Mudanças sempre nos assustam de um modo ou de outro, seja porque as coisas estão funcionando bem e tememos que ficarão ruins (em time que está ganhando não se mexe) ou porque já estão ruins e tememos que piorarão! Todavia, no mundo da editoração digital, as mudanças são diárias e precisamos compreendê-las para não nos tornarmos reféns do medo e sabermos escolher com ponderação. Entre as mudanças que nos esperam em 2017 está a união do IDPF (International Digital Publishing Forum) com o W3C (Word Wide Web Platform). O primeiro, é responsável pelo formato ePub e, portanto, cria, aperfeiçoa e tenta motivar as empresas de publicações digitais para que apliquem as especificações do ePub garantindo assim o funcionamento correto do seu e-book em todas as plataformas de leitura (ou quase!). O segundo ente é responsável pelas especificações de toda a web. Cuida da evolução da linguagem HTML, CSS, SVG, XML… e muitas outras siglas que fazem a web funcionar (permitindo a você ler este texto em um navegador, por exemplo). Esta união vem sendo anunciada e estudada desde o ano passado, quando integrantes do IDPF e interessados foram convidados a dar feedback sobre a união e foi disponibilizada uma FAQ sobre a questão, que finalmente no dia 18 de janeiro passado foi sancionada em um encontro no Digital Book World (Nova York City). Na prática, o IDPF deixa de existir unindo-se definitivamente ao W3C com o propósito de dar continuidade ao trabalho de produção das especificações do ePub. No artigo que pode ser lido na íntegra clicando no Leia Mais, Fernando Tavares analisa o que muda na prática, as vantagens e desvantagens desta união.

Na década de 1930, na cidade de Kiryu, província de Gunma, Japão, uma menina de 12 anos, ao sair da biblioteca da escola primária, contempla a beleza grandiosa da montanha Akagui, meio coberta de neve, e pensa: “Meu sonho de tornar-se escritora é tão difícil quanto escalar aquela montanha”. O sonho se concretizaria no Brasil 40 anos depois, tendo como centro dessa realização outra biblioteca, no bairro da Saúde, em São Paulo. Entre a infância no Japão, a imigração da família, a vida duríssima de trabalho com a enxada no campo e o início da atividade de escritora, transcorreu uma vida cujo relato, comovente e cheio de detalhes, foi contado por Mitsuko Kawai em seu emocionante livro autobiográfico Sob dois horizontes (S.P., Editora do Escritor / Luz e Silva Editor, 1988). Já morando na capital paulista e com cinco filhos, Mitsuko, para ajudar nas lições, começou a estudar português. “Quando acabei de ler todos os livros que havia em minha casa, comecei a frequentar a Biblioteca Amadeu Amaral, que era a mais perto de minha casa. Como a vida não me permitia frequentar a escola, o único lugar onde podia adquirir e ampliar o conhecimento e desenvolver meus estudos através da leitura era a Biblioteca”. Todas as semanas, escreveu ela, “ia buscar de dois a três livros, permitidos pelo regulamento, e lia todos". Mitsuko Kawai morreu aos 76 anos, num acidente de trânsito, em 1998. Seu livro autobiográfico, Sob dois horizontes, está disponível na biblioteca do Centro Cultural São Paulo, mas nenhum livro de sua autoria consta no acervo da Biblioteca Amadeu Amaral, tão central em sua vida e à qual foi tão grata em suas memórias publicadas há quase 30 anos, em 1988. Para conhecer mais dessa comovente história que une uma mulher imigrante, duas bibliotecas, clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta coluna.

O RallyTeca, projeto sóciocultural que incentiva a leitura, em ação com o Instituto Cultural Saber e Ler e o Rally Pioceará distribuíram pela terceira vez consecutiva, livros para comunidades do Piauí e Ceará. Foram mais de 10 mil livros entregues para entidades, organizações, bibliotecas, escolas públicas e até mesmo de porta em porta. Durante quatro dias, de 25 a 28 de janeiro, os integrantes do RallyTeca percorreram cerca de mil quilômetros, em uma corrida em prol da educação. Os exemplares são doados ao projeto por editoras, empresas e pessoas físicas que entregam livros em bom estado ou compram as unidades para serem destinadas à doação. “Ver de perto as expressões e reações das crianças descobrindo o mundo da leitura não tem preço. O projeto cumpre o seu objetivo social e também desperta em nós um sentimento de que podemos fazer a diferença com pequenas atitudes”, completa Adriana Araújo, coordenadora do projeto.

