Em um ano em que não apareceu (de novo) nenhum grande título no qual se poderia ancorar uma tendência, a Feira do Livro de Frankfurt, que encerrou a sua programação no último domingo (15), foi marcada pelas fortes discussões sobre o renascimento do audiolivro. O tema atravessou diversas mesas e discussões e talvez seja a grande aposta de editores e livreiros digitais no próximo período. Na Alemanha, por exemplo, foram vendidos 14 milhões de unidades no último ano. Para um país de 82 milhões de habitantes, 14 milhões de unidades vendidas não é de se desconsiderar. Carolyn Reidyn, CEO da Simon & Schuster, chamou o momento de "booming do áudio" e Guillaume Dervieux, CEO da Albin Michel, disse que “é um fenômeno na França”. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta nota.

Em novembro, deve chegar às livrarias maltesas o livro Escola de príncipes encantados, do gaúcho Eliandro Rocha, com ilustrações de Thiago Lopes. Os direitos do livro foram negociados pela Callis e vendidos para a Merlin. Em uma reunião em Frankfurt, Miriam Gabai, diretora da Callis, foi informada que ninguém menos do que Marie Louise Coleiro Preca, a presidente do país-arquipélago, estará no lançamento do livro e faz questão de apresentá-lo. Escola de príncipes encantados conta a história de Valentino, um principezinho que não quer ser encantado e que conhece uma princesa que não quer ser rainha. Como pano de fundo, o livro traz conceitos de convivência, tolerância, solidariedade e respeito, e isso, na avaliação da presidente, é um assunto muito importante para o povo maltês.

Com o objetivo de "publicar livros digitais de qualidade, que proporcionem conhecimento e cultura aos leitores", a Editora Astronauta começou sua jornada no mercado editorial. Fundada pelo produtor editorial Tiago Soriano, que já passou pela Novo Século e Ciranda Cultural, a editora pretende incentivar os autores nacionais, para que suas obras tenham mais espaço no mercado. Dentre os livros já lançados estão Terra dos encantados, de Ana Santana, e A cartomante e Conto de escola, de Machado de Assis. A Astronauta também anunciou no começo do mês a nova autora da casa, Vera Carvalho Assumpção, que já lançou diversos livros com as histórias do detetive Alyrio Cobra.

A Amazon anunciou na última semana o lançamento de seu mais avançado Kindle, o Novo Kindle Oasis, equipado com uma tela Paperwhite maior de alta resolução e um design fino, leve e ergonômico, capaz de proporcionar uma leitura mais confortável durante muitas horas. Além disso, o Novo Kindle Oasis é o primeiro Kindle à prova d’água (IPX8), o tempo de vida da bateria é medido em semanas e não em horas e ele ainda comporta 30% mais palavras por página. O texto é nítido com qualidade que se assemelha ao papel e a tela é iluminada de modo uniforme e sem reflexos, mesmo sob luz intensa do sol. O dispositivo tem formato único, com uma tela ultrafina de 3,4 mm, sendo fino, leve e durável. O Novo Kindle Oasis está disponível para pré-venda hoje no site da Amazon por R$1.149, com envio nas próximas semanas.

A Escola do livro (Rua Cristiano Viana, 91 – São Paulo / SP) realiza nos dias 24 e 26 deste mês um curso sobre Como editar e elaborar um catálogo de HQ. Ministrado pelo gerente de conteúdo da JBC, Cassius Medauar, e pelo sócio fundador da Balão Editorial, Guilherme Kroll, o curso pretende capacitar o profissional editorial a trabalhar com a edição de quadrinhos e irá abordar desde como se faz a elaboração de um catálogo até os meandros técnicos da edição de uma História em Quadrinhos com exercícios práticos. Outros tópicos como a edição gráfica para quadrinhos, os quadrinhos digitais e questões como financiamento, editais e prêmios também serão discutidos. As aulas acontecem na terça e quinta, às 19h30 e o investimento é de R$ 250 para associados da CBL, R$ 300 para estudantes e professores e R$ 350 para profissionais do mercado.

