O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão responsável – dentre outras coisas – pela compra de livros dentro do governo federal, anunciou, no fim da semana passada, que terá novo presidente. O escolhido foi o advogado Rodrigo Sergio Dias, cujo nome deverá constar no Diário Oficial da União nos próximos dias. Ele assume o lugar de Carlos Aberto Decotelli, até então presidente do órgão. Decotelli assumirá a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), responsável por planejar, coordenar e orientar a formulação e a implementação de programas e políticas educacionais. Ele ocupará a vaga deixada por Bernardo Goytacazes. Aos 35 anos, Rodrigo Sergio Dias acumula experiências de presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) durante o governo Michel Temer; de diretor administrativo-financeiro e presidente do conselho de administração do Metrô-SP. Do período que esteve à frente da Funasa, restou uma investigação no Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeita de superfaturamento de produtos e fraude em licitação. Ele ainda foi réu em uma ação penal por lesão corporal e chegou a ser preso em flagrante em 2014 por agredir a sua ex-mulher. No último dia 24 de maio, a juíza Luciana Cassiano Zamparelli Cocchio declarou o futuro presidente do FNDE como parcialmente culpado e o condenou a três meses de prisão no regime aberto. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta nota.

No fim da semana passada, a cidade de São Paulo ganhou a sua primeira loja de rua da Livraria da Travessa. Rui Campos, o homem por trás de uma das mais exitosas redes de livrarias do País, deu um tempo no trabalho de montagem da nova unidade e deu um pulo no estúdio do Podcast do PublishNews para contar um pouco sobre esse projeto. Nas palavras de Rui, a nova livraria é "uma pequena loja com uma grande curadoria". Ocupando apenas 200 m², a caçula reúne um acervo de cerca de 18 mil exemplares. Os números são modestos em relação às outras unidades da rede e a aposta, como Rui revela, está na curadoria. No papo com a nossa redação, Rui comentou ainda sobre a crise que se abateu sobre o mercado livreiro; sobre a situação política do país e, claro, sobre a sua loja em Lisboa. O programa teve ainda a participação de Taty Leite, a quarta ganhadora do Prêmio Jovens Talentos a participar conosco no Podcast. Ela falou sobre seus planos caso ganhe o Prêmio Especial, que levará um dos cinco para Frankfurt em outubro. Clique no Leia Mais para ouvir o programa.

O bairro de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, vai respirar literatura no próximo domingo. É que, além da inauguração oficial da Livraria da Travessa, a região ganhará outra livraria. Estamos falando da Mandarina cuja abertura oficial também será neste domingo. Fruto da amizade entre a jornalista Roberta Paixão e a publicitária Daniela Amendola, a Livraria Mandarina (Rua Ferreira de Araújo, 373) nasce com o propósito de ser um terreno fértil de ideias e, ao mesmo tempo, um espaço acolhedor. O foco será na temática das humanidades com livros de autores brasileiros e estrangeiros, escolhidos a dedo, nas áreas de literatura, ciências políticas, sociologia, psicologia, história e outras. Além disso, o espaço de 100 m² terá também uma sala dedicada ao público infantojuvenil. A inauguração começa às 11h e segue até às 18h no domingo. Às 16h, o autor Milton Hatoum participará de um bate-papo sobre a importância das livrarias para o país. A Mandarina planeja oferecer mais para frente, cursos, eventos, palestras, clubes de leitura, grupos de estudos, além de café de pequenos produtores brasileiros e vinhos selecionados. O primeiro curso será com o escritor e professor português Gonçalo M. Tavares no dia 31 de agosto, às 10h. Para garantir uma vaga é só mandar um e-mail para livrariamandarina@gmail.com.

O Prêmio Oceanos 2019 anunciou os seus 54 semifinalistas. Na lista há 34 escritores brasileiros, 18 portugueses e dois angolanos, sendo 26 romances, 17 livros de poesia, sete de contos, três de crônicas e um de dramaturgia. Do Brasil, foram selecionados, entre outros, A cidade dorme, de Luiz Ruffato; A tirania do amor, de Cristovão Tezza; Carne crua, de Rubem Fonseca; Cloro, de Alexandre Vidal Porto; De espaços abandonados, de Luisa Geisler; Eufrates, de André de Leones; Enterre seus mortos, de Ana Paula Maia; e Entre as mãos, romance de estreia de Juliana Leite vencedor, no ano passado, dos prêmios Sesc de Literatura e APCA. Já o Painel das Letras deu destaque para os audiolivros, lembrando que a sueca Storytel, segunda maior plataforma de audiolivros do mundo, começou a fechar com autores a compra de ficção exclusiva para áudio - numa inversão do caminho normal nesse segmento do mercado, que é usar o conteúdo do que já está nas livrarias. A coluna apurou também que executivos da Audible, plataforma de audiolivros da Amazon, vêm se reunido com agentes e editores para negociar os direitos de obras impressas e conteúdo exclusivo. O portal Tab, do UOL, publicou uma matéria sobre como as mulheres estão transformando o mercado editorial com publicações independentes. O Globo contou a história de Fábio Oliveira de Araújo, um ambulante de 13 anos que encantou as pessoas pelo seu gosto pela leitura. Fábio vende panos e balas para ajudar a família a sobreviver, mas está sempre com um livro na mão e seu acervo é basicamente garantido por doações dos moradores e das pessoas que trabalham no Leblon. Clique no Leia Mais para ter acesso à íntegra desta nota.

