Oficialmente, a primavera no Hemisfério Sul começa só no próximo dia 22, mas em Belo Horizonte, ela começa hoje mesmo. É que a cidade mineira recebe, a partir de hoje, a edição de 2017 da Primavera Literária, organizada pela Liga Brasileira de Editores (Libre). O evento acontece em paralelo com o II Festival Literário Internacional de Belo Horizonte (Fli-BH). A Libre levará para a capital mineira 45 editores independentes que vão expor e comercializar seus livros até o próximo domingo (17). Os eventos – tanto a Primavera quanto o Fli-BH – acontecem no Centro de Referência da Juventude (Praça da Estação, s/n, Centro, Belo Horizonte / MG). Na programação, um time estrelado de autores nacionais que inclui nomes como Maria Valéria Rezende, Jacques Fux, Paula Fábrio, Michel Laub, Cidinha Silva, além dos ilustradores Nelson Cruz e Rosinha. Um time de convidados internacionais também marcará presença no evento. Entre eles se destacam David Acevedo Santiago, diretor de Bibliotecas e Promoção da Leitura da Secretaria de Educação Pública do México; Pilar Cuellar Delgadillo, coordenadora do Plano Nacional de Leitura do Ministério da Cultura da Colômbia e os escritores portugueses Teolinda Gersão e Rodolfo Castro. O evento terá a cobertura do PublishNews.

Como o PublishNews já divulgou, a Casa Educação (sediada em São Paulo) resolveu ampliar o seu curso de MBA Book Publishing para outras cidades. Entre elas, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. Para apresentar o curso para profissionais dessas cidades, a Casa Educação escalou um time de professores que vai fazer aulas demonstrativas. Primeiro será a vez de Belo Horizonte. No próximo dia 19, Carlo Carrenho, coordenador do curso e diretor do PublishNews, vai com Sandra Espilotro (na foto ao lado) para a capital mineira. Ele apresenta a sua palestra 7 provocações (para discordar ou não) sobre o mercado editorial, apresentada pela primeira vez na última edição do InterLivro, e ela fará a aula O editor em busca do título. Em BH, a aula acontece no Impact Hub (Av. Getúlio Vargas, 1.492 – Savassi), a partir das 19h. A mesma programação será repetida em Curitiba no dia seguinte (20), na Livraria Arte&Letra (Al. Dom Pedro II, 44 – Batel), também às 19h. No dia 2 de outubro, Carrenho embarca com Alessandra Ruiz para Porto Alegre. Lá ele repete a sua apresentação e Ruiz conduz a aula O editor e os novos caminhos do mercado de livros. Na capital gaúcha, a aula acontece na Saraiva do Shopping Praia de Belas (Av. Praia de Belas, 1.181 - Praia de Belas), a partir das 19h. O curso tem apoio do PublishNews e a chancela do MEC.

Como anunciei semana passada, fui participar do II Flicristina, o Festival Literário da pequena cidade do Sul de Minas, a convite dos irmãos Ninil e Ray Gonçalves, seus animadores e organizadores. Cristina é uma dessas pequenas cidades do sul de Minas, produtora de cafés de qualidade e leite, com pouco mais de 10 mil habitantes (metade na zona urbana e metade nas zonas rurais). A Flicristina, em sua segunda edição, estava organizadíssima. Na praça central da cidade, uma tenda abrigando o espaço para as mesas e palestras, um palco para os espetáculos musicais, área de alimentação. Mais adiante, outra tenda abrigava a Flicristininha, com atividades para crianças durante todos os dias. Os professores e professoras da rede foram convocados e levaram os alunos para atividades mesmo no feriado e na sexta-feira “enforcada”. Havia também uma mini-feira de livros formada por uma livraria de Itajubá e algumas barracas da infatigável infantaria do mercado editorial: os vendedores de porta-a-porta. Nenhuma rede, nenhuma das editoras do segmento trade. Clique no Leia Mais e veja o que mais Felipe Lindoso viu em Cristina.

