Na próxima quinta-feira (14), Rüdiger Wischenbart, consultor austríaco que monitora a indústria editorial em nível global, vai lançar a edição de 2016 do relatório The global e-book report, dentro da programação da London Book Fair. O documento, que destaca o desenvolvimento do livro digital mundo afora, dedica um capítulo ao Brasil. A compilação, feita por Carlo Carrenho, fundador e CEO do PublishNews, revela que os e-books representam 4,27% do volume de vendas das editoras brasileiras no ano passado. A participação no faturamento, no entanto, foi menor, representando 2,57%. Quem estiver em Londres e quiser acompanhar, o lançamento na próxima quinta, acontece às 13h, na Gallery Suit Room 1.

A partir de 1ª de maio a Editora Casa Educação, parceira do PublishNews na realização de cursos e eventos, passa a ser a responsável pela edição e comercialização dos livros com selo HSM, especializado em livros de negócios e gestão. A Casa Educação já vinha editando a revista HSM Management. Com a medida, a casa passa a coordenar tanto a distribuição de livros para livrarias quanto via o Book Club, o serviço de assinatura de livros da HSM. André Castro, diretor da Casa Educação, é quem ficará responsável pela missão.

A organização da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) confirmou mais dois autores que participarão da edição de 2016. A cronista Tati Bernardi, que estreou com A mulher que não prestava (Panda Books), em 2006, e o poeta Ramon Nunes Mello, de Vinis mofados (Língua Geral), de 2009, foram os nomes anunciados. A autora paulista lança na festa Depois a louca sou eu (Companhia das Letras), enquanto o fluminense divulga Há um mar no fundo de cada sonho (Verso Brasil). Eles se juntam a Svetlana Alexievich, vencedora do Nobel de Literatura de 2015, Benjamin Moser e Caco Barcellos na lista de convidados. A Flip será realizada entre 29 de junho e 3 de julho.

Depois do suicídio de Alberto Santos Dumont, em 1932, no Guarujá (SP), o legista encarregado de embalsamá-lo tomou uma daquelas atitudes que fazem a realidade parecer mais fantástica do que a ficção. Por motivos nunca esclarecidos, removeu em segredo o coração do inventor do 14-Bis e o guardou, preservado em formol. Só o devolveu ao governo 12 anos depois — desde então ele está a salvo em um monumento no Museu Aeroespacial, no Rio. O roubo do coração de Santos Dumont é o ponto de partida do romance O homem com asas, que o holandês Arthur Japin lançará, pela editora Planeta, na 14ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece entre 29 de junho e 3 de julho. Com 20 anos de carreira, nove livros publicados e centenas de milhares de exemplares vendidos na Europa, o autor de 59 anos encontrou naquela cena insólita uma porta de entrada para escrever sobre um personagem que o fascina há anos: o de um homem deslocado, tímido e solitário que, no entanto, alcança a façanha do primeiro voo mecânico da História.

A coluna Gente Boa, de O Globo, anunciou que Luis Fernando Verissimo vai estrear como autor infantil. O livro tem o título provisório de A bailarina e também marca a estreia do escritor no selo Companhia das Letrinhas. A coluna diz ainda que Verissimo está para ter alta do hospital Pró-Cardíaco, onde foi internado com infecção respiratória.

A Festa do Conhecimento, Literatura e Cultura Negra (Flink Sampa) chega à 4.ª edição em novembro com uma novidade: o Prêmio Flink de Literatura. Destinado a jovens autores negros brasileiros ou residentes no País, ele abre inscrições em julho. Os três textos vencedores serão anunciados no evento, que terá curadoria de Guiomar de Grammont, e sairão em livro, indica a coluna Babel.

Encerram na próxima sexta-feira (15), as inscrições para o Escreva o Samba – Concurso Lefê Almeida de contos e ensaios sobre o samba. Para participar é necessário escrever um conto inspirado no samba ou na Lapa ou ainda um ensaio sobre algum aspecto — personagem, música, momento histórico ou lugar — do mais carioca dos ritmos, no bairro do Rio de Janeiro. Serão escolhidos dois contos e dois ensaios que vão integrar a segunda Antologia Lapalê. Os autores selecionados serão convidados de honra para a festa de lançamento do livro e participarão de uma das mesas da Feira Literária Lapalê que acontece no final de semana de 7 e 8 de maio, das 10h às 19h, na Praça dos Arcos e espaços culturais do bairro. Par amais detalhes sobre o concurso, clique aqui.

