Ao receber o Prêmio Camões de 2019 das mãos dos presidentes Lula e Marcelo Rebelo de Sousa, de Portugal, nesta segunda-feira (24), em Sintra, Chico Buarque retomou uma tradição também literária que há tempos não ressoava por aqui: o discurso marcante de um premiado. Na sua fala, o escritor e compositor alfinetou o ex-presidente brasileiro – Bolsonaro havia se recusado a assinar o diploma do Camões, considerado o prêmio mais importante da língua portuguesa –, lembrou-se de seu pai, Sergio Buarque de Holanda, mencionou suas raízes brincando com a letra da própria canção ("meu pai era paulista, meu avô, pernambucano, o meu bisavô, mineiro, meu tataravô, baiano"), citou colegas, amigos e parceiros (Vinicius de Moraes, Raduan Nassar, José Saramago). "Hoje, porém, nesta tarde de celebração, reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para a assinatura do nosso presidente Lula", disse Chico Buarque. "Recebo este prêmio menos como uma honraria pessoal, e mais como um desagravo a tantos autores e artistas brasileiros humilhados e ofendidos nesses últimos anos de estupidez e obscurantismo". O Camões é o mais celebrado prêmio literário da língua portuguesa e foi concedido a Chico Buarque em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro. O então presidente se recusou a assinar o documento e entregar o prêmio – uma parceria entre os governos de Brasil e Portugal – ao escritor, cantor e compositor. A cerimônia desta segunda-feira também teve a presença do primeiro-ministro português Antônio Costa, do escritor moçambicano Mia Couto, da ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, e outras autoridades e artistas. Clique no Leia mais para ler o discurso de Chico Buarque na íntegra.

A Transpo Express – empresa especializada em logística e transporte para o setor do livro – está abrindo uma nova filial em Pernambuco, para atender entregas da Grande Recife e de João Pessoa. Com serviços completos de transporte (entregas e coletas) e logística, a nova filial tem um galpão com 2 mil m², inserido dentro de um condomínio com total segurança, em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana do Recife (PE). A ideia é oferecer para editoras e distribuidoras um posto avançado de abastecimento na região nordeste do país, com o objetivo de reduzir custos de transporte e encurtar prazos de entrega. Lojas e livrarias da região passam a ter uma aliada importante para atender suas necessidades de forma cada vez mais célere e com reposições mais ágeis. “A abertura dessa nova filial representa a ampliação da cobertura de atendimento oferecido pela Transpo, com o objetivo de atender com maior rapidez toda a região nordeste, tanto no serviço de transporte, como com o serviço de logística”, comenta a CEO da Transpo, Mariana Martins. “Lojas, livrarias e distribuidoras terão acesso a serviços de entrega, coleta e logística com prazos muito menores, com a qualidade já atestada por clientes de outras regiões do país”. Esta nota é um publieditorial. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

