A quinta-feira (24) da 20ª Festa Literária Internacional de Paraty viu Annie Ernaux – a prêmio Nobel de Literatura e estrela desta edição – passear pelas ruas da cidade, apresentar o filme Os anos do super 8 (escrito por ela e dirigido por David Ernaux) e tentar disputar a atenção do público com Richarlison e seu voo magnífico (o debate sobre o filme, no cinema do centro histórico, ocorreu no mesmo horário da estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo). Em seu segundo dia de programação cheia, a Casa PublishNews também foi palco de debates sobre o mercado editorial, sempre com casa cheia. O clima de calor permanece em Paraty mesmo com as eventuais pancadas de chuva – fato incomum para a Flip, geralmente sediada no aconchegante inverno do sul fluminense. De manhã, na Casa PN, o jornalista Toninho Vaz falou para uma plateia participativa sobre o relançamento de Paulo Leminski – O Bandido que Sabia Latim, que volta às prateleiras depois de nove anos de disputas jurídicas, agora pela editora Tordesilhas. Toninho afirma que foi vítima de censura por parte da família de Paulo. Ele também anunciou uma novidade: está trabalhando em uma biografia inédita de Rogério Duprat, maestro do Tropicalismo. Ele diz já ter entrevistado a família do músico e também Tom Zé, um dos seus grandes parceiros. Ainda não há data prevista de publicação. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Na noite desta quinta-feira (24), o Prêmio Jabuti premiou os vencedores da sua 64ª edição em uma cerimônia presencial – e com transmissão on-line – no Theatro Municipal de São Paulo. O escolhido como Livro do Ano foi Também guardamos pedras aqui, publicado pela editora Nós e escrito por Luiza Romão. A obra é da categoria Poesia – também premiada em 2018 com Mailson Furtado (À cidade / Independente) e em 2020 com Cida Pedrosa (Solo para vialejo / Cepe). A primeira categoria da noite foi a de Conto. A estatueta ficou com A vestida, de Eliana Alvez Cruz, da editora Malê. A obra é uma crítica social, com referências a ancestralidade africana, pesquisa história, ironia. Logo em seguida, a Malê ficou com seu segundo prêmio da noite ao vencer com a obra A lua na caixa d’água, de Marcelo Moutinho, na categoria Crônica. Em Infantil, o premiado foi Sonhozzz (Salamandra), de Daniel Kondo e Silvana Tavano. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Apenas dois livros entraram na Lista de Mais Vendidos do PublishNews na atualização divulgada nesta sexta-feira (25): Power skills (Gente), de Dafna Blaschkauer (na foto) e Viés inconsciente (Literare Books), de Cris Kerr – ambos na categoria Negócios. Um destaque da Lista Geral é o Padre Marcelo Rossi, que apareceu em quarto lugar e 2.302 exemplares vendidos do livro Menos é mais (Planeta). O livro – um compilado de frases, pensamentos e aforismos – entrou na lista pela primeira vez em dezembro de 2021, mas teve um crescimento na semana apurada. O Padre participou de um evento em um shopping em Brasília que pode ter impulsionado as vendas. A Lista apresentou uma queda de 8% no volume de vendas em relação à semana anterior – queda puxada por todas as categorias, especialmente Autoajuda (-22% no período). Negócios apresentou leve alta, de 4%. A expectativa é que para a próxima semana o “Efeito Flip” seja sentido na Lista. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Com as ruas de Paraty lotadas de leitores, editores e curiosos, a festa também esbanjou exclusividade nas matérias dos principais jornais do País. Não tinha como ser diferente: os nomes mais importantes da literatura brasileira estão presentes no calor de Paraty. O Estadão e O Globo destacaram a mesa “Festa das Irmãs Perigosas”, com duas autoras no holofote: Camila Sosa Villada e Luciany Aparecida. A fala sobre aborto de Annie Ernaux, ganhadora do Nobel deste ano, também foi a chamada de outra matéria do Estadão. O jornal descreveu como a autora francesa se emocionou com a história de uma brasileira que realizou um aborto ilegal. O diálogo ocorreu durante o encontro no cinema de Paraty, para a exibição do filme Os anos super 8, documentário dirigido pela escritora com seu filho David Ernaux-Briot. Já O Globo destacou a presença de Ernaux nas ruas de Paraty, pisando nas pedras onde todos os participantes da Flip caminham. Além de Ernaux, outro autor que teve destaque no Estadão foi Davi Kopenawa, que testou positivo para covid e cancelou sua participação na Flip 2022. Copa no meio da Flip, interrompendo a festa e (quase) todas as atrações, também foi chamada no O Globo. Imagens dos telões da praça, normalmente utilizados para transmitir as mesas, agora eram tomadas de verde e amarelo. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

