Quatro e quinze da tarde. O alarme toca lembrando que é hora de ir para a fila. Diante dos diversos avisos do reforço da segurança para a cerimônia de abertura da 69ª Feira do Livro de Frankfurt, o mundo do livro resolveu se adiantar e chegar antes. Convites às mãos. Casacos e mochila na chapelaria. Hora de enfrentar o tumulto. Os franceses, homenageados da noite, não respeitam muito a fila. Um a um, alemães, franceses, brasileiros, árabes, ingleses, muçulmanos, cristãos e ateus, enfim, o mundo passa pelo detector de metais, enquanto seus pertences entram no túnel do raio x. Recepcionistas checam os convites. O esquema de segurança fazia sentido. Duas das maiores autoridades europeias tinham um encontro com o mundo do livro. Angela Merkel, a poderosa chanceler alemã, e Emmanuel Macron, o presidente francês, a essa altura já estavam na sala vip se preparando para subir ao palco. A plateia lotou o Congress Center do Frankfurter Festhalle. Todos queriam saber o que a incomum presença de dois chefes de estado significaria para o maior evento global da indústria do livro no mundo. Os discursos foram em defesa da liberdade de expressão, da diversidade e, sobretudo, da (re)união da Europa. Em um momento em que é sacramentada a saída do Reino Unido do bloco e em que há uma escalada de uma direita conservadora e muitas vezes raivosa, parecia impossível escapar desses temas. Clique no Leia Mais e veja como foi a cerimônia de abertura da Feira do Livro de Frankfurt.

Nos dois primeiros dias dessa jornada, enquanto os expositores preparam seus estandes e ainda não é dada a largada para o início da Feira (o que só aconteceu hoje), muitos agentes literários e editores já começam suas rodadas de reuniões em lugares alternativos à sede do evento. Um dos mais tradicionais e pomposos pontos de encontro do mercado editorial na cidade é o Steigenberger Frankfurter Hof, um hotel luxuosíssimo localizado na Kaiserplatz. Vale dizer que esses dois dias de encontros que antecederam a abertura da Feira foram muito bons para eu perceber o quão importante foi sair do Brasil já bastante focada no tipo de livro que estou buscando. Estar no maior evento do mercado editorial é fascinante: aqui se abre uma infinidade de portas, em vários sentidos. E, no caso específico das possibilidades de aquisições, é surreal a quantidade de livros a que somos apresentados. E os agentes literários e editores que vêm para a feira exportar seu conteúdo não estão aqui para brincadeira. Eles são também vendedores e existem aqueles que sabem apresentar seus produtos com muita paixão, olho no olho, sabe? Portanto, e acho que principalmente para marinheiros de primeira(s) viagem(ns), é importante respirar fundo, segurar a onda do deslumbramento e lembrar que esse-livro-sensacional-que-poderia-ser-o-SEU-livro-de-cabeceira nem sempre vai fazer sentido para o catálogo da sua editora. É preciso ter foco no que a empresa está buscando e no que pode realmente ser absorvido pelo mercado brasileiro. Clique no Leia Mais e veja a íntegra deste segundo dia do Diário de Frankfurt da nossa marinheira de primeira viagem.

A Gourmet Gallery da Feira de Frankfurt, organizada pela Gourmand World Cookbook, já se tornou ponto de encontro obrigatório para os interessados em livros de gastronomia. Só que o foco este ano não será somente a comida, mas também as histórias por trás delas, o que tem se tornado um diferencial no mercado editorial gastronômico. Dentre os eventos da programação está a National Cuisines and Images, que oferecerá um passeio pela culinária da França, China e Coréia. Os convidados também poderão experimentar uma bebida tradicional da Noruega, o convidado de honra da Feira de Frankfurt de 2019. Todas as manhãs, às 9h, os profissionais do livro também poderão se reunir na cozinha da Gourmet Gallery para um café da manhã de negócios. No The food blog talk, os convidados poderão participar de um bate-papo com blogueiros especializados como Sophia Hoffmann, Heike Niemoeller, Stevan Paul entre outros, que irão falar sobre suas duas paixões: a comida e os blogs. A programação completa do espaço você confere no site da Feira de Frankfurt.

