O Ministério da Cultura (MinC) anunciou nesta quarta-feira (09) que Cristian Brayner, titular do Departamento do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (DLLLB) desde dezembro de 2016, pediu exoneração do cargo. O MinC aproveitou o mesmo comunicado para informar que o DLLLB deixa de ser subordinado à Secretaria da Cidadania e da Diversidade (SCDC) e passa a responder à Secretaria da Economia da Cultura (SEC), capitaneada por Mansur Bassit, ex-diretor da Câmara Brasileira do Livro (CBL). Brayner, que é bibliotecário da Câmara dos Deputados, volta para a sua antiga casa, onde promete continuar lutando pelas políticas públicas do livro. O DLLLB é responsável pela formulação, implementação, monitoramento e avaliação da política do MinC no campo do livro e da leitura. Em 2014, passou a incorporar na sua estrutura o Sistema Nacional de Bibliotecas (SNBP); o Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler); e a Biblioteca Demonstrativa Maria da Conceição Moreira Salles - BDB, além das Coordenações-Gerais de Leitura e de Literatura e Economia do Livro.

A Comissão de Cultura (CCult) da Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, o relatório do deputado goiano Thiago Peixoto (PSD) favorável ao projeto que institui a Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE), a Lei Castilho, como estratégia para promover o livro, a leitura, a escrita, a literatura e as bibliotecas de acesso público no Brasil. No relatório, Peixoto ressalta que o Projeto de Lei (PL) é “resultado de um grande debate feito entre o segmento editorial, a sociedade civil organizada e o poder público. Uma verdadeira congregação em prol do desenvolvimento da leitura, literatura e escrita no Brasil” e conclui que “trata-se de uma matéria louvável e de suma importância para o desenvolvimento cultural, social e democrático do país, que merece ser apoiada e concretizada”. De autoria da senadora Fátima Bezerra (PT / RN), o PL foi proposto por José Castilho Marques Neto, em maio de 2016, quando ainda era secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL). No Senado, o PL teve relatoria favorável do senador Paulo Paim (PT / RS) e, depois de aprovado, seguiu para a Câmara dos Deputados, onde ainda terá que passar pelas comissões de Educação e de Constituição e Justiça e Cidadania. O PL tem apreciação conclusiva pelas comissões, o que significa que não passará pelo plenário antes de seguir para a sanção presidencial.

A 27ª Convenção Nacional de Livrarias, que este ano acontece nos dias 29 e 30 de agosto no Sheraton Grand Hotel (Av. Niemeyer, 121, Leblon - Rio de Janeiro / RJ) trará debates e cases que demonstrarão as diversas tendências comerciais, como os marketplaces, que hoje buscam atender eficientemente o cliente final, o leitor. Com o tema O livreiro, de leitor a gestor, a Associação Nacional de Livrarias (ANL) traz para a abertura oficial da sua 27ª Convenção, às 14h50, o cartunista e escritor Mauricio de Sousa, para participar da palestra Quando o trabalho também é paixão!. O evento discutirá ainda, dentre outros assuntos, os dados do varejo do livro no Brasil; as soluções para uma melhor circulação do livro; a formação do Livreiro Leitor; o comércio varejista do livro e a Política Nacional do livro e regulação de preços, uma das principais bandeiras da ANL. Entre os destaques da programação está a mesa Com a palavra, o CEO, em que Carlo Carrenho, fundador do PublishNews, vai entrevistar o editor e livreiro Alexandre Martins Fontes (foto ao lado). Além disso, a Convenção terá também sua tradicional Rodada de Negócios e o lançamento Guia das Livrarias Cariocas – AEL-RJ, organizado pela Associação Estadual de Livrarias do Rio de Janeiro – RJ. A programação completa pode ser acessada clicando aqui e as inscrições podem ser feitas no site da ANL.

A 24ª Feira Internacional do Livro de Pequim (BIBF), marcada para acontecer de 23 a 27 de agosto terá novas áreas dedicadas aos livros de estilo de vida, artes e interesse doméstico, setores que atualmente apresentam um forte crescimento na China. Outras áreas que estão em constante crescimento na indústria chinesa, como livros infantis e não ficção também estarão bem representadas. O recinto da exposição deste ano inclui sete pavilhões e uma área de exposição total de 92.700 m², 14 mil a mais do que no ano anterior. Cerca de 300 mil publicações de mais de 2.500 expositores chineses e internacionais de 89 países e regiões estarão em exibição, e as principais editoras do mundo estarão presentes. A feira também terá demonstrações de culinária com os melhores chefs internacionais e degustação de vinhos para atrair a atenção e o interesse dos visitantes. Já a nova sessão dedicada às artes, Made in Creative, com 14 mil m² que abrigará a indústria criativa, incluindo museus e instituições de arte e organizações culturais. Este ano, a Feira Internacional do Livro de Pequim espera ter um aumento no número de expositores e visitantes, devido ao contínuo crescimento saudável dos mercados chinês e asiático. No ano passado, mais de 5 mil acordos de direitos foram negociados durante a feira. "Todos os anos, a BIBF atrai cada vez mais expositores internacionais, devido à melhor cooperação no exterior e à contínua globalização da indústria editorial chinesa. É cada vez mais uma via de mão dupla à medida que o número de obras traduzidas cresce - com títulos chineses agora vendidos internacionalmente em maior quantidade e conteúdo importado do exterior", comentou Liying Lin, vice-presidente da Feira.