A Dublinense tem novo autor em seu catálogo: Sérgio Tavares, premiado escritor brasileiro, com vários contos e textos publicados no exterior e que, agora, estreia no romance, com Todos nós estaremos bem. O livro entra em pré-venda nessa sexta-feira (25), aproveitando a participação de Tavares na Flip, em mesa no sábado (26), às 16h na Casa Paratodos (Galeria Aecio Sarti - Rua Dr. Samuel Costa, 254), onde a editora está presente ao longo de todo o evento. Na ocasião, Sérgio participa da mesa O Brasil em retrospecto, ao lado de Henrique Schneider e mediação de Bárbara Krauss. Todos nós estaremos bem conta a história de Roberto e Lúcia. Ele, um empresário que ficou rico trabalhando para empresas financiadoras da ditadura militar e que vive imerso numa obsessão sexual – e em mentiras para encobri-la. Ela, uma ex-guerrilheira do MR-8 que atuou em sequestros e assaltos a bancos, até ser presa, torturada e exilada. E é no entrelaçar dessas trajetórias, que vão do final dos anos 60 ao alvorecer do novo milênio, que o romance de Tavares retrata uma geração que lutou por um ideal de liberdade, mas que também não e estava pronta para vivê-lo quando o alcançou. O lançamento oficial da obra está marcado para 1º de fevereiro de 2023.

Referência para muitos músicos do Brasil, o cantor e compositor Erasmo Carlos, que faleceu na última terça-feira (22), deixa um legado que ainda influenciará muitas outras gerações. O amor que canta nas letras é tema para qualquer ritmo ou estilo musical em todas as ocasiões, e agora também de quadrinhos. Para reverenciar esse ícone, diversos cartunistas de todo o Brasil usaram suas redes sociais para postar caricaturas do artista, com intuito de homenageá-lo. O portal Festanejo, que sempre se propõe a prestar homenagens a grandes nomes da música, reuniu a maioria dos cartuns para uma exposição virtual dedicada a Erasmo Carlos. Para acessar a exposição, clique aqui.

Depois de anunciar a participação em mais um ano de CCXP, que acontece na próxima semana, a Mauricio de Sousa Produções acaba de liberar alguns detalhes aos fãs da Turminha do Bairro do Limoeiro. Tendo como tema principal um personagem icônico, o Louco, o estande da Mauricio de Sousa Produções está localizado em frente ao Artists’ Valley. Os visitantes contarão com uma ativação um tanto quanto nostálgica e cenários instagramáveis para curtir e compartilhar com os fãs que também são loucos pelos personagens criados por Mauricio de Sousa. Além das memórias e fotos, os visitantes poderão levar um pouquinho dessa experiência para casa, como uma recordação com alguns dos produtos da loja da Mônica. A CCXP é um evento que já faz parte do calendário cultural do país. Para mais informações sobre esse encontro, basta acessar o site oficial e garantir seu ingresso.

Como já é tradição na CCXP, a Chiaroscuro Studios traz para seu estande alguns dos melhores quadrinistas do mercado nacional e estrangeiro. Nesta, anunciada como a maior CCXP de todos os tempos, a agência de quadrinhos, ilustração e design contará com um estande no coração do evento em frente ao Artists' Valley e uma intensa programação com a participação de artistas do estúdio e de convidados. Os seguintes artistas da Chiaroscuro Studios estarão no estande: Adriano Di Benedetto, Breno Tamura, Cris Bolson, Danilo Beyruth, Greg Tocchini, Ivan Reis, Jonas Trindade, Julian Totino Tedesco, Júlio Brilha, Leonardo Romero, Lucas Meyer, Márcio Hum, Oclair Albert, Péricles Júnior, Priscilla Petraites, Ronan Cliquet e Zé Carlos. Ainda, diversos artistas do estúdio terão mesa no Artists' Valley. A programação completa do estande e dos artistas da Chiaroscuro Studios será divulgada no site e nas redes sociais da empresa nos próximos dias.

