Uma das tendências irrefreáveis da indústria editorial global é a consolidação (ou concentração, como quem estiver lendo preferir). O movimento que fez surgirem grandes conglomerados editorias parece viver um novo capítulo, desta vez, na França. No mês passado, a Vivendi, holding dona da Editis, anunciou a compra de 24,6 mil ações da Largadère, passando a deter 45,1% do capital social da dona da marca Hachette Livre, líder do mercado francês. A Vivendi adiantou ainda que fará, em fevereiro, uma oferta pública para a compra de todas as ações da Largadère. É uma compra de peso, a ponto de acender o sinal de alerta no Sindicato Nacional dos Editores da França, entidade à qual tanto Hachette quanto Editis são filiadas. A associação admoestou: “[o mercado francês] nunca antes foi ameaçado por tamanha concentração”. O temor do sindicato é que a junção das gigantes Hachette Livre e Editis em um único grande conglomerado de mídia possa causar um desequilíbrio na indústria do livro na França. “Preservar o acesso ao varejo e ao mercado de direitos, bem como às matérias-primas e aos meios de comunicação, é condição necessária para o desenvolvimento equilibrado do nosso setor, que já apresenta fortes desafios sociais, educacionais e culturais”, diz o comunicado divulgado pelo SNE. Um grupo de escritores – entre eles Belinda Cannone, Irène Frain e Christophe Hardy - se formou com a mesma reinvindicação. “Quando dois grupos se devoram, não podemos permanecer meros espectadores de um estranho e lamentável espetáculo animalesco”, disseram os autores em artigo de opinião publicado no jornal Le Monde. Clique no Leia Mais para conferir a íntegra desta nota.

Durante a pandemia, que ainda está em curso, Henrique Rodrigues participou, como ele mesmo diz, de um "catatau de lives" e as classificou como "extenuantes". Mas agora, o escritor, curador do Prêmio Sesc de Literatura e também colunista do PN está voltando à ativa em eventos presenciais. Recentemente, esteve, por exemplo, em Foz do Iguaçu, divulgando a sua adaptação de A revolução dos bichos (Oficina Raquel), de George Orwell. Ali, na cidade da tríplice fronteira, visitou uma escola onde crianças recebiam um escritor pela primeira vez desde o início da pandemia. Foi sabatinado por alunos. Na volta, escreveu seu primeiro artigo de 2022. Nele, Henrique conclui: "Todas essas vivências só se tornam realmente possíveis quando estamos juntos, lendo, trocando ideias e discutindo. Por isso, ficamos na torcida para que esse antigo normal retorne o quanto antes". Clique no Leia Mais para conferir a íntegra do texto.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias daí a 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Nessa semana, o Próximo Capítulo traz as novidades que chegarão às livrarias entre os dias 20 e 26 de fevereiro. Entre elas, estão Magali: Tempero (Panini), de Lu Cafaggi; Lily Renée, Fuga do Holocausto: De sobrevivente a quadrinista pioneira e símbolo de empoderamento (Excelsior), de Trina Robbins; A enxadrista de Auschwitz (Universo dos Livros), de Gabriella Saab e Daniela Tolezano, e a segunda edição de Aqueles que queimam livros (Âyiné), de George Steiner. Clique aqui para conferir todas elas. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve, o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações e o Apanhadão Diário. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

O Troféu HQMIX, o "Oscar dos quadrinhos brasileiros", já abriu as inscrições para a sua 34ª edição. Até o dia 5 de março, os interessados podem enviar lançamentos, obras e produções de história em quadrinhos, cartuns, charges e artes gráficas produzidos durante o último ano. Para 2022, o regulamento da premiação, foi reelaborado e passou por melhorias. O valor por inscrição é de R$ 12 para cada uma das 33 categorias. O júri técnico, formado por jornalistas e críticos de HQs, irá nomear cerca de dez artistas em cada categoria. Os vencedores serão escolhidos por profissionais da área em votação nacional. A data da entrega das estatuetas e o formato do evento neste ano ainda serão definidos e divulgados. Em 2020 e 2021, devido ao cenário da pandemia de covid-19, as cerimônias foram realizadas de forma virtual. A última edição pode ser assistida clicando aqui.

A Alta Books abriu uma vaga para coordenador comercial para atuar na sua sede no Rio de Janeiro (RJ) ou São Paulo (SP), com regime de contratação celetista ou PJ. É preciso ter formação superior completa em área de interesse para a atividade; experiência comprovada de, no mínimo, quatro anos; vivência no mercado editorial (marketplace, livrarias e distribuidoras); perfil comercial, comunicativo e focado em resultados; e visão estratégica. Conhecimento em logística editorial é um diferencial desejado. As funções do cargo incluem o gerenciamento das principais contas, pipeline de vendas; planejamento e coordenação das ações de lançamentos; coordenar a equipe de vendas (interna, externa, on-line) e de marketing; realizar a prospecção e análise de novos clientes (B2B / B2C); o desenvolvimento de projetos especiais para canais diversos; e a festão de consignação. Os interessados devem encaminhar currículos para o e-mail vaga_comercial@altabooks.com.br. Se possível, enviar também carta relatando, com riqueza de detalhes, sua trajetória na área comercial e as principais conquistas.

Daniel Lameira, editor da Aleph e Antofágica e vencedor do Prêmio Jovens Talentos 2015, abriu as inscrições para mais uma edição do curso Vida do Livro, projeto no qual oferece aulas 100% gratuitas para pessoas com baixa renda e que procuram por uma introdução ao mercado editorial. Criado em 2015, o curso já teve outras dez turmas em São Paulo e no Rio de Janeiro, sempre com intuito de desmistificar os bastidores da indústria livreira e de pensar o processo por trás da produção editorial, divulgação e comercialização. Nas aulas, Lameira aborda desde a concepção da ideia até o momento que o livro chega às mãos dos leitores e além. Serão 50 vagas e as inscrições terminam no dia 15 de janeiro. As quatro primeiras aulas serão às quintas-feiras do mês de fevereiro. Para se inscrever é só clicar aqui.

