“Se a lei cumprir aqui o papel que cumpriu lá fora de criar um ambiente econômico saudável que permita a concorrência menos desigual, o grande beneficiado será o leitor consumidor”, declarou a senadora Fátima Bezerra (PT/RN), autora do projeto de lei que quer regulamentar o varejo do livro no Brasil. A declaração foi feita durante a apresentação do projeto na Convenção Nacional de Livreiros, que começou nesta terça (10) e segue com sua programação até o fim do dia de hoje. A senadora defendeu que o próximo passo é colocar o bloco na rua e fazer uma “grande campanha para que a população fique informada sobre os benefícios da lei”. “Vocês não têm ideia de quanto pau levei nas minhas redes sociais por defender o projeto”, disse. Ao fim da sua apresentação, a senadora sugeriu que fossem criados um site e eventos para esclarecer a população a respeito da lei. Clique no Leia Mais e veja como foi o evento.

Ontem, dentro da programação da Convenção Nacional de Livreiros, a Associação Nacional de Livrarias (ANL), entidade que organiza o evento, realizou uma assembleia extraordinária para deliberar a respeito da composição da nova diretoria. É que dois diretores - Magda Krauss (Casa Cultura Saber e Ler-SP), até então diretora Secretária, e Augusto Kater (Ideias e Letras – SP), que ocupava o cargo de diretor Tesoureiro -- deixaram a entidade alegando problemas pessoais. A saída dos dois diretores obrigará a entidade a convocar novas eleições, o que deve acontecer na primeira quinzena de março. Temporariamente, Leandro Almeida (Leart), até então diretor Administrativo, ocupará o cargo deixado por Kater. Mileide Flores (Feira do Livro – CE), atual vice-presidente da casa, acumulará o cargo de Diretora Administrativa e Marcus Teles (Leitura), diretor suplente será o novo diretor secretário. As mudanças ocorrem em um momento crucial da ANL. Recentemente, a entidade assinou um convênio com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo para que fossem distribuídos a quase 80 mil professores vouches para compras de livros nas livrarias associadas à ANL. A vacância do cargo de tesoureiro poderia complicar a vida burocrática da entidade, por isso a urgência em reorganizar a entidade até que cheguem as novas eleições.

O Itaú Cultural anunciou, há pouco, os 14 finalistas do Prêmio Oceanos. Entre os finalistas estão Valter Hugo Mãe, com A desumanização (Cosac Naify), Silviano Santiago (foto), com Mil Rosas Roubadas (Companhia das Letras), Alberto Mussa, com A primeira história do mundo (Record), Chico Buarque, com O irmão alemão (Companhia das Letras) e Elvira Vigna, com Por escrito (Companhia das Letras). O prêmio, que veio substituir o Portugal Telecom descontinuado por falta de interesse da companhia que o patrocinava, não faz distinção entre os gêneros literários, mas chama a atenção da quantidade de livros de poesia. “Chamou nossa atenção a força com que veio a poesia nesse ano”, disse Selma Caetano, curadora do prêmio, ao PublishNews. Dos 12 finalistas, cinco são livros de poesia: Ondas curtas (Cosac Naify), de Alcides Villaça; Querer falar (7Letras), de Luci Collin; Saccola de feira (nVersos), de Glauco Mattoso; Totem (Cultura e Barbárie), de André Vallias e Um teste de resistores (7letras), de Marília Garcia. Clique no Leia Mais e veja a lista completa de finalistas.

O Ministério da Cultura (MinC) prometeu investir R$ R$ 196.575 para levar 20 profissionais do livro para a Feira do Livro de Guadalajara (28/11 a 16/12). Há alguns dias, o MinC divulgou a lista dos selecionados. Entre os habilitados estão profissionais de editoras como Sergio Pechman (GEN), Ivana Jinkings (Boitempo), Raimundo Gadelha (Escrituras), Marcelo Duvidovich (Sur Livros) e Suria Scapin (Editora Pipoca) e agentes como Ana Paula Hisayama (Agência Riff) e Alessandra Pires (O Agente Literário). Cada um dos selecionados ganharão uma ajuda de custo no valor de R$ 9.828,75 para despesas relacionadas à participação na FIL 2015, como transporte, seguro de viagem, alimentação, hospedagem, pagamento de taxas de participação no evento e taxas de bagagem. Clique no Leia Mais e tenha acesso à lista completa.