A Saraiva anunciou o lançamento do leitor on-line Lev, plataforma de leitura on-line da rede, que permite acessar todo o acervo da Saraiva por meio do navegador web do computador, sem a necessidade de fazer download de aplicativo. A novidade reforça a estratégia da rede de oferecer para os clientes uma experiência completa no ecossistema digital da Saraiva, com todo o seu conteúdo e plataformas integrados. Para utilizar o leitor on-line Lev, basta acessar o site pelo desktop e entrar com login e senha da conta na Saraiva. Em seguida, o usuário terá acesso a sua Biblioteca Lev Saraiva, com todos os seus livros digitais comprados na rede, além do acesso a todo o acervo da loja. O leitor conta também com recursos de notas e marcadores, que permitem realizar anotações com informações adicionais sobre o livro. O ecossistema digital da Saraiva é integrado, assim, é possível iniciar a leitura no leitor on-line Lev no computador, migrar para o Aplicativo Lev, depois utilizar o Lev, e-reader da Saraiva, e assim por diante.

A Academia Brasileira de Letras (ABL) elegerá nesta quinta-feira (10), a partir das 16h, no Petit Trianon (Av. Presidente Wilson, 203 - Castelo - Rio de Janeiro / RJ), o novo ocupante da Cadeira 27, vaga desde a morte do acadêmico, professor e escritor Eduardo Portella, no dia 3 de maio deste ano. Concorrem à sucessão 10 candidatos, e será eleito aquele que alcançar a maioria absoluta dos votos. São eles, por ordem de inscrição: Antonio Cícero Correia Lima, Alfredo Sirkis, Cláudio Aguiar, José Itamar Abreu Costa, Eloi Angelos G. D’Aracosia, Adenildo de Lima, Delasnieve Daspet, Felisbelo da Silva, Luís Carlos de Morais Junior e Helio Begliomini. Os ocupantes anteriores da cadeira 27 foram: Joaquim Nabuco (fundador) – que escolheu como patrono Maciel Monteiro –, Dantas Barreto, Gregório da Fonseca, Levi Carneiro e Otávio de Faria.

A Livraria da Travessa (Av. Afrânio de Melo Franco, 290 – Rio de Janeiro / RJ), recebe logo mais, às 19h, o lançamento do livro Dois irmãos – Roteiro da série (Cobogó, 368 pp, R$ 62), escrito pela roteirista Maria Camargo, a partir da obra de Milton Hatoum. O livro contém notas e comentários da autora que revelam o processo de adaptação do romance para a televisão e apontam diferenças e semelhanças entre o roteiro e a série finalizada. Na próxima terça (14) é a vez de São Paulo receber o lançamento na Livraria da Vila (Al. Lorena, 1731 – São Paulo / SP). Nesse encontro na capital paulista, Maria e Milton participarão de um bate-papo sobre o livro às 18h30, antes da sessão de autógrafos.

Marcelino Freire (na foto ao lado) conduz a quinta edição do Clube de Leitura do Sesc Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1000 – São Paulo / SP), logo mais, às 20h. Dessa vez, o livro selecionado para pautar o encontro foi Um defeito de cor (Record, 952 pp, R$ 99,90), da mineira Ana Maria Gonçalves. A obra é inspirada em Luísa Mahin, uma ex-escrava africana, radicada no Brasil, que articulou revoltas e levantes de escravos na Província da Bahia, nas primeiras décadas do século XIX. O livro conta a trajetória de uma menina do Reino do Daomé, capturada como escrava aos oito anos até sua volta à terra natal como mulher livre. O encontro é gratuito e acontece na biblioteca da unidade.

A ZL Editora abriu as inscrições para autores que quiserem participar da quarta edição bilíngue, português-francês, da Antologia escritores da língua portuguesa. Cada autor poderá ocupar até três páginas e terá direito a cinco exemplares da antologia. Apesar da obra prestigiar contos e crônicas, os escritores podem enviar outros tipos de textos, como poemas, prosas, entre outros. Segundo Jô Ramos, idealizadora da iniciativa, o projeto busca proporcionar aos autores maior visibilidade da sua produção literária, não só no Brasil como também no exterior. A antologia tem previsão de lançamento para 1º de dezembro, durante o evento comemorativo Troféu da Literatura Brasileira 2017, num jantar que acontecerá no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Os interessados devem se cadastrar pelo e-mail zlcomunicacao8@gmail.com até o dia 31 de agosto.

