Na última sexta-feira (5), a Câmara Brasileira do Livro (CBL) realizou, em São Paulo, um encontro para debater o papel do livro na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na ocasião, Tereza Pontual, representante do MEC, disse aos presentes que o ministério estuda a possibilidade de refundar o Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), que comprou, entre 2010 a 2014, mais de 69 milhões de livros de literatura nos seus diversos segmentos (PNBE Temático, PNBE Professor etc.). A ideia é que se crie um novo programa, no âmbito do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), para a compra de livros paradidáticos e livros de literatura para uso em sala de aula. Em nota enviada ao PublishNews, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão responsável pelas compras de livros, confirmou que o estudo está em curso, mas afirma que não há ainda nada oficial. O PublishNews ouviu diversas fontes para entender o caso e explica melhor na íntegra da matéria. Fala inclusive sobre a demora da publicação do edital do PNLD 2019, que já era para ter sido publicado em novembro passado e até hoje não saiu. Clique no Leia Mais e entenda.

Depois de comunicar, no final do mês passado, o fechamento do seu centro de distribuição e livraria em Florianópolis, a Editora Vozes anunciou na última terça-feira (9), o fechamento de mais um centro, dessa vez em Goiânia. A justificativa foi a mesma da última vez: uma questão logística e visando o ganho da eficiência operacional. No entanto, a livraria que funciona no mesmo local, continuará funcionando e o estado passará a ser atendido pelo centro de distribuição de Brasília. A Editora aproveitou também para comunicar uma mudança na supervisão de algumas de suas filiais, a de Goiânia passará a ser supervisionada por Rosimeire D. Neves; a de Brasília, por Domingos S. da Silva; a de Belo Horizonte, por Luís Fernando S. de Carvalho e a de São Paulo ficará a cargo de Zulmar Wernke.

Iniciado em 1988, o Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães homenageia o jornalista e escritor sul-rio-grandense que apoiou a criação e a expansão das Jornadas Literárias de Passo Fundo, que se realizam a cada dois anos desde 1981. Em sua 14ª edição, o projeto busca também valorizar a criação literária no Brasil e integra a programação da 16ª Jornada Nacional de Literatura (2 a 6/10). O concurso é destinado a contistas, com obras publicadas ou não, que apresentem textos inéditos, não publicados inclusive na internet. As inscrições podem ser feitas até o dia 10 de julho. Cada participante deverá apresentar dois contos. Os trabalhos serão julgados por uma comissão indicada pelas instituições promotoras e o nome dos vencedores será divulgado na abertura da 16ª Jornada Nacional de Literatura. Os dois melhores contistas receberão prêmios no valor de R$ 5 mil para o primeiro lugar e de R$ 3 mil para o segundo lugar. Para inscrições e mais informações, clique aqui.

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) está com uma vaga aberta para estagiário de relações internacionais. O contratado será responsável, dentre outras coisas, por elaborar relatórios e orçamentos; receber, preparar pagamentos e efetuar cobranças referentes ao departamento, fazer follow up; enviar boletos do projeto para editoras associadas; dar suporte às atividades relacionadas aos editores; solicitar compra de moedas estrangeiras e manter arquivos digitais do departamento atualizados. É necessário ter inglês fluente, espanhol intermediário e cursar superior na área de Relações Internacionais, Comércio Exterior ou Administração de Empresas. Dentre os benefícios estão Vale Transporte, Vale Refeição, Seguro de Vida e Estacionamento. Interessados devem enviar currículo para o e-mail pessoal@cbl.org.br.

Cinco escritores que vivem em Brasília se juntaram para criar um evento diferente: reunir autores para falar sobre Literatura em bares e cafés da cidade. A ideia surgiu quando os escritores Jéferson Assumção, Nicolas Behr, José Rezende Jr., Paulliny Gualberto Tort e Maurício de Almeida se encontravam para beber e pensar em estratégias que fortalecessem a literatura brasiliense e assim nasceu a Movida Literária. A ideia é misturar escritores e leitores nas mesas dos bares de maneira informal. Entre petiscos e bebidas, o papo vai girar em torno de obras, processos criativos e desafios da produção literária. Durante sete noites, autores de prosa e poesia se dividirão em 14 mesas de conversa. Além de dar destaque a 26 escritores que vivem em Brasília, a Movida Literária contará com a participação de Sheyla Smanioto, autora do premiado romance Desesterro, e Marcelino Freire, que foi escolhido pelos curadores como autor Boêmio da Vez. Depois de conseguir o apoio de algumas empresas, os organizadores decidiram lançar um projeto de financiamento coletivo. O objetivo é arrecadar R$ 10.345 até a estreia da Movida Literária, que está programada para a segunda quinzena de maio. No fechamento desta edição, o projeto tinha arrecadado R$ 5.270. Com o auxílio da plataforma Catarse, as pessoas que quiserem contribuir podem escolher recompensas que incluem livros, ilustrações e uma oficina literária que será ministrada pelos próprios organizadores. Os encontros acontecerão a partir do dia 21 de maio, no Beirute (CLS 109, Asa Sul – Brasília / DF). A programação completa pode ser conferida clicando aqui.

