O alquimista, o long-seller de Paulo Coelho, só seria destaque na Lista Nielsen PublishNews se, por alguma obra do acaso, ele ficasse de fora do rol dos livros escritos por autores brasileiros mais vendidos em livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento espalhadas pelo território nacional. É uma raridade isso acontecer. Mas, em julho, um pequeno detalhe fez a diferença e trouxe Coelho à manchete desta nota. O ISBN agora é outro. É que Paulo Coelho está de casa nova. A sua obra, que antes estava na Sextante, foi transferida para o selo Paralela, do Grupo Companhia das Letras, pelo qual Paulo já tinha lançado A espiã, seu último título, publicado em 2016. A nova edição de O alquimista estreia na Lista, ocupando a 19ª posição da Lista de Ficção de julho. Em Não Ficção, três estreantes merecem destaque: Na minha pele (Companhia das Letras), de Lázaro Ramos, na 9ª; Do zero ao milhão (Buzz), de Carlos Wizard Martins, na 14ª, e Todos contra todos (LeYa), de Leandro Karnal, na 17ª. Para conferir outros destaques da lista, clique no Leia Mais.

O primeiro contato com um livro: perceber sua capa, seu formato, seu tamanho. Depois, abre-se uma capa, a primeira, e nela percebe-se sua orelha própria; porque sim, é uma brochura, robusta e consistente. Depois, sem sequer haver lido na inteireza a primeira das orelhas caminha-se com alguma avidez para a segunda orelha, e nela a foto do autor – uma imagem simplesmente, e que faz a força da curiosidade prosseguir, sem novamente ater-se ao texto, talvez uma minibiografia, talvez um breve obituário ou alguma declaração fantástica do editor acerca da pessoa na foto. E na sobrecapa abre-se o texto desvelador, objetivo, mas parte do contexto, e levanta toda aquela ampla gama de sentimentos para que sejam dominados ou ampliados com a leitura, claro que rápida, das primeiras linhas do texto. Mas não da introdução, prefácio ou outro artifício; porque se quer o sabor da letra de quem escreveu e de como seu autor se postou diante daquele calhamaço amarelecido. Nesse instante, o amante verdadeiro conhece a ficha de produção: o artista da capa, o editor, o revisor, toda a equipe, e se há tradutor, talvez algum ilustrador que pensou detalhes surpresa. Depois conhece a ficha catalográfica, onde é inescapável a cidade de origem da editora e da criação, e os detalhes de catalogação do conteúdo, de forma fria, impositiva, porém inadiável. O fim, porém, é qual roteiro de Hollywood incompleto, previsivelmente feliz, porém indefinível. O livro deverá ser levado para a estante de casa ou mesa sem contestação de qualquer espécie – é quase vergonhosa uma barganha frente a boas obras. E se essa aquisição será lida ou o amor consumado, bom, é outra história, porque o amar na relação desse tipo permanecerá sempre modernista: tudo depende da permanência, sem qualquer vazio. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta coluna.

A Editora Salamandra está com novos títulos internacionais voltados para os leitores a partir de cinco anos. Entre as novidades está o livro Triângulo, de Mac Barnett e Jon Klassen, um conto cheio de humor e formas e que deve sair até setembro; Vazio, da espanhola Anna Llenas, que conta a história de uma menina que sobre uma perda inesperada e descobre um vazio dentro de si, e com isso ela tentará de tudo para fechá-lo e voltar a ser como era antes. A obra está prevista para novembro. Além disso, os novos títulos da franquia Judy Moody (na imagem ao lado) – Judy Moody Marciana e Chiclete, o menino-sapo, também estão previstos para o final do ano.

A Ciranda Cultural está à procura de um coordenador de produção gráfica para atuar em São Paulo. O candidato deve ter experiência com produção gráfica de livros; realizar negociação de prazos e custos com fornecedores; acompanhar os serviços, controlar o estoque de papéis; controlar e atualizar cronograma de abastecimento e produção junto com as áreas comercial e editorial; ter conhecimento do controle estatístico do processo e de tipos de papel e aprovar serviços para início da produção. O profissional deve ter superior completo em áreas correlatas; experiência mínima de cinco anos na área; conhecimento do pacote Office intermediário e inglês fluente. Os interessados devem mandar currículo para recursoshumanos@cirandacultural.com.br.

Andre Palme e Bruno Mendes, ambos colunistas do PublishNews, coordenam logo mais, às 19h, na Unibes Cultural (Rua Oscar Freire, 2500 – São Paulo / SP) a palestra Os micro momentos e as histórias mobile. O universo digital transformou a maneira como consumimos e produzimos conteúdo. Qualquer um, em qualquer lugar do mundo, pode em poucos passos publicar um livro, transmitir um vídeo ou colocar sua música no ar. Ao mesmo tempo, os consumidores têm cada vez mais acesso a conteúdos, dos mais variados formatos e assuntos. Nesse encontro, os dois discutirão como podemos, nesse mundo de possibilidades, fazer as melhores escolhas de consumo e de produção?. O evento é gratuito.

