Setembro, o mês que marcou a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, praticamente já chegou ao fim. Com isso, é a hora de passar a régua e ver quais os livros que mais venderam durante o mês. Felipe Neto, claro, terminou o período em primeiro lugar da Lista Geral Mensal, com o seu “livrão” que suscitou muitas discussões se o produto era ou não um livro. Ao todo, foram 50.205 cópias vendidas desde o seu lançamento. A segunda posição ficou ocupada por Paula Pimenta e a quarta temporada de Minha vida fora de série (Gutenberg / Autêntica). Sobre esse, ninguém tem dúvidas: é um livro. No mês, foram 20.203 exemplares vendidos. Na terceira posição, um veterano. Sapiens (L&PM), lançado em 2015, e que voltou com força para a lista depois de uma entrevista que o autor, Yuval Noah Harari, concedeu a Pedro Bial. No mês, foram 16.647 exemplares vendidos. Na Lista Semanal, o destaque vai para o estreante Você não vai mais conseguir vender assim (Gente), de Guilherme Machado, que fechou a semana com 4.193 exemplares vendidos. Isso lhe conferiu a disputada segunda colocação da Lista Geral e o primeiríssimo lugar da Lista de Negócios. Importante aqui dizer que, na comparação com a semana passada, esta apresentou crescimento de 36% no número de exemplares vendidos nesta Lista de Negócios. O moço, que ensina no seu livro a conquistar o cliente, teve muita importância nisso. Para conferir outros destaques da lista, clique no Leia Mais.

Em sua coluna, Carlo Carrenho presta um serviço aos profissionais do livro que já estão começando a pensar nas suas malas para a Feira do Livro de Frankfurt (11 a 15/10), a maior e mais importante feira de livros do mundo. Para elencar esses três eventos, Carrenho levou em consideração o alto nível dos profissionais envolvidos e das informações que deverão ser compartilhadas. São eles, o CEO Talk com Carolyn Reidy (Simon & Schuster), e Guillaume Dervieux (Michel Albin), o 39º International Supply Chain Seminar da EDItEUR e a Conferência da Federação Europeia e Internacional de Livrarias. Clique no Leia Mais e veja, em detalhes, quais são esses eventos.

Faleceu na noite desta quarta-feira (27), o livreiro Jorge Alberto. Conhecido por boa parte dos profissionais da área, Jorge começou sua carreira em 1985 na Zahar Editora, onde ficou até 2005. Também passou pela Casa da Palavra, Mauad, Stamppa e desde janeiro do ano passado atuava no comercial do Grupo Editorial Zit. “Uma perda grande para o mundo editorial. Um livreiro, vendedor, amigo, professor e historiador. Uma pessoa sempre alegre, sempre fazendo piada, uma figura com muitos amigos”, comentou Rosália Meirelles, do comercial da V&R e amiga de Jorge. "Ele era um grande amigo, um grande livreiro e um grande homem. Divertido, culto, inteligente e dono de uma voz poderosa. Sentiremos falta de sua alegria, sua irreverência, suas lindas fotos... Choramos sua ausência física, mas, para sempre, certamente estará em nossos corações", comentou Laura Van Boekel, editora à frente do Grupo Editorial Zit. O sepultamento aconteceu ontem, no Rio de Janeiro.

A Estação Liberdade abriu uma vaga para editor assistente para atuar em São Paulo e reforçar a equipe editorial. Pede-se bons conhecimentos de língua portuguesa e experiência de no mínimo dois anos em cargo similar. Leitura em língua estrangeira é desejável. O contratado terá que participar da prospecção de títulos, planejamento editorial, interlocução com tradutores e revisores e no fechamento dos livros, além de participação na divulgação e na geração de conteúdo para o site e redes sociais. Interessados devem enviar currículo para angel@estacaoliberdade.com.br mencionando formação, experiência e aptidões linguísticas.

Na próxima terça (3), às 10h, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o conselho curador do Jabuti farão a apuração da primeira fase do prêmio, onde serão escolhidos os 10 finalistas de cada uma das 29 categorias e posteriormente o 1º, 2º e 3º lugar. Quem quiser acompanhar de perto a apuração, deve confirmar presença mandando um e-mail para jabuti2@cbl.com.br. O evento acontece na sede da CBL (Av. Ipiranga, 1267, 10º andar – São Paulo / SP). A segunda fase da apuração está prevista para 31 de outubro, no mesmo endereço e a cerimônia do 59º Prêmio Jabuti, acontece no Auditório Ibirapuera, no dia 30 de novembro. O autor da obra vencedora em primeiro lugar de cada categoria (exceto a categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior) receberá, além do troféu Jabuti, um prêmio no valor bruto de R$ 3,5 mil.