Não resta dúvidas que temos que resistir. E resistir, no mundo do livro, é o mesmo que fincar pé nas coisas simples e cotidianas, entre elas a defesa da cultura laica e pacífica, mas principalmente universal e acessível. E para isso, num país pobre feito o nosso, com tantas divisões sociais, tantos abismos, a presença do poder público é mais do que essencial, é indispensável. Antes de se falar em poder público, é preciso falar um pouquinho de como são as coisas. Pois neste enorme país temos a presença de diferentes formas de gestão ou administração. Há, nas escolas e hospitais, para ficarmos com exemplos importantes, a existência de fundações privadas e públicas, de igrejas com imunidades tributárias das mais diferentes, de empresas privadas de capital aberto e fechado, ou misto, e também a participação do poder público e privado, e, por fim, há a exclusividade do poder público no comando, e que se divide em três esferas principais: o poder executivo federal, o estadual e o municipal. O mundo do livro é um desaguadouro óbvio dessa insanidade que no Brasil se vê como num caleidoscópio, pela própria grande divisão dos tipos de gestão do essencial para a população. E por esse caminho é que o mundo livro se vê reduzido a feiras escolares em escolas privadas, a compras setorizadas de setores específicos de acordos privados, a asfixia do escritor e das editoras enquanto elementos essenciais de um pensar livre e independente, e principalmente, ao aumento da ignorância, na bestialização do cidadão e violência urbana. Afinal quem deixa de ter bons livros em casa é o jovem pobre, o jovem de pouco acesso e de capacidade de compra limitada, e eles, a maioria da população brasileira, é que se verão apartados de seus empregos, das conquistas nas suas carreiras e da liberdade a que têm direito. Clique no Leia Mais para ler a íntegra dessa coluna.

Em resposta aos ataques que levaram o Santander Cultural a antecipar o fim da exposição Queermuseu, a Livraria Leonardo Da Vinci (Av. Rio Branco, 185 - Subsolo - Rio de Janeiro / RJ) realiza, até o próximo sábado (16), a sua primeira Queima de Livros. A ação, pensada para “intolerante nem fascista nenhum botar defeito”, vai dar descontos de 25% para qualquer livro de arte. Se o livro tiver a palavra sexo no título, ganha mais 5% de desconto. Se na capa tiver nudez, mais 5% e se o cliente levar, no ato da compra, uma caixa de fósforo ou um isqueiro, ganha mais 10%. Desde que colocou a campanha nas suas redes sociais, a Leonardo Da Vinci, hoje capitaneada pelo livreiro Daniel Louzada, vem sofrendo sistemáticos ataques. "A livraria tinha a melhor avaliação dentre as livrarias do Rio, mas graças a um ataque organizado nossa avaliação caiu sensivelmente - as justificativas são do nível de que incentivamos a pedofilia (devidamente denunciada) ou de que poluímos a natureza, então seria melhor queimar os livros de fato. E por que isso?", questionou Louzada em seu perfil no Facebook. Depois do desabafo do livreiro, a livraria, que completa 65 anos em 2017, recuperou em partes a sua avaliação, que no fechamento desta edição estava em 4,6 (o máximo é 5).

Estão abertas até 8 de novembro as inscrições para o Prêmio Off Flip de Literatura, que oferecerá aos vencedores R$ 25 mil, além de estadia em Paraty, passeio de escuna e cota de livros. Os textos dentro das categorias contos, poesia e literatura infantojuvenil serão avaliados por escritores de expressão no cenário literário brasileiro. Os vencedores serão conhecidos no dia 10 de abril de 2018, já o sarau de premiação acontecerá no Centro Cultural Sesc Paraty, durante a FLIP - Festa Literária Internacional de Paraty. Os contos e poemas selecionados serão publicados em coletânea a ser lançada em e-book, com download gratuito aos leitores e os vencedores no gênero infantojuvenil assinarão contrato de edição com o Selo Off Flip e terão suas obras publicadas em livros ilustrados.

Reunir pessoas em torno das panelas para contar histórias. Esse é o conceito do projeto Panela de Histórias, idealizado por Cassia Carrenho, ex-gerente comercial do PublishNews, e Leonardo Neto, o nosso editor. O evento, que já homenageou a escritora Cora Coralina e teve uma edição especial na véspera da última Bienal, ganha uma nova edição no Rio de Janeiro. Marcada para acontecer no próximo dia 25, na Jefrrey Store (Rua Tubira, 8C - Leblon), a sessão terá um diferencial: as conversas girarão em torno de um barril de chopp, que foi patrocinado pela Bibliomundi. Raphael Secchin, fundador da plataforma, a editora Ana Lima (Galera Record) e o autor Marcus Barcelos vão bater um papo etílico com Leonardo Neto pra relembrar a última Bienal, o que teve de bom e o que poderia ter sido melhor. O evento acontece das 18h30 às 22h, com entrada gratuita, mas os organizadores pedem aos interessados que confirmem presença na página do evento.