O jornal limenho La República divulgou, em sua edição do último domingo (7) uma Encuesta nacional sobre hábitos de lectura de los peruanos. A pesquisa foi feita pelo Instituto de Opinión Pública da Pontifícia Universidad Católica del Perú que disponibiliza o acesso aos dados de suas pesquisas mediante registo. Não conhecia outros estudos do gênero no Perú. É importante destacar, desde logo, que a simples existência dessas pesquisas é indicativa do crescimento do interesse pelo assunto nos países da América Latina. Na medida em que possam adotar uma metodologia mais uniforme, teremos instrumentos de comparação da situação nos vários países. Isso seria muito útil para verificar a eficácia de políticas públicas na área, já que a ausência ou presença delas em cada país teria indicadores de eficiência. Clique no Leia Mais e veja detalhes da pesquisa realizada no Peru.

Com presença cada vez mais forte no mercado editorial brasileiro, os quadrinhos foram incluídos este ano no Prêmio Jabuti de forma clara. Esta novidade acontece após vários anos com discussões, cobranças e polêmicas sobre se os quadrinhos deveriam ter uma categoria própria ou não. Não é de hoje que o Jabuti flerta com os Quadrinhos, embora sem uma categoria específica. Houve um enorme crescimento nos últimos anos motivado pela forte presença nas livrarias e pela expectativa de as editoras encaixarem os quadrinhos em programas de governo. Assim, podemos afirmar que hoje a produção nacional de quadrinhos é grande o suficiente para abrigar uma categoria específica no Jabuti. Sem entrar em discussões teóricas, considero que as histórias em quadrinhos não são literatura. Elas são uma linguagem autônoma composta de palavras e elementos visuais. Por sua vez, o Jabuti não é um prêmio de literatura, mas um prêmio para incentivar o mercado do livro, do qual os quadrinhos fazem parte. Acredito que uma das funções do Jabuti é justamente estimular esta produção. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desse artigo.

Criada a partir da união dos amigos designers e quadrinistas Paulo Lisboa e Douglas Nogueira, a Edda, sigla para Editora das Artes, acaba de entrar no mercado com o lançamento do livro Biosfera poética. O título de estreia reúne artes visuais e poesia e conta com a participação de 11 artistas brasileiros que ilustram 11 poemas distintos de autoria de Paulo Lisboa, que tratam de temas como amor, sonhos, desejo e inquietação. A Edda vai lançar o título no Festival Internacional de Quadrinhos, em Belo Horizonte, Minas Gerais e no Anime Artes, em Sorocaba, São Paulo, neste mês.

No ano em que o assassinato do jornalista Vladimir Herzog por agentes da ditadura militar completa 40 anos, o Instituto Vladimir Herzog realiza uma série de atividades para relembrar essa data. Um desses projetos consiste na tradução para o português e publicação de uma história em quadrinhos criada na Itália pelos artistas Ivan Grozny, Giovanni Battistin, Alberto Rizzi e Marco Bellotto. A obra reconta a saga da família Herzog desde sua fuga da Croácia, passando pela Itália fascista durante a II Guerra Mundial e destaca a vida do jornalista e experiência profissional até sua morte, em 1975. Para viabilizar a publicação, o Instituto está promovendo uma campanha de financiamento coletivo. Precisam ser arrecadados R$ 30 mil reais até o próximo dia 30. Até o fechamento desta edição, o projeto tinha arrecadado R$ 620. Saiba mais sobre o projeto e participe acessando a página do projeto no Catarse.