Seguindo o principal objetivo do Fliaraxá, o incentivo ao hábito da leitura, este ano o festival terá o tema Língua, Leitura e Utopia. Marcada para acontecer de 15 a 19 de novembro, a sexta edição do festival muda de local e se instala no Tauá Grande Hotel e Termas de Araxá com uma programação variada que inclui oficinas, lançamento de livros, sessão de autógrafos, teatro, painéis, saraus, contação de histórias, música e exposição, além do Diálogos em Espiral, que pretende desconstruir o velho modelo de debates e mesas, onde o público vai interagir com os autores com mais dinamismo. Nomes importantes da literatura lusófona como Arsénio Vieira, José Eduardo Agualusa, Gonçalo Tavares, José Luís Peixoto, Filinto Elísio, Ondjaki e Mia Couto, o autor homenageado, estarão presentes. O moçambicano, aliás, terá uma noite especial no sábado (18/11) debatendo o tema: Língua, Literatura e Utopia, ao lado da atriz Bruna Lombardi. “O VI Fliaraxá irá consolidar a importância do evento no cenário literário e cultural do Brasil. A proposta é transformar a cidade, durante estes cinco dias, na capital da lusofonia, onde serão acolhidos escritores, atores, músicos e estudiosos da nossa língua. Tudo isso, numa grande sinergia com autores brasileiros que também estarão na programação tanto adulta, quanto infantil”, explica Afonso Borges. Clique no Leia Mais para conhecer os outros convidados do evento.

Autor de obras conhecidas e premiadas como O Anatomista, O livro dos prazeres proibidos e As piedosas, o argentino Federico Andahazi é um dos convidados da mesa de debates Por elas: a arte canta a igualdade, que será realizada no dia 5 de outubro, às 19h, durante a programação da 16ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo (2 a 6/10). Frederico consegue juntar em suas obras temas como psicanálise, literatura, história e sexualidade e encontrou na união de suas paixões uma forma de contar histórias. Junto com o argentino, Conceição Evaristo, Edegar Pretto, Marina Colasanti e Nadine Gasman debaterão sobre a sexualidade e a literatura de gênero. “Não acredito que exista uma literatura feminina, acredito que a literatura em geral não tem fronteiras nem de gênero, nem de nacionalidade, nem um outro meio”, completa o autor. A programação completa da Jornada pode ser conferida aqui.

A Editora do Brasil lança neste sábado (30), na Livraria NoveSete (Rua França Pinto, 97, Vila Mariana – São Paulo / SP), o livro O mar de Cecília, da autora e ilustradora Rosinha. O livro é uma homenagem, em forma de poema visual, à força criadora de Cecília Meireles. Cecília escreveu três livros para os pequenos e foi considerada a responsável pela maturidade da poesia infantojuvenil, já Rosinha criou um conceito no qual expôs suas emoções usando estrofes curtas com referências da poeta e ilustrações em grafite e lápis de cor sobre papel, que pudessem ser um labirinto para levar o leitor de uma página à outra. No lançamento que acontece às 15h30, Rosinha apresentará e recitará trechos da obra. O evento será aberto ao público e terá atividades para crianças.

Para dar visibilidade ao trabalho dos tradutores, o Goethe Institut e a Verein Weltlesebühne (Associação Palco de Leitura Global) realizam anualmente o Dia Internacional do Tradutor, também conhecido como o dia de São Jerônimo, tradutor da Bíblia. A comemoração que ocorre simultaneamente em várias cidades do mundo no dia 30 de setembro, acontecerá em São Paulo, na Casa das Rosas (Av. Paulista, 37 – São Paulo / SP). O tradutor e escritor Marcelo Backes irá falar sobre a importância da tradução direta e dos desafios e paixões que envolvem a profissão. Marcelo também discorrerá sobre os vários aspectos da tradução, com o objetivo de proporcionar um panorama geral para o público sobre a arte de traduzir. Nesse ano, a obra tema será o livro do autor Hubert Fichte: Explosion (Explosão), traduzido por Marcelo Backes e publicado pela Hedra. O encontro com entrada franca acontece amanhã, às 19h.