O Centro de Estudos de Tradução Literária da Casa Guilherme de Almeida (Rua Macapá, 187, Perdizes – São Paulo / SP) realiza nesta semana, um dos eventos mais relevantes sobre tradução no país, a sétima edição do Transfusão. O encontro de tradutores acontece de sexta (15) a domingo (17) e abordará, a partir de mesas-redondas e palestras, as relações entre a arte da tradução e a psicanálise. Durante o evento haverá também o lançamento do livro Histórias em imagens e versos: Wilhelm Busch, traduzido por Guilherme de Almeida. A obra, escrita por Simone Homem de Mello e lançada pela Ateliê Editorial com apoio da Casa Guilherme de Almeida, apresenta 20 narrativas em imagens e versos criadas por Wilhelm Busch, precursor das histórias em quadrinhos, nas décadas de 1860 / 1870 e traduzidas pelo poeta Guilherme de Almeida em 1940. "O encontro é singular por abordar a tradução literária de diversos ângulos: o do tradutor, do escritor, do pesquisador acadêmico, do editor etc... Dessa forma, um tema normalmente reservado às pesquisas acadêmicas torna-se acessível a um público de leitores que, ao entrar em contato com diferentes discursos sobre a arte da tradução”, explica Simone Homem de Mello, coordenadora do Centro de Estudos de Tradução Literária da Casa. A inscrição é gratuita e pode ser feita no site da casa. Já a programação completa pode ser conferida clicando aqui.

O designer e autor Gustavo Piqueira estará no dia 16 de setembro, na 2ª edição da Feira SUB de Arte Impressa e Publicações Independentes para falar sobre O livro como espaço de livre ocupação. Nesta conversa ele falará sobre as possibilidades de mistura entre os elementos textuais, visuais e materiais na criação de suas obras impressas. Autor de 20 livros de difícil classificação, nos quais mistura livremente texto, imagem e design, Gustavo Piqueira é um dos mais premiados designers gráficos do país. “Na palestra mostrarei como, em minha trajetória, saí de projetos inicialmente tradicionais para, aos poucos, subverter os métodos ditos corretos e transformar cada livro de minha autoria numa oportunidade para a experimentação de diferentes processos criativos. Assim, a confecção de meus livros tornou-se não apenas o caminho para a produção da obra em si, mas também um rico instrumento de questionamento e provocação”, explica Piqueira. A palestra gratuita, começa às 15h30, na Biblioteca Pública Municipal Professor Ernesto Manoel Zink (Av. Benjamin Constant, 1633 – Centro - Campinas / SP), durante a realização da Feira SUB.

Fundação Ema Klabin (Rua Portugal, 43, Jardim Europa – São Paulo / SP) está com inscrições abertas para a Oficina de escrita criativa. Serão oito encontros nos meses de setembro, outubro e novembro, ministrados pela artista Paloma Durante. A partir do contato com alguns textos clássicos, a proposta da oficina será pensar como cada participante poderá se apropriar destas leituras para criar outras narrativas, impregnando-as de novo sentido. Serão privilegiados textos de autores de língua portuguesa, modernos e contemporâneos, tais como Guimarães Rosa, Zélia Gatai e José Luandino Vieira. O primeiro encontro acontece no dia 26 de setembro, sempre das 19h30 às 22h. O investimento é de R$ 160.

Desde 2015, graças à iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), o Brasil entrou na campanha do Setembro Amarelo, que tem como objetivo chamar a atenção do mundo para a prevenção do suicídio. Justamente em setembro, a V&R coloca nas livrarias Depois do azul (Plataforma21 / V&R, 136 pp, R$ 34,90), que conta a história de uma família em dois momentos: a primeira parte narra como a uma das gêmeas, Geneviève, comete suicídio aos 15 anos na piscina da escola. A narrativa é intercalada por várias vozes: o narrador em terceira pessoa, a outra gêmea, Lou-Anne, e o diário de Geneviève. Na segunda parte, o leitor conhece melhor quem é a família das duas adolescentes e o contexto do pós-suicídio. A avó materna também é uma figura importante, porque é através de uma carta dela que se entende todo o histórico familiar. Um romance tocante, como é a vida quando temos 15 anos, com o futuro diante de si e que se decide morrer. Nessa narrativa dramática, dolorosa e necessária, Élaine Turgeon aborda o suicídio e a depressão com justeza e profundidade. Porém, sobretudo, faz o leitor reencontrar personagens intensos lutando com a morte, com a vida, no decorrer de uma história repleta de amor e de esperança. Na próxima segunda (18), às 19h, acontece na Blooks Livraria do Shopping Frei Caneca (Rua Frei Caneca, 569 – São Paulo / SP) um bate-papo sobre o livro, mediado por Thaíse Costa, editora-assistente da V&R Editoras, e que contará com a presença de Bruna Miranda, produtora de conteúdo, e Carlos Correia, porta-voz do CVV.

