Gustavo Guertler, publisher da Belas Letras, voou para Nova York para acompanhar a Book Expo America. O evento já está no seu calendário anual de feiras internacionais desde 2012. Acabou a feira, ele correu para escrever um artigo para o PublishNews. Entre uma mordiscada em um sanduíche de lagosta e uma visita à novíssima loja física da Amazon do Columbus Circle, Gustavo teve tempo de visitar uma livraria incrustada em um mercado e constatar que tem muito americano usando o papel higiênico com a cara do presidente Trump. No artigo que pode ser lido clicando no Leia Mais, ele faz um resumão muito interessante sobre essa experiência. É clicar no Leia Mais e já reservar o voo para embarcar para Nova York no ano que vem.

Todo ano, a revista Crescer elege os 30 Melhores Livros Infantis do ano. Para compor o júri da 12ª edição do concurso, a revista convidou nomes como as bibliotecárias Maria das Graças Monteiro Castro e Beatriz Cattani; as livreiras Camila Martins, Gisele Gambini (ambas da NoveSete), Daniela Portella, Pâmela Matos França, Joyce Batista Silva (as três da Livraria da Vila) e Evie Milani (Martins Fontes); os professores João Luís Ceccantini, Regina Zilberman e o nosso colunista Volnei Canônica. Juntos, eles analisaram mais de 200 títulos. São histórias de amizade, solidão, refugiados, gênero, diversidade, respeito às diferenças, sustentabilidade e fantasia. Entre os premiados estão ganhadores de prêmios importantes como o Nobel José Saramago, autor de O lagarto (Companhia das Letras), que ganhou ilustrações do xilogravurista pernambucano J. Borges; Roger Mello, ganhador do Hans Christian Andersen, que criou Griso, o único (Global), e Eva Furnari (na foto ao lado), que já coleciona sete Jabutis e é autora de Drufs (Moderna). Eva, a propósito, ganhou o troféu Monteiro Lobato, através do qual a Crescer dá reconhecimento ao conjunto da obra de um autor. Para conferir a lista completa dos 30 livros, clique no Leia Mais.

O 59º Prêmio Jabuti conta com um novo processo para a indicação de jurados. O Conselho Curador deixa de recomendar nomes e passa a receber indicações de profissionais do mercado editorial, por meio da Comissão do Prêmio Jabuti, integrantes da diretoria e associados da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e de associados das entidades congêneres com atuação no setor do livro. Após a análise e verificação do perfil e adequação dos recomendados às regras dispostas no regulamento, o Conselho Curador fará a validação de três jurados para cada uma das 29 categorias desta edição. Os indicados deverão mostrar experiência nas respectivas áreas de conhecimento recobertas por cada categoria e seus quesitos de avaliação. Além disso, não poderão ter qualquer vínculo com editora, autor ou obra inscrita em qualquer categoria do prêmio. Os nomes dos jurados serão divulgados em ordem alfabética na cerimônia de premiação. Interessados em participar do time de avaliadores devem acessar e preencher todos os dados do formulário de indicação de jurado até o próximo dia 29.

Antecedendo a programação oficial da Bienal Internacional do Rio de Janeiro (31/08 – 10/09), a Convenção Nacional de Livrarias acontecerá entre os dias 29 e 30 de agosto, no Sheraton Hotel (Av. Niemeyer, 121 – Leblon – Rio de Janeiro / RJ). A edição de número 27 terá como tema central O livreiro: de leitor a gestor e terá Mauricio de Sousa como o conferencista de abertura. O evento vai discutir ainda temas como: economia brasileira, mercado editorial e livreiro, o momento histórico das livrarias brasileiras, formação e capacitação de livreiros, escritores e leitores, ações de marketing e negócios. Além disso, a organização do evento prepara mais uma edição da já tradicional Rodada de Negócios. Segundo os organizadores, são esperados 200 profissionais do setor, entre líderes do mercado livreiro, editorial, empreendedores do setor e escritores. O evento é realizado pela Associação Nacional de Livrarias (ANL) em parceria com a Associação Estadual de Livrarias do Rio de Janeiro – RJ. A programação será divulgada em breve.

Machado de Assis, Clarice Lispector, Jorge Amado e Lima Barreto são alguns dos autores da literatura brasileira que são conhecidos na Inglaterra e para difundir ainda mais a literatura brasileira contemporânea no Reino Unido, a autora e empreendedora Nara Vidal decidiu criar uma livraria on-line para os ingleses, a Capitolina Books. “Vamos funcionar, principalmente, como uma vitrine no Reino Unido e na Europa. Vender os livros será uma maravilha, contar com leitores, um sonho. Mas de forma realista, eu vejo a livraria mais como canal para mostrar que nossa literatura brasileira está esbanjando qualidade e que as pequenas editoras têm um papel fundamental nesse movimento”, comentou Nara. Apesar da limitação do mercado, Nara pretende disponibilizar informações sobre os autores em inglês, o que pode chamar atenção de tradutores, editores e leitores em geral. “Quero destacar um autor por mês através de uma entrevista em inglês e assim, divulgar seu potencial e seu trabalho para que ingleses que se interessam pela arte literária contemporânea possam acompanhar nossos talentos”. A previsão é que a Capitolina Books entre no ar a partir de setembro deste ano.