São tempos interessantes no Brasil. Desde minha última coluna, tanta coisa surgiu para escrever que, talvez, fosse melhor transformar este meu espaço num diário – ou numa página de lamentações. O Direito, mais do que nunca, ganhou a mesa de bar, os palcos do teatro (e do circo) e roubou a cena das telenovelas. Nem House of Cards conseguiu competir, demonstrando o realismo fantástico da literatura latino-americana que vivemos: o que seria fantasia em outros cantos, aqui é uma realidade; o que parece não ser possível de acontecer, aqui é testado e tentado todo santo dia – e nos dias laicos também! Com tudo o que se possa dizer acerca do Brasil e o mercado editorial jurídico, quero chamar atenção a um detalhe que diz respeito a todos nós: o mau gosto e você. Você tem seu gosto. Com ele, você escolhe (entre infinitas opções) como se veste, o que lê para ter prazer, o que ouve nas horas vagas, o que procura para assistir no Netflix, o tipo de bebida que bebe, as pessoas com quem se envolve intimamente, o modo como decora seu quarto, a religião que segue (ou finge seguir, dá na mesma), em quem vota etc. O gosto é, basicamente, o nome popular que damos às escolhas que fazemos com base na autenticidade que carregamos no chip humano chamado personalidade. Esse chip, personalidade, é tão rico que há um longo capítulo no Direito criado para proteger as suas muitas manifestações, chamado Direitos de Personalidade. Como as combinações entre as possibilidades são infinitas e escolher é uma angústia existencial que ainda não sabemos lidar, nosso chip simplifica o cotidiano da existência humana elencando suas opções favoritas. A isso, chamamos de bom gosto. Sim, o gosto que cada qual elege para si é chamado de bom gosto. E, se alguma escolha foge muito daquelas naturais de nosso chip, damos o nome técnico de mau gosto. Fácil de entender, né?. Clique no Leia Mais para ter acesso a íntegra dessa coluna.

A lei de universalização das bibliotecas, nº 12.244, de 2010 prevê que os sistemas de ensino do país deverão desenvolver esforços progressivos para a universalização das bibliotecas escolares, num prazo máximo de 10 anos. Isso significa que todas as instituições de ensino do país, públicas e privadas, deverão ter uma biblioteca, até 2020; cabendo ao sistema de ensino determinar a ampliação desse acervo, assim como divulgar orientações para a organização e funcionamento do espaço. A primeira preocupação que surge ao olhar para esse texto, é observar o nosso momento atual em relação às bibliotecas do país. Essa lei é muito bem-vinda. Mas infelizmente, ela sozinha não basta, até porque não está prevista nenhuma penalidade ao município que não se adequar. Bibliotecas importantes estão fechando e outras permanecem à míngua sem condições de renovarem seu acervo. Além disso, um dos programas do Governo Federal que era responsável pela renovação do acervo escolar, o PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola), foi revogado nos últimos meses. Há um argumento de que as bibliotecas estão abastecidas. Mas é só fazer uma breve pesquisa para perceber que em vários cantos do Brasil há algumas bibliotecas em situações precárias. Acervo não renovado, número insuficiente de funcionários, péssimas condições no espaço e equipamentos, além de faltar vida: livros parados no lugar, silêncio e poeira não fazem uma biblioteca sobreviver. Clique no Leia Mais para ler o artigo completo.

Depois de cinco livros de sucesso publicados com a Globo Livros, o jornalista Rodrigo Alvarez assinou contrato com a LeYa. Sem perder tempo, os dois já têm um novo projeto em andamento que prevê uma biografia em três volumes do “homem mais amado da história”. Além do novo livro sobre Jesus, o contrato com a nova casa prevê novas edições de todas as obras escritas pelo jornalista, desde a publicação de Aparecida, em 2011. “Nosso projeto é de longo prazo, o que me deixa à vontade para pensar em livros com a profundidade que desejo, e ao mesmo tempo continuar procurando o texto bonito e simples que sempre busquei”, declarou Rodrigo. A LeYa, claro, também comemora a nova aliança. “A chegada do Rodrigo ao nosso grupo de autores é motivo de uma grande alegria para a editora. Estamos ancorados uma visão de longo prazo, em que editora e autor se tornam parceiros, compartilhando um projeto único: oferecer livros ainda melhores, com projetos editoriais e gráficos mais elaborados e um contato ainda mais estreito do Rodrigo com seus milhares de leitores”, acrescenta Leila Name, diretora-geral da editora no Brasil. Ainda este ano, a editora pretende relançar, em uma nova edição de Aparecida, revisada e com novos conteúdos. Para o começo do próximo ano, é a vez do primeiro volume da obra sobre Jesus, sobre quem Rodrigo Alvarez vem estudando nos últimos anos. Clique no Leia Mais para saber outros detalhes da nova parceria.