A Centauro Comunicaciones, produtora conhecida pelos serviços de dublagem e legendagem, decidiu investir com mais peso no mercado de audiolivros (audiobooks). Apostando no crescimento contínuo do segmento, a empresa criada em 1975 iniciou há alguns anos o trabalho de produção de audiolivros atuando no B2B, e desde o final de 2022 começou com o serviço de distribuição. “Ao longo dos últimos quatro anos já produzimos mais de 780 audiolivros e nosso objetivo agora é aumentar nossa participação dentro do mercado editorial. Queremos que as pessoas conheçam a Centauro não só pelo serviço de dublagem, mas também pela distribuição editorial”, explica Zil Ferraz, gerente de audiobook da empresa. Trabalhando com editoras como Rocco, Companhia das Letras, Sextante, Ediouro e Mundo Cristão, segundo a empresa, atualmente a maior parte da produção tem sido a pedido de players como Audible e Storytel. “O que queremos agora é fazer com as editoras saibam que podem vir direto na gente, sem precisar ter esse intermediário”, conta Vanessa Bonomo, recém-contratada como Senior Account Executive. “Esse mercado é muito focado nos grandes players, precisamos diversificar a operação para ter mais competitividade de mercado”, completa Zil. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A Ria Livraria (Rua Marinho Falcão, 58, Sumarezinho, São Paulo / SP) vai lançar um novo selo editorial independente para publicar obras de autores frequentadores do espaço e de jovens nomes da literatura nacional. A obra que inaugura o selo, chamado de EditoRia, será Muqueta, novo livro de contos do escritor e jornalista Jorge Ialanji Filholini. Para Marcos Benuthe, fundador da Ria Livraria e idealizador do EditoRia, "a livraria chegou em um momento de realizar o sonho de muitos escritores que querem lançar o seu livro sem muita dificuldade". O selo vai praticar preços populares, abaixo de R$ 30. "Nosso empenho maior não é com vendas, mas disseminar a cultura", diz Benuthe, em nota. O novo livro de contos de Jorge Ialanji Filholini foi escrito entre os anos de 2020 e 2022, no auge da pandemia de covid-19, e traz histórias de protagonistas que refletem, em primeira pessoa, sobre a solidão, o pessimismo em torno de um futuro, a perda fatal de pessoas próximas, o conflito de amizade, questões sociais, e o panorama político dos anos anteriores. Muqueta tem lançamento marcado para o dia 3 de junho de 2023, um sábado, a partir das 17h, na Ria Livraria, com sessão de autógrafos com o autor. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra e ler um trecho de um dos contos do livro.

Venho escutando sobre quanto o livro está caro. Mas será que isso é verdade mesmo? Não estou falando sobre pessoas no nível da pobreza e miséria, que precisam inclusive de alimento físico antes de tudo. Inclusive, a pirâmide de Maslov fala que antes de conseguir ter acesso à arte e fruição, é preciso que se garanta sobrevivência e alimento. E para isso, é fundamental ações governamentais para erradicar a fome e possibilitar acesso gratuito à educação e à cultura. Aqui, estou falando de um grupo já que tem acesso às necessidades básicas. (...) A partir dessa lembrança, pensei sobre o quanto os leitores precisam saber do valor do livro. Do quanto a leitura pode ser mágica, pode gerar experiências únicas, e que ler, sem dúvidas, é um dos melhores investimentos. Clique no Leia mais para ler o artigo na íntegra.

A Carambaia abriu uma vaga CLT para assistente editorial/direitos autorais. A pessoa contratada irá cuidar do controle de prazos e entregas de colaboradores do departamento editorial, produzir e checar contratos, controlar pagamentos, acompanhar o processo de aquisição e contração de obras, preparar dossiês para fomentos e editais, além de controlar e alimentar banco de dados. Entre os requisitos estão interesse por livros e literatura, ter inglês fluente, ensino superior completo, ser organizado e ter bom controle de prazo. Experiência no mercado editorial será um diferencial. O trabalho é presencial e o escritório da editora fica no centro de São Paulo. Os interessados podem mandar seus currículos para graziella@carambaia.com.br até 5 de maio.