Interessados em publicar livros pelo Programa de Edição de Livros – 2016 / 2017 da Editora da Universidade do Estado da Bahia (Eduneb) têm até o dia 30 de junho para efetuar a sua inscrição. Serão selecionadas 20 obras originais e inéditas para serem publicadas, podendo ser autoral ou coletânea, que serão distribuídas por área de conhecimento. As inscrições encerram no dia 30 de junho e o resultado final será divulgado no final de outubro. Acesse aqui o edital completo e confira o número de vagas destinadas às respectivas áreas.

A coluna Babel teve acesso a um estudo da Fundação Itaú Social, baseado em artigos científicos publicados a partir dos anos 1990, que mostra o impacto da leitura feita pelo adulto para a criança, na primeira infância, para o seu desenvolvimento. O material será usado internamente para nortear as ações da fundação. Algumas conclusões: o aprimoramento das habilidades de leitura aos 7 anos afeta o nível socioeconômico que o indivíduo obterá aos 42; o incentivo à leitura na 1.ª infância está entre os fatores determinantes dos escores de inteligência, da motivação acadêmica e dos anos de escolaridade que ele terá; e a adição de um dia extra por semana de leitura de pais para filhos durante 30 minutos, no período de um ano, nos primeiros 10 anos de vida da criança, potencializa significativamente a capacidade de leitura.

Manoel de Barros manteve o mesmo ritmo de trabalho até sua morte, em novembro de 2014, aos 97 anos: diariamente, às 7 horas da manhã, ele se dirigia ao andar superior de sua casa, onde se encontra o que chamava de “escritório de ser inútil”. Lá, cultivava a palavra com esmero. “Ele busca a gramática que fica antes da gramática, é o que chamo de ‘aquém da linguagem’”, observa o crítico e também poeta Italo Moriconi, supervisor das novas edições da obra de Barros agora preparadas pela Alfaguara, iniciando os festejos pelo centenário de nascimento do poeta, que acontece em dezembro. Duas obras já foram lançadas – um dos volumes traz os dois primeiros livros publicados pelo poeta: Poemas concebidos sem pecado, de 1937, e Face imóvel, de 1942 (128 pp.,R$ 34,90). Trabalhos em que Manoel de Barros já ensaiava seu estilo livre. O segundo lançamento, Arranjos para assobio (128 pp., R$ 34,90), teve primeira edição em 1982, que marca o estilo que o consolidaria a partir daquela década. Todos os volumes vão trazer reproduções de curiosos itens que fazem parte do baú de Manoel como fotos, manuscritos e missivas recebidas de amigos, como uma carta de Carlos Drummond de Andrade e um bilhete de Millôr Fernandes. O material foi selecionado pela filha do escritor, Martha Barros.

Há alguns anos, Jean Aubert chegou à casa do filho com uma caixa na mão e disse que era melhor que ele guardasse tudo ali porque no sítio onde vivia, em Embu-Guaçu, havia muita umidade e já não cabia mais nada. “São coisas que seu avô trouxe da Suíça e dizem que tem a ver com o inventor dos quadrinhos”, ele comentou. André Caramuru Aubert não deu muita bola. Apesar de ter sido um leitor de HQ na infância, ele nunca tinha ouvido falar em Rodolphe Töpffer (1799-1864), o autor daqueles oito volumes amarelados que o pai lhe confiava. Passados alguns anos, ele se deparou com um texto sobre a história dos quadrinhos e achou conhecido aquele nome, Töpffer, a quem era creditada a autoria da primeira HQ – outros pais são reivindicados. Voltou então à caixa e se viu diante não apenas de um exemplar antigo de Histoire de Mr. Jabot, tido como o livro fundador, mas de um dos raros volumes da primeira tiragem, feita pelo suíço em 1833 e distribuída a alguns poucos amigos. A ideia de Aubert, agora, é trazer essa obra ao País.