Durante seis dias, a Festa Literária das Periferias (FLUPP), evento gratuito que forma novos leitores e autores da periferia, recebeu mais de 50 autores da literatura mundial no Complexo Babilônia/Chapéu Mangueira, no Leme, que discutiram temas relacionados à ciência, violência urbana, meio ambiente e desenvolvimento social. Ao longo da semana, 450 casas foram visitadas por contadores de histórias, na ação "De Porta em Porta", promovida por voluntários da Unicarioca, que leram livros para crianças em suas casas. Ao fim da leitura, os pequenos ganharam livros, para estimular a leitura. Ao todo, foram doados mais de 20 mil livros para a comunidade. Cerca de 22 mil pessoas acompanharam a programação da iniciativa, idealizada pelos escritores Ecio Salles e Julio Ludemir. A edição entrou no calendário de comemorações dos 450 anos do Rio de Janeiro e homenageou a psiquiatra alagoana Nise da Silveira, que revolucionou o tratamento psiquiátrico através da arte.

A Editora Carambaia promove hoje (11) um bate-papo sobre o livro Memórias de um empregado, de Federigo Tozzi (1883-1920). A mesa será composta por Mauricio Santana Dias, professor de literatura italiana na USP e tradutor, Maria Betânia Amoroso, professora de Literatura italiana na UNICAMP e tradutora e Graziella Beting, editora do livro Memórias de um empregado. O evento inicia às 19h, no Istituto Italiano di Cultura di San Paolo (Av. Higienópolis, 436, São Paulo/SP).

Dando continuidade às homenagens ao poeta e escritor Mário de Andrade, entre essa quinta-feira (12) e o próximo sábado (14), acontece na Biblioteca Mário de Andrade (Rua da Consolação, 94, Centro, São Paulo/SP), o colóquio Viva Mário! memória, debate e realidade. O evento lembra os 70 anos da morte do Mário de Andrade, 80 anos da criação do Departamento de Cultura de São Paulo e os 90 anos da Biblioteca que leva o seu nome. Estão programadas seis mesas de debates, sarau, show e o lançamento da nova edição da obra O turista aprendiz (IPHAN em parceria com IEB-USP), uma publicação de descobrimento do Brasil, escrita em forma de diário, que narra as viagens de Mário de Andrade, na noite de quinta-feira (12). A programação é gratuita.

Neste final de semana a Faro Editorial realiza dois eventos literários na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Avenida Paulista, 2.073 – São Paulo/SP). No sábado (14), o bate-papo Jovens escritores - A incrível jornada de transformar o prazer em ofício reúne os jovens escritores Victor Bonini, Ana Beatriz Brandão e Vinícius Grossos, com mediação do nosso colunista (e sócio da Faro) Pedro Almeida. Os autores contarão suas experiências, referências, inspirações e o processo até se tornar um autor publicado por uma casa editorial. O encontro acontece das 19h às 20h. Já no domingo (15), a Cultura será palco para a conversa E os mortos caminharão em plena luz do dia. As filosofias sobre fim do mundo segundo o Apocalipse Z, que recebe como convidados o publicitário Rodrigo Maroto, o fã de zumbis, André Ceraldi e o estudioso do Apocalipse, Fabio Zonatto. O encontro inicia às 16h30.

O Bota-fora da Editora Unesp foi estendido para o ambiente virtual. Agora, os mais de 150 títulos também podem ser adquiridos com até 80% de desconto via internet, no site da Livraria Unesp. O objetivo da editora é ampliar a chance de os clientes poderem usufruir desta oportunidade de abastecer a biblioteca com livros ou antecipar as compras de Natal, com preços atrativos. A campanha segue até o próximo sábado (14), inclusive na loja física, que fica na Praça da Sé, 108, no Centro de São Paulo.