No mês em que se comemora o Dia do Orgulho LGBT, a Autêntica anuncia o lançamento da coleção Argos, dedicada à publicação de textos clássicos e contemporâneos sobre estudos de gênero e teoria queer. Com o objetivo de promover e ampliar o debate sobre esses temas no Brasil, a editora inaugura a coleção com três títulos: Argonautas, de Maggie Nelson, vencedor do National Book Critics Circle Award em 2015, e um dos livros do ano pelo New York Times; Teoria queer: raízes em Foucault e perspectivas pós-seculares, de Tamsin Spargo; e Flor de açafrão, de Guacira Lopes Louro. A Autêntica prepara também uma coleção com títulos feministas, com a proposta de dar voz a discursos antes silenciados ou que não tiveram ainda o destaque merecido no país. A coleção já conta com três obras contratadas: Sister Outsider, de Audre Lorde; Fortunes of Feminism, de Nancy Fraser; e The Straight Mind and Other Essays, de Monique Wittig.

No mês em que completa um ano, o clube de assinaturas Turista Literário já tem o que comemorar. Com o diferencial de enviar o livro acompanhado de elementos sensoriais que remetem o leitor ao universo da história, em doze meses, a start-up registrou crescimento importante de sua base de assinantes. Há um ano, as empreendedoras do Turista Literário estabeleceram como meta inicial alcançar 300 assinantes no primeiro mês e ir crescendo aos poucos. Resultado: agora em junho, a empresa já tem confirmado 1.400 assinaturas em todo o País, com previsão de alcançar 1.500 até o final do período de inscrições deste mês. A maior parte dos “turistas” reside na região Sudeste (56,6%), seguida das regiões Sul (16,0%), Nordeste (11,9%), Centro Oeste (9,6%) e Norte (5,9%). Segundo a criadora Priscilla Sigwalt, o projeto contribui para a disseminação do hábito de leitura para além dos grandes centros urbanos. Para selecionar os títulos que compõem cada mala mensal, o Turista Literário mantém parcerias com mais de 10 editoras em todo o País. A assinatura custa a partir de R$ 71,90 e as inscrições podem ser feitas do 1º ao 15º dia de cada mês, somente pelo site do clube e os pedidos são enviados, pelos Correios, sempre por volta do dia 25 de cada mês.

Como parte do projeto Caro Leitor, organizado pela Relicário e pelo Sesc em Minas, o Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1046, centro - Belo Horizonte / MG) recebe, no próximo dia 20, um debate sobre Feminismo, arte e literatura com a professora Ana Bernstein, a pesquisadora e educadora paulistana Rosana Paulino e a autora Laura Erber (foto ao lado). Ana e Laura, ambas curadoras do selo Perspectiva Feminista, da editora digital e-galáxia chamam a atenção para a importância do feminismo em sua dimensão de produção de saber e de potência crítica. Já a debatedora Rosana Paulino mostrará como os desafios vividos pelas mulheres têm emergido na produção artística, trazendo tensões e rupturas para a produção visual. Antes do debate, Laura Erber irá lançar A retornada (Relicário). A obra marca a volta da escritora aos versos, nove anos após a publicação do finalista do Prêmio Jabuti Os corpos e os dias (Editora de Cultura). Erber retorna ainda a uma experiência limiar de “olhar a morte nos olhos”, e do desafio que um tal confronto coloca à escrita. O lançamento acontece às 18h30 e o debate às 20h. A entrada é gratuita.

Em comemoração à Semana do Meio Ambiente em Salvador, acontece neste sábado (10), às 16h, no Palacete das Artes (Rua da Graça, 284, Graça - Salvador / BA), o lançamento do livro infantil Tomate, Pimentão e Cia (32 pp, R$ 30), do jornalista baiano Antônio Moreno. A publicação narra as aventuras de vegetais ameaçados pela poluição de uma fábrica que se unem para solucionar o problema. O lançamento gratuito terá ainda atrações musicais, contação de histórias e até uma exposição educativa sobre vegetais orgânicos. Editado pela Fábrica das Letras Editora, que, marca a sua entrada no cenário editorial baiano, Tomate, Pimentão e Cia surgiu originalmente como peça teatral, encenada em Salvador no início dos anos 1980. Nessa época, a montagem foi eleita Espetáculo Infantil do Ano pelo Troféu Martin Gonçalves. Em 2016, o texto foi premiado em concurso promovido pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia.