Nesta quarta (18), algumas unidades do Sesc do Rio de Janeiro irão receber a série Encontros literários – Sesc Identidades. O projeto leva ao palco importantes nomes da literatura nacional para compartilhar com o público informações sobre suas atuações literárias. O Sesc Engenho de Dentro (Av. Amaro Cavalcanti, 1661), irá receber os escritores Eduardo Spohr e Ana Maria Gonçalves; e João Paulo Cuenca e Carola Saavedra serão as atrações do Sesc Quitandinha (Avenida Joaquim Rolla, 2). Já o Sesc São Gonçalo (Av. Pres. Kennedy, 755) irá receber as poetas Angélica Freitas e Viviane Laprovita, e por fim, o Sesc Três Rios (Rua Nelson Viana, 327) terá a participação dos quadrinistas Diego Sanchez e Sirlanney. Os eventos são gratuitos e acontecem respectivamente às 14h, 15h, 19h e 18h30.

A Casa do Saber (Rua Dr. Mario Ferraz, 414 – São Paulo / SP) e a Editora LeYa realizam amanhã (18), um bate-papo seguido de lançamento e autógrafos do livro A elite do atraso. Com mediação de Mario Vitor Santos, diretor executivo da Casa do Saber, o sociólogo, ex-presidente do Ipea e autor, Jessé de Souza, fará uma análise da conjuntura do país por meio de uma genealogia da sociedade brasileira, resgatando sua formação e a larga influência das instituições sobre a população – não apenas família, escola ou a religião, mas especialmente por meio de um tema frequentemente ocultado: a escravidão. Sem propor visões já famosas sobre o patrimonialismo herdado de portugueses, o livro propõe uma reformulação do pensamento sobre o Brasil, assumindo que a herança de desigualdades nascida nos primeiros momentos da Terra de Vera Cruz não apenas existe ainda, como beneficia poucos. O evento é gratuito e começa às 20h.

Acontece no dia 21 de outubro, no Anfiteatro de História (FFLCH –USP) (Av. Prof. Lineu Prestes, 338, Butantã – São Paulo / SP) a terceira Jornada Leitores e Leituras na Contemporaneidade. O evento que tem como objetivo dar continuidade à discussão acerca do lugar plural do leitor e da leitura nos estudos literários na contemporaneidade, irá tratar, dentre outros assuntos, sobre os diferentes aspectos ligados à formação de leitores, o contexto escolar de leitura, a leitura no ambiente digital e a relação com a literatura canônica e não canônica. Às 9h, acontece a palestra de abertura com a professora Regina Zilberman (FRGS) e logo após, às 10h, acontece uma mesa redonda sobre a leitura no contexto digital. A programação completa você confere aqui.

Para comemorar o Dia dos Professores, celebrado no último dia 15, a Estante Virtual, portal que comercializa livros usados e novos, preparou uma homenagem a todos eles usando a #aomestredocarinho. Desde a última semana foram postados no site e nas redes sociais depoimentos gravados com professores do ensino fundamental à graduação, que são estrelas em salas de aula de todo o Brasil e até na internet. Segundo levantamento do portal, esse é um público significativo entre os compradores, representando 60% dos livros vendidos. Selecionados a partir do post interativo “Qual professor marcou mais sua vida?”, ex-alunos também deram depoimentos contando vivências do dia a dia, desafios enfrentados no ambiente escolar e como alguns professores fizeram a diferença. “A campanha lançada nas redes sociais revelou histórias incríveis, contadas por alunos e ex-alunos, com relatos sobre professores que precisam ser lembrados. A partir daí, buscamos a voz de professores para revelar como é estar nesse papel. Gravamos todos esses depoimentos para que essa vivência fundamental possa ser conhecida pelo público”, destacou Erica Cardoso, gerente de Marketing da Estante Virtual. Você confere os vídeos clicando aqui.

Mary del Priore dá continuidade à saborosa série Histórias da gente brasileira, em que, pela simplicidade da vida cotidiana, busca a resposta para como nos tornamos quem somos hoje. No terceiro volume República: Memórias (1889-1950) (LeYa, 544 pp, R$ 59,90), a historiadora aborda a primeira etapa de nossa República por meio das memórias daqueles que viveram todas as mudanças políticas, econômicas, sociais e comportamentais pelas quais o Brasil passou durante o intenso período compreendido entre os anos de 1889 e 1950. De Deodoro da Fonseca a Eurico Gaspar Dutra, passando pela Era Vargas, o país teve 16 presidentes, mas o que guia a narrativa são as vozes, carregadas dos mais diversos sotaques, de quem viveu o dia a dia das ruas e o transformou em palavra escrita. Entre eles estão memorialistas/escritores que deixaram marcas definitivas na cultura nacional, como José Lins do Rego, Zélia Gattai e Erico Verissimo, cujas descrições nos convidam a percorrer o passado e aproximam a literatura da história – e toda história que esses autores contam é também a nossa.