A V Feira do Livro da Unesp reuniu quase 54 mil pessoas ao longo dos cinco dias do evento, que terminou no domingo (16), segundo a organização. Depois de um recesso na versão presencial devido à pandemia de Covid-19, mais de 150 editoras levaram milhares de títulos com 50% de desconto ao campus da universidade em São Paulo. O evento presencial fez sucesso, mas os acessos dos encontros on-line durante a Feira também bateram recordes: o site oficial recebeu mais de 3,5 milhões de acessos de 12 a 16 de abril, onde livros estavam com promoções de até 40%. Além das vendas, uma série de palestras, encontros e mesas-redondas também ocorreram no virtual. As atividades foram promovidas pelas editoras participantes e buscaram aproximar o público de autores, tradutores e outros profissionais ligados ao mundo do livro. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Escrita por Luiza de Souza – que está na internet como @ilustralu – e publicada pela Seguinte em 2021, a webcomic Arlindo vai virar uma série animada. Com produção da Birdo, o projeto conta com roteiro de Rafael Gomes, que assina também a direção ao lado de Fits, além da própria Ilustralu como consultora. A equipe criativa também conta com Guilherme Yabu como diretor de arte e artista de cenários, e Caio Martins, Bia Leme e Rafa Rosa como artistas de personagens. Os produtores são os sócios fundadores da Birdo, Luciana Eguti e Paulo Muppet. Além disso, o projeto de série animada baseado em Arlindo foi selecionado para o MIFA Pitches, evento do Annecy Festival – o maior e mais importante festival do setor de animação. O MIFA tem uma sessão criada para apresentar os melhores projetos de animação em desenvolvimento de todo o mundo. A cada ano, quase 500 projetos originais passam por uma seleção rigorosa e, em média, 40 projetos são escolhidos e apresentados para uma plateia de renomados profissionais da indústria de animação, num dos mais animados e concorridos momentos do festival. O Annecy Festival acontece em junho, em Annecy, na França. Desde que foi criada, a história vem acumulando conquistas: Melhor Quadrinho do CCXP Awards 2022, ganhadora de quatro Troféus HQ Mix 2022, finalista de Melhor Quadrinho no Prêmio Jabuti 2022, 488 mil visualizações no Twitter e mais de 35 mil livros vendidos segundo dados da editora. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Com objetivo de discutir políticas públicas de cultura, o seminário “Cartografias Narrativas: as bibliotecas como espaço de convivência entre saberes e práticas da diversidade, cultura, educação e sustentabilidade", organizado pelo Instituto Cultural AbraPalavra, será realizado a partir desta terça-feira (25). O evento contará com a presença do diretor da Política Nacional de Cultura Viva do MinC, João Paulo Pontes, e do diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do MinC, Jéferson Assumção, além de outros convidados locais, como Cia Canta Contos, o ColetiVoz, o Sarau Somos Todos Surdos, a narradora Beatriz Myrrha e o Coletivo Iabás. O encontro é gratuito e será realizado por três dias, sempre às 19h, no Teatro José Aparecido de Oliveira, na Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais (Praça da Liberdade, 21, Térreo da Biblioteca Pública Luiz de Bessa – Belo Horizonte / MG). Estarão em pauta a importância das bibliotecas para construção de políticas públicas culturais, a relação das bibliotecas com suas comunidades, as bibliotecas no contexto da Política Cultura Viva e as experiências bem sucedidas das práticas da bibliodiversidade, cultura, educação e sustentabilidade. Clique no Leia mais e confira a programação completa.

A Editora JBC entra no mundo das livrarias com um novo espaço de mangás dentro do Conjunto Nacional, em São Paulo. Aberto desde março de 2023, o hub da JBC na Livraria Cultura é uma área localizada no segundo andar da livraria e funciona de maneira independente, com uma seleção dos títulos mais procurados da editora, incluindo lançamentos e reposições de mangás. Segundo a casa, a experiência de compras também é reservada ao espaço, que oferece mais de 4 mil volumes de mangás, tudo para pronta-entrega, além de atendimento exclusivo. As bancadas estão dispostas com áreas temáticas. “Estar dentro da Livraria Cultura em plena Avenida Paulista e com um espaço exclusivo para os mangás da JBC é uma oportunidade de estar mais perto não só do público que já nos conhece e como de novos leitores”, destaca a diretora-geral da JBC Marina Shoji, em nota. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Clássico dos quadrinhos nacionais, a história de A noite dos palhaços mudos (Conrad, 32 pp, R$ 9,90) foi publicada em 1987 na Revista Circo e, mais tarde, na coletânea Os piratas do Tietê e outras barbaridades, de 1994. Com um subtexto político ao mesmo tempo marcante e sutil, o texto da HQ de Laerte é riquíssima e vem ganhando mais camadas com o passar dos anos. Na narrativa, os Palhaços Mudos são considerados uma ameaça por conservadores e preservadores do status quo, que tentam de tudo para exterminá-los. Quando um grupo tem sucesso em capturar um dos Palhaços Mudos e pretende eliminá-lo, eles entram em uma hilária operação de resgate. O quadrinho combina crítica com humor, construindo uma alegoria atemporal. Em 2012, a história foi adaptada para o audiovisual e como peça de teatro. A obra agora é publicada pelo projeto HQ para Todos, iniciativa da Conrad de produzir quadrinhos a preços acessíveis para os leitores.