A Novo Conceito se adiantou e adquiriu os direitos do livro Slita Aldrig Ga (em tradução livre Nunca pare de caminhar) que já é best-seller na Suécia. A obra conta a história da brasileira Christina Rickardsson que, antes de ser adotada por uma família sueca, viveu em uma caverna no distrito de Biribiri (norte de Minas Gerais) com sua mãe e pediu comida nas ruas de Diamantina (MG) e de São Paulo. Hoje, Christina tem 33 anos e relata no livro tudo o que viveu e descobriu durante sua infância, como por exemplo, quando descobriu que a neve era, de fato, fria. O negócio foi intermediado pela Vikings of Brazil e o livro deve chegar às livrarias ainda neste semestre.

A Feira do Livro de Bogotá (Filbo - 25/04 a 08/05) prepara entre os dias 2 e 4 de maio, uma Jornada Profissional . O projeto contará com a presença de aproximadamente 100 profissionais de 10 países para compra e venda de direitos autorais, e as empresas apoiadas pelo Brazilian Publishers, projeto da CBL em parceria com a Apex-Brasil, terão a oportunidade de participar do evento. Com recursos do Brazilian Publishers, serão oferecidas a inscrições de até 10 empresas do projeto na Jornada Profissional da Filbo 2017. Essa inscrição dá direito a três noites de hospedagem em hotel indicado pela organização da feira, transporte gratuito entre o hotel e o local do evento, credenciais para o evento e publicação das informações das empresas participantes no catálogo do evento. As demais despesas, incluindo as com passagens até Bogotá, correm por conta dos associados. As empresas podem se inscrever pelo e-mail brazilianpublishers@brazilianpublishers.com.br até o dia 17 de fevereiro.

A Editora Europa está com uma vaga aberta para gerente de vendas de livros com atuação em São Paulo. O contratado será responsável, dentre outras coisas, por abrir novas frentes e desenvolver estratégias de negócios no mercado de livros. É necessário ter experiência no mercado livreiro e disponibilidade para viajar. Os interessados devem enviar currículo para o e-mail rh@europanet.com.br.

A Boitempo está com duas vagas abertas, uma para divulgador e outra para estagiário de comunicação. Para a vaga de divulgador, o candidato deve ter conhecimento do mercado livreiro, de divulgação para professores, bibliotecas e livrarias, noção administrativa, conhecimento do pacote Office, estar cursando ou ter concluído graduação de curso de humanidades e ter domínio da língua inglesa. Já para a vaga de estagiário de comunicação, o candidato deve ter conhecimento de design gráfico, fotografia digital e artes visuais, habilidade para uso de redes sociais, domínio de programas de edição de texto, imagem e vídeo e cursar graduação em design, comunicação social, arquitetura ou audiovisual. É recomendável ter domínio da língua inglesa. Os interessados devem enviar currículo e pretensão salarial até dia 10 de fevereiro para curriculos.boitempo@gmail.com com o assunto “Vaga - divulgação” ou “Vaga - estágio de comunicação”.

A primeira biografia de Clementina de Jesus, uma das maiores vozes da história do samba, já tem dois lançamentos programados. Quelé – A voz da cor (Civilização Brasileira / Record, 384 pp, R$ 49,90), de Felipe Castro, Janaína Marquesini, Luana Costa e Raquel Munhoz, será lançado no próximo sábado (4), na Livraria Folha Seca (Rua do Ouvidor, 37, Centro - Rio de Janeiro / RJ), a partir das 14h; e no dia 10 de fevereiro em São Paulo, na Livraria da Vila da Fradique Coutinho (Rua Fradique Coutinho, 915, Vila Madalena - São Paulo / SP), a partir das 19h. O livro mostra a trajetória de Clementina de Jesus muito além da história que invariavelmente se repete nas fontes tradicionais: da empregada doméstica que se transformou em cantora aos 64 anos de idade e gravou sucessos como Marinheiro só e Não vadeia, eternizada em dueto com Clara Nunes. A obra também passa a limpo o ano de nascimento da cantora – 1901 e não 1902 (como informa a maioria das fontes) – e leva o leitor ao início do século XX na cidade de Valença (RJ), onde começa a saga da menina Quelé, filha dos escravos libertos Amélia Laura e Paulo Baptista dos Santos.

Um bate-papo marcará o lançamento do audiolivro Nicotina zero (hoo / Tocalivros, R$ 29,90, o livro impresso ou o audiolivro), de Alexandre Rabelo. O autor conversará com seus leitores (e agora ouvintes) e, em seguida, será feita uma sessão de autógrafos. O audiolivro foi produzido pela Tocalivros e tem o próprio Alexandre como locutor. O evento está marcado para acontecer logo mais, às 19h, na Blooks (Rua Frei Caneca, 569, 3º Piso, 406 - Consolação, São Paulo / SP), com entrada franca.