Destransição, baby (Tordesilhas, 320 pp, R$ 54,90 - Trad.: Luisa Geisler), romance de estreia de Torrey Peters – a primeira mulher trans indicada ao Women’s Prize, em 2021 –, acompanha Amy/Ames, Reese e Katrina pelo sinuoso, vulnerável e confuso terreno da feminilidade. Reese tinha quase tudo o que sempre desejou: uma relação estável com Amy, um apartamento em Nova York, um trabalho que ela não odiava. Tinha conquistado o que gerações anteriores de mulheres trans apenas sonharam: uma vida mundana, banal e confortável. A única falta que sentia era de uma criança. Porém sua namorada, Amy, destransicionou de gênero e tornou-se Ames, fazendo tudo desmoronar. Agora Reese está em um ciclo autodestrutivo: para evitar a solidão, dorme com homens casados. Ames também não está feliz. Ele pensou que a vida ficaria mais fácil ao destransicionar e viver como homem novamente, entretanto, essa decisão custou seu relacionamento com Reese – o que significou perder sua única família. Apesar de a relação amorosa ter acabado, ele busca um caminho de volta para ela. Quando sua chefe e amante, Katrina, revela que está grávida dele – e que não tem certeza se quer o bebê –, Ames se pergunta se não seria essa a chance pela qual ele estava esperando. Poderiam os três formar uma família não tradicional e criar o bebê juntos?

Por décadas, Letícia Lanz se apresentou ao mundo na pele de Geraldo Eustáquio. Entender-se diferente da maioria foi um processo longo e doloroso. Em A construção de mim mesma (Objetiva, 112 pp, R$ 49,90), Letícia relata como foi se assumir mulher transgênero aos 50 anos de idade. Lanz é psicanalista, palestrante, ativista e foi candidata à prefeitura de Curitiba em 2020. É casada, tem três filhos e cinco netos. Neste livro, ela conta a história de sua transição. A luta para se libertar das amarras de gênero começou quando ainda era criança e culminou num enfarte, 50 anos mais tarde. Depois de uma vida marcada pelo permanente conflito entre ser ela mesma ou a pessoa que a sociedade exigia que fosse, na cama da UTI, ela entendeu que transicionar era a única coisa a ser feita se quisesse continuar viva. Ao narrar suas reflexões e experiências pessoais, Letícia convida o leitor a compreender o que é ser e se aceitar uma pessoa transgênero em uma sociedade ainda incapaz de conviver com as diferenças, regida pelo binarismo, em que homem e mulher são categorias determinadas a partir do órgão sexual com o qual nascemos. A construção de mim mesma é um livro sincero que se propõe a abrir novos e variados diálogos sobre diversidade, aceitação e liberdade.

Em seu livro de estreia, Talvez você seja... (Planeta, 208 pp, R$ 44,90), o jornalista gaúcho e apresentador da GloboNews Marcelo Cosme convida o leitor a uma reflexão, não sobre a própria sexualidade, como uma primeira leitura do título pode sugerir, mas sobre o comportamento preconceituoso que muitos têm sem nem se dar conta: "Quero te mostrar que nós, LGBTQIA+, estamos aí espalhados, somos o que quisermos ser. E que ‘Talvez você seja’ não mais um de nós, mas preconceituoso e não saiba", afirma na introdução. Escrito em tom de reportagem, o livro traz narrativas pessoais de Cosme, como causos de sua infância, o momento no qual, já adulto, beijou um homem pela primeira vez, a fatídica conversa de revelação com a família e o comentário que fez em rede nacional a respeito de seu namorado, atual noivo, cuja repercussão foi maior do que esperava. A esses relatos em primeira pessoa, somam-se depoimentos de diversos personagens pertencentes à comunidade LGBTQIA+ e entrevistas inéditas com psicólogos, especialistas e personalidades públicas. O autor traz ainda dados de pesquisas sobre o tema, levantamentos dos direitos conquistados até aqui e um glossário com os principais termos associados a este universo.

Rio de Janeiro, 2019: Romeu está prestes a dar o seu primeiro beijo. Entre estantes e mais estantes de livros na biblioteca da escola, o mundo, para ele, começou a adquirir uma velocidade diferente. Ele está quase lá... até que não está mais. Seu quase primeiro beijo escapa antes mesmo de se tornar realidade quando subitamente, à força, é arrancado do armário para o colégio inteiro. Agora, tudo parece correr rápido demais. Mas, para amenizar os obstáculos do mundo lá fora, Romeu tem ao seu lado uma verdadeira rede de apoio na forma de uma trupe implacável, a começar pela sua companheira inseparável, Julinha, sua melhor amiga, e, claro, seus pais coruja Tim e Samuca. É então que, ainda tentando entender o que aconteceu na escola, outra surpresa desagradável: o livro de seu pai, com lançamento previsto para o dia seguinte na concorrida Bienal do Livro, acaba de ser censurado por ninguém mais, ninguém menos do que o Prefeito da cidade. Primeiro romance jovem adulto do roteirista Felipe Cabral, O primeiro beijo de Romeu (Galera, 434 pp, R$ 49,90) é uma chamada à luta e traz na capa a ilustração de um beijo entre dois homens - uma resposta à tentativa de censura na Bienal do Livro Rio de 2019.