, há uma indiferença generalizada a vozes dissonantes e alertas emitidos por processos eleitorais que, de modo persistente, destacam a ascensão de um populismo de extrema direita. Diante desse cenário, surge a necessidade de aprimorar valores democráticos. Stéphanie Hennette, Thomas Piketty, Guillaume Sacriste e Antoine Vauchez propõem, em Por uma Europa democrática (Intrínseca, 96 pp, R$ 39,90), um tratado pela democratização da Europa, tendo como objetivo descartar a opacidade do atual governo em favor de uma instituição democraticamente eleita. Desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de advogados, cientistas políticos e economistas, o projeto recomenda, sobretudo, a instauração de uma Assembleia Parlamentar: uma estrutura autônoma capaz de modificar o atual equilíbrio de poder e garantir, por fim, uma lógica de debate pública, plural e democrática que se sobreponha ao culto das diplomacias pouco transparentes.

Eric Voegelin e Leo Strauss foram dois dos mais originais filósofos políticos do século XX, conhecidos por suas críticas à filosofia moderna e pelo resgate da antropologia filosófica antiga. Fé e filosofia política (É Realizações, 288 pp, R$ 89,90 – Trad.: Pedro Sette-Câmara) contém mais de 50 cartas inéditas trocadas entre os dois filósofos. Para o primeiro, a fé religiosa é aquilo de que um homem abre mão ao adotar o modo de vida de um filósofo; para o último, a revelação é o tipo de experiência próprio aos homens, e que a filosofia tem como tarefa elucidar. Mas, para ambos, a filosofia não pode ser reduzida, como faz a modernidade, a uma mera comparação de doutrinas. Este é o tema que permeia a correspondência e é explorado pelos ensaios que encerram o volume, incluindo o artigo mais importante de cada autor: “Jerusalém e Atenas”, de Strauss, e “Evangelho e cultura”, de Voegelin.

Um deputado, modelo do mais absoluto cinismo, é sequestrado e se vê isolado numa caverna onde seu único contato é o sequestrador, uma obscura figura que se anuncia como condutor de um experimento psicológico e moral, e uma mulher que o assiste, cujo poder de ler os pensamentos e os sentimentos, faz dela a assessora ideal para a investigação. Denunciando o cinismo como uma forma extrema de violência, o experimento investiga seus mecanismos psicológicos e sociais, buscando saber até onde a pressão e a opressão, física e emocional, é capaz de dar ao cínico alguma consciência da sua própria violência. Valendo-se de um curioso enigma, colocado desde o início, cuja solução dará, ao deputado, a liberdade, o sequestrador e sua assistente estudam, em detalhes, a natureza mental e os ardis do deputado. Em O deputado ou o cinismo (Edições de Janeiro, 272 pp, R$ 74), José Ernesto Bologna apresenta dilemas éticos justapondo e contrapondo palavras, atos e intenções sobre o ambiente político-social brasileiro, e discute a necessidade do equilíbrio entre liberdades e limites.