“Uma ousadia nesse tempo de crise”, é assim que Elisa Ventura, da Blooks, define os novos projetos que ela colocará em prática nos próximos meses. Para começar, no próximo dia 23, a livraria inaugura o site IndieBlooks, marketplace que atenderá as editoras independentes. Em conversa com o PublishNews, Elisa contou que a ideia do site surgiu há dois meses, e a partir daí, ela e sua equipe trabalharam pesado para fazer a ideia sair do papel. “Foi uma loucura minha, estava agoniada com essa coisa da venda on-line e acordei e percebi que não fazia sentido eu vender livros que não tem a ver com a Blooks. Entendi que tínhamos que fazer o que tem a ver com o nosso DNA”, conta. A ideia é criar uma grande rede de venda, conteúdo e troca, e fazer com que o site seja um espaço para todas essas editoras estarem. Além de livros, o e-commerce também irá vender dvds de filmes independentes e criar conteúdo. “Dentro do site teremos um espaço onde as próprias editoras poderão escrever e colocar o seu conteúdo”, explica Elisa. Clique no Leia Mais para saber outros detalhes sobre o novo e-commerce e sobre a nova loja da Blooks.

Começa na quarta-feira (25) da próxima semana a Feira Internacional do Livro de Abu Dhabi e para lá seguem duas editoras brasileiras representando a Liga Brasileira de Editores (Libre). No estande que a associação terá na área de exposição da feira, Mariana Warth (Pallas) e Raquel Menezes (Oficina Raquel) vão mostrar não só o catálogo de suas editoras, mas das 100 casas reunidas na entidade. Elas atenderam a um convite oficial da feira e seguem para lá graças ao apoio da Nuvem de Livros, plataforma de biblioteca digital que historicamente apoia a agremiação. “Para a Libre, a Feira de Abu Dhabi é uma porta não somente para novos mercados, mas também para novas parcerias, novos horizontes. Esse convite, com caráter institucional, abre caminhos para um intercâmbio mais estreito entre nossos países”, declarou Warth, a única brasileira a participar da programação oficial do evento. Ela participa no dia 26 de um encontro em que terá a chance de falar um pouco sobre as experiências de editores independentes no Brasil, de como eles precisam encontrar maneiras de alcançar seus leitores.

A Relicário Edições lança no final do mês, os livros Árvore de Diana e Os trabalhos e as noites, da poeta argentina Alejandra Pizarnik (1936-1972). É a primeira vez que a obra poética de Pizarnik chega ao Brasil. Os volumes contarão com apresentações das poetas brasileiras Ana Martins Marques e Marília Garcia, além do posfácio do tradutor Davis Diniz. A obra poética de Pizarnik é considerada por muitos estudiosos da literatura como uma das mais originais da poesia argentina do século XX. Dentre seus temas eleitos e recorrentes estão a precariedade da linguagem, os limites da palavra, a ausência, a infância, a saudade, o silêncio, a solidão, a dor e a morte. Pizarnik apresenta uma tonalidade poética densa, repleta de paradoxos e enigmas, em poemas quase sempre curtos e com uma linguagem límpida, praticamente minimalista. A editora venderá exclusivamente pelo site os dois livros em uma caixa especial, cujo design trará impresso um desenho de Alejandra Pizarnik. Nas livrarias os dois livros serão vendidos separadamente.

Terceiro episódio do Podcast do PublishNews já está no ar e traz entrevistas feitas diretamente da Feira do Livro de Londres com Gustavo Lembert (TAG) e com Nick Barreto, brasileiro, mas sócio de uma editora britânica. Além disso, o podcast traz comentários da nossa redação sobre os assuntos mais relevantes da semana, como os editais para compra de livros literários no âmbito do PNLD; Lista Nielsen PublishNews e as mudanças na diretoria da Saraiva. Para acessar o podcast, clique no Leia Mais.

A autora Isabela Figueiredo, nascida em Moçambique e radicada em Portugal, é a quinta presença confirmada na Flip 2018 (25 a 29/07). Isabela Figueiredo tem lançado no Brasil A gorda (Todavia), que acaba de chegar às livrarias. O livro narra a história de Maria Luísa, cujo peso bastante fora do padrão traz para ela uma série de dificuldades sociais e de relacionamento. A sua relação com o próprio corpo é o mote para uma narrativa corajosa, que vem caracterizando a obra da autora. A mesma editora prepara para julho Caderno de memórias coloniais, livro de estreia de Isabela lançado originalmente em 2009. "A intimidade, o corpo, o racismo, a experiência colonial e a dos retornados, a escrita de si, a memória: uma estreante já madura, Isabela Figueiredo tem uma obra ainda de poucos títulos e, no entanto, muito potente e desconcertante", justificou a escolha Joselia Aguiar, curadora da Flip 2018. "Para leitores e leitoras daqui, seus livros abordam muitas das questões que mais importam serem debatidas hoje", completou. Além disso, a Flip anunciou que está colocando nas ruas o Flip-se, programa de assinatura que trará uma série de benefícios exclusivos como descontos em restaurantes, pousadas, assinaturas de jornais e revistas, etc. A assinatura vale pelo período de 12 meses e custa R$ 240. Para mais informações, clique aqui.

