A última pesquisa Retratos da Leitura, divulgada pelo Instituto Pró-Livro em maio passado mostrou, mais uma vez, que a Bíblia é o livro mais lido no Brasil. Nada menos do que 42% dos leitores brasileiros declaram ter lido o texto sagrado no último ano. Numa pesquisa rápida na Saraiva, a maior varejista de livros do Brasil, aparecem mais de 780 versões do título. Só a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) tem 137 edições do texto sagrado. O grosso dessas edições são derivadas do texto traduzido por João Ferreira de Almeida, o primeiro a verter o texto do original (em hebraico, aramaico e grego) para o português, em 1681. De acordo com a SBB, o texto deixado por Almeida (que já foi revisto e adaptado pelo menos três vezes) é o preferido por mais de 60% dos leitores evangélicos da Bíblia no Brasil. Para os católicos, há traduções feitas pelo padre Manoel de Matos Soares, em 1933, e pelo frei João José Pedreira de Castro, na década de 1950. Recentemente, a Mundo Cristão anunciou que fez nova tradução, direto do hebraico, aramaico e grego. Sob coordenação de Estevan Kirschner, doutor pela London School of Theology, uma equipe de sete tradutores brasileiros se debruçou por seis anos sobre os textos originais e o resultado será apresentado no dia 31 de outubro. Essa não é a primeira tradução da Bíblia que a Mundo Cristão publica. Em 2010, a editora publicou a Nova Bíblia viva que já vendeu 1,23 milhão de exemplares. A diferença desta Bíblia de 2010 para esta que será publicada agora em 2014? Além do texto, a Mundo Cristão detém os direitos para licenciamento da tradução. E a Sextante já licenciou o texto e publicará a íntegra da Bíblia em formato de livro tradicional dividida em três volumes reunidos em um box, que também chega às livrarias em outubro. Para conhecer melhor esses projetos, clique no Leia Mais.

Quando o PublishNews revelou aqui que os livros da Cosac Naify vão virar aparas (ou papel higiênico) instalou-se o escândalo. “Fariseus!” “Biblioclastas!” e outros adjetivos mais diretos espocaram nas timelines, que acusavam alternadamente o governo, o capitalismo, os comunistas, o funk ou a internet pelo crime de sacrificar esse bem tão raro e precioso… o livro. Não sei se livro é “precioso”, mas definitivamente não é “raro”. Todo mundo que trabalha com livros tem uma penca de histórias dessas para contar, bem como uma penca de “explicações”. Pode ser “histórico-cultural”: “o Brasil foi o último país a abolir a escravidão e instalar a imprensa. Livro nunca foi 'útil' em uma nação voltada para a exploração de matérias primas e de pessoas”. Tem a “Keynesiana”, que diz que “o governo deveria gastar para que os brasileiros melhorassem nossos vergonhosos índices de leitura”; tem a neoliberal que prega que “o governo provoca um excesso de demanda que desequilibra o mercado”… Eu não sei explicar e nem me arrisco a apontar uma solução. Mas tenho uma forte impressão de que as poucas iniciativas para combater esse quadro vão acabar agravando a situação. Fala-se até em aumentar o preço dos livros. Seguimos esperando um bom resultado de uma equação ruim, na qual todas as variáveis — editoras, livrarias, autores e leitores — estão no limite. Se não mudarmos, bibliocídios como a da Cosac vão se repetir, e se intensificar. E os livros no Brasil continuarão não valendo nada… enquanto não puderem ser lidos.

A Amazon está de novo no meio de uma polêmica, dessa vez com as editoras japonesas. Isso porque durante a semana, a empresa retirou mais de mil títulos das editoras Kodansha, Kobunsha e Shogakukan do programa Kindle Unlimited, de subscrição de e-books. Em setembro, a empresa procurou as editoras japonesas para renegociar seus contratos e, em meio às negociações, decidiu retirar os títulos do Kindle Unlimited. A Kodansha emitiu um comunicado dizendo que sem nenhum aviso prévio, seus títulos mais bem classificados na plataforma já não estavam mais disponíveis. Natsuko Tanabe, porta-voz da editora disse que ela está "pedindo Amazon para continuar o serviço, conforme definido pelo contrato atual”. Há dois anos, a Amazon também se envolveu em disputas parecidas com as editoras americanas Hachette Book Group e Simon & Schuster, quando também usou de táticas agressivas para renegociar seus contratos. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra dessa nota.