Em seu trabalho mais célebre, Formação do Brasil contemporâneo (1942), o historiador Caio Prado Júnior investigou as dinâmicas sociais e econômicas do Brasil colonial para iluminar as origens da condição periférica do país no mundo. O livro é considerado até hoje um marco na interpretação da realidade nacional, ao lado de outros clássicos da época, como Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda, e Casa grande & senzala (1933), de Gilberto Freyre. No recém-lançado Caio Prado Júnior: uma biografia política (Boitempo, 504 pp., R$ 63), o professor de História na USP Luiz Bernardo Pericás procura mostrar a relação profunda entre a obra teórica e a atuação política do historiador. Nascido numa família da aristocracia cafeeira de São Paulo, em 1907, Prado se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) nos anos 1930, foi deputado federal nos anos 1940 e virou alvo da ditadura depois do golpe de 1964, quando teve os direitos políticos cassados e chegou a ser preso.

Hesito em escolher: é duro ser tão parcimonioso ou exulto em falar de um livro notável. Não há opção; as duas afirmações são válidas. A referência é ao Ainda: em viagem (Editora UFPA, 99 pp., R$ 35). Seu autor, Age de Carvalho, é um poeta paraense que há 30 anos sobrevive entre Viena e Munique. Seu livro não é de estreia, mas não duvido serem mínimas as notícias recebidas. Nenhum outro, no entanto, mais as mereceria. A viagem-objeto, embora tenha um correspondente pessoal, é muito menos a biográfica do que a prototípica a que se referiu um certo pensador: embora sejamos seres de terra firme, estamos sempre embarcados. Ora somos náufragos, sobreviventes ou espectadores. Mas em nenhum instante deixamos de estar embarcados. Configurada na forma de extrema contensão, a viagem contém dois tempos fortes: o da dissipação do que foi vivido e o do correlato dos restos transfigurados pelas palavras.

Uma cópia do First Folio, de Shakespeare — como ficou conhecida a coleção de 36 peças do escritor inglês publicada sete anos após sua morte — foi encontrada em uma mansão na Ilha de Bute, na Escócia. O livro, uma das 234 cópias conhecidas no mundo, estava na casa escocesa há mais de 100 anos. Emma Smith, especialista em Shakespeare na Universidade de Oxford, confirmou a autenticidade da obra. Publicado em 1623, o First Folio reúne a maioria das peças de Shakespeare e, sem ele, hoje não teríamos cópias de mais da metade delas, incluindo Macbeth e A tempestade. Com a confirmação, o número de cópias conhecidas chega a 234, a poucos dias do aniversário de 400 anos de morte do dramaturgo, no dia 23 de abril.

Uma cadeira de carvalho dos anos 1930, usada por J. K. Rowling para escrever os dois primeiros livros da saga do bruxo Harry Potter, foi leiloada nesta quarta-feira em Nova York. O comprador pagou US$ 394 mil (cerca de R$ 1,4 milhão) pelo móvel. A escritora usava a cadeira em seu flat de Edimburgo, na Escócia. Foi sentada nela que Rowling escreveu Harry Potter e a Pedra Filosofal, lançado em 1997, e Harry Potter e a câmara secreta, de 1998. A cadeira já havia sido leiloada duas vezes antes disso. A primeira vez pela própria autora, para doar o valor recebido à caridade. A identidade do comprador não foi revelada. O vendedor, por sua vez, anunciou que irá doar 10% do valor recebido para um projeto de caridade criado pela autora.

O jornalista Hermés Galvão não parou de pegar o avião nem nesses tempos de recessão — a falta de companhia também nunca foi motivo para ele ficar parado. Conforme noticiou a coluna Gente Boa, no livro Como viajar sozinho em tempos de crise (financeira e existencial), que ele lança em junho, Hermés dá dicas de como driblar a falta de grana e de companhia e sair por aí. “Nada melhor que viajar para se encontrar de novo”, diz ele.