A aposta das editoras nos youtubers ainda não acabou. A Companhia das Letras lançará no próximo ano o primeiro romance do vlogueiro produtor e músico, Hank Green (na direita da foto), mais conhecido pelo canal Vlogbrothers, criado com seu irmão John Green. O livro An absolutely remarkable thing, ainda sem título em português, conta a história de April May, uma estudante de arte que tem um encontro inusitado com uma gigantesca estátua de robô em plena Manhattan. Com a ajuda de um amigo, Andy Skampt, ela filma a criatura e o batiza de Carl. Quando o vídeo viraliza, April descobre que há vários “Carls” espalhados por dezenas de cidades em todo o mundo, e ninguém sabe como eles chegaram lá. April se vê no centro desse mistério, e tenta descobrir o que esses robôs gigantes são, e o que querem da Terra. Já a Verus, selo do Grupo Editorial Record, fechou contrato com a youtuber Gaby Brandalise. Com mais de 16 mil inscritos em seu canal, Gaby irá escrever uma obra de ficção com base em dramas coreanos. A história se passa em Seul, Coréia do Sul, e em Curitiba, no Brasil. O livro será lançado ainda neste ano e o negócio foi intermediado pela Increasy. Para fechar, a Rico Editora assinou contrato com a autora Nana Pauvolih. Com livros já publicados pela Rocco, Planeta e Mutifoco, a autora agora lançará seu novo romance erótico, Chantagem, com a Rico. A obra deve chegar nas livrarias em novembro.

Faleceu nesta madrugada, aos 81 anos, o editor Luis Lorenzo Rivera. Em 1972, Luis foi convidado pela Martins Fontes para prestar assessoria numa primeira tentativa de se criar uma editora e depois, junto com Waldir Martins Fontes, ajudou a construir a editora que se vê hoje. Contribuiu também para que autores importantes como Durkheim, C.S.Lewis e Tolkien fizessem parte do catálogo da Martins. Luis era considerado um homem discreto e ficou conhecido por trabalhar pelo e para o livro. A Martins Fontes enviou uma nota onde comunica "com muito pesar o falecimento de Luis, editor que esteve à frente do catálogo da editora por mais de três décadas, sempre com muito rigor e dedicação". O velório acontece no Cemitério Congonhas (Rua Ministro Álvaro de Sousa Lima, 101 – São Paulo / SP) até às 15h.

A Taba, especializada em curadoria de livros infantis e juvenis, realiza no dia 21 de outubro, a 1ª Festa das Leituras A Taba com uma série de atividades com a proposta de aproximar adultos e crianças por meio de diferentes experiências de leitura. A programação que conta com a participação de diferentes artistas e mediadores de leitura, terá leituras compartilhadas de livros selecionados pel'A Taba, contações de histórias, exposições, debates, jogos, brincadeiras e piquenique. O evento acontece no Impact Hub (Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 433, Pinheiros – São Paulo / SP), das 10h às 18h. Para conferir a programação completa e se inscrever nas atividades é só clicar aqui.

Uma nova edição com texto integral e sem adaptações de Clara dos Anjos (176 pp, R$ 29,80), romance-denúncia de Lima Barreto, chega às livrarias pela coleção Clássicos Infantis e Juvenis da Autêntica. Filha de um carteiro e de uma dona de casa, Clara dos Anjos, jovem mulata do subúrbio carioca de Inhaúma, conhece Cassi Jones, rapaz de família rica e socialmente bem posta, numa roda de viola na casa de seus pais. Conquistador, sem caráter, Cassi é famoso por seduzir mulheres casadas e moças humildes, engravidando-as e destruindo suas vidas. Mesmo sabendo disso, Clara acaba se envolvendo com Cassi. Tendo como pano de fundo a vida nos subúrbios cariocas, Clara dos Anjos retrata a realidade brasileira do início do século XX e é uma denúncia contundente – com foco na discriminação da mulher negra e pobre que era seduzida e abandonada – da desigualdade social, do preconceito racial, da divisão de classes que ainda hoje, quase um século depois, ocorrem no Brasil.