A Universidade do Livro (Praça da Sé, 108, Centro - São Paulo / SP) está com as inscrições abertas para o curso presencial inédito Produção do livro de autor (selfpublishing). O curso tem como objetivo mostrar aos alunos todas as etapas para a confecção de um livro, como editar, revisar, criar capas e outras artes e, principalmente, autopublicar. Do dia 23 ao dia 26 de maio, das 18h30 às 21h30, o jornalista, designer, tradutor e editor Vanderley Mendonça apresenta aos alunos conhecimentos específicos para a produção e edição de livros de autor, autopublicação e conceitos editoriais e gráficos do mercado independente, em publicações impressas e digitais e sua difusão e comercialização. O investimento é de R$ 499.

Na próxima quinta-feira, (11), a Escritor Publicado, empresa que se dedica a publicar livros digitais e prestar consultoria para autores, realiza um evento sobre Marketing Digital. O encontro, que acontece entre as 8h30 e as 10h no Farol Coworking (Coronel Bordini, 487, 3º andar, Auxiliadora - Porto Alegre / RS), tem como objetivo ensinar a escritores iniciantes ou profissionais como utilizar as redes sociais na divulgação dos seus livros. Após a exposição do conteúdo, haverá uma rodada de perguntas para solucionar as principais dúvidas dos escritores. A palestra será dada pelas sócias-fundadoras, Jade Cestari e Mariane Lima e o valor é o aluno que escolhe.

Nos dias 12 e 13 de maio, acontece a 1ª Festa Literária de Carmo da Mata (FLICAR). O evento, sediado no Diamante Clube (Praça Joaquim Afonso Rodrigues, 77 – Carmo da Mata / MG), tem como principal objetivo reunir literatura para todos os gostos e autores consagrados na região Centro-Oeste e no cenário nacional. A iniciativa partiu da direção da Escola Estadual Joaquim Afonso Rodrigues, que há anos promove a literatura como ação social entre alunos e comunidade escolar, por meio do projeto Poetizar. “Com o projeto Poetizar diversos talentos foram descobertos, vários alunos pegaram gosto pela escrita e leitura. Diante do grande sucesso do projeto, resolvemos criar algo maior que é a FLICAR”, destacou a idealizadora do projeto, Júnia Paixão. A homenageada da 1º Festa Literária de Carmo da Mata será a escritora Iêda Dias da Silva, natural do município e autora de livros infantis como: O barquinho amarelo, Brinquedos da noite e O burrinho alpinista. A programação inclui sessões de autógrafos, palestras, mesas de bate-papo com escritores, exposição, troca e venda de livros, contação de histórias, brincadeiras, performances, teatro e música.

Para celebrar o Dia das Mães e fugir de presentes costumeiros, a Estante Virtual lançou a campanha Mulheres Fortes. Quem acessar o portal vai encontrar uma seleção de livros dedicados ao empoderamento feminino e suas lutas, bem como questões do dia a dia, tanto em linguagem acadêmica quanto literária. Com uma análise detalhada da opressão sofrida pela mulher na sociedade e do feminismo contemporâneo, O segundo sexo – fatos e mitos, de Simone de Beauvoir, é um dos selecionados. Para as mães interessadas em entender os conceitos de gênero e as redes de poder e opressão que englobam, a curadoria indica A dominação masculina, de Pierre Bordieu e Gênero, sexualidade e educação, de Guacira Lopes Loiro. Se o objetivo do presente for oferecer uma leitura descontraída, obras como Feliz por nada e Doidas e santas, da cronista e romancista Martha Medeiros, reúnem um conjunto de histórias que abordam de maneira interessante as alegrias, desilusões, dramas, neuroses e delícias da vida adulta. Também fazem parte da seleção Minhas queridas e Clarice na cabeceira, de Clarice Lispector; Olga, de Fernando Morais, e Anarquistas graças a Deus, de Zélia Gattai, também estão na lista. Ao todo são 30 livros pensados para presentear as mães.