“Hoje, olhando de novo para os seus desenhos, pensei: era você que desenhava a bandeira ou foi ela que te desenhou?”. Com essa frase, Laura Huzak Andreato homenageia seu pai, Elifas Andreato, que nos deixou em março de 2022, em sua primeira obra póstuma: Lábaro – o enigma da bandeira brasileira (Palavras Projetos Editoriais, 32 pp, R$ 55). A obra, voltada ao público infantil e juvenil, é um teatro entre os elementos da bandeira do país, que discutem sobre sua formação e origem, além deum mistério envolvendo estas personagens. O livro busca retomar um desejo de Elifas, de trazer a bandeira nacional como um símbolo de esperança: “Esse retângulo, para você, nunca foi a bandeira oficial dos patriotas e dos nacionalistas. Foi sempre um campo verde, amarelo, azul e branco em que você semeava suas esperanças com estrelas. Igualzinho àquele menino! Você sempre soube que o que faz um país ser um país é a imaginação viva de quem está com os pés no chão”, comenta Laura.

O livro Óculos de cor (Companhia das Letrinhas, 144 pp, R$ 54,90 - Ilustração: Suzane Lopes) trata de branquitude para leitores pré-adolescentes (a obra é recomendada para crianças a partir de nove anos). Escrito pela historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, professora da Universidade de Princeton e da Universidade de São Paulo (USP), a obra conta a história do encontro entre Alvo e Ebony para convidar o leitor a fazer um percurso de reflexão sobre temas importantes na agenda brasileira se quisermos um país mais justo, igualitário e com mais qualidade de vida para todos e todas. “O lugar simbólico das pessoas brancas é de tal maneira enraizado que passa a ser ‘naturalizado’ e nunca questionado. ‘Ver’ é uma capacidade biológica, mas ‘enxergar’ não passa de uma opção política, cultural e social. Alvo, o personagem principal do livro, não consegue ‘enxergar’ cores. Isso porque ‘enxergar’ pode implicar um processo difícil e doloroso. Mas essa é uma trajetória – individual e da sociedade brasileira – necessária e urgente, pois precisamos aprender, desde a infância, como o racismo presente em nossa sociedade precisa ser combatido por todos. É isso que queremos construir: um país mais justo, igual e democrático”, explica a autora.

O vestido da menina Afiya (saúde na língua suaíli) grava as memórias de seus dias: de rosas em cachos a pombas em revoada, de tigres no zoo a folhas cadentes do outono. Uma alegre celebração da infância escrita pelo poeta jamaicano James Berry, ilustrada pela artista brasileira Anna Cunha e traduzida por Marcos Marcionilo. O vestido de Afiya (Olho de Vidro, 28 pp, R$ 64,90 – Trad.: Marcos Marcionilo) foi publicado originalmente na Inglaterra pela Lantana Publishing. Em 2020, foi eleito um dos melhores livros infantis do ano pelo jornal The New York Times e é descrito como uma combinação de história poética com arte expressiva.

Escrita por Bruno Henrique Coelho, O último pássaro daqui (Saíra, 72 pp, R$ 51) fala sobre um homem que, em determinada circunstância, é levado a relembrar sua grande aventura de infância – o mistério do sumiço dos pássaros da cidade – cujo ponto de partida foi um hino cantado de maneira errada na escola. A história começa depois que o homem lê uma carta muito antiga guardada por sua mãe e relembra uma grande aventura de infância. No passado, ele e o melhor amigo precisam superar seus medos enquanto decifram o mistério do sumiço dos pássaros da cidade. Indicado para o público juvenil, o livro conduz o leitor por uma jornada de reflexões sobre amizade, coragem e finitude da vida.