O anúncio de um dos semifinalistas do Prêmio Jabuti causou intensa repercussão nas redes sociais entre esta quinta (9) e sexta-feira (10). Na categoria de Ilustração, o designer Vicente Pessôa, responsável pela capa da edição de Frankestein (Clube de Literatura Clássica), obra clássica de Mary Shelley, tem sido alvo de críticas por ter utilizado recursos de inteligência artificial na criação da capa. Um coletivo de autores e ilustradores assina uma carta aberta à Camara Brasileira do Livro (CBL), posicionado-se de forma contrária ao uso dessas ferramentas. Nas redes sociais, um dos jurados da categoria, o escritor e desenhista André Dahmer, afirmou que nem ele nem a organização do Prêmio sabiam que se tratava de uma obra híbrida. "Toda essa história carece de debate", escreveu. "Sei dos limites éticos e jurídicos do uso de imagens que já existem para a produção de outras, 'novas'. Em defesa do autor, no livro constava a coautoria de um robô. Então, não houve má fé no ato da inscrição". Dahmer conta ter sugerido ao Jabuti a criação de uma categoria de ilustração e literatura com auxílio de IA "já no próximo ano". Desde o anúncio, tem repercutido nas redes sociais uma carta aberta à Câmara Brasileira do Livro assinada por autores, ilustradores e profissionais do livro, se colocando contra o uso da inteligência artificial. Entre os posicionamentos, autores têm utilizado a hashtag #ianãoéautor. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Em uma semana com poucas movimentações expressivas na Lista de Mais Vendidos do PublishNews, as três primeiras posições são ocupadas por livros e títulos já conhecidos dos leitores: Onde estão as flores (Buzz), de Ilko Minev, As aventuras de Mike – A origem de Robson (Outro Planeta), de Gabriel Dearo e Manu Digilio, e Chamando atenção da sorte (Vitrola), do ex-jogador Paulo Cesar Tinga, que vem fazendo uma boa trajetória desde que estreou na relação há algumas semanas. É bom lembrar que o mais recente Painel do Varejo de Livros no Brasil apontou quedas no faturamento e nas vendas nas lojas, e uma das possíveis análises era de que o período atual é marcado por uma espera pelos descontos de Black Friday e outras promoções de fim de ano. A Lista de Mais Vendidos do PublishNews divulgada nesta sexta-feira (10) diz respeito a vendas em livrarias no período de 30 de outubro a 5 de novembro de 2023. Quem fecha o top 5 da semana é a edição 2024 de Café com Deus pai (Vélos), de Junior Rostirola. Por enquanto, a edição 2023, lançada pela Editora Vida, é o livro mais vendido do ano segundo os dados da Lista, seguido pelos romances de Colleen Hoover. A briga vai ser boa até o fim de dezembro. Clique no Leia mais para ver as novidades da semana na Lista.