A Benvirá, selo da Editora Saraiva, e Augusto Cury, preparam o segundo livro da série Petrus Logus. Ambientado em um mundo pós-apocalíptico, Petrus Logus – Os inimigos da humanidade é uma mensagem de conscientização sobre temas como ansiedade, individualismo, falta de autocontrole. Na história jovem e corajoso Petrus tenta descobrir a verdade sobre o Portal do Tempo e entender suas viagens ao passado quando se vê cara a cara com uma revelação que mudará para sempre a sua vida. O título deve chegar às livrarias ainda em outubro.

Logo mais, às 20h30, a jornalista Mona Dorf entrevista Luiz Schwarcz, presidente e fundador do Grupo Companhia das Letras, que neste mês comemora 30 anos de atividades. A entrevista faz parte da série História Contada, que integra a programação da Janela para o Conhecimento, da Unibes Cultural. Os encontros apresentam ao público a trajetória de pessoas de diferentes segmentos, com forte protagonismo no cenário nacional e histórias de vida inspiradoras, como Rita Lobo, Mayana Zatz, Jacó Guinsburg, Marcio Kogan e Boris Casoy, entre outros. As vagas são limitadas e para participar os interessados precisam se inscrever no site da Unibes Cultural. Para os que não puderem ir até a Unibes ou para os que não estiverem em São Paulo, o encontro será transmitido ao vivo e on line pelo canal da Unibes Cultural no YouTube .

O curso de pós-graduação em Edição e Gestão Editorial está com as inscrições abertas para sua segunda turma. O curso, iniciativa do NESPE com a Universidade Santa Úrsula, apoio do PublishNews e reconhecimento do MEC, foi criado com o objetivo de contribuir com o aperfeiçoamento de profissionais do mercado editorial de forma ampla, permitindo também que outros interessados possam conhecer a realidade do universo de produção dos livros e receber a formação necessária para ingressar neste mercado. O curso estimula que os próprios participantes reflitam sobre as atividades exercidas no meio, buscando modos de aprimorá-las e encontrando oportunidades em espaços ainda não contemplados pelos modelos tradicionais de negócios. Além de aprender com os melhores professores, profissionais e pesquisadores do mercado, os participantes do curso poderão experimentar uma convivência rica com alguns daqueles que, atualmente, são os responsáveis pela orientação da produção editorial no Brasil. O curso que acontece na Universidade Santa Úrsula (Rua Fernando Ferrari, 75, Botafogo - Rio de Janeiro / RJ) tem início no dia 19 de novembro, com aulas quinzenais, aos sábados, das 9h às 17h. O investimento pode ser feito em 24 parcelas de R$ 650.

A Casa Educação, com o apoio do PublishNews oferece o Curso de Formação de Editor de Livros. Destinado principalmente para os profissionais de editoras de livros, produtores editoriais e profissionais de jornais, revistas e sites que queiram atuar no mercado editorial, o curso a distância tem como objetivo conhecer com profundidade o trabalho de produção editorial e preparar os participantes para trabalhar em editoras de livros exercendo a função de editor. Coordenado por André Castro, o curso terá entre os docentes nosso colunista Pedro Almeida, Alessandra Ruiz, Jiro Takahashi, Daniela Senador, Mariana Rolier, Mila Paes Leme Marques e Roberto Paranhos. O curso tem início no dia 22 de novembro.