Neste final de semana, a Folha publicou um manifesto do escritor Jorge Carrión com sete razões para ser contra a Amazon. O autor critica a varejista por expropriação simbólica da leitura. A Painel das Letras deu destaque para o perfil biográfico e as novas edições do escritor mineiro Wander Piroli, que foram compradas pela Sesi-SP e serão lançadas ainda este ano. A Intrínseca também comprou os direitos de The death of true, da crítica literária do jornal The New York Times, Michiko Kakutani. O livro traça um retrato mundial das fake news e da pós-verdade. N’O Globo, Ancelmo Gois contou que por conta da crise, a Academia Brasileira de Letras (ABL) suspendeu os eventos de terça e manteve o chá das quintas, e que caiu pela metade o pagamento dos imortais. E Lauro Jardim, na sua coluna, conta que Cristiane Corrêa acaba de assinar com a Companhia das Letras para lançar uma espécie de segundo volume de Sonho grande (Sextante), que conta a trajetória empresarial de Jorge Paulo Lemann, Beto Sucupira e Marcel Telles. Já o Estadão entrevistou Mia Couto, que disse poder se dedicar a uma história mais autobiográfica agora que terminou seu projeto mais trabalhos, a série As areias do Imperador.

Nessa terça (17), o Sesc 24 de Maio (Rua 24 de Maio, 109 – São Paulo / SP) recebe os escritores Xico Sá (foto ao lado) e Juca Kfouri para participarem do projeto Sempre um Papo. Com mediação de Afonso Borges, a dupla falará sobre a Copa do Mundo e lançará livros. Xico lança Sertão Japão, em que o escritor faz uma brincadeira poética entre o povo nordestino e o japonês, e A Pátria em sandálias da humildade (Realejo) e Kfouri aproveita o evento para apresentar o seu lançamento Confesso que Perdi – Memórias (Companhia das Letras). O encontro acontece às 19h e é necessário a retirada de ingressos com 1h de antecedência.

A Editora Escuta abriu uma vaga para estoquista. O contratado será responsável pela abertura e fechamento da livraria Pulsional, co-irmã da editora, no sistema; verificação dos pedidos do site e e-mail; emissão de cupom fiscal das compras; atendimento e vendas na livraria; recebimento e conferência de livros; preparação de material para eventos; organização dos livros no site Pulsional e cadastro de novos clientes. A empresa pede somente que os candidatos tenham familiaridade com as atividades descritas. Os interessados devem enviar currículo para o e-mail leticia.cezar@gmail.com.

O Sesc inaugura, no próximo dia 29, sua nova unidade na Avenida Paulista. Localizado no número 119, a nova unidade ocupará 17 andares e dois subsolos, com uma área construída de 12 mil m². Com expectativa de receber cerca de 18 mil pessoas por semana, o Sesc Avenida Paulista terá como principal vocação as atividades de corpo, arte e tecnologia. Terá salas de espetáculos e oficinas culturais, espaço de exposição e para práticas físico-esportivas, clínica odontológica, espaço de brincar, biblioteca, comedoria e outros equipamentos presentes nas unidades do Sesc, exceto ginásio e piscina. A unidade contará ainda com um café em sua cobertura, além de um mirante, com vista panorâmica para a cidade.

Em Olive Kitteridge (Companhia das Letras, 336 pp, R$ 54,90 – Trad.: Sara Grünhagen), Elisabeth Strout entrelaça 13 histórias que se passam na litorânea Crosby, no estado do Maine (EUA). Nessa pacata cidadezinha da Costa Leste americana, Olive Kitteridge, professora de matemática aposentada, lamenta as mudanças que ocorrem no mundo e em sua cidade, e muitas vezes não sabe como lidar com as próprias angústias e as das pessoas à sua volta. Com o passar dos anos, enquanto os habitantes enfrentam seus problemas, Olive vai aos poucos aprofundando o conhecimento de si mesma e buscando o sentido da vida, às vezes de forma dolorosa, mas sempre com teimosa persistência e desassombrada honestidade.

Nessa nova edição de Vida e obras de Ricardo Reis (Global Editora, 312 pp, R$ 59), além do título previsto por Fernando Pessoa e nunca usado, Teresa Rita Lopes, uma das maiores especialistas do autor português, tenta libertar os poemas de Reis de leituras adulteradas. Além disso, 13 poemas inéditos aumentam o corpo inteiro da poesia ricardiana. Ricardo Reis é um dos famosos heterônimos de Pessoa, que encarregou-o, apesar de o fazer médico de sua profissão, de ser professor de latim “num importante colégio americano”. Reis, pagão do seu crepúsculo, bebe e desfia os seus versos para esquecê-lo, e põe em poesia, feita música, a mágoa de sermos breves e tudo ignorarmos. “Este Ricardo Reis vai até às suas mais longínquas origens: o gigante mitológico Livor, do poema dramático homónimo, escrito em 1911, de que Ricardo Reis fará ecoar algumas falas. Assistimos, neste livro, à evolução de Ricardo Reis, que sobrevive a Pessoa. E podemos constatar que, nos últimos tempos, finge o que este deveras sente”, explica Teresa Rita Lopes.

Amar se aprende amando (Companhia das Letras, 176 pp, R$ 49,90) permite, como nenhum outro livro de Carlos Drummond de Andrade, um percurso pelas diferentes formas que o sentimento amoroso assume em sua poética. Do amor sublime àquele que se atinge pelo convívio ideal, da fusão dos amantes em unidade perfeita à celebração da amizade, o que o leitor encontra nos 68 poemas que compõem este volume é o fruto do esforço do poeta em conciliar sentimento e experiência. Se o amor pode ser aprendido pela prática, como afirma o título do livro, a concretude do cotidiano permeia o sentimento romântico, dando a conhecer a dimensão política deste. Ao anseio do amor ideal somam-se as referências do contexto histórico do país, que vivia sob um regime militar.