“Não deixe pra amanhã o que você pode deixar pra lá.” “Se a vida te derrubar, aproveite e durma.” “Acordo cedo pra me atrasar com calma.” “Tudo pode acontecer, inclusive nada.” Essas mensagens, tão divertidas quanto dolorosamente reais, são de Pedro Vinicio, artista pernambucano, nascido em 2005 na cidade de Garanhuns, que, acompanhadas de desenhos expressivos, com um ar infantil e, ao mesmo tempo, desesperado, viralizaram a partir de 2020. Pedro começou a esboçar seus primeiros desenhos em sala de aula e, sem a menor pretensão, resolveu postar alguns deles na internet. Numa sexta-feira qualquer, acordou e viu que tinha 5 mil seguidores no Instagram. Quando olhou de novo, esse número havia dobrado; à noite, já eram quase 20 mil. No dia seguinte, sua caixa de entrada estava cheia de pedidos de entrevistas. Hoje, com quase meio milhão de fãs da rede sociais (entre eles, artistas, celebridades e influencers, que frequentemente comentam e republicam suas criações), a arte de Pedro enfim passa das telas dos celulares para as páginas de seu primeiro livro, Pedro Vinicio: Tirando tudo tá tudo bem (Cobogó, 128 pp, R$ 69). No total, são 99 imagens que tratam de temas como ansiedade, expectativa, indecisão, procrastinação, fobia social e relações. O volume conta ainda um texto assinado por Luisa Duarte, crítica e curadora de arte independente, que faz uma análise do trabalho de Pedro.

Nicholas Cox é o filho ilegítimo de um esgrimista campeão aposentado, e pretende seguir os passos do pai que sequer conhece. O sonho de ter a oportunidade e o treinamento necessários para participar de grandes competições parece estar perto de se realizar agora que ele foi aceito na prestigiosa Kings Row. No entanto, em vez disso, Nicholas se vê em um mundo cruel em que precisará provar a todos, e a si mesmo, que é digno de se tornar um grande esgrimista. Em meio a confrontos, rivalidades e romances entre companheiros de equipe, Nicholas e os meninos da Kings Row descobrirão que á muito mais do que apenas floretes e investidas na arte da esgrima. A novela Fance (Galera, 112 pp, R$ 49,90 – Trad.: João Rodrigues) de C. S. Pacat é o primeiro volume da saga e é ilustrada por Johanna the Mad.

A rotina de Mimi poderia ser como a de muitos estudantes universitários da sua idade, não fossem os eventos sobrenaturais e aterrorizantes que parecem persegui-la. Ora deparando-se cara a cara com a morte, ora sentindo-se observada e coagida por seus estranhos vizinhos, Mimi passa a acreditar cada vez mais nas forças ocultas do universo, o que acaba gerando conflito com seu cético namorado, que se mantém convicto de que tudo não passa da mais pura imaginação e a manifestação de seus medos. Mimi, uma garota atormentada pelos acontecimentos para lá de estranhos em Contos de horror da Mimi (DarkSide, 248 pp, R$ 69,90 – Trad.: Jéssica Ilha da Silva). A expressão, atribuída ao poeta britânico Lord Byron, não poderia ser mais verdadeira neste mangá, pois cada episódio da adaptação de Ito, inspirada nas histórias reais coletadas e compiladas por Hirokatsu Kihara e Ichiro Nakayama no livro Shin Mimibukuro, é uma bela amostra de que às vezes a realidade pode nos colocar em situações tão inusitadas e assustadoras quanto qualquer mente criativa seja capaz de imaginar. Fascinado pelas estranhezas apresentadas pelo livro de Kihara e Nakayama, Junji Ito não pensou duas vezes quando surgiu a oportunidade não só de transformar os relatos daquela obra em mangá, mas também de agregar neles o seu toque de excentricidade. As histórias de Contos de horror da Mimi foram originalmente publicadas em série na revista japonesa de mangá Comic Flapper, entre junho de 2002 e abril de 2003, mesmo ano em que foram compiladas em volume único. Depois de quase duas décadas, o título foi reeditado e voltou às prateleiras japonesas, esgotando-se em pouquíssimas semanas.