Com sede em Blumenal (SC), a Editora Vale das Letras completa seus 15 anos no mercado. Com uma linha de produtos diversificada que inclui livros cartonados, pop-ups, capa dura, almofadados, livros interativos, banho, pano, quebra-cabeças, dentre outros itens, a editora mantém seu foco no nicho dos livros infantis com caráter didático, educacional e cultural. Com isso, a Vale das Letras se especializou na criação de livros que possam ser comercializados a preços acessíveis, sem abrir mão de um conteúdo rico e consistente. Seu objetivo é minimizar a elitização do livro infantil para que o máximo de famílias possa ter acesso à leitura. Com mais de 1.600 obras publicadas, a editora prepara para os próximos meses quatro títulos do Ursinho Bobby, um título de Colorir & Atividades e seis livros Pop-up.

Em Todos contra todos (LeYa, 144 pp, R$ 29,90), o historiador Leandro Karnal afirma que o ódio é um dos espelhos mais poderosos para olharmos nosso próprio rosto. Que a maldade é tão próxima do ódio quanto da inveja. Em tempos de coxinhas contra petralhas, xenófobos, misóginos e homofóbicos contra imigrantes, o novo feminismo e os movimentos LGBT, em tempos do politicamente correto contra os seus críticos mais mordazes, Karnal mostra que a história e a realidade revelam um lado sombrio do brasileiro que costumamos não reconhecer: somos violentos no trânsito, nas ruas, nos comentários das redes sociais e fofocas nas esquinas; somos violentos ao torcer por nosso time e ao votar; somos violentos cotidianamente. Em Todos contra todos, ele combina erudição e leveza, profundidade e humor e escancara a polêmica das palavras agressivas, a natureza das reações raivosas dirigidas ao outro e o porquê de escondermos de nós mesmos as pequenas e grandes maldades do dia a dia.

Em 7 de novembro de 1831, foi promulgada a lei que proibia a importação de escravos para o país e punia todos os envolvidos na atividade. O avanço legal se devia, ao menos em parte, à pressão exercida pela Coroa britânica. Como se sabe, o Estado brasileiro acabou se mostrando conivente com o tráfico ilegal de africanos e a escravização de suas vítimas nos anos seguintes. Apesar de ter tido impacto importante no avanço do movimento abolicionista, a imposição sancionada seria, no fim das contas, “para inglês ver”. Em Africanos livres (Companhia das Letras, 608 pp, R$ 74,90), Beatriz G. Mamigonian toma a lei de 1831 como o eixo narrativo, ao qual se imbricam a análise da experiência dos ex-escravos, de sua administração pelo governo imperial e dos efeitos do contrabando. Baseado em pesquisa inédita, o livro avança até a campanha abolicionista na década de 1880, quando os militantes mais radicais forçavam o reconhecimento de todos os africanos ilegalmente escravizados como “africanos livres”.

O centenário da Revolução Russa é uma efeméride que vai muito além do fato propriamente dito. Nela está contido um processo histórico de conquistas civilizatórias, como o acelerado progresso social, as transformações políticas revolucionárias e a evolução científica – aspectos essenciais do ideal socialista ressaltados no livro 100 anos da Revolução Russa - Legados e lições (Anita Garibaldi, 362 pp, R$ 45). Com ele, a Fundação Maurício Grabois apresenta um conjunto de textos de pesquisadores e estudiosos, abrangendo um amplo leque de temas que compõem o legado e as lições da experiência socialista inaugurada com a Revolução de 1917. O livro apresenta um painel multifacetado de aspectos importantes que retrata uma panorâmica com destaques reveladores do legado e das lições da trajetória soviética e de seus desdobramentos, indicando perspectivas para esta nova fase da jornada emancipadora.

Tira-teimas da língua portuguesa (Gryphus, 394 pp, R$ 44,90), do professor J. Milton Gonçalves, aborda centenas de proble­mas da língua portuguesa – rigorosamente em ordem alfabética – e é uma obra de referência muito prática e com uma didática bem descontraída. Na seção Questões vernáculas, o leitor vai encontrar coisas in­suspeitas: vai perceber, por exemplo, que a locução lava jato e o termo lava-jato são modelos sem identidade linguística, apesar de serem formas amplamente difundidas pela nossa imprensa. Mais pasmado vai ficar ao descobrir que lírio do campo não tem hífen, quando a regra (segundo o novo acordo) diz que palavras compostas designativas de espécie botânica grafam-se com hífen. O capítulo Acidentes de redação mostra palavras mal-empregadas ou desnecessárias que tornam a comunicação hilariante, como neste caso: "Antes de morrer, Cristiano Araújo fez um seguro de vida beneficiando seus familiares". Os 150 pecados capitais da língua portuguesa representam um dos itens mais práticos e interessantes do livro. Nele estão os erros mais comuns provocados pela falta de conhecimentos básicos e muitas outras dicas.