O olho do lobo (Melhoramentos, 96 pp, R$ 43), romance escrito por Daniel Pennac, traz duas histórias de vidas. A do Lobo Azul, que foi capturado no Alasca, sua terra natal e posto em um zoológico do outro lado do mundo. E o menino África, que depois de perder sua família e ter sua vila destruída, parte pelas areias do deserto do Saara com um camelo e um mercador chamado Toa, até chegar ao mesmo zoológico que o Lobo Azul se encontra. Ao se olharem fixamente, durante horas, e repetidos dias, África enxerga a vida do Lobo Azul pelo único olho aberto do lobo (o lobo teve um dos olhos atingidos quando foi capturado). E o Lobo também enxerga tudo que passou na vida de África, pelo seu único olho aberto (após conhecer o lobo, África fecha um dos olhos e não abre por meses). Apesar da grade de metal que os separa, a amizade que os une lhes dá o conforto de que necessitam para enfrentar a solidão e o esquecimento que encontram no exílio em que vivem.

Um dos contos mais celebrados da literatura mundial, A metamorfose (Via Leitura / Edipro, 96 pp, R$ 24,90) foi publicada pela primeira vez em 1915. Após um século, continua a encantar por sua proposta surreal e surpreendente. Uma manhã, o caixeiro-viajante Gregor Samsa acorda transmudado em um horrível inseto. Absurdamente, sua primeira preocupação é com o atraso para o trabalho, mas logo Samsa é obrigado a lidar com o pavor de sua família ao deparar com tamanha monstruosidade. A obra traz diversas reflexões, como o lado bom que não enxergamos a olhos nus, a aceitação de nossas próprias mudanças, dignidade e sobre o isolamento da sociedade. A metamorfose é considerada uma das obras fundamentais da literatura do século XX. Intrincado e instigante, é uma das produções mais geniais do mestre das letras Franz Kafka.

Em seu segundo mergulho na ficção, Janelas da mente (Globo Livros, 1492 pp, R$ 39,90), a psiquiatra e escritora Ana Beatriz Barbosa Silva leva ao leitor 12 contos a respeito dos comportamentos humanos disfuncionais. Este novo livro é fruto de uma parceria com o também escritor e publicitário Eduardo Mello Guimarães. Baseados em casos que Ana Beatriz dissecou ao longo de sua carreira, as histórias tratam de temas polêmicos sem meias-verdades e tabus como compulsão, ninfomania e depressão, porém sem perder a leveza e o bom humor. Em meio ao caos do universo urbano e através de uma narrativa inquietante, os autores constroem histórias repletas de drama, humor e emoção que irão fazer com que o leitor se pergunte: onde está o muro que separa a ficção da realidade?

O gato Nana está viajando pelo Japão. Ele não sabe muito bem para onde está indo ou por que, mas ele está sentado no banco da van prata de Satoru, seu dono. Lado a lado, eles cruzam o país para visitar velhos amigos. O fazendeiro durão que acredita que gatos só servem para caçar ratos, o simpático casal dono de uma pousada que aceita animais, e o marido abandonado pela esposa que ama animais. Mas qual é o motivo dessa viagem? E por que todos estão tão interessados em Nana e Satoru? Ninguém sabe muito bem o que está acontecendo e Satoru não diz nada, mas quando Nana descobrir o motivo da viagem, seu pequeno coração passará por uma das mais difíceis provas de suas sete vidas. Narrado em vozes alternadas, Relatos de um gato viajante (Alfaguara / Companhia das Letras, 256 pp, R$ 44,90) nos mostra um jovem de grande coração e um narrador-gato muito esperto, numa amizade que desafia as fronteiras de um país e da própria vida.