A Editora do Brasil, que publica livros para alunos e educadores com o objetivo de aprimorar a experiência com o material didático, está à procura de um assistente editorial. É necessário ter experiência anterior como assistente de materiais didáticos e ensino superior completo ou estar cursando em Letras ou áreas correlatas. O contratado será responsável por prestar assistência ao superior imediato na edição de conteúdos impressos e digitais; auxiliar na pesquisa e análise do mercado em relação aos concorrentes e conteúdos pedagógicos, preparar os textos paginando e aplicando estilos, possibilizando o envio do material para diagramação; e acompanhar as provas de livros e de objetos digitais. Os benefícios incluem vale transporte, alimentação e refeição, plano de saúde, seguro de vida e participação nos lucros e resultados. Os interessados devem enviar o currículo para o e-mail selecao.rh@editoradobrasil.com.br.

Até a próxima quarta-feira (14), o Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP – Av. Europa, 158 - São Paulo / SP) seleciona quadrinistas e expositores para participarem gratuitamente da Feira DES.GRÁFICA. Com enfoque nas publicações e experiências visuais que primam pela ousadia e experimentação na área dos quadrinhos, a Feira acontece nos dias 19 e 20 de outubro e conta com curadoria geral de Rafael Coutinho. A convocatória selecionará cinco trabalhos inéditos de artistas independentes, que serão impressos e encadernados no MIS e lançados durante Feira. A seleção ficará por conta de um corpo de jurados formado por Daniel Bueno, Clarice Reichstul, Fernanda D’umbra, Virgílio Neto e por pessoas da Equipe MIS. Além disso, autores, editores ou coletivos voltados para quadrinhos experimentais interessados em expor ou vender suas publicações durante a Feira DES.GRÁFICA 2019 também podem se inscrever até o próximo dia 14. Os formulários para as duas convocatórias podem ser acessados diretamente no site do MIS. O resultado será divulgado no dia 2 de setembro, também no site do MIS.

A Melhoramentos prepara o relançamento de parte da obra de José Mauro de Vasconcelos. Seu maior sucesso – O meu pé de laranja lima, publicado em 23 países, com mais de 2 milhões de cópias vendidas – pode ofuscar outras obras como Rosinha, Minha canoa, Coração de vidro, O veleiro de cristal e O palácio japonês. Agora, esses títulos ganharão novas edições que sairão com notas e suplementos assinados por Luiz Antônio Aguiar, vencedor de dois Prêmio Jabutis. Para celebrar essa nova fase da obra de Vasconcelos, Luiz Antonio estará ao lado da editora Leila Bortolazzi e do jornalista Bruno Molinero em um bate-papo sobre a obra do autor que se tornou um clássico da literatura infantojuvenil brasileira. O encontro acontece no próximo sábado (17), a partir das 10h, no auditório da Casa Melhoramentos (Rua Tito, 479 – 3º andar - Vila Romana - São Paulo / SP). A entrada é franca e as senhas serão distribuídas uma hora antes do início do evento.

“Chega de doutrinação marxista, basta de Paulo Freire!” Era comum encontrar frases assim nas manifestações contra o governo Dilma Rousseff, em 2015. Com a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, as críticas a Freire ganharam reforço contundente. O educador (Todavia, 256 pp, R$ 59,90), perfil biográfico de Paulo Freire, traz sobriedade a esse debate contaminado pela polarização ideológica; recupera a experiência exitosa de alfabetização em Angicos, no Rio Grande do Norte, às vésperas do golpe de 1964; e conta em detalhe a perseguição que Freire sofreu dos militares. Depois vieram a prisão, o exílio, a fama internacional, as vivências na África, a volta ao Brasil após a anistia, a retomada da carreira acadêmica e a experiência como secretário de Educação em São Paulo. O livro ilumina aspectos pouco conhecidos da vida de Freire. Ele nunca foi comunista. Ainda é mais lido nas universidades do exterior do que nas brasileiras. Nunca pregou uma educação partidária nas escolas. No livro, Sérgio Haddad, um dos mais importantes estudiosos da obra de Paulo Freire no Brasil, refaz o percurso do educador sem aderir à disputa ideológica, revelando as muitas facetas de um intelectual complexo e decisivo para a cultura brasileira.

Único homossexual assumido no Congresso por quase dez anos, Jean Wyllys se destacou por ampliar e promover importantes pautas ligadas aos direitos humanos. Por outro lado, sua postura anticonservadora suscitou ameaças e ataques que tornaram insustentável sua permanência no país. Em O que será (Objetiva, 224 pp, R$ 49,90), Jean divide com o leitor um relato comovente e sincero sobre sua trajetória e suas escolhas. Eleito deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro três vezes consecutivas, Jean Wyllys levou o debate sobre os direitos das minorias e dos homossexuais para uma das principais arenas da política: a Câmara Federal. Na mesma proporção em que cresciam sua popularidade e a visibilidade de seus projetos, campanhas de difamação e ameaças à sua vida e à de seus familiares aumentaram até sua vida se tornar um pesadelo. Na obra, Jean Wyllys revê a trajetória do Brasil através de sua própria história e narra o longo caminho percorrido de Alagoinhas até Berlim, cidade que escolheu para morar após desistir do mandato e deixar o país.