No terceiro dia na Feira de Frankfurt, consegui uma folga na agenda de palestras para explorar a cidade. Comecei cedo, respondendo e-mails do trabalho e deixando tudo organizado para um dia sem preocupações.

No café da manhã do hotel, percebi que muitos já estavam de malas prontas. Era sinal de que para alguns, aquele seria o último dia. Além disso, o número de palestras e eventos estava diminuindo no calendário.

Minha missão do dia incluía uma visita à Goethe House, um dos museus mais importantes da cidade. Ao chegar, me deparei com várias crianças e turistas, dando um clima animado ao local. O ingresso de 10 euros me deu acesso a todos os cantos da casa e à galeria.

Explorar casas antigas de autores sempre me faz viajar no tempo, imaginando como era a rotina naquela época. A casa de Goethe já se tornou uma das minhas favoritas, e os jardins me levaram de volta à minha infância, lembrando do livro O jardim secreto, de Frances Hodgson Burnett.

Mas a surpresa veio quando descobri a Galeria de Goethe, anexa à casa. Passei mais de 2 horas imersa em exposições interativas, telas e salas temáticas. A sensação de "se eu soubesse, teria vindo mais cedo" bateu forte, mas a fome já falava mais alto. Mesmo assim, continuei.

O museu me trouxe à memória uma exposição sobre Clarice Lispector que visitei quando criança no Museu da Língua Portuguesa, principalmente com todas as exposições interativas. As pinturas eram lindas, mas os livros expostos me cativaram ainda mais. Exemplares desgastados de séculos passados, cartas de autores e manuscritos. Era um verdadeiro tesouro!

Após uma pausa para o almoço e a notícia de que duas palestras foram canceladas, tive um tempo extra para desfrutar. A última palestra do dia seria uma conversa com o presidente da UEFA, Aleksander Čeferin. Uma escolha inusitada, mas decidi assistir para ver no que daria.

A conversa foi incrível! O presidente falou sobre seus hábitos de leitura, livros favoritos e a importância da leitura para a saúde mental. Claro, o futebol também teve seu destaque, mas a relação entre futebol e literatura foi um ponto interessante.

Passeando pela Feira, notei pela primeira vez na semana a entrada lotada, com jovens e famílias animados para explorar. Faço uma nota mental de que amanhã poderei observar melhor o comportamento desse novo público na feira e seus interesses.

Segui em direção ao centro da cidade, Romerberg, onde as ruas estavam cheias de turistas e lojas de lembrancinhas. Encerrei a noite visitando outro museu que contava mais sobre a história de Frankfurt, passeando pelas rua e explorando lojas em busca de algo que me lembrasse dessa viagem especial. Talvez uma foto? Um item de decoração? Ou até mesmo uma comida inesquecível.

Concluir o último dia conhecendo mais sobre a história e a cultura do lugar me fez sentir mais conectada e curiosa. É aquele momento da viagem em que queremos prolongar a estadia, mas infelizmente está chegando ao fim. Amanhã é o último dia de feira, e mal posso esperar para descobrir o que me aguarda. Até agora, tudo tem sido uma grata surpresa.