O Museu Imperial (Rua da Imperatriz, 220 - Centro, Petrópolis - RJ) recebe de 30 de agosto a 2 de setembro, a 2° edição da Festa Literária da Serra Imperial (Flisi), idealizada pelo Instituto Oldemburg de Desenvolvimento. Como na primeira edição, o evento -- que tem como curadoras Cristina Oldemburg (foto ao lado) e Guiomar de Grammont -- continuará focado no tema Memória e contará com a presença de autores reconhecidos nacionalmente, como Ruy Castro, Heloisa Seixas, Clóvis Bulcão, entre outros. Este ano o homenageado será Machado de Assis, celebrando os 120 anos da Academia Brasileira de Letras. O imortal Antonio Carlos Secchin abre a Flisi, no dia 30 de agosto, às 19h, com a palestra Traindo a Tradição: Machado de Assis e Dom Casmurro. Além da palestra, será inaugurada a exposição A Serra Imperial de Machado de Assis e seus melhores poemas com fotos do acervo da Biblioteca Nacional associadas às poesias do grande escritor. Para Cristina Oldemburg, a realização da Festa Literária da Serra Imperial se configura, mais uma vez, como instrumento vivo de mobilização cultural em prol do livro e da literatura nacional. “A Flisi, além de incentivar o participante a conhecer novos escritores, estimula o pensamento crítico, por meio de palestras, debates, exposições, encontro com artistas e lançamentos literários, valorizando a comunidade cultural da região e impulsionando a cultura e a economia criativa do entorno de Petrópolis". A programação completa pode ser acessada clicando aqui.

A Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP - Rua General Jardim, 522 – Vila Buarque - São Paulo / SP) está com inscrições abertas para o curso de extensão Machado de Assis – intérprete do Brasil, que estuda a interpretação machadiana da experiência brasileira do século XIX. Os cinco romances da maturidade de Machado Assis (Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó, e Memorial de Aires) são analisados de modo a verificar de que maneira o autor inscrevia em sua forma literária elementos da sociedade brasileira. “Essa análise revelará a interpretação penetrante que o autor guardava do Brasil do século XIX, antecipando muitas das hipóteses que a sociologia e a historiologia nacionais lançariam no século XX”, explica o Prof. Dr. Carlos Rogério Duarte Barreiros, docente do curso de extensão. O curso é voltado a pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação, professores e interessados em geral. As aulas começam no dia 9 de agosto e seguem até 13 de setembro, sempre às quartas-feiras, das 19h às 22h30.

Não é de hoje que a editora Jô Ramos (na foto ao lado) arregimenta autores brasileiros interessados em mostrar a sua produção fora do Brasil. Ela, por meio da sua editora, a ZL, organiza "Salões do Livro" mundo afora com o objetivo de levar livros e autores brasileiros para países como EUA, Suécia, Reino Unido e Portugal. Agora mesmo, ela está se preparando para colocar na rua a primeira edição do Salão do Livro do Canadá, marcado para acontecer nos dias 9 e 10 de setembro, na Padoca Pâtisserie Brésilienne (1440, Rue Amherst H2L, 3L3), em Montreal. “O principal objetivo é promover propostas inovadoras para a literatura brasileira, como um aliado no aprofundamento e extensão das feiras internacionais”, explica a editora. "A ideia também é dar mais oportunidade para os autores independentes e fazer com que ele leve seu trabalho a um público maior e conquiste mais leitores", completa. Os interessados precisam se inscrever, até dia 30 de agosto, pelo e-mail zlcomunicacao8@gmail.com.

Na edição da última segunda-feira, o PublishNews noticiou o fim da Livraria Móvel da Unesp, projeto que levava para cidades do interior de São Paulo uma livraria montada sobre rodas. Indo na direção contrária, a Câmara Cearense do Livro e o Instituto Viva Brasil botou o seu "booktruck" na estrada dentro do projeto Ceará Leitor. A ideia é levar para o interior do estado a produção das editoras cearenses e incentivar, com ações culturais, a formação não só de leitores, mas também de clubes de leitura. Os livros são vendidos a preços diferenciados e privilegia os mais variados gêneros como biografias, romances, poesia, cordel, quadrinhos, entre outros. Já o Clube de Leitores é incentivado por meio de doação de uma cesta livros aos municípios e capacitação de professores, bibliotecários e agentes culturais e as atrações culturais acontecem sempre em lugares aberto ao público, preferencialmente na praça principal de cada cidade.