Em Quase diário – 1980 – 1999 (L&PM, 416 pp, R$ 64,90) estão registradas quase duas décadas que mudaram a cara do Brasil. O país experimentava a euforia e a perplexidade de sair de uma ditadura. Havia uma ebulição cultural e política. Affonso Romano de Sant’Anna foi personagem e protagonista em muitos momentos inesquecíveis desta história. Grandes cabeças contracenam neste alentado documento. Nas páginas deste livro ganham vida a campanha pelas Diretas Já, a morte de Tancredo Neves, o governo Sarney, os sucessivos planos para conter a inflação e a criação do Ministério da Cultura. Entre Paris e o Rio de Janeiro, passando por Berlim e Moscou, como em instantâneos preciosos, o leitor encontrará Darcy Ribeiro, Drummond, Vinicius de Moraes, Henfil, Fernanda Montenegro, Jorge Amado, Fernando Sabino, Rubem Braga, Oscar Niemeyer, João Cabral de Melo Neto, João Ubaldo, Gilberto Freyre, Otto Lara Resende, Ferreira Gullar, Glauber Rocha e muitos outros artistas e intelectuais que marcaram de forma definitiva a cultura brasileira.

Contrariando o senso comum, estudo recente realizado na Universidade de Toronto, no Canadá, estimou que mais da metade dos pais homossexuais era composta por pais biológicos e não adotivos. De início, essa informação gera questionamentos do tipo: por que se casou e teve filhos se sabia ser gay? Por que escondeu o fato da família? Trata-se de um ato de covardia? Coragem de ser (Edições GLS / Summus, 136 pp, R$ 46,40) mostra que esse raciocínio, mais que incorreto, é preconceituoso. Esses homens se casaram com parceiras por quem estavam apaixonados e com elas tiveram filhos. Viveram, entre o namoro e o casamento, uma vida satisfatória. Porém, mais tarde, eles constataram aquilo que não conseguiam mais esconder: a inevitável atração – tanto sexual quanto afetiva – por pessoas do mesmo sexo. Como agir diante de tal constatação? Como não machucar as pessoas que ama? Neste livro, Vera Moris e Fabio Paranhos apresentam 15 depoimentos de homens que assumiram a homossexualidade depois de ter formado uma família. O lançamento acontece no dia 16 de maio, às 18h30, na Livraria da Vila (Al. Lorena, 1731 – São Paulo / SP).

Em um país marcado pela opressão como o Irã, a expressão “ganhar voz” pode assumir um sentido quase literal. E é justamente o que acontece no novo romance de Parinoush Saniee, autora do best-seller O livro do destino, banido duas vezes pelo governo iraniano. Se em seu primeiro livro a trama gira em torno de uma mulher e de suas duras experiências ao longo de décadas, agora, é um menino de apenas quatro anos que está no centro da história. Escondi minha voz (Bertrand / Record, 222 pp, R$ 42,90) conta a história de Shahab que, aparentemente, não tem nenhum problema e os próprios médicos garantem que ele é saudável. Apesar disso, para preocupação da mãe e desgosto do pai, ele não fala e acaba sendo visto como o estranho da família e é chamado de tonto pelos tios e primos. A história de Shahab começa a mudar quando sua avó materna passa algumas semanas com a família e desenvolve com o menino uma relação de confiança e cumplicidade. Aos poucos, ele se sente seguro para falar, começa a frequentar a escola e demonstra ter interesse especial pelas palavras escritas.

Como num grito de alerta, Helena Gayer transmite no livro Me diga quem eu sou (Objetiva / Companhia das Letras, 120 pp, R$ 29,90) as nuanças de uma pessoa apunhalada pelo transtorno bipolar. Com crueza, minúcia e fervor, a autora narra seus mergulhos ora em depressão ora em mania e as muitas experiências por que passou, correndo risco de morte e abusos. Ao se abrir e descrever com detalhes as inúmeras tentativas de ter uma vida normal, os episódios de completa alienação e as internações, ela deixa escapar, a cada linha, um pedido tênue, uma súplica fugaz, para que tenhamos um olhar mais apurado em direção à pessoa, não só à doença. Helena nos apresenta um relato íntimo sobre como é viver, sobreviver e constantemente se rearranjar nessa realidade tão dura e tantas vezes negligenciada. Diagnosticada aos 21 anos, ela remove e nos mostra cada estilhaço de sua trajetória, enquanto seguimos com ela numa jornada de dor e descoberta, mas, acima de tudo, de superação.