Numa terra onde o teatro foi proibido, um garoto solitário entra para uma trupe teatral de Goblins na esperança de encontrar seu irmão desaparecido e acaba embarcando numa aventura que o levará bem mais longe do que ele imaginou. Vencedor do National Book Awards na categoria literatura juvenil, O segredo dos Goblins (Rocco Jovens Leitores, 240 pp, R$ 39,90 – Trad.: Waldéa Barcellos) é uma história de fantasia que tem como pano de fundo o universo mágico e misterioso do teatro. À medida em que vai se envolvendo com a arte da representação, entre máscaras que podem esconder ou revelar segredos importantes, o jovem Rownie descobre muito sobre ele mesmo, sobre o irmão e sobre o poder das palavras para moldar o que é real. O autor William Alexander compôs um universo rico e criativo, eu mistura feitiços, goblins atores, pombos sinistros, avós com penas de galinha, marionetes humanas e a fascinante magia do teatro de máscaras.

Parecia um dia comum. Bom, pelo menos um dia comum do sexto ano. Até que, no meio da aula de ciências, Mia recebeu um embrulho inesperado. Um chocolate Pura Magia! Aquele chocolate trazia as melhores lembranças de seu pai, e há anos ela não encontrava mais pra vender. Junto com o chocolate, um bilhete: “Quer sentar do meu lado hoje na perua?”, com a letra do Bereba! E agora? Eles não eram só amigos? Por que tudo estava ficando estranho de repente? O pessoal tinha começado a passar o dia inteiro no celular e a chamar o recreio de intervalo, os adultos só queriam ter conversas sérias, não dava mais para comprar roupa na seção infantil. Como sobreviver a tudo isso e ainda decidir como responder o bilhete? Em O dia em que minha vida mudou (Seguinte / Companhia das Letras, 184 pp, R$ 29,90), de Keka Reis, Mia irá perceber que as coisas ao seu redor estão mudando e que suas escolhas ficaram um pouco mais complicadas.

Escrito no século 19, o clássico poema nonsense A caça ao Snark (96 pp, R$ 44,90 – Trad.: Bruna Beber), de Lewis Carroll, ganhou uma nova edição caprichada pelo selo Galera Júnior, do Grupo Editorial Record. O texto do autor de Alice no país das maravilhas ganhou ilustrações de Chris Riddell, outro grande nome da literatura infantojuvenil. No texto, Carroll acompanha uma expedição náutica em busca de um Snark, uma criatura difícil de definir, mas com características bastante peculiares: um paladar nítido e incoerente; o hábito de acordar tarde; a lentidão em fazer graça; o fascínio por carrinhos de banho; e uma grande ambição. A bordo de um navio onde o mastro costuma ser confundido com o leme, e sob as ordens de um capitão que carrega um mapa em branco, uma tripulação de dez personagens bastante inusitados segue em busca do Snark. Entre eles um padeiro que só sabe preparar bolos de casamento; um açougueiro que sabe apenas matar castores; e um castor muito hábil com agulhas e linhas.

Com uma vida conturbada, dividida entre fugir dos valentões e lidar com as lições da escola, Matheus Ueda e seus dois melhores amigos – a nerd Nina e o atrapalhado Átila – fazem parte da turma dos Invisíveis, os não descolados, os nada populares, que fogem todos os dias dos valentões do colégio. A aventura de Os invisíveis e o amuleto da serpente (Outro Planeta / Planeta, 160 pp, R$ 31,90) começa quando os três entram escondidos no PaleoPark, um lugar criado pelo cientista Ueta San, avô de Matheus, e agora prestes a virar um estacionamento. Lá, eles descobrem manuscritos secretos que irão levá-los para a maior aventura de suas vidas: achar as quatro partes do amuleto da serpente, um objeto capaz de abrir o portal para a cidade perdida de Shangri-lá. Só que eles precisam correr, já que não estão sozinhos nessa.