Apostando na bibliodiversidade, uma das maiores e mais bem-sucedidas iniciativas em favor do livro e da leitura do país, a Primavera Literária, realizada pela Liga Brasileira de Editores (Libre) reunirá 58 editoras independentes em sua segunda edição em Belo Horizonte. Com programação inteiramente gratuita, promove, além da feira de livros, seminário voltado para educadores e um palco de contação de histórias, no Circuito Cultural Praça da Liberdade, de 05 a 09 de outubro, das 9h às 21h. Com desconto de até 50% sobre o preço de capa e títulos pouco encontrados nas grandes redes de livrarias, os leitores terão acesso à publicações de editoras de diversas linhas editoriais. Há editoras cujos títulos são referência, em todo o país, em áreas como educação, cultura popular, cultura afro-brasileira, história do Brasil, sociologia, literatura adulta e infantil, crítica literária, etc. Clique no Leia Mais e veja outros detalhes da Primavera Literária de BH.

No próximo domingo (9), o jornalista e autor Gianni Barbacetto estará em São Paulo, a convite da Revista Piauí e da GloboNews, para uma conversa sobre sua carreira em um dos mais importantes jornais da Itália: Il Fatto Quotidiano. O italiano é também autor do livro Operação mãos limpas, escrito em parceria com os colegas Peter Gomez e Marco Travaglio e que será lançado no Brasil pela CDG ainda neste mês. No livro, ele mostra os bastidores da investigação da operação Mani Pulite, que se tornou referência para os juízes que lideram a operação Lava-Jato aqui no Brasil. No encontro, mediado pelas jornalistas Julia Duailibi (piauí) e Andréia Sadi (GloboNews), Gianni irá mostrar como seu trabalho investigativo revelou casos de corrupção e tirania, além de desmascarar toda uma máfia infiltrada nas camadas do governo italiano. O livro de Gianni tem introdução do juiz Sérgio Moro. O encontro acontece às 18h, no Colégio Dante Alighieri (Alameda Jaú, 1061 – Cerqueira César – São Paulo / SP).

O Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo (Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar, Bela Vista - São Paulo / SP) desenvolveu um projeto que permite conhecer mais sobre autores negros consagrados. O curso Cartografias Literárias de São Paulo Negra acontece durante todo o mês de outubro e prevê, além de palestras, quatro saídas inspiradas na literatura de Luiz Gama e Carolina de Jesus. Os passeios passarão pelas obras O cortejo da vida (Faculdade de Direito, Academia Paulista de Letras, Largo do Arouche, Cemitério da Consolação), O Bixiga é negro (visita ao bairro e casa do mestre Ananias), Carolina e a cidade (Estação da Luz, Livraria Francisco Alves e Largo do Paissandu) e Ocupa São Paulo (Largo São Bento, Galeria do Rock, Escadaria do Teatro Municipal e Praça Roosevelt). As inscrições podem ser feitas pelo site do Sesc ou nas unidades do Sesc no estado de São Paulo. O programa será conduzido por Daniela Ortega, João Correia Filho e Fernanda Miranda.

Nessa sexta (7), a Livraria da Travessa de Ribeirão Preto (Av. Cel. Fernando Ferreira Leite, 1540 loja 279, Jardim California – Ribeirão Preto / SP) recebe o lançamento do livro Saulo Gomes - O grande repórter investigativo (Infinda, 400 pp, R$ 49), da jornalista Adriana Silva. A obra reúne as principais reportagens investigativas de um dos maiores repórteres investigativos do país e revela fatos sobre a história política e policial do Brasil. O evento que começa às 19h, terá sessão de autógrafos com Adriana e Saulo Gomes.

Em Ilustre Poesia (Intrínseca, 224 pp, R$ 19,90), terceiro livro de Pedro Gabriel (autor de Eu me chamo Antônio, também publicado pela Intrínseca), fantasia e realidade colidem. Criador e criatura dialogam por meio de palavras e ilustrações. Desta vez, Antônio procura escapulir do confinamento nos quadradinhos de papel dos guardanapos e ganhar a liberdade. Ao mesmo tempo, Pedro Gabriel explora galáxias, as profundezas do mar e os confins da terra em textos de prosa poética que podem ser lidos como uma espécie de correspondência com o personagem. O senso de humor, a irreverência e o gosto pelos trocadilhos são compartilhados pelo personagem e seu poeta. A relação entre Pedro Gabriel e Antônio começou há quatro anos no balcão do Café Lamas, um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro. Pedro costumava passar as noites tomando chope e escrevendo em guardanapos com caneta hidrográfica. Um belo dia ocorreu-lhe a ideia de fotografar suas criações e compartilhá-las no Facebook. O sucesso foi imediato. Em poucos meses, ele havia se transformado numa verdadeira celebridade da internet.