A Festa do Livro da USP iniciou sua edição comemorativa de 25 anos nesta semana, reunindo 212 editoras e oferecendo o já tradicional desconto mínimo de 50% no preço de capa das obras. A Festa vai até o domingo (12), no campus da Cidade Universitária em São Paulo. Mesmo em meio as críticas de outros elos do setor, principalmente as livrarias, o evento é reconhecido como o “décimo terceiro das editoras”, graças ao seu potencial de vendas, e tem crescido nos últimos anos. É o que confirma Gerson Ramos, gerente comercial da Planeta. “A Festa da USP é um evento muito relevante, especialmente pelo volume de vendas que gera em curto espaço de tempo”. Ramos explica que, no evento, a Planeta vende principalmente livros de maior valor unitário com foco no público universitário, fundo de catálogo. "Estamos entusiasmados com a resposta positiva que recebemos nesta edição. É um sinal claro de que a indústria está se recuperando e prosperando após um período desafiador", comenta André Luis Cafu, gerente de vendas do Grupo Editorial Global. Para a HarperCollins, a participação no evento também tem valido a pena. “É uma das oportunidades que temos de chegar perto do público universitário e apresentar os nossos títulos com os quais ele pode ainda não ser totalmente familiarizado, com preços que se encaixam no bolso do estudante, já que é uma festa voltada para a USP”, comenta Daniela Kfuri, diretora de marketing e vendas da editora. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Ao longo da semana, diversos veículos repercutiram a decisão da Secretaria de Educação de Santa Catarina de retirar livros das bibliotecas das escolas públicas de Florianópolis. A ordem aconteceu na última quarta-feira (08). O comunicado da retirada foi enviado às bibliotecas por meio de um ofício assinado pelo supervisor de Educação, Waldemar Ronssem Júnior, e pela integradora Regional de Educação, Anelise dos Santos de Medeiros. O vereador suplente Leonel Camasão (PSOL-SC) criticou a medida e realizou uma denúncia ao Ministério Público do estado. Na Folha de S. Paulo, Arthur Grohs fala sobre o desafio de ler Camus, e seu entendimento do "vazio da condição humana". O Estado de S. Paulo noticiou o bloqueio de R$ 3,8 bilhões no Orçamento. Além de recursos hospitais e o auxílio gás, medida impacta a compra de livros didáticos na educação básica. No Globo, a notícia que Jean-Baptiste Andrea foi o vencedor do prêmio Goncourt com romance Veiller Sur elle, publicado em uma editora independente. A obra detalha o contexto italiano em meio à ascensão do fascismo. A recém indicada ao Jabuti, Ana Suy, participou da Feira do Livro de Porto Alegre nesta quinta-feira (09) e falou sobre psicanálise, ciência e amor. Ela é autora de A gente mira no amor e acerta na solidão (Paidós). A Casa Vogue falou um pouco mais sobre o livro Fim (Companhia das Letras), lançado em 2013, que originou a série do Globoplay. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

O escritor mineiro Silviano Santiago receberá o Prêmio Camões 2022 nesta terça-feira (14/11), em solenidade no Auditório Machado de Assis, na sede da Biblioteca Nacional (Rua México, s/nº - Cinelândia, Rio de Janeiro / RJ). A solenidade, marcada para as 11h, contará com as presenças do presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Marco Lucchesi; da ministra da Cultura, Margareth Menezes; e do embaixador português no Brasil, Luís Faro Ramos, representando o ministro da Cultura de Portugal, Pedro Adão e Silva. O evento será fechado para convidados, com transmissão ao vivo pelo YouTube. A justificativa do júri do Prêmio Camões 2022 foi a seguinte: “Silviano Santiago, além de escritor com uma obra literária com vários prêmios nacionais e internacionais (Jabuti, Oceanos, etc.), é um pensador capaz de uma intervenção cívica e cultural de grande relevância, com um contributo notável para a projeção da língua portuguesa como língua do pensamento crítico, no Brasil e fora dele (nos países ibero-americanos, nos EUA e na Europa)”. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Foi com imagens repletas de cores, junto a uma história divertida e uma reflexão importante, que Guilherme Karsten apresentou ao mundo seu livro Aaahhh! (HarperCollins), publicado em 2019. E foi esta a obra que garantiu a ele a presença como autor convidado na CCBF – China Shanghai International Children’s Book Fair (Feira Internacional de Livros Infantis de Xangai na China), entre os dias 17 e 19 de novembro. O convite foi feito ao escritor e ilustrador como prêmio por ter sido o vencedor do Golden Pinwheel Grand Award em 2019, mesmo ano de publicação do livro. A viagem, que aconteceria em 2020, mas foi adiada por conta da pandemia, será dividida em duas etapas. A primeira será sua participação na 10ª edição da Feira, onde vai fazer parte de mesas de conversas com outros autores, revisão de portfólios de ilustradores e ministrar workshops para artistas. Na ocasião, Karsten também vai participar de eventos e encontros com editores. Na segunda parte, o autor vai percorrer mais quatro cidades do interior da China: Guilin, Changsha, Kunming e Shenzhen. Acompanhado de sua editora chinesa, a Magic Elephant Books, o autor vai participar de uma programação que engloba visitas a escolas e universidades, além de exibições em museus e outros eventos. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Associação Quatro Cinco Um decidiu adiar para 2024 a primeira edição d’A Feirinha do Livro, que seria realizada de 10 a 12 de novembro, também na praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo. O evento é uma derivação d’A Feira do Livro, iniciativa criada em 2022, pela Associação Quatro Cinco Um e pela Maré Produções, para valorizar a produção editorial brasileira. No entanto, não foi atingida a captação suficiente para realizar A Feirinha de maneira plena, em modelo totalmente gratuito, segundo a Associação. Assim, a organização optou por adiar o evento para o próximo ano, em data a ser confirmada, e segue em fase de projeto e captação de recursos para realizar no próximo ano A Feira e A Feirinha do Livro. Em 2023, o evento atraiu, em cinco dias, cerca de 35 mil visitantes que assistiram a conversas históricas entre autores, receberam autógrafos e conheceram as principais novidades editoriais. Foram mais de 60 autores e 154 expositores, entre editoras, livrarias e instituições ligadas ao livro e à leitura.

Entre os dias 14 e 19 de novembro, ocorre em São Paulo a 2ª Jornada Latines, projeto da Slam das Minas SP que tem como propósito propagar, por meio da poesia, "a luta contra o machismo, racismo, homofobia e transfobia, facilitando pautas feministas e das mulheres de periferia em um espaço seguro de expressão". O evento terá como sede duas unidades do Sesc, tornando a capital paulista, que também é o berço da Slam no Brasil, o ponto de encontro da imersão cultural e poética proposta pela Jornada. A abertura será realizada na Baderna Literária (Av. Guarapiranga, 2376 - sobreloja - Jardim das Flores, São Paulo / SP). A produtora e centro cultural, sede da Slam das Minas SP, fará a recepção de artistas e contará com a presença de articuladores e produtores culturais de São Paulo. O evento inicia com apresentação da coletiva, seguida por microfone aberto e encerra com a DJ Sophia. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A série de Encontros com Autores 2023, que faz parte das comemorações dos 65 anos do Prêmio Jabuti, promovendo a interação de grandes nomes da literatura nacional com o público em geral, terá Jeferson Tenório no próximo evento, dia 16 de novembro, no Salão Nobre do Theatro Municipal de São Paulo (Praça Ramos de Azevedo – São Paulo / SP). A mediação do Encontros com Tenório será feita por Raquel Cozer, jornalista e editora. Nascido no Rio de Janeiro em 1977 e morando atualmente em Porto Alegre, Tenório ganhou o Prêmio Jabuti em Romance Literário de 2021 com O Avesso da Pele (Companhia das Letras), obra que teve seus direitos vendidos para países como Portugal, Itália, Inglaterra, Canadá, França, México, Eslováquia, Suécia, China, Bélgica e EUA. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Nawar cresceu com o pai, um pesquisador de insetos, em uma casa flutuante no Catalão, uma comunidade no Amazonas. Da mãe, as únicas coisas que sabe é o nome Eulália, que consta em seu registro de nascimento, e que hoje mora em Santiago, no Chile. Aos 16 anos, ela pede ao pai que a deixe morar em São Paulo, pois o desejo era acordar e sentir o corre-corre do mundo. Ela queria a agitação da vida urbana. Em São Paulo, Nawar aprende o valor da amizade com seus novos amigos Dô e Moon. Irmãos gêmeos, Dô adora músicas e faz algumas mixagens; já Moon tem uma personalidade forte e incisiva. Nawar se apaixona por ele e Moon torna-se sua melhor amiga. Mas não são só as histórias de amizade que enredam o livro Onde moram os segredos (Gaivota, 144 pp, R$ 65), de Milu Leite. Logo no começo, o leitor percebe que Nawar tem um comportamento bizarro, como diriam Dô e Moon, porque ela inventa falsas memórias, as mais esquisitas e esdrúxulas! Ela tanto pode dizer que viajou pelo Himalaia como que ensinou um mico a cantar. A autora Milu Leite convida o leitor a entrar nesse caminho de descobertas que Nawar percorre pela narrativa; a protagonista não entende o motivo que a leva a ter tal Comportamento. Ao fim da narrativa, fica claro que, assim como sua mãe Eulália que tem uma alta capacidade olfativa, Nawar além de herdar essa habilidade, também percebe que suas lembranças são afetadas por esse domínio olfativo. Em uma história cativante, com grandes questionamentos para Nawar, Milu Leite fala sobre a importância da amizade, das experiências dos adolescentes enquanto descobrem a vida e do resgate de memórias.