Para comemorar os seus quatro anos no Brasil, a Amazon realiza até a próxima segunda (6), descontos exclusivos para seus clientes. Os consumidores poderão aproveitar diversas promoções, incluindo descontos em e-readers, livros impressos, livros digitais e Kindle Unlimited. Os modelos Kindle, Kindle Paperwhite Wi-Fi e Kindle Voyage, por exemplo, terão desconto de R$ 100 e mais de 30 mil livros impressos estarão com 80% de desconto.

Maurice Druon já era consagrado por seus romances históricos quando decidiu escrever O menino do dedo verde (José Olympio / Record, 128 pp, R$ 59,90 - Trad.: D. Marcos Barbosa), seu único livro dedicado às crianças. O protagonista da história é Tistu, um garoto que não consegue lidar com as ideias preconcebidas dos adultos e acaba descobrindo que tem um poder especial. Nascido em uma família rica, dona de uma empresa de canhões, Tistu vai para escola, mas não consegue se adaptar. Misteriosamente, quando os professores começam a escrever no quadro-negro, ele cai num sono profundo. Seus pais resolvem, então, experimentar um novo sistema de educação com o menino. Em uma série de “aulas de campo”, ele aprende como funciona o dia a dia no jardim de sua casa, na fábrica e na cidade. E é assim, em uma das aulas do jardineiro Bigode, que ele descobre seu misterioso dom. Tudo que é tocado pelo polegar do menino fica coberto de flores. Com seu talento oculto, Tistu vai mudar muita coisa na cidade de Mirapólvora, causando transformações inesperadas no presídio, no hospital, no zoológico e até na fábrica de seu pai.

Inspirada pelo clássico de Lewis Carroll, a americana A.G. Howard criou um universo protagonizado pela tataraneta da famosa Alice, com um toque sombrio e intrigante. A história é um spin-off da trilogia de Howard, intitulada O lado mais sombrio. Dividido em três contos, Sussurros no País das Maravilhas (Novo Conceito, 272 pp, R$ 39,90) é permeado por mistérios e histórias inéditas. Neles, os protagonistas da trilogia original – Alyssa, Morfeu e Alisson – relatam mais das aventuras que viveram no País das Maravilhas. O conto O menino na teia, a mãe de Alyssa relembra o período em que viveu no País das Maravilhas e resgatou o homem que se tornaria seu marido e pai de sua filha. No A mariposa no espelho, conhecemos as lembranças de Morfeu, de quando ele mergulhou nas memórias de Jeb para descobrir os segredos dele e tentar ganhar, de uma vez por todas, o disputado coração de Alyssa. No Seis coisas impossíveis, Alyssa revive os momentos mais preciosos de sua vida após Qualquer outro lugar, e sobre o papel mágico que desempenhou para preservar a felicidade daqueles que ela ama.

Autor best-seller do The New York Times, Tony DiTerlizzi volta com o último livro da trilogia WondLa. Neste terceiro volume, A batalha por WondLa (Intrínseca, 400 pp, R$ 59,90), o universo fantástico de DiTerlizzi se completa novamente com seus brilhantes desenhos, que retratam as experiências e os personagens que cruzam o caminho de Eva Nove. Em uma mistura de O mágico de Oz e Alice no País das Maravilhas – mas com um ambiente digno da saga de Star Wars -, o autor cria um clássico futurista, sem deixar de lado o humor, a inteligência e a emoção que criam nos leitores uma sensação de pertencimento. Enquanto a pequena heroína aprende sobre responsabilidades que ganhamos quando crescemos, ela também tenta sobreviver a uma guerra, e fará de tudo para proteger aqueles que ama.

Sou fã, e agora (Seguinte / Companhia das Letras, 160 pp, R$ 29,90), de Frini Georgakopoulos, apresenta na prática, com humor e profundidade, como manifestações de amor profundo por obras literárias nacionais e internacionais e audiovisuais são definidoras de nossas personalidades, aperfeiçoam a consciência crítica e o olhar sobre o mundo. Frini utiliza exercícios interativos originais para levar o leitor a refletir sobre o conteúdo apresentado e participar do livro vivenciando na prática a experiência fã. A autora reúne exemplos de sua experiência há mais de dez anos no mercado de livros e profunda conhecedora dos temas e criadores que apresenta. Explica a organização de eventos literários, como escrever fanfiction, como encarnar um personagem por meio do cosplay, mídias sociais, blogs: um universo de ações relevantes para quem precisa dividir experiências como leitores e expectadores.