Um diário pessoal confeccionado com materiais reciclados incomuns, uma coleção de poesia encadernada com a técnica da costura copta ou um livro de assinaturas personalizado para um casamento. Se você se interessa pela produção de livros artesanais, precisará apenas de papel, agulha, linha e do guia prático Como fazer seus próprios livros artesanais (GGili, 192 pp, R$ 80) para se iniciar nas técnicas tradicionais de encadernação e conhecer seus recursos mais inovadores. No livro, Charlotte Rivers apresenta 24 exemplos de livros criados por artistas, artesãos e escritores do mundo todo; dá instruções passo a passo com esquemas fáceis de seguir para o leitor imprimir, costurar e encadernar seus próprios livros e apresenta ainda técnicas variadas que incluem desde métodos clássicos, que qualquer pessoa interessada em confecção de livros deve conhecer, até soluções originais idealizadas por artesãos contemporâneos.

Em Canibal vegetariano (Fábrica 231 / Rocco, 144 pp, R$ 26,50), o escritor, ilustrador, ator e roteirista Gabriel Pardal leva para o papel as tiradas, reflexões e provocações que compartilha diariamente com os seguidores de seu perfil no Instagram e em outras redes sociais. São frases curtas ou pequenos diálogos quase sempre desconcertantes, acompanhados de ilustrações ou grafismos despretensiosos que surpreendem o leitor a cada página, com suas doses de espanto, inadequação, humor. Como a pequena subversão do velho ditado: “Antes só, do que solitariamente acompanhada”, ilustrado pela imagem de uma jovem bebendo uma taça de vinho. Canibal vegetariano reflete um sentimento de inadequação de quem não se sente pertencido no lugar onde se encontra, mas nem por isso deixa de se arriscar pelo desconhecido. Um livro antenado com as pequenas e as grandes questões do dia a dia, e com o qual jovens e adultos vão se identificar.

Diminuto, porém inconfundível, o Pão de Açúcar parece boiar dentro uma bola de gude metade verde, metade azul, rajado de branco. A espuma castanha cria uma textura de aspecto lunar; ao fundo, banhistas dão a impressão de que caminham sobre as águas. Essas são tentativas de descrever algumas das imagens de Rico Sombra, fotógrafo que, na última década, dedicou-se a flagrar imagens do Rio de Janeiro imenso num espaço inusitado: o mar. Munido de técnica, espirito aventureiro e sensibilidade, Rico revela no livro bilíngue Rio visto do mar (Tinta Negra, 132 pp, R$ 89,90) um espaço aquático exuberante e diverso. Flagrantes que revelam um Rio de Janeiro imprevisível, ora delicado, ora brutal. Acompanhando as fotografias de Rico Sombra, a obra traz breves textos poéticos de Gabi Temer que dão pistas da experiência sensorial que resulta da contemplação das páginas.

Obra de arte monumental e um dos ícones contra a violência política, Guernica é a resposta de Picasso para o terrível bombardeio que arrasou a cidade basca de mesmo nome, no auge da Guerra Civil espanhola. Ao ver uma foto da barbárie cometida contra civis, o artista imediatamente começou a desenhar fragmentos de fúria, a imaginar uma gigantesca tela em preto e branco, à altura de sua revolta. Em Picasso e o Guernica (SM, 56 pp, R$ 41 – Trad.: Chantal Castelli), Alain Serres revela o passo a passo da magnífica criação — dos estudos aos vários estágios do trabalho até a concepção final da tela de quase oito metros de comprimento —, situando-a no contexto da vida e da arte desse gênio revolucionário, que inventou nova maneira de olhar a realidade. Além dos registros de Guernica, a narrativa reúne obras expressivas das diversas fases de seu trabalho, incluindo as pintadas na infância.