A coleção Histórias, da Edipro, é dedicada a eternizar as nove musas clássicas importantes para a mitologia e responsáveis pelas artes. Este mês, o terceiro livro Histórias III – Talia (176 pp, R$ 59 - Trad.: Maria Aparecida de Oliveira Silva) chega às livrarias. As narrativas são de autoria do grego Heródoto, até hoje considerado o pai da história. Nesta edição, o autor conta sobre uma expedição militar persa contra o Egito. Respeitando toda a fantasia que envolve as lendas, Heródoto descreve os preparativos da expedição, com o intuito de expandir o Império Persa para evitar a aliança entre helenos e egípcios. Essas ações são justificadas como a realização da vontade de Ciro, pai de Cambises. O relato registra a jornada desde as suas causas, passando pelos episódios mais importantes da conquista do Egito, até a morte de Cambises. No entanto, a narrativa herodotiana não se detém apenas em descrever as conquistas de Cambises. O rico discurso de Heródoto apresenta também um conteúdo biográfico que permite ao leitor compreender o caráter desta personagem tão importante para a expansão e o fortalecimento do Império Persa.

Guerra e revolução (Boitempo, 400 pp, R$ 78) quer ser uma vigorosa resposta àqueles que pretendem denegrir a história da luta emancipatória. Neste denso e original balanço das revoltas modernas, o historiador italiano Domenico Losurdo identifica e recrimina uma tendência reacionária que tem crescido entre historiadores contemporâneos: o revisionismo. Articulando com maestria categorias filosóficas e políticas como guerra civil internacional, revolução, totalitarismo e genocídio, o autor demonstra como as reais motivações dos revisionistas pouco têm a ver com o esforço para um melhor entendimento do passado; em vez disso, baseiam-se nas circunstâncias do presente e nas necessidades ideológicas das classes políticas. O revisionismo histórico quer erradicar a tradição revolucionária e reabilitar a tradição colonial. Losurdo contrapõe oferecendo ao leitor uma nova perspectiva do século XX, a partir de um denso balanço das revoltas modernas.

Durante o conturbado ano de 1917, duas eram as demandas que se repetiam na voz do povo russo: paz e terra. Ao incorporá-las, transformando-as em leis, a insurreição de outubro ganhou o apoio dos camponeses e soldados, primordial para permanecer viva. Na sequência, outros decretos, prevendo o controle operário da produção e o direito à independência para as nações não russas, ampliariam ainda mais as bases sociais da revolução que nascia. Esses e outros documentos históricos (manifestos artísticos, manchetes de jornal, resoluções partidárias, discursos, avaliações, canções e poemas populares) encontram-se reunidos em Manifestos vermelhos (Pengin / Companhia das Letras, 308 pp, R$ 44,90) sob a organização de Daniel Aarão Reis. Traduzidos dos idiomas originais, esses documentos apresentam uma perspectiva variada para a compreensão crítica de uma aventura que mudou a Rússia, a Europa e o mundo.

Por que o Brasil é um país atrasado? (Novo Conceito, 256 pp, R$ 44,90), livro de estreia do ativista político, empresário e descendente da família real Luiz Philippe de Orleans e Bragança, revela a construção de um Estado, na opinião do autor, autocrático e interventor. No decorrer da obra, o autor aborda os motivos – a partir de uma revisão de princípios universais que estiveram sufocados pelas narrativas que servem aos governos e à burocracia de Estado – pelos quais a nação se encontra mais uma vez em uma situação de decadência política, institucional e econômica. Acessível a todo e qualquer leitor, mesmo aqueles sem conhecimento prévio de teorias políticas e econômicas, Por que o Brasil é um país atrasado? quer informar aos diversos segmentos da sociedade quais são as bandeiras legítimas na construção e defesa de um Estado de Direito moderno e de sucesso.