No ano em que o álbum Refavela, de Gilberto Gil, completa 40 anos, a Editora Cobogó lança o livro sobre o disco que nasceu em meio às turbulências dos anos 1970, com o desafio de promover o resgate da cultura afro-brasileira. Gilberto Gil: Refavela (135 pp, R$ 38), do escritor e pesquisador Maurício Barros de Castro, apresenta o contexto do país na época de ditaduras militares, lutas anticoloniais e protestos contra a segregação racial, e conta como Gil se inspirou, numa viagem à Nigéria, para criar um dos trabalhos mais importantes de sua carreira. Na obra, Barros relembra as lutas pela libertação dos países africanos e direitos civis dos negros norte-americanos que tiveram forte impacto no Brasil, como a “reafricanização” do carnaval baiano e o surgimento do movimento Black Rio. Ainda que capture um instantâneo das manifestações culturais de sua época, o livro mostra como as questões levantadas por Gil em Refavela continuam atuais.

Para o autor Julian Barnes, a maior ambição da arte é renovar a visão que temos do mundo. Em Mantendo um olho aberto (Anfiteatro / Rocco, 264 pp, R$ 44,90 - Trad.: Pedro Süssekind), o ficcionista dá lugar ao intelectual, sem abrir mão do prazer da narrativa, numa série de ensaios sobre arte. Focalizando quase dois séculos de produção pictórica, Barnes conduz o leitor pelo labirinto de tendências, escolas, estilos, correntes e vertentes que compõem o universo da pintura, analisando desde obras clássicas, como A balsa da Medusa, de Géricault, até os perturbadores nus de Lucien Freud, neto do inventor da psicanálise; do cubismo à pop art; de pintores badalados como Cézanne e Delacroix a mestres pouco populares, como Vuillard e Juan Gris, sempre movido pela convicção de que a pintura não se limita a capturar a emoção do mundo exterior e que a ambição maior da arte é renovar nossa visão de mundo.

O teatro, assim como outras manifestações artísticas, não tem sentido sem o público. Além do público comum que assiste as peças, as montagens necessitam de um olhar exterior mais fundamentado e analítico, a apontar seus acertos, eventuais desacertos e sugerir caminhos. Sábato Magaldi, crítico teatral de primeira linha, foi um dos brasileiros que melhor exerceu este ofício. Ao longo de sua vida, assistiu a um número impressionante de peças teatrais e musicais. Na plateia do mundo (Global Editora, 472 pp, R$ 59) traz um conjunto expressivo dos textos para jornais que Sábato escreveu sobre as montagens internacionais que teve a oportunidade de ver no exterior e no Brasil. Organizado por Edla van Steen, sua esposa e companheira de uma vida inteira dedicada ao teatro, este livro traça um panorama de grande amplitude e profundidade sobre o teatro realizado fora do Brasil a partir dos anos 1950.

Não são refugiados em sua própria pátria as crianças e jovens que abandonam a família e seus laços afetivos para viver nas ruas? Como a sociedade e as políticas públicas podem colaborar para a reinserção familiar desses meninos e meninas? Durante 20 anos, o Projeto Quixote se empenhou no programa Refugiados Urbanos buscando atender a situação de crianças e jovens vivendo nas ruas da cidade, na Cracolândia e outras regiões do centro. A metodologia desenvolvida procura resgatar o desejo da criança, exilada em sua própria cidade, de fazer o caminho de volta para seu lugar de origem, sua família, ou sua mátria, como os mais de 100 educadores que participaram do projeto costumam dizer. Refugiados urbanos (Peirópolis, 208 pp, R$ 65), organizado por Auro Danny Lescher e Graziela Bedoian, mescla as vozes dos educadores envolvidos no programa para retratar duas décadas de encontros e convívio com meninos em situação de risco extremo.

Se as fotografias são meios de testar, confirmar e construir uma visão total da realidade, aprender a compreendê-las é uma tarefa fundamental. Para John Berger — assim como para Walter Benjamin, Susan Sontag e Roland Barthes —, a fotografia era uma área de interesse especial, mas não uma especialidade. Eles a abordaram não com a autoridade de curadores ou de historiadores, mas como ensaístas. Para entender uma fotografia (Companhia das Letras, 264 pp, R$ 45,90 - Trad.: Paulo Geiger) reúne 24 ensaios de Berger, organizados cronologicamente e escritos ao longo de mais de 40 anos. O autor se vale de literatura, filosofia, psicanálise e metafísica para tratar de fotógrafos como Henri Cartier-Bresson, André Kertész e Sebastião Salgado. Berger também se dedica a refletir sobre o lugar da fotografia entre as belas-artes, reler criticamente a obra de Sontag ou enfrentar o dilema que ronda a veiculação de imagens de violência. Para entender uma fotografia foi organizado por Geoff Dyer.