A livreira viajante (Selo Emília, 36 pp, R$ 55) é uma homenagem singela aos livros e ao ato de ler. A narradora conta as suas memórias de infância e seu percurso leitor que teve início com as visitas inesquecíveis de uma livreira viajante, responsável pelos bons momentos em que as histórias e os livros eram protagonistas. Anita Prades cria uma atmosfera com sua poesia e com as suas ilustrações, em que a leitura e os livros se misturam com os cheiros e as recordações mais agradáveis da infância. A ponto de, cada vez que este ritual se repete, ano após ano, estas memórias voltam com toda a sua força. A obra faz parte da Trilogia das pequenas permanências, que inclui ainda as obras Fio de rio e A casa dos vaga-lumes. "Os três livros surgiram de processos de curiosidade, sem compromisso, cada um com uma técnica diferente, sempre em uma pegada de experimentação, sem prazos, em processos autorais de muita liberdade de tempo e espaço”, explica a autora.

Os pombos (Companhia das Letrinhas, 56 pp, R$ 54,90) narra como os pombos sempre foram excluídos na cidade onde vivem — fazendo uma metáfora com a nossa sociedade, essa é uma história que você deve conhecer. Os pombos chegaram há muito tempo em uma cidade e, aos poucos, foram se espalhando pelos bairros. Cada vez mais marginalizados, as pessoas tinham medo deles, os chamavam de sujos e não se aproximavam. Nenhum dos moradores da cidade desejava a presença das aves. Partindo de experiências reais, este livro, idealizado pelo padre Júlio Lancelotti, escrito por Blandina Franco e ilustrado por José Carlos Lollo, escancara de maneira sensível e ao mesmo tempo avassaladora a maneira como as pessoas pobres são tratadas na nossa sociedade. Indicado para leitores a partir de 6 anos.

Um pequeno tesouro está escondido neste abecedário poético-científico. Para encontrá-lo, o leitor é convidado a escavar centímetro por centímetro do livro, conhecendo o trabalho dos arqueólogos e o nosso passado pré-histórico, em 26 pílulas poéticas acompanhadas por textos informativos. Com ilustrações de Graziella Mattar, os dois gêneros textuais despertam a curiosidade científica, exploram o universo da Arqueologia e os conhecimentos gerados pela prática de escavar a terra para conhecer o passado por meio de vestígios deixados por nossos antecessores. Segundo o arqueólogo Astolfo Araújo, em ABCDarqueologia (Peirópolis, 64 pp, R$ 81), “o texto que informa se conecta ao texto que encanta de maneira sutil, e pérolas de conhecimento científico são apresentadas de forma genuína e despretensiosa”. E se olhar o passado também pode nos fazer refletir sobre nossas vidas, você já pensou nos vestígios que nossa sociedade contemporânea vai deixar para os futuros arqueólogos?