O promotor Felipe Barbosa de Freitas Ribeiro, da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania do Rio de Janeiro, resolveu enviar ao prefeito Marcelo Crivella uma recomendação para que ele se abstenha de restringir a livre circulação de livros, periódicos e revistas de temática LGBT. No segundo sábado da Bienal Internacional do Livro do Rio, o prefeito entrou com pedido para recolher do evento a graphic novel Vingadores – A cruzada das crianças, considerada por ele imprópria para crianças já que ali tem um desenho de dois personagens do sexo masculino se beijando. No texto, o promotor recomenda ao prefeito que ele se abstenha de adotar medidas administrativas que restrinjam a livre circulação de revistas, livros e periódicos de conteúdo LGBT, por meio da imposição da lacração de suas embalagens e da inserção de advertência quanto à natureza do material. O documento ressalta ainda que, não há registro na jurisprudência brasileira qualquer associação entre comportamento e práticas pornográficas. O que há, ressalta o promotor, é um entendimento por parte do Supremo Tribunal Federal de “conferir o mesmo estatuto jurídico a pessoas de diferentes orientações sexuais”. Em outro trecho, o documento observa que, do ponto de vista dos direitos humanos, a expressão da sexualidade de cada indivíduo, parte integrante do direito à liberdade sexual, por ser reflexo de sua autonomia e dignidade, não deve servir como parâmetro para distinguir juridicamente pessoas igualmente livres.

Bruno Zolotar ficou por mais de 11 anos no Grupo Editorial Record, já descontando um curto período em que integrou o time da editora Saraiva. Na semana passada, ele deixou a empresa da família Machado. Por comunicado, a Record informa que a saída de Zolotar faz parte de uma reformulação de sua estratégia de comunicação e marketing e que o movimento abre "oportunidade para um novo ciclo, alinhando a estratégia de marketing com os novos desafios do mercado editorial e livreiro, no momento em que o Grupo Editorial Record, que é líder na quantidade de títulos lançados anualmente no país, celebra os 30 anos de inauguração de seu parque gráfico no Rio de Janeiro". No início de outubro, Zolotar assume a direção comercial e de marketing da Rocco. Mudanças também na HarperCollins. Fabio Uehara deixou o cargo de Coordenador de Novos Negócios da empresa no Brasil. Ele atuou por quase 15 anos na Companhia das Letras, começou como vendedor, atuou como produtor gráfico e diretor de arte e mais tarde criou o departamento digital da editora. É também o responsável pela criação da Rádio Companhia, podcast da casa e é o âncora do Podcast do PublishNews. Já Rackel Accetti, que foi finalista do Profissional de Marketing e Vendas do Ano do Prêmio PublishNews este ano, se juntou à Luz da Serra, editora gaúcha especializada em livros de desenvolvimento pessoal. “A Editora vai ampliar seus negócios e em breve vamos lançar o selo Mentes de Alta Performance (MAP) com publicações voltadas à área de negócios. E a chegada da Rackel se faz muito importante para fortalecer nossas ações comerciais e ampliar a distribuição dos livros”, contou Paulo Henrique, diretor comercial da editora. Rackel atuou por cinco anos como responsável pela área comercial do Grupo Pensamento.

Em 2016, quando o projeto de lei que, naquela época, queria instituir uma Política Nacional de Leitura e Escrita ainda tramitava no Congresso Nacional, o PublishNews, de forma tímida, colocando entre aspas, usou o termo “Lei Castilho”, uma referência clara a José Castilho Marques Neto, ex-secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) que tanto batalhou para que a política se tornasse lei. Ele se diz, ainda hoje, meio constrangido com o termo, quando lê ou ouve falar, mas o fato é que o nome pegou. Castilho, que mais do que o “homem da Lei” foi livreiro e se fez editor na Kairós e posteriormente na Unesp, está nas lentes da PublishNewsTV dessa semana. Na conversa que teve com André Argolo, ele fala de sua trajetória, desde a formação em Filosofia na USP até a sua atuação atual como militante do Livro, Leitura e Bibliotecas. Clique no Leia Mais para assistir ao programa.

Marcado para acontecer de 4 a 6 de outubro, o primeiro Festival da Mário de Andrade divulgou sua programação. Também chamado de Virada do Livro, o evento terá cerca de 150 atrações com oficinas, bate-papos, apresentações musicais, performances, duelo de cordel, saraus e feira de livro realizados em onze pontos da cidade. O projeto, que se propõe a contribuir para a formação de leitores no país, celebra a arte literária, o conhecimento em humanidades e a pesquisa científica. Batizado Corredor do Livro, o trajeto entre a Biblioteca Mário de Andrade e a Praça das Artes, passando pela Rua Coronel Xavier de Toledo e pelo Theatro Municipal, é o eixo central do evento que passa ainda por outros centros culturais e compreende uma área de cerca de um quilometro e meio. Na programação, destaque para atriz Fernanda Montenegro. Prestes a completar 90 anos, ela estará no Theatro Municipal no dia 6, para lançar o seu livro de memórias Prólogo, ato, epílogo e participar de uma conversa sobre sua trajetória com a jornalista Marta Góes. Já o autor moçambicano Mia Couto, no dia 4, em conversa com a Bianca Ramoneda, falará sobre as relações do homem com seus pares e o planeta, analisadas sob uma perspectiva africana e literária, e no dia 6, junto com Milton Hatoum, participa de um bate-papo no Tendal da Lapa. Clique no Leia Mais para conferir outros detalhes da programação.