A Escola do Livro (Rua Cristiano Viana, 91, Pinheiros - São Paulo / SP) realiza nos dias 27 e 29 de junho (terça e quinta-feira), um curso sobre livros infantis, O livro para a criança. O programa irá abordar todos os tópicos que envolvem a produção desse trabalho, desde a criação da narrativa, relação de texto com imagem, até a escolha do formato e material. A escritora, editora e jornalista Silvana Salerno, responsável pelo workshop, irá falar não apenas de literatura, mas também sobre livros paradidáticos, incluindo os parâmetros curriculares. O curso acontece das 19h30 às 22h30 e o investimento é de R$ 250 para associados da CBL, R$ 300 para estudantes e professores e R$ 350 para profissionais do mercado. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (11) 3069-1300 ou pelo e-mail escoladolivro@cbl.org.br.

Os fuzis e as flechas (Companhia das Letras, 480 pp, R$ 69) é uma investigação jornalística que descreve centenas de mortes de indígenas durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985). Durante um ano, o autor Rubem Valente entrevistou 80 pessoas, entre índios, sertanistas, missionários e indigenistas, percorreu 14 mil quilômetros de carro, esteve em dez estados e dez aldeias indígenas do Amazonas, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Além de se valer de milhares de páginas coletadas em arquivos de Brasília, São Paulo e Rio, o livro traz à tona registros inéditos de erros e omissões que levaram a tragédias sanitárias durante a construção de grandes obras, como a rodovia Transamazônica, que cruzou a Amazônia de Leste a Oeste. Denso e fluente, repleto de informações desconhecidas, este livro é a mais completa pesquisa já realizada sobre o assunto.

A democracia impedida: o Brasil no século XXI (FGV Editora, 187 pp, R$ 35), obra do cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, traz uma análise das etapas do processo que culminou com o impedimento da presidente Dilma Rousseff. O livro foi escrito ao longo de 2016, ano em que se viu a polarização de opiniões entre os que acreditam na legalidade do impeachment da ex-presidente e aqueles que estão convencidos de ter havido um golpe de Estado, entre eles o autor. Entre os pontos que fazem parte da obra estão o exame do comportamento dos eleitores às vésperas das eleições de 2014; a reeleição da presidente, as heranças do seu governo anterior e as insatisfações políticas com medidas no novo mandato; as comparações e distinções entre os eventos de 1964 e 2016; a democracia representativa, o golpe constitucional e o golpe parlamentar.

Desaparecidos desde o julgamento de Nuremberg, quando Alfred Rosenberg foi condenado à morte por crimes de guerra, os diários, descobertos em 2013, vem a público pela primeira vez no livro Diários de Alfred Rosenberg – 1934 -1944 (Crítica / Planeta, 664 pp, R$ 99,90), e representam um documento fundamental sobre a Segunda Guerra Mundial e o nazismo. Um dos fundadores do partido nazista, Rosenberg era chamado de pai do nacional-socialismo pelo próprio Hitler. Não é para menos: ele foi o principal ideólogo do Holocausto e de sua proposta de exterminar o povo judeu. Tornou seu pensamento em ação particularmente depois que foi apontado ministro do Reich para os territórios ocupados do Leste, em 1941. Foi responsável por incitar o ódio, o genocídio e, pessoalmente, mandou executar milhares de homens, mulheres e crianças – algo que relatou em detalhes nos seus escritos. Também organizou o roubo de quadros e outros bens culturais em toda a Europa. O livro foi organizado pelo diretor Jürgen Matthäus, diretor do centro de estudos avançados do holocausto no Holocaust Memorial Museu, nos EUA, e Frank Bajohr é diretor do centro de estudos do holocausto no Institut für Zeitgeschichte, em Munique.

Marco do pensamento humanista, Discurso sobre a servidão voluntária (Edipro, 80 pp, R$ 24,90) foi escrito em 1549, quando Étienne de la Boétie contava apenas 18 anos. O texto defende que é possível resistir à opressão de forma pacífica no momento em que o povo decide não mais se sujeitar à tirania. O autor antecipa em séculos fundamentos teóricos que estarão presentes em, por exemplo, Desobediência civil, de Henry David Thoreau, na luta de Gandhi pela independência da Índia, no movimento antissegregação de Luther King nos EUA e também nas manifestações populares contra ditaduras ao redor do mundo. A presente edição traz, ainda, introdução do editor Paul Bonnefon, um dos desbravadores da obra de La Boétie e responsável pela edição francesa de 1922, que serviu de base para esta tradução. Além disso, o prefácio, escrito pelo historiador e professor da Unicamp Leandro Karnal, situa o tratado em seu contexto de origem e ao mesmo tempo em relação ao momento político atual.