Em seu novo livro, Mulheres de cinzas (Companhia das Letras; 408 pp; R$ 39,90), Mia Couto encena uma história no fim do século XIX, durante a guerra em Moçambique, alternando as vozes de uma jovem africana e de um sargento português. Primeiro livro da trilogia As areias do Imperador, o título é um romance histórico sobre a época em que o sul de Moçambique era governado por Ngungunyane, o último grande líder do Estado de Gaza. No final do século XIX, o sargento português Germano de Melo foi enviado ao vilarejo de Nkokolani para participar da batalha contra o imperador que ameaçava o domínio colonial. Lá, ele encontra Imani, uma garota de 15 anos que lhe servirá de intérprete. Apesar de pertencerem a mundos diferentes, Germano e Imani constroem uma relação cada vez mais forte.

Duas semanas após o término da Segunda Guerra, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill encomendou aos militares um plano surpresa de ataque à União Soviética. A ofensiva, que fatalmente deflagraria a Terceira Guerra Mundial, recebeu o codinome de Operação Impensável. Para a historiadora Lia, protagonista da trama, esse seria o marco mais simbólico do início da Guerra Fria, conflito entre países comunistas e capitalistas que durou 45 anos. No romance Operação impensável (Intrínseca, 224 pp.; R$ 39,90), vencedor do Prêmio Paraná de Literatura em 2014, Vanessa Barbara acompanha os cinco anos de relacionamento entre Lia e o programador Tito, um amor pontuado por e-mails espirituosos, vocabulário próprio, muitas sessões de cinema e longas e disputadas partidas de jogos de tabuleiro. A autora desvenda a lenta desintegração de um casamento. Como na Guerra Fria, objeto de pesquisa da dissertação de mestrado de Lia, não há um confronto bélico declarado, embora algo sempre pareça prestes a explodir.

Publicado pela primeira vez no Brasil em 1965, o romance Demian (Record; 196 pp; R$ 29 - Trad. Ivo Barroso) é tido como um divisor de águas na trajetória de Herman Hesse, prêmio Nobel de Literatura em 1946. A partir dos questionamentos do jovem Emil Sinclair sobre a humanidade, com suas contradições e dualidades, Hesse descreve o processo de busca do indivíduo pela realização interior e pelo autoconhecimento. É com ele que o autor inicia o caminho que vai desaguar em sua obra-prima, O lobo da estepe, cujo protagonista, Harry Haller, é considerado o Sinclair na maturidade. Emil Sinclair é um menino que vê o mundo a partir da separação entre a sua casa (o paraíso) e a rua (o inferno). Dividido entre a luta contra os vícios e a manutenção das virtudes, ele conhece Max Demian, um colega de escola que parece bem mais velho. Com Demian, Sinclair começa a vislumbrar a complexidade e as múltiplas visões sobre a vida.

Parcialmente inspirado em fatos históricos da Ópera de Paris durante o século XIX, O fantasma da ópera: Le fantôme de l´opéra (Landmark, 464 pp., R$ 48 - Valter Lellis Siqueira), de Gaston Leroux, combina romance e suspense para narrar o triângulo amoroso entre a linda e talentosa cantora lírica Christine Daaé, o frágil e apaixonado visconde Raoul de Chagny e o sinistro e obcecado gênio da música que habita os porões do teatro. A história apresenta uma miríade de personagens que são revelados para atestar a existência do terrível habitante do subterrâneo da Ópera de Paris. A edição integral bilíngue francês-português, celebra os 95 anos de sua primeira publicação.

Z (Editora Própria; 178 pp; R$29,90; e-book R$14,90), primeiro livro de João Raggio, traz uma seleção de 25 contos sobre histórias vividas e ouvidas pelo personagem título. A idade dele não é revelada, mas ao folhear as páginas ou deslizar o mouse (o livro tem versões impressa e digital), o leitor se depara com um homem de trinta e poucos anos e um olhar atento e irônico sobre o mundo a sua volta. Ninguém passa despercebido por Z: das amigas da namorada loucas para casar aos vizinhos excêntricos, todos viram personagens de suas histórias. Observador nato e cheio de savoir-faire, ele fala muito dos outros e pouco de si. Nesta quinta-feira (12), o livro será lançado, das 19h às 23h, no Bar Londra do Hotel Fasano (Av. Vieira Souto, 80, Ipanema, Rio de Janeiro/RJ).