A Disal, distribuidora de livros e materiais didáticos, anunciou a abertura de um programa especial para a antecipação do pagamento das compras para seus fornecedores. O processo é todo feito pela internet e os únicos requisitos para aderência são os entendimentos comerciais entre as partes e um cadastro simplificado junto à instituição financeira parceira. Após a conclusão do cadastro os valores serão creditados, automaticamente na conta corrente do fornecedor mediante um desconto financeiro de 1,5% ao mês. O valor mínimo para a operação será de R$ 1 mil e no momento, não há limite máximo. A empresa colocou a ideia em prática pensando contribuir com a dinâmica do mercado. Para participar, a empresa interessada deve mandar e-mail para antecipacao@disal.com.br.

Um relatório apresentado na The Bookseller´s Children´s Conference por Jonathan Watson, da The Insight People, revelou alguns hábitos de leitura de crianças no Reino Unido. Elas passam, em média, 30 horas e 28 minutos lendo por mês. O documento mostra ainda um aumento significativo no número de crianças britânicas que têm um assistente virtual em casa e que houve um aumento de 138% na popularidade dos audiolivros entre elas. Segundo o relatório, 34% das crianças ouvidas ouvem audiolivros por pelo menos 15 minutos por semana. As meninas de sete a 12 anos são as que mais ouvem. Watson apontou que, em 2020, poderá surgir a tendência de audiolivros interativos, suportados por sistemas como Alexa, Siri ou o assistente virtual do Google. O relatório, que traz outros diversos hábitos de lazer das crianças britânicas, pode ser baixado gratuitamente clicando aqui.

O FutureBook Awards, prêmio que celebra os melhores e mais inovadores projetos, empresas e pessoas da indústria editorial, abriu as inscrições para sua edição de 2019. Este ano, o prêmio realizado pelo The BookSeller terá quatro categorias: Livro do ano, que premia livros inovadores, independente da mídia ou do formato; Campanha do ano, que premia campanhas inovadoras; Podcast do ano, que dará o prêmio ao melhor podcast literário; e Startup do ano, que tem como objetivo destacar os negócios mais promissores relacionados ao livros jovens. As inscrições seguem até o dia 8 de outubro e para se inscrever é só clicar aqui. Os finalistas serão anunciados no dia 17 de outubro durante a Feira do Livro de Frankfurt, no Palco Internacional, Hall 5.1, às 13h. Já os vencedores serão conhecidos na conferência FutureBook, no dia 25 de novembro, em Londres.

O que faz uma história publicada há 50 anos seguir entusiasmando os leitores até hoje? Esta edição especial de O gênio do crime (Global, 216 pp, R$ 49,90) é uma tentativa de resposta. Para o autor, João Carlos Marinho, morto em março passado, era porque o livro tinha vida. A obra, que em 2019 completa 50 anos de seu lançamento, deu origem a outros 12 livros protagonizados pela turma do gordo, formada por Edmundo, Pituca, Bolachão e Berenice. Na história, Seu Tomé é um homem bom, proprietário de uma fábrica de figurinhas de futebol. Existem as fáceis e as difíceis, fabricadas em menor quantidade. Quem enche o álbum ganha prêmios realmente bons. Mas surge uma fábrica clandestina que fabrica as figurinhas difíceis e as vende livremente. O número de álbuns cheios aumenta e seu Tomé não tem mais capacidade de dar todos os prêmios. Há uma revolta, as crianças querem quebrar a fábrica. Edmundo, Pituca e Bolachão, e mais adiante, Berenice, entram em cena para descobrir a fábrica clandestina. Além da reprodução do texto original, a edição conta com prefácio de Marisa Lajolo, análises de Guilherme Vasconcelos e Haroldo Ceravolo Sereza. Completam o material a autobiografia divulgada pelo autor em seu site pessoal, imagens que mostram o processo de criação de Mauricio Negro, responsável pelo projeto de capa, e um álbum de figurinhas idealizado pela leitora Nathalia Piovesani. O lançamento do livro com exibição do vídeo Memória Viva: Vida e Obra de João Carlos Marinho, acontece neste domingo (29), das 15h às 18h, na Livraria Martins Fontes (Av. Paulista, 509 – São Paulo / SP).

O tenente D’Hubert recebe do seu superior a incumbência de dar voz de prisão ao tenente Feraud, que havia ferido um civil de uma família influente naquela manhã de 1801. Sentindo-se ofendido, Feraud desafia D’Hubert para um duelo. E o duelo daquele dia em 1801 é o primeiro de uma série duelos entre os dois oficiais, que ocorrem nos dezesseis anos seguintes, tendo como fundo as Guerras Napoleônicas, nas quais, por vezes, combatem lado a lado. Sem que ninguém saiba a razão da questão de honra, o duelo prolongado assume uma aura mítica no Exército francês. Em O duelo (Grua, 144 pp, R$ 23,90 – Trad.: Eduardo Marks de Marques), pequena obra-prima, inspirada em uma notícia de jornal, Joseph Conrad constrói uma narrativa que vasculha os sentimentos mais genuínos de dois soldados – que podem levar à desesperança e à esperança –, e encontra um poderoso senso de humanidade. A obra faz parte da coleção A arte da novela e está sendo lançada com mais dois livros de mesmo nome escritos pelo italiano Giacomo Casanova e pelo alemão Heinrich Von Kleist.