Diário de Frankfurt. Dia 4: let the games begin
PublishNews, Marcela Prada Neublum, 20/10/2016
No quarto dia de Frankfurt, nossa marinheira de primeira viagem foi fundo na experiência de conhecer o mundo sem sair de Frankfurt

Tenho bolhas nos pés, minhas pernas doem quando eu ando e eu sinto sono, mas devo dizer: foi um ótimo dia! Para uma primeira Feira de Frankfurt, acho que tive várias experiências diferentes de uma vez e pude vê-la sob diferentes perspectivas.

Comecei o dia com o tradicional. Na parte da manhã, fui às famosas reuniões de 30 em 30 minutos, nos ‘halls’ que a gente sempre ouve falar, e conversei com agentes e editores de diferentes partes do mundo. Vi catálogos, joguei conversa fora e improvisei um cartão de visitas com um post-it vermelho que arranjei em algum estande e que preenchia cada vez que alguém me pedia. No almoço, descobri uma área aberta, como um pátio entre alguns dos estandes, com food trucks, almofadas, cadeiras, livros, e ali curti 20 minutos matando a fome.

A tarde começou com o CEO Talk de Jacob Dalborg, da Bonnier, que foi sabatinado pelos jornalistas dos principais veículos do mercado editorial: Livres Hebdo (França), Bookdao (China), The Bookseller (Reino Unido), buchreport (Alemanha), PublishNews (Brasil) e Publishers Weekly (EUA).

A Feira estava bonita, então logo depois fui andar pelos estandes e ver a imensa quantidade de editoras e a variedade de livros que elas expunham para que seus direitos fossem adquiridos. Conforme ia mudando de ambiente, encontrava palestras, entrevistas, workshops, oficinas... e um carrinho de sorvetes que me perseguiu até que cedi e resolvi comprar um - melhor decisão do dia.

Próxima tarefa: ir aos coquetéis. Brasil, Inglaterra, Alemanha, Áustria. Em cada um deles, um tipo diferente de pessoas, de ambiente e de bebida. Caipirinha, vinho, cerveja, cerveja, cerveja... Os dois primeiros foram dentro da Feira mesmo. O da Alemanha começou no andar que é dedicado apenas a eles e terminou em um hotel há poucos minutos dali, enquanto o da Áustria foi dentro de um museu, à beira do rio Main, com a melhor comida que pude experimentar desde que sai do Brasil. Fiquei absurdamente empolgada com este último, pois entre as obras expostas estava Frida Khalo, mas assim que disse “já volto, vou ver a exposição”, eles fecharam o acesso.

Tudo bem, então vamos para o Hof? Claro, por que não? Para chegar lá, cruzar o rio sob a ponte – que eu ainda não tinha visto à luz da lua e que não pude acreditar quando vi – e rir um pouco no caminho. Confirmei o aviso que me deram, e que dei a vocês, alguns dias atrás: toda a indústria livreira parecia estar ali.

Conclusão: conheci mais gente, tomei mais cerveja, trabalhei mais e achei que não fosse sobreviver por mais nenhum minuto. O mais importante, porém: ganhei o ingresso para a festa de amanhã.

Mais alguns cliques de Marcela


* Marcela Prada Neublum, 24 anos, editora de livros universitários, estudante de letras na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), apaixonada por astrologia, fotografia e política, vivendo atualmente em Londres.

[20/10/2016 10:03:21]