Desde então a empresa comandada por Julio Cesar Cruz e Roberto Novaes tem a cada ano procurado novas maneiras de simplificar processos e desenvolver tecnologias para ajudar as livrarias – elo da cadeia que tem sofrido nos últimos anos, principalmente no período da pandemia de covid-19. “A questão é que tem saída para as livrarias e o apelo é a tecnologia”, acredita Wendel Almeida, diretor comercial da distribuidora.
Pensando nessa saída, ainda em 2018 a Catavento criou a Konekta, startup de tecnologia capaz de oferecer soluções rápidas para as livrarias, de acordo com a necessidade de cada uma, e assim criar novos canais de vendas online para livrarias.
Um dos exemplos mais recentes é a ferramenta de "Volta às aulas" criada pela Konekta. Além da economia de um site integrado ao estoque da distribuidora, a livraria pode criar listas de livros personalizadas de acordo com a escola e o ano do aluno, facilitando a experiência de compra do cliente.
Guilherme Marini, CTO da Konekta, explica os detalhes: “Essa ferramenta dá mais autonomia para a livraria, já que o livreiro pode incluir, excluir ou editar os livros de todo o site e das listas escolares. Graças a solução de multi-estoque, a livraria pode vender inclusive os livros que não estão no catálogo da Catavento, ou que não estão disponíveis no estoque da distribuidora temporariamente”.
Dependendo do nível de customização da plataforma online, as livrarias podem ter a ferramenta oferecida pela Konekta por até R$ 3 mil.
Livraria e Papelaria Tamoio
Assim que o consumidor finaliza o pagamento, o pedido é integrado ao sistema da Catavento que processa então a separação do que houver disponível e a encomenda dos títulos sem cadastro ou sem estoque. Além disso, o consumidor também pode optar por retirar na livraria, ou receber em casa. “Acredito que cada livraria tem que trabalhar o seu conceito local e muita gente prefere retirar na loja porque ela pode contar como foi a experiencia de compra e se sente acolhida. Por outro lado, também é bom para a gente entender que a livraria ainda tem uma função, um papel importante nessa relação”, conta Brenna.
“O que vale é a livraria entender que tem soluções e que a venda existe. Independente da Americanas, Submarino ou Amazon, tem espaço para a livraria, basta a livraria buscar alternativas”, lembra Wendel.
Ler pra valer
Parte do Circuito Ler para Va-Ler – realizado pelo governo do Rio de Janeiro –, a livraria Ler Pra Valer é outro exemplo de uso da ferramenta criada pela Konekta. Segundo a Catavento, usando toda a estrutura de logística, centralização de editoras e drop shipping da empresa, foram vendidos quase R$ 500 mil em 2022 na operação do Ler Pra Valer por meio dessa interface de tecnologia.
Bruna Reis, diretora geral da LER e Circuito LER, conta que o objetivo do projeto não é ser uma livraria digital, e sim ter mais um produto para facilitar a vida de quem visita a Ler e é impactado pelos livros. “Foi muito tranquilo desenvolver a plataforma do Ler pra valer para aquisição de livros, principalmente pra nós, que não somos uma livraria. A plataforma é superbacana, de fácil uso, fácil manuseio e a programação foi simples pro nosso time”, explica.
Bruna frisa que a plataforma é um extra que ajuda a manter a marca da LER viva e propagar o livro e a leitura, e que por isso as vendas não são prioridade. Mesmo assim, ela conta que as vendas têm sido orgânicas e estão “acontecendo de forma satisfatória”, considerando que não há investimento na divulgação da plataforma.
Evolução da Catavento
Com os projetos e soluções desenvolvidos pela Catavento Distribuidora nos últimos anos, a empresa vem num crescimento constante. Em 2023, por exemplo, a expectativa é crescer perto de 20% no segmento livrarias. “Começamos o ano com projetos diversificados e esperamos continuar com o crescimento que vimos nos últimos anos”, conta Wendel. “Acredito que a Konekta vai ser um grande braço para as livrarias durante o ano e ajudar todo mundo do setor a crescer”, finaliza.