A escritora Thalita Rebouças vai a Curitiba no próximo dia 15 para lançar o livro Confissões de um garoto tímido, nerd e (ligeiramente) apaixonado (Arqueiro, 304 pp, R$ 29,90). O novo livro aborda assuntos frequentes na rotina dos adolescentes. “São as mesmas questões, as mesmas espinhas, paixões platônicas, a mesma intensidade. O que mudou foi o acesso à informação”, comenta Thalita. No enredo, Davi está no segundo ano do ensino médio e finalmente tomou coragem para iniciar o curso de astrologia que sempre quis fazer, mas nunca teve coragem de admitir por medo de sofrer preconceitos. Davi tem ainda que aprender a vencer a timidez e ajudar seu amigo Zeca com questões amorosas mesmo sendo inexperiente no assunto. Para completar, a chegada do estrangeiro Gonçalo tem efeitos inesperados e Davi e seus amigos passam a lidar com questões que nunca imaginaram ter que enfrentar. O lançamento acontece na Livrarias Curitiba do Shopping Palladium (Av. Pres. Kennedy, 4121, Portão – Curitiba / PR) a partir das 15h30 e contará ainda com bate-papo e sessão de autógrafos com Thalita.

A obra de Clarice Lispector é elogiada, com distinção, por muitos aspectos: a densidade na busca dos mais profundos mistérios humanos, seu incrível tom ao mesmo tempo de conversa ligeira e de refinamento metafísico, o pacto que constrói com o leitor colocando a Literatura a serviço da nossa existência. Questões amplamente encontradas em seus livros e que lhe conferem destaque dentre os autores mais importantes de nossa Literatura. Mas como observar isso? Emilia Amaral desdobra e analisa no livro Para amar Clarice (Faro Editorial, 160 pp, R$ 29,90) as principais marcas literárias de Clarice, os traços fundamentais de sua escrita e as escolhas temáticas, mostrando, a partir de fragmentos extraídos de diversas obras, como elas estão presentes no texto, para que você, leitor, possa compreender melhor a arte de sua escrita.

Com título inspirado na citação sobre arte de George Eliot, os ensaios de James Wood em A coisa mais próxima da vida (Sesi-SP, 128 pp, R$ 35) buscam identificar e comentar as relações entre a literatura e a realidade com base nas obras de escritores clássicos e contemporâneos, de William Shakespeare a Ian McEwan. Diferente de como funciona a ficção, em que se detém no realismo, aqui Wood divaga sobre religião, morte, exílio, detalhe, a importância das coisas e descreve como a literatura perpassa todas essas temáticas com sua experiência necessária. Os quatro ensaios presentes no livro não são capítulos contínuos, mas se entrelaçam pela coerência do pensamento deste que é um dos mais importantes críticos literários contemporâneos. A coisa mais próxima da vida faz parte do acervo doado pela Cosac Naify para a Sesi-SP Editora em 2016.

Ainda criança, Rose fez uma descoberta inacreditável: uma gigantesca mão de metal, escondida nas profundezas da Terra. Já adulta, ela dedicou sua brilhante carreira científica a resolver os mistérios que envolviam o artefato. Por que um robô gigante de origem desconhecida estava enterrado em pedaços ao redor do mundo? Anos de investigação renderam respostas intrigantes e perguntas ainda mais complexas. Mas a verdade está mais perto do que nunca, agora que um segundo robô, mais titânico que o primeiro, se materializou na Terra. E, quando outras máquinas colossais pousam no planeta, a humanidade vive seu pior pesadelo. Rose e seu time do Corpo de Defesa da Terra tentam impedir a invasão. É possível virar o jogo, se conseguirem desvendar os últimos segredos de uma avançada tecnologia alienígena. A arma mais poderosa da humanidade é seu conhecimento e esta é uma batalha de vida ou morte pelo controle da Terra... e talvez até das estrelas. Deuses renascidos (Suma de Letras / Companhia das Letras, 392 pp, R$ 44,90) é a sequência de Gigantes adormecidos, série de Sylvain Neuvel sobre o contato entre humanos e alienígenas.

Ambientado numa cidadezinha da Luisiana às margens do Golfo do México e reunindo um elenco peculiar de personagens, o romance de estreia de Tom Cooper, Os saqueadores (Rocco, 352 pp, R$ 44,50) ganhou elogios de veículos como Esquire e Kirkus Review e de nomes como Nic Pizzolatto, criador da série True Detective, ao retratar a improvável jornada de um pescador de camarões obcecado por encontrar um tesouro perdido, após um desastre ecológico provocado por uma grande corporação obrigar os habitantes da região a encontrar novos meios de sobrevivência. Como um Dom Quixote moderno, viciado em comprimidos e a bordo de seu barco remendado, Gus Lindquist conhece uma série de personagens improváveis em sua odisseia pelos pântanos poluídos, cada qual travando suas próprias batalhas, mais ou menos nobres, para sobreviver em meio à lama e ao caos dos novos tempos. O livro é um suspense regional com cores fortes e humor mordaz. Com um ritmo intenso e histórias paralelas que desafiam o leitor, a história surpreende pelo retrato de personagens assustadoramente reais, anti-heróis que enfrentam dívidas, alcoolismo, abandono e morte